Com aqueles cabelos louros, um par de olhos cor âmbar, uma boca carnuda pintada de vermelho. Era isso que lembrava daquela pessoa que acreditava fielmente ser uma prostituta...

Mas descobrira que não era uma prostituta, e sim, um prostituto. Sim. Era um homem.

Mas quando soube não se importou. Simplesmente pagou o preço caríssimo que cobrara de si por apenas uma noite. Aceitou pagar por quê percebera que não era qualquer homem. Mesmo em vestes femininas chamara sua atenção como nenhuma mulher chamou.

Estava sego. Sego e surdo, pois não escutara os avisos que lhe deram.

“Não durma com ela!”

“Essa prostituta não vale nada!”

“Não acredite nela!”

Não deu ouvidos mesmo assim. Aquela noite foi fantástica. Uma das melhores de sua vida. Apesar de ser homem, o levou a loucura. Gemia de forma quente, lhe apertava e rebolava em seu colo. Céus, como era bom.

“Não acredite nela!”

Aquilo o soava em seu ouvido. Por quê não acreditar nela? Só por que era um homem vestido de mulher e enganava seus clientes com isso?

Acho que não. Acabou descobrindo o real motivo no dia seguinte.

Acordou no motel que havia dormido. Sua carteira? Sumiu. Suas chaves do carro? Também sumiu.

Agora entendera por que nunca devia confiar naquele cara.

Mas mesmo assim... Que noite!