Tudo que Vai...volta escrita por kaka_cristin


Capítulo 7
Capítulo 7 - – Revolta.




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Eu dei um pulo da cama ficando sentada. Estava toda molhada, transpirava muito e minha respiração estava ofegante e meus batimentos acelerados. Era como viver toda aquela emoção. Por um momento achei que fosse real. Foi tão verdadeiro aquele sonho, podia sentir aqueles toques dele vivo ainda no meu corpo.
Olhei o relógio e marcava uma e meia da manhã. Passei a mão pelo meu corpo ainda me recuperando daquele sonho. Ajeitei minha camisola e me levantei.
Desci as escadas com cuidado pra não fazer barulho e lá estava ele, deitado no sofá. Dormia feito um anjo. Estava sem camisa e com uma samba-canção xadrez. Me aproximei dele e ameacei toca-lo. Aproximei minha mão e fingi tocar todo seu corpo. Nesse momento uma lágrima escapuliu descendo pelo meu rosto. Foi tudo um sonho, um sonho que não aconteceria nunca mais. Peguei o lençol caído no chão e o cobri. Subi pro meu quarto e apesar de ter custado, consegui dormir.

No dia seguinte assim que acordei me vesti e desci. Ao chegar na cozinha fiquei surpresa ao ver a mesa com um belo de um café da manha. Fiquei em pe na porta da cozinha e ele não viu pois estava de costas fazendo algo na pia. Ele se virou com uma jarra de suco na mão quando me viu.

-oi. Não sabia que estava acordada.
-Oi. – respondi forçando um sorriso. – nossa... – e olhei pra mesa.
-Ah, fiz um cafezinho pra te agradecer.
-Ok. Obrigada. – agradeci sem graça.

Me aproximei da mesa e ele puxou a cadeira pra que eu sentasse. – obrigada. – disse me sentando. Ele deu a volta e sentou na outra ponta da mesa distante de mim. Eu não sabia se comia ou não, estava sem jeito.

-Não vai comer? – perguntou ele me vendo parada olhando pro nada.
-Ah, sim. – respondi forçando um sorriso sem graça.

Peguei o suco e despejei no copo e depois peguei o pão e passei requeijão nele. A cada mordida no pão eu dava uma olhada nele. De vez em quando nossos olhares se encontravam me deixando sem graça. Era tão estranho estar ali na mesa com o mesmo cara que há sete anos atrás me fez tudo aquilo. Momentos depois ele se levantou levando o prato e o copo que ele havia usado e lavou. eu continuei sentada distraída pensava nessa nossa situação ali nos dois juntos. ontem eu estava odiando ele e queria que ele nunca tivesse voltado e hoje, estava desejando ele e velhos sentimentos reascenderam.

-bom eu já vou. – disse ele encostado-se na pia. Eu então me levantei.
-Ta.
-Tenho que ir por que vou voltar pra New Jersey e...
-Tudo bem. Você não me deve satisfações Gerard. – disse seria olhando pra ele.
-Eh...ta....então...eu já vou. Mais uma vez obrigado por tudo. Ate semana que vem. – ele forçou um sorriso e depois caminhou ate a sala e eu pude ouvir o barulho da porta batendo.

Eu me levantei e me abracei enquanto olhava a mesa feita. De repente ele me fez falta. Ele nem ao menos conversou comigo. Também, o que iríamos conversar? Com certeza, qualquer coisa que fossemos falar iria acabar numa discussão. Talvez eu quisesse isso, pelo menos diria tudo na cara dele, tudo que venho sentindo durante anos.

-eh...eh a vida. Adeus Gerard Way. – disse pra mim mesma. Respirei fundo e ao me virar tive uma surpresa em vê-lo ali parado na porta da cozinha me observando.
-Natasha...acho que devíamos conversar. – Eu nao sabia o que responder. Fiquei nervosa em saber que enfim colocaríamos os pratos limpos.

