Secrets escrita por Kikonsam


Capítulo 3
Sexo.


Notas iniciais do capítulo

Oii, terceiro capítulo saindo! Espero que gostem...



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Quando você morre, além de continuar a ver as coisas, você aprende a interpreta-las de forma melhor. E foi assim que eu consegui entender o fato de meus amigos esconderem segredos uns dos outros. Eu consigo me colocar mais no lugar deles, por isso acho fascinante o fato de estar morto. É, acredito que é isso. Por isso eu entendi os segredos que Natália e Karine fazerem o que fazem.

No dia depois da sexta-feira que Natália e meus amigos acharam o papel misterioso em meu quarto, ela acordara aturdida. O que poderia fazer alguém como eu, uma pessoa que sempre parecera tão no controle das situações, simplesmente apontar uma arma para a cabeça e se matar? Natália acredita que ela teria mais motivos para suicídio do que eu.

Após levantar-se de sua cama empoeirada em uma casa simples do subúrbio carioca, minha amiga olhou-se no espelho e viu uma menina não muito bonita, mas não feia. Baixinha e com rosto infantil, Natália parece ser a menininha de 12 anos perfeita. Para mim, minha amiga sempre seria aquela menina certinha que mandava todos se calarem nas aulas. Mas ela guarda mais que isso.

Natália nunca se mostrou disposta a falar sobre sua família e sua vida pessoal, além de nossas saídas para a praia de Copacabana para beber e fofocar sobre os populares da escola.

Natália, na verdade, não tem pai e tem uma mãe em um centro de reabilitação para drogados. E foi assim que ela terminou com sua avó solteira que sofre de alzhaimer, pelo menos era o que minha amiga achava. Não ia para o hospital fazer testes, pois se aproveita da doença de sua avó. É, aquela menina perfeita na verdade aproveita-se de sua avó para deixar um segredo enorme em sua casa. E foi dormindo no sofá que Natália, com seus cabelos enormes e pele parda, achou sua avó.

⁃ Vovó - falava Natália, chamando sua avó.

Sua avó Mariza acordou, assustada, olhando para a sala com pavor.

⁃ Oi, menina. - fala Mariza, e logo depois ouve altas batidas vindas do porão da casa. - Que barulhos são esses?

Natália assusta-se com o fato de depois de semanas o barulho voltar. Achara que tinha deixado bem claro para pararem com o barulho.

⁃ Ora. - fala Natália, pegando discretamente o controle remoto no sofá e ligando a TV velha, no programa de Ana Maria Braga, já com o volume em uma altura absurda. - É só a TV ligada.

– A televisão estava ligada? - pergunta Mariza.

⁃ Sim, vovó. - fala Natália, com o sorriso falso para sua avó, saindo da posição acocorada e levantando-se. - Vou preparar o café.

⁃ Ah, Maria Eduarda, você é tão boa para mim! - fala Mariza, agradecendo á Natália, errando seu nome.

⁃ Só faço o mínimo. - fala Natália, ignorando, como sempre, o fato de sua avó errar seu nome e ir andando em direção á porta que leva ao porão da casa pobre do subúrbio.

Ao descer as escadas grotescas, Natália conseguia ouvir as batidas já ouvidas anteriormente se intensificarem. Ao chegar no porão, viu a cena que via desde que começara a fazer esse ato horrível que me fez ficar muito chocado ao descobrir.

Um menino com cabelos loiros, branco, um pouco gordinho, alto e bonito. O rosto bonito é inconfundível: Gabriel João, o menino do 3º ano mas assediado pelas meninas até o início do ano, antes de desaparecer completamente. Meses de procura, e depois parou toda a mobilização para encontra-lo. Aqui está ele, com uma fita na boca, acorrentado, imundo de poeira e todo cortado. Ele se assusta ao ver a imagem de Natália naquele porão imundo.

⁃ Não vai adiantar gritar. - fala Natália, aproximando-se do menino lentamente enquanto ele se debatia. - Vovó está sem o aparelho auditivo e com a televisão no volume máximo. Se você gritar, só vai conquistar mais cortes. E ambos sabemos que você não quer isso, não é?

Natália tirou bruscamente a fita fa boca de Gabriel, e ele não ligou. Depois de meses preso, não se incomodava mais com a dor da fita sendo arrancada de sua boca.

⁃ Por que você não me mata logo, sua psicopata? - pergunta ele, com olhos de raiva para Natália.

⁃ Porque não estaríamos juntos. - fala Natália, encostando suas mãos no rosto de Gabriel. - Precisamos ficar juntos. Você pertence a mim, só não sabe ainda.

⁃ Eu NUNCA vou amar você! - grita Gabriel, inutilmente, avançando para Natália, que pega um canivete no bolso de sua bermuda jeans e passa-a no braço se Gabriel, que grita de dor e recua.

