“E eu posso ouvir as sirenes queimarem

As luzes vermelhas se apagam

Não posso voltar atrás agora

Então, segure firme

Não sei aonde essas luzes estão nos levando

Mas alguma coisa na noite é perigoso

E nada vai parar nós dois”

(David Guetta – Dangerous)

—Isso é forma de falar com seu irmão? Perguntou, deixando a garrafa na mesa, enquanto sorria sarcástico

—O que Peter quer? Perguntou, nervosa

—Ah Joy, você sabe muito bem o que Peter quer. Respondeu, pegando a garrafa novamente

—Ele não vai tocar naquela matilha. Em ninguém ali. Avisou, na defensiva, se abraçando

—Três meses e eles já são sua família? Perguntou, com raiva, fazendo Joy fechar os olhos, sentida

—Se Peter quer começar uma guerra e acha que vou ajuda-lo, está enganado. Avisou, decidida, deixando uma lágrima cair ao ver o olhar ferido do irmão

—Mesmo se você tiver que escolher entre eles e eu? Perguntou Paul, se levantando da cadeira

—Não me faça escolher, Paul. Você pode se juntar a nossa matilha. Comentou, esperançosa, com os olhos repletos de lágrimas

—Pra quê, Joy? Pra viver no meio da matilha feliz? Não, obrigada. Respondeu, com desprezo, fazendo Joy engolir em seco

—Não me faça escolher! Repetiu, deixando mais algumas lágrimas caírem

—Não será preciso. Vejo que já tomou sua decisão. Disse, amargo, esbarrando no ombro de Joy ao passar

—Paul, por favor. Suplicou, soluçando

—Nos vemos por aí, irmãzinha. Se despediu, sumindo entre as pessoas, deixando Joy aos prantos

*Loft

—Onde esteve? Perguntou Derek, assim que Joy entrou no loft, mas a garota ignorou -Ficou surda, garota? Perguntou, a puxando pelo braço

—Agora não, Derek. Pediu, alterada, puxando sua mão de volta

—Qual é o seu problema? Passa quase a noite toda fora, me mantendo acordado e quando volta, simplesmente não importa onde esteve? Perguntou, a encarando indignado, fazendo a garota suspirar

—Desculpe. Depois eu te explico tudo, agora eu só preciso dormir. Disse, dando uma risada nervosa

—Ok. Respondeu, seco, saindo pela porta da varanda sem olhar para trás. Joy simplesmente suspirou em derrota e foi para o seu quarto, tirando suas roupas e as jogando em um canto qualquer a caminho do banheiro. O vapor tomou todo o banheiro em poucos minutos, e a água quente caia sobre o rosto de Joy, se misturando com as lágrimas. A loba sabia o que se aproximava, sabia sobre a guerra e que uma hora ou outra seria inevitável enfrentar seu irmão e as consequências de ter mentido para o bando. A garota esfregava seu corpo com a toalha, como se ela pudesse assim arrancar todo o sentimento ruim que lhe pesava naquela noite, vestiu uma lingerie simples e confortável, com uma blusa antiga de beisebol de seu irmão, se jogando na cama em seguida.

—E que Deus me ajude com tudo isso. Pediu, com um suspiro cansado, cobrindo a cabeça com a coberta

*Casa Stillinski

—Stiles, o Henry está chorando. Avisou Malia, com um resmungo, sendo ignorada pelo marido– Stiles! Chamou mais alto, o sacudindo levemente, mas Stiles apenas se virou de costas para a esposa, sussurrando coisas desconexas

—Humano preguiçoso! Exclamou, rosnando, antes de jogar as cobertas para o lado com violência. Malia, foi em direção ao quarto do filho a passos duros e soltou um suspiro desanimado ao ouvir o filho chorando desesperado a plenos pulmões. – Hey filho calma. Já estou aqui. Sussurrou o pegando no colo, tentando fazê-lo se acalmar

Stiles dormia um sono profundo, até ser despertado pelos gritos assustados de Malia, o chamando. O humano levantou da cama em um salto, pegou o seu taco de beisebol dentro do guarda roupa e correu em direção ao quarto do filho totalmente alerta. Ao chegar lá, viu Malia com os olhos vermelhos, garras e presas de fora, encostada na parede, enquanto agarrava Henry contra si.