7 Anos antes...

-estou louca pra sairmos da aula pra irmos pra casa dele. – falava com Kate ao caminho do colégio.
-Calma, a aula nem começou e já pensa em ir embora. Você já falou com a sua mãe sobre isso?
-Nunca. Jamais! Minha mãe me mataria. Um dia desses eu comentei que estava namorando e ela veio com esse papo de sexo e disse que era pra eu pensar nisso quando eu estivesse com 20 anos. Se ela souber que eu já fiz acho que teria um infarto.
-E você já apresentou o Gerard pra ela?
-Não. Ele disse que quer esperar mais um pouco. Ele é tímido sabe...
-E você já conheceu os pais deles?
-Ainda não. Eu fui lá naquele dia pra conhecer, mas quando cheguei o Gerard disse que eles tinham acabado de sair. Eu demorei demais me arrumando.
-Que chato.
-É. e o pior que os pais deles são super ocupados. só vivem trabalhando. – quando dobramos a rua que dava pra ver a entrada do colégio eu o vi. Estava de costas conversando com um grupo de meninos na porta da escola. - olha lá ele. Vamos silenciosamente pra eu fazer uma surpresa pra ele.
-Vamos.

E fomos chegando devagar. Ele estava de costas e conversava com uns meninos. Nenhum deles nos viu pois do lado do Gerard tinha outro garoto de costas tampando a visão dos outros e eu não era alta, pra falar a verdade, era bem baixinha. Foi então que aconteceu. ouvi o que não era pra ser ouvido, sofri o que não era pra ser sofrido.

-Então você está firme com ela? – disse um dos garotos.
-É. – eu sorri. Estavam falando da gente e ele confirmou nosso namoro. Meu sorriso desmanchou depois disso. – mas isso é o que ela pensa. – eu parei na hora e Kate me olhou com tristeza.
-Gerard seu safadinho, enganando a gostosinha só para se aproveitar.
-Pois é. – disse ele em meio de gargalhadas.
-É, conte para eles Gerard. – falou o tal do Frank que também fazia parte do grupinho de amigos dele.
-Cara, eu tirei a virgindade dela. Eu levo ela lá pra casa todos os dias e transamos o tempo todo.
-Caraca! – disse um dos garotos. – essa garota de santa não tem nada. Pensei que fosse quieta.
-As quietinhas são as piores meu caro. – disse Gerard. – eu fiz de tudo com ela. Só faltou eu pegar um livro de kama surtra e botar em prática.
-O que vai fazer agora? Vai continuar comendo ela? – perguntou o que estava do lado dele.
-Eu pensei em ficar mais alguns dias, mas acho melhor deixar ela na pista pros meus amigos. Agora vou atrás de outra, ou melhor, outras alem da Cecília.
-Opa! Eu sou o próximo. – disse o do lado dele.

Foi então que o do lado dele se virou todo empolgado e me viu. Eu estava tão em choque com o que tinha ouvido que não consegui nem chorar. Não derramei nenhuma lágrima. Estava uma pedra. Kate que estava ao meu lado chorava por mim. Estava tão chocada quanto eu.

– fudeu Gerard! – falou o menino.

Ele se virou com medo daquela frase do seu amigo. Ele já imaginava que eu estava bem atrás dele e havia ouvido tudo. Ele se virou lentamente com uma cara de envergonhado por eu ter ouvido tudo daquela maneira banal.

Nossos olhares se encontraram pela ultima vez. O meu olhar era de desencantamento. Todo meu mundo parecia ter desmoronado sobre minha cabeça naquele instante. Ele falou algo, mas sabe quando você está tão no mundo da lua que você não ouve o que estão falando com você e você só consegue ver os lábios da pessoa se mexerem sem som algum? pois é, foi o que aconteceu. na minha cabeça passava-se uns flashs de todos os nossos momentos junto e ao mesmo tempo aquela frase dele se repetia “As quietinhas são as piores meu caro. eu fiz de tudo com ela. Só faltou eu pegar um livro de kama surtra e botar em prática”.
Por mais que eu quisesse, eu não conseguia derramar uma só lágrima. De repente acordei meio que do transe e vi sua boca se mexendo me dizendo algo que eu não conseguia decifrar. De repente senti as mãos de Kate no meu ombro e a olhei ainda em choque, então pude ouvir a única frase “você está bem?”. Eu a olhei em desespero e tudo apagou.

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