A Galinha Psicocótica escrita por abelho, Jaded


Capítulo 15
Enquanto o dinheiro fala, a galinha põe ovo


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos!
Mais um capítulo da assassina penosa mais amada do Brasil :3
estamos trabalhando duro já que a história está cada vez mais perto do final. Espero que gostem deste cap. também e não se acanhem em comentar :3



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—Pois então tá tudo certo- Sr. Aviner riu e deu um tapa na própria barriga, fazendo um som de melancia madura. – O senhor fique é muito tranquilo pra fazer sua mudança, viu?

Chico Mugunzá respirou aliviado e enxugou o suor com as costas da mão, no último ano a sequência de tragédias que teve como palco o seu sítio o havia envelhecido vários anos, o pobre homem já nem caminhava como antes: andava encurvado, como que carregando um peso sempre superior a sua capacidade física; os passos antes firmes agora eram pequenos e cambaleantes, recentemente precisava de uma bengala ou ajuda e quase nem conseguia mais cuidar do sítio... tarefas simples como recolher os ovos ou pôr comida para as galinhas e os patos pareciam mata-lo devagar. Considerando tudo que ocorrera no sítio, vende-lo era a decisão mais óbvia e acertada, mas não para Chico, que só conseguiu chegar a ela graças a pressão da pouca família que lhe restava (e morava em Fortaleza) e, ele só decidiu vender depois da oferta do Sr. Aviner.

—oxi, mais u sinhô tem certeza meeermo que vai querê ficá com isso aqui? O sinhô sabi de tudo... – a voz de Chico soou embargada, um suor frio escorria pelo seu rosto.

—Ora, meu senhor – ele riu novamente e sua esposa soltou um sorrisinho travesso – para os negócios não há maldição. A única maldição é a falta de lucro e o único fantasma que nos assombra é a falência e, meu caro, não há esse risco para os Aviner!

A confiança do Sr. Aviner agradou seu Chico, que deixaria de se preocupar com a questão assim que o dinheiro caísse em sua conta (no fim do dia). Ver aquele homem baixo e gordo vestido a moda de cowboy o dava certa tranquilidade, embora ele não gostasse da maneira como o mesmo homem mexia no bigode, enrolando a ponta do mesmo com o dedo de uma maneira tão estranhamente insistente que parecia uma espécie de tique. A mulher também era um pouco diferente: tinha aquele ar típico de mulher rica e riso estranho: era gorda também, tanto quanto o marido e usava roupas florais de cores berrantes esquisitas, combinadas com tantas joias (em especiais colares e pulseiras) que quando se mexia fazia o mesmo som de um faqueiro de 30 peças² e, na cabeça de Chico era isso que ela era: uma espécie de faqueiro de 30 peças ambulante e um pouco descontrolado.

—Pois intão – Chico se levantou com dificuldade e estendeu a mão

—então tá tudo certo! – e riu novamente, fazendo as banhas balançarem.

Se despediram com abraços e apertos de mão, além de muitos risos e sorrisos do sr. Aviner, que se aproveitava do rumor do sítio ser amaldiçoado para fazer uma oferta muquiranamente generosa¹ : o suficiente para aquele pobre velho poder se mudar para Fortaleza e ficar com os parentes, vivendo de um magro rendimento e de sua aposentadoria... se o velho poupasse provavelmente sobraria alguma herança para os poucos filhos vivos ou pelo menos para pagar um enterro decente para o pobre homem.

“cocó... único fantasma é a falência,* cócó*... isso é o que vcs *cooocó* vão ver” pensou Jessie, olhando aquela cena de despedida e já bolando seu plano perfeito para acabar com a bem sucedida granja dos Aviner. Por sorte ela seria uma das peças centrais daquele jogo estranho dos negócios, pois como pode uma granja sobreviver sem galinhas?

***

—Intão qué dizê qui o sinhô finarmenti acredita n’eu? – Emílio pegou a pena, quase não acreditando no que estava ouvindo

—Sim, Emílio. Eu acredito... ela... – Prata conteve um soluço – Ela matou o Pombal.... eu ouvi quando...

—oxi, má eu disse qui aquela bixa era muito de uma pirigosa-

—eu sei, eu sei.

—A gente tem qui pará ela, moço. Tem sim.

—Eu sei, eu sei... é por isso que estou aqui, Emílio – Prata  lhe lançou um olhar marejado de lágrimas³

—Mais cumo é que nóis vai detê ela aqui no hospício? Galinha num si interna não seu Prata.

Prata sorriu ante a inocência meio estúpida do pobre garoto.

—Escute bem, este será um segredo só nosso, certo? – Emílio assentiu – eu vou dar meu jeito de tirar você daqui, tenho alguns amigos que vão ajudar... eu sei que o mundo jamais acreditará em nós e é por isso mesmo, Emílio... é por isso mesmo que nós teremos que fazer a canja com nossas próprias mãos.


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Notas finais do capítulo

1) Foi um valor bem abaixo do que o sítio valia, mas considerando que quem estava comprando era um ryco dono de granja que podia conseguir a força e sem pagar um tostão, foi muita generosidade... pois nós, muquiranas, também abrimos a mão de vez em quando...
2) Obrigada meu caro Pe. Gato de Melo, digo, Fábio.
3) Não amores, não se alegrem que não vai rolar yaoi (ômi com ômi para quem não está familiarizado)



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