—Malia, o que houve? Perguntou, com o nervosismo aparente em sua voz

—Alguém declarou guerra a nós! Exclamou, rosnando, enquanto encarava a parede atrás de Stiles, o fazendo suspirar de surpresa ao ver o que estava desenhado.

*Loft

—Joy, levanta! Anda logo! Gritava Derek, batendo na porta

—O que foi? Perguntou, sonolenta, abrindo a porta

—Se vista. Malia precisa de nós agora. Ordenou, pegando uma mochila no sofá e colocando no ombro

—O que houve? Perguntou, preocupada, do quarto enquanto mexia no armário atrás de algumas peças de roupa

—Invadiram o quarto do Henry para declarar guerra. Respondeu, irritado, com as chaves do carro na mão

—Como assim? Perguntou, nervosa, enquanto calçava seus tênis

—Stiles estava nervoso demais para explicar. Vamos lá para ver. Disse, indo até a saída, sendo seguido por Joy que fazia um coque no topo da cabeça, ainda um pouco sonolenta

—Eles já ligaram para todos? Perguntou, bocejando, enquanto descia as escadas atrás de Derek

—Parece que sim. Disse, destravando o carro antes de abrir a porta

—Vocês desconfiam de alguém? Perguntou, com a imagem do irmão presa em sua mente

—Por que tantas perguntas, Joy? Indagou, estressado, arrancando com o carro

—Nada. Eu só estou preocupada. Respondeu, um pouco chateada, se afundando no banco

—Quando chegarmos lá, você vai saber tudo o que precisa. Disse, fazendo a garota ignorar, olhando a paisagem pela janela. O resto do caminho foi completamente silencioso. Enquanto Derek se concentrava na estrada, dirigindo o mais rápido que podia, Joy estava afogada em pensamentos. A preocupação e o medo faziam um nó se formar em seu estomago. Sabia que se fosse seu irmão e se ele fizesse mal a algum deles, tudo estaria acabado para ele, a matilha não o perdoaria.

—Vai descer? Perguntou Derek, irritado, já do lado de fora do carro

—Pedindo com carinho assim, não tem como negar. Respondeu com sarcasmo, fazendo Derek rosnar, após bater a porta do carro

—Ah graças a Deus vocês chegaram. Derek você precisa conversar com ela. Disse Lydia, preocupada, dando passagem para a dupla entrar na casa

—Onde ela está? Perguntou Derek, olhando ao redor da casa

—Venham comigo. Estão todos na sala. Respondeu Lydia, caminhando para o cômodo

—Derek! Exclamou Malia, correndo para o abraçar

—Eles machucaram alguém? Perguntou, preocupado, segurando Malia pelos ombros

—Não. Mas poderiam se quisessem. Respondeu, com os olhos se enchendo de lágrimas

—O que houve exatamente? Perguntou, largando a mochila no sofá, antes de se sentar

—Um coiote entrou no quarto do Henry e desenhou na parede com suas garras aquele maldito redemoinho. Respondeu Lydia, gesticulando o tempo todo, fazendo Joy engolir seco

—Reconheceu o cheiro? Perguntou Joy, estralando os dedos, nervosa

—Nunca o senti antes. Respondeu Malia, colocando a cabeça entre as mãos

—Seja quem for Mal, vamos pegá-lo. Se eles querem guerra, daremos isso a eles. Prometeu Liam, com o olhar sombrio

É exatamente esse o meu medo, Liam. Pensou Joy, sentindo um arrepio passar por seu corpo