Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 22
Saudades de Luke?




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Ponto de Vista de Annabeth

 

 

“Percy Jackson!”

“Não era pra você sair dessa vivo. Não posso deixar que leve este raio para o Olimpo. Eu sou o ladrão de raios.”

Acordei no meio da noite. Uma gota de suor escorria pela lateral do meu pescoço. O mesmo sonho de novo. Sonho não. Recordação.

Derrubar o Olimpo de uma vez por todas.”

“Eles estão no poder há tempo demais.”

“Um mundo de novos heróis.”

Depois do nosso regresso vindo do Olimpo. Depois de todas as congratulações pela missão cumprida. O pensamento de que Luke poderia estar em algum lugar por aí afora começou a me atingir de uns tempos pra cá. Ele não morreu. Mesmo Percy tendo afirmado que ele voou com um tridente de água preso ao pescoço até as águas do East River. Luke era... é astuto, sabe se virar. Talvez seja por isso que eu não esteja pensando em seu bem estar dos lados de fora do Acampamento.

Eu me pergunto onde estará Luke agora. Se pelo menos eu pudesse falar com ele.

Se eu pudesse tentar convence-lo a regressar para cá. Faze-lo esquecer todo esse rancor com os deuses que ele acumulou, como se ele fosse o único a ser ignorado pelos deuses. Todos os semideuses aqui se sentem abandonados, mas as coisas já estão complicadas e mais revolta não solucionaria nada. A guerra não é a resposta.

Doeu encontra-lo no topo daquele prédio naquela noite. Caramba, eu o conheço desde os 11 anos, cheguei aqui com ele, cresci com ele. Aprendi a ser uma guerreira de verdade com ele. Aprendi o que era amizade com ele, e o que talvez não era amizade também.

Nós sempre conversávamos.

“Amanhã tem Capture a Bandeira”

“É”

“E você vai perder, de novo”

“Veremos, estrategista em combate”

Nós não éramos tão grudados assim, até porque tínhamos interesses diferentes. Os meus eram: Treinar, ser a melhor guerreira, dar orgulho a minha mãe, ter o meu momento em uma missão. Os dele: Divertir-se com os amigos, jogar vídeo game, treinar, e uh, algo sobre ficar com as filhas de Afrodite. Ele não era um garoto muito original. Mas tínhamos uma ligação. E tínhamos memórias.

Flashback On – Há 7 meses atrás.

— Você perdeu Luke, de novo – estávamos voltando do treino, depois de eu ganhar mais uma batalha contra ele – quero ver como vai ser semana que vem no Capture a Bandeira – tirei meu cabelo castanho do rosto, que insistia em grudar por causa do suor.

— Eu vou ganhar – afirmou Luke.

— Espero que pelo menos tente, não tem a menor graça jogar sem um desafio.

— Ok, mas eu vou ganhar – repetiu ele. Estávamos andando lado a lado, voltando cada um para seu aposento.

— Veremos – respondi, com meu habitual sorriso convincente.

— Mas dessa vez eu quero uma aposta – comunicou ele. Luke me observava com uma expressão de quem vai aprontar alguma coisa.

— Você sabe que eu não aposto, Luke, nunca apostei. Não é sábio - lembrei.

Não é sábio — debochou ele – esse papo todo me parece medo de perder. E se você nunca apostou, você vai agora. Tudo tem uma primeira vez – definitivamente ele tinha um olhar estranho no rosto.

— Acho que eu prefiro que você pense que tenho medo de perder do que enfrentar o que se passa pela sua cabeça agora – informei-o. Luke riu.

— Vou tentar não levar isso como um insulto – disse ele. Eu o encarei, confusa.

— Insulto? Como assim? – perguntei.

— Não antes de você aceitar minha aposta – respondeu ele.

— Mas você nem quais são os termos – lembrei-o – o que estamos apostando?

— Oh, isso é simples – ele olhou nos meus olhos. Ninguém me olhava nos olhos – se eu perder, farei o que você quiser sem objeções...

— Sério? Vai fazer o que eu quiser? Tipo, qualquer coisa? – perguntei.

— Sim – respondeu ele simplesmente. Meu cérebro já girava com as possibilidades. O que eu poderia ganhar de Luke em uma aposta? Mas espera... o que ele...?

— E quanto a mim? Tenho que fazer o que você quiser caso aconteça, por assim dizer um milagre, e eu perca...

— Ah não, não. O meu lado da aposta é ainda mais simples – ele continuou a me encarar. Essa conversa só ficava mais estranha - caso aconteça, por assim dizer um milagre, e eu ganhe... eu quero um b...

— Luke!

Olhamos em volta. Silena Beauregard estava ali parada, parecendo bem impaciente. Luke fixou o olhar nela como se fosse soltar um xingamento, mas apenas fechou os olhos.

— O que você qu...?

— Quiron acabou de voltar e precisa falar com você, pareceu urgente – interrompeu Silena – Já que é o líder do Acampamento, precisa ir.

— Acho que o Quiron poderia ter escolhido alguém mais dedicado como líder – disse Luke, e me lançou uma piscadela. Eu sorri em retribuição. – preciso ver o que ele quer, depois nos falamos – e se foi com Silena atrás. Retornei para minha cabine.

No dia seguinte, acordei cedo, vesti minha armadura. Não vi Luke por perto então resolvi ir treinar com os outros campistas.

Depois do treino, reparei que Luke não apareceu em lugar nenhum. Decidi procura-lo para ver se estava tudo bem depois de ontem. Cheguei perto da tenda onde ele guardava toda sua tecnologia.

— ...Estou com você Luke, você sabe – era a voz de Silena – só acho que apressamos demais as coisas.

— Eu sei, por isso estou te pedindo para não viajar para a casa do seu pai, eu preciso de você – disse Luke. Mas o que...? Luke e Silena?

— Vai ser só por um tempinho, vou estar de volta em breve. Antes que você pisque, querido – respondeu ela. Querido? Acho que eu já tinha ouvido demais, e estava na hora de ir. Sai de lá com cautela. Luke estava bem. Talvez até demais.

Estranhamente eu fiquei desconcertada com o que tinha acabado de ouvir. Quer dizer, não que eu, hã, estivesse com ciúmes, mas eu meio que senti como se nossa ligação estivesse enfraquecendo e que a Annabeth e o Luke de antes fossem agora só... Annabeth.

Flashback Off

O que eu sentia por Luke naquela época não-tão-distante-assim poderia ser visto como uma queda, mas também era genuinamente uma amizade antiga. E as amizades antigas são as melhores, certo?

Errado. Se existe algo que descobri sobre amizades é que não é só o tempo que as deixam com laços estreitos, que fazem delas as melhores amizades, e sim a confiança que você introduz nelas. Depois de todo esse problema com o raio de Zeus até hoje, eu vejo que apesar dos 6 anos de amizade entre mim e Luke, eu não o conhecia o suficiente.

E mesmo que só o conheça a 6 meses, Percy Jackson abriu seu coração para mim, e eu vi do que ele é feito.

Depois dessa reflexão, voltei a dormir com um certo amigo de cabelos escuros guardando meus pensamentos.

“Nunca deixe o adversário distrair você.”


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