Sua voz nunca soou tão fria aos meus ouvidos. Katsuya falava sempre de forma tão gentil, com um sorriso no rosto para acompanhar, que nunca me passou pela cabeça que ele pudesse usar aquele tom. Ainda mais comigo.

Eu sabia que merecia ouvir um sermão dos grandes por tratá-lo mal na frente de outras pessoas e sair de perto, deixando-o sozinho. Sabia também que ele odiava quando eu fazia isso, não esperar ele falar e concluir os pensamentos por mim mesmo. Claro que eu sempre errava o que ele pensava, afinal, eu estava condicionado a sempre ver o pior lado de tudo. Eu não era o tipo de pessoa realista, eu realmente era um pessimista.

Sempre esperava que, mais cedo ou mais tarde, Katsuya fosse notar que eu não era a pessoa certa pra ele, por isso, costumava não me importar com minhas atitudes ou se minhas palavras feriam alguém, afinal de contas, quando se desse conta do seu erro, ele iria me abandonar.

Contudo, até nisso eu estava errado. E ele fez questão de deixar claro, com todas as letras, que não iria desistir de mim, por mais cruel que eu tivesse agido.

Acho que estou me apaixonando novamente.