Pokémon - Through a New Look escrita por Allen Isolet, Consigliere


Capítulo 1
Nova aventura x Primeira aventura


Notas iniciais do capítulo

Olá, Pokémon Trainer (ou não)! Sou um aspirante a Professor Pokémon e os guiarei em minha história = D

Venho com uma proposta não muito diferente da maioria das Fanfics de Pokémon, mas prometo que não será um total clichê de jornada capturando Pokémon e batalhando por Badges... não, tem muito mais além disso nesse universo, basta olhar com atenção.

Enfim...
Sejam bem-vindos ao meu ponto de vista sobre Pokémon e boa leitura!



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Partirão em mais uma jornada, treinador e seu companheiro de bolso. O Pokémon está curioso sobre a nova região a ser explorada, e observa com atenção o jovem ansioso que a semana toda prepara suas coisas para viagem. Mesmo disfarçando tanto anseio, seu amigo percebe o que se passa.

O Pokémon espera pelo humano na frente de casa até que esse aparece. Tinha dito que sairiam para compras de última hora naquele dia por conta de um imprevisto.

O garoto está distraído lendo algo numa folha de papel. — A frente da casa dá para uma rua quieta. O lugar possui árvores muito altas que produzem uma atmosfera refrescante com suas sombras, e Pokémon pássaros e insetos que deixam a cidade mais vivaz. — Ele cessa de frente para seu Pokémon e só o encara quando termina a leitura. Se chama Aren, e é um garoto de altura média e franzino, tem os cabelos curtos e brancos um pouco desarrumados, os olhos são castanhos escuros e a pele num tom pardo bem claro. Está usando uma camisa amarela de mangas curtas e com a gola e base de cor verde-água “zipada” de uma a outra, calça e botas curtas totalmente pretas.

— Ori... teremos companhia nessa nova aventura... — Mostra uma fotografia que veio junto da carta, e lá o rosto de uma garota de pele muito clara, grandes e expressivos olhos verdes e cabelos negros bem lisos. — Um tio meu está vindo pra cá com ela e pede para que eu a leve na jornada comigo... ela tem 16 anos e se chama... — Ele volta para a carta procurando pelo nome dela. — Marjorie... que nome diferente.

O Pokémon é um Lucario — Pokémon Aura. É um canino bípede de pelos predominantemente azuis e pretos. Ele possui um tipo de espeto ósseo curto na parte de trás de cada uma das mãos, em adição a um terceiro no peito, o focinho e orelhas são longos, possui os pelos de cor amarelo em seu torso, e azul escuro em seus braços e coxas que se assemelham a calções, a cauda de comprimento médio é da mesma cor azul e possui quatro apêndices, que lembram vagamente dreads, pretos em sua cabeça que se elevam quando lê ou manipula a aura.

Foi com custo que evoluiu do Riolu para Lucario. Não que fosse infeliz, mas simplesmente obstinado em mostrar-se forte como o pequeno lutador que era, antes de crescer e nunca mais ter a chance.

— Hm... e vai mesmo fazer isso? Achei que preferisse andar só... digo, só de companhia humana para evitar atrasos. — O Pokémon responde transmitindo seus pensamentos, interessado na resposta. Não lhe parece uma má ideia ter alguém acompanhando.

— Bom, é... mas farei uma exceção por estar muito curioso — pausa pensativo. — Ela é adotada, então é uma prima minha, certo?

Depois de expressar sua ideia sobre ter primos por aí, senta com Ori no banco da frente de sua casa. — Fica abaixo da janela e é feito do tronco de uma árvore que foi derrubada anos atrás por um forte vento de tempestade. — Observam por um tempo a fotografia para se familiarizarem com a novidade. Esperam pela mãe que os proibiu de sair até ter notícias da garota.

Por algum motivo Ori sabe que essa jornada não será como a primeira. Sente algo especial vindo da aura da garota deixada pelo envelope e foto.

. . .

Moram em Nuvema Town, Unova — é a mais distante das outras regiões. Kanto, Johto, Hoenn, Sinnoh, Kalos e além —, onde iniciaram juntos a primeira jornada Pokémon de suas vidas. Mesmo tendo virado parceiros assim que o garoto completou 10 anos de idade, a viagem só foi possível depois três anos! A própria mãe não confiava suficiente na capacidade de seu único filho e o treinou para ser independente.

O pacote de treino da mãe incluía: aprender os nomes de todas as barries medicinais e seus usos; identificar as frutas, barries e fungos comestíveis; se virar para encontrar lugares propícios para acampar e como construir o acampamento; prática de alguns exercícios físicos, principalmente corrida caso precisasse correr de algum predador; batalhar, sabendo analisar a situação para cada comando e, o mais difícil, identificar os Pokémon por suas vozes, silhuetas, pegadas, rastros, parte do corpo e etc. A maioria das aulas foi feita sobre pressão para que entendesse que esse tipo de jornada não é um mar de rosas.