⁃ Eu disse para não gritar. - fala Natália, afastando-se e guardando o canivete. - Agora que você tem um corte, terá prazer para compensar.

⁃ Não. - fala Gabriel, vendo Natália pegar um pote de viagra numa mesinha velha ao lado da escada de entrada para o porão. - Natália, de novo não!

⁃ Agora terá que sentir prazer comigo, Gabriel. - fala Natália, pegando o canivete e enchendo um copo d'água, colocando um viagra dentro do copo. - Terá que me satisfazer.

Gabriel recua, e depois que encosta-se na parede, é pressionado por Natália, que aponta o canivete para sua garganta e força-o a beber a água com o viagra dentro.

⁃ Deixe-me ver se engoliu. - fala Natália, e Gabriel abre a boca, levanta a língua e mostra que engoliu o comprimido, enquanto chora. - Bom menino.

Natália começa a se despir, e depois de totalmente nua, abaixa as calças de Gabriel. Depois de encara-lo totalmente nua por dez minutos no porão imundo, Natália vê e diz:

⁃ Finalmente fez efeito! Agora vamos.

Natália, apesar de ouvir Gabriel implorando para não fazer aquilo, agarrou-se ao seu corpo e começou a estupra-lo.

É, isso foi uma cena difícil de se ver. Particularmente, eu a achei a mais forte que eu já vi desde que morri. Minha amiga Natália, que vejo todo dia, está aqui, estuprando o menino que já fora obcecada. E pelo visto ainda é.

É, não conhecemos nossos amigos de verdade. Nunca eles nos contam tudo. Nunca iremos realmente conhecer alguém. Isso é fato. Fora necessário eu atirar em minha própria cabeça para perceber isso.

Outro motivo que me fez acreditar que eu não conhecia meus amigos de verdade foi quando eu consegui enxergar minha amiga Karine. Naquele final de semana, Karine, em seu apartamento luxuoso em Copacabana, acordou com muito sono. Dava para ver sua pele negra brilhar ao sol do Rio de Janeiro que entrava pela janela de seu quarto, enquanto ela ia para seu imenso banheiro banhar-se na banheira. Enquanto banhava-se, Karine pensou em nós. Pensou em mim, e em todos meus amigos. Pensou na carta que encontraram em meu quarto no outro dia á noite. Estava muito preocupada com isso para poder pensar em seus segredos, pelo menos pelos próximos dez minutos enquanto banhava-se.

Após sair da banheira, Karine enrolou-se na toalha e colocou a toalha enrolada no cabelo, saindo de seu banheiro enorme e indo para o corredor de seu apartamento, até ouvir uma voz masculina muito bem conhecida sua. Talvez até demais.

⁃ Bom dia, Karine.

Karine deu meia volta e viu ali, no fim do corredor, seu padrasto Ricardo. Com sua pele branca, cabelos grisalhos e corpo magro, Ricardo poderia parecer uma figura amigável para qualquer um que acabasse de conhece-lo.

⁃ Oi, Ricardo. - fala Karine, assustada. - Onde está mamãe?

⁃ Foi para o salão. - fala Ricardo, sorrindo par Karine. - estamos sozinhos aqui em casa.

Karine gelou. Ela sabia o que Ricardo estava pensando em sua mente diabólica.
E foi exatamente isso que ele fez. Aproximou-se de sua enteada e soltou a toalha branca enrolada em seu corpo, deixando-a completamente nua, com nada além de uma toalha enrolada no cabelo e lágrimas escorrendo de seus olhos.

⁃ Por que as lágrimas? De alegria? - perguntou Ricardo, com seu sorriso diabólico, enquanto tirava a toalha do cabelo de Karine. - Ora, vamos, eu sei que você gosta.

Karine não disse uma palavra. Apenas esperou aquilo acabar. Apenas esperou ele parar com aquilo, enquanto ficava quieta deixando as lágrimas escorrerem de seus olhos. Não podia manda-lo parar, pois se mandasse, seria estupro com agressão. Ela sabia disso, já tentou. E se gritasse, ah, ela teria uma mão enfiada goela abaixo.

É, eu realmente não conhecia meus amigos. A diferença é que eu os entendo. Agora, me ponho no lugar deles. Natália é apenas uma menina altamente problemática e com uma atração fatal por Gabriel. Karine, apenas uma menina de 16 anos com medo das consequências de contar seu segredo. É, eu as entendo. O pior de tudo é o fato de eu conseguir entender. Pois, vou dizer, se eu estivesse vivo, eu não teria apontado a arma para minha cabeça, e sim para o pênis daquele filho da puta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem seus segredos nos comentários ou sejam consumidos por eles! Próximo capítulo em no máximo uma semana!



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