E com esses quase três anos extras de estudo, Aren tem em parte o jeito de agir e pensar de sua mãe, mas ainda sem deixar de ser ele mesmo.

{...}

— Aren, seu tio ligou.

A mãe surge pela janela entre os dois rapazes. Ela se debruça no batente da mesma, cruzando os braços para se apoiar. Diferente do Aren que tem cabelos sem cor e olhos escuros, ela tem os seus castanhos, presos num rabo-de-cavalo, e os olhos mais claros. Seu nome é Elinor.

— Ele já veio com a garota para Unova, mas não a trará direto para cá... ele disse: “ela mesma quer continuar só para não ser tão dependente. Começando por andar sozinha numa cidade desconhecida com apenas um Pokémon de companhia” ou algo assim... parece que esta será a primeira vez que sai em jornada. — Começa um devaneio achando irresponsável a garota ser largada no mundo sem nenhuma experiência. Aposto que ele só não vem junto por saber que vai ouvir poucas e boas e de mim, pensa ela.

— Err... mãe? — Aren a interrompe para acorda-la. — Sinto que você não me deu o recado completo...

— Sim? Ah, é... ele ligou da cidade vizinha e é de lá que ela está vindo sozinha. Quero que vá busca-la!

A mulher de face energética e rosto jovial dá a ordem e volta para dentro da casa. Ela está com o seu avental florido favorito sobre um vestido amarelo que vai até os joelhos e sandálias cor de creme, e olhando melhor tem um pouco de farinha e achocolatado em seu avental. Com certeza prepara uma recepção de boas-vindas à misteriosa garota que seu cunhado leviano deixou andar sozinha por uma rota cheia de Pokémon selvagens que podem ataca-la.

Depois que ela entra cantarolando os dois se levantam prontos para sair em busca de Marjorie.

— Pode encontrá-la seguindo algum tipo de aura deixada na carta?

O garoto vira-se para Ori e recebe um sorriso de seu Pokémon, confirmando a pergunta. Só daí os dois se apressam correndo rota afora.

{...}

A rota 19 é bem espaçosa e coberta em maior parte por grama, exceto pela passagem de terra batida de tantos que sempre passam por ali. Tem muitas árvores e arbustos de onde pode a qualquer momento surgir um Pokémon selvagem e tentar atacar qualquer desavisado que por ali andasse. Meio escondido atrás das árvores tem um rio que vem de uma pequena cachoeira mais a frente, e em sua margem do outro lado um paredão de rochas bem íngremes levando a um topo meio inexplorado.

— Ahem... acho que estamos perdidos, Ralts... na minha frente só vejo verde e mais verde! Onde estão as pessoas?! — Se desespera segurando sua cabeça com ambas as mãos.

É a garota da fotografia. Ela está com uma blusa simples cor-de-rosa, saia jeans azul escuro que é um pouco mais clara na parte das cochas, meias brancas até os joelhos, sapatilhas pretas e uma bolsa estilo fichário na cor azul claro cuja alça atravessa seu corpo. Ela parece ter 10 e não 16 anos de tão pequena que é, e seu cabelo é tão longo que bate nos joelhos.

O Kirlia da garota, ainda chamado de Ralts por nessa forma ter sido encontrado, se aborrece com a garota estar irritada com a cor verde. Ele cruza os braços descontente e vira a cara. — Kirlia, Pokémon emoção. Ele é bípede e tem maior parte do corpo branco, parece muito uma garotinha de tutu, tem o “cabelo” verde partido como maria-chiquinha que chega até seus ombros e dois chifres vermelhos posicionados como grampos de cabelo. Tem pernas verdes bem finas com pés pontudos e está sempre nas pontas deles, seus braços são brancos e divididos em sua extensão, em dois dedos.

— Hm?... ah, fol mal, Ralts... eu não falava da sua cor. O seu verde é lindo! — Acaricia o “cabelo” do Pokémon. — ... o que foi isso?!

Ela se alerta com o barulho de grama mexendo às suas costas e olha para trás um pouco aflita.

— Corre, Ralts! Deve ser algum Pokémon maluco querendo nos atacar!

Ela puxa seu parceiro consigo para trás de uma árvore e some de vista. Com o som mais próximo percebe-se que são passos de pelo menos duas pessoas. Uma delas é um garoto que conversa com sua companhia, que seja quem for, não lhe respondia... ao menos não com palavras, porque o garoto prosseguia falando normalmente.

— Não vejo ninguém... tem certeza que sente a aura dela nesse lugar? Deveríamos dar de cara com ela pelo o que disse agora a pouco.

Aren provoca, sabe que nesse quesito Ori nunca falha. Podia andar até mesmo de olhos fechados e encontrar qualquer um ou qualquer coisa não importando onde estivesse escondido, mas assim mesmo Aren não disfarça estar um pouco confuso com a situação.

— Ela se esconde... nós a assustamos. — Pensa alto respondendo ao garoto. Ele não sentira nada ali que poderia ameaça-la ou tê-la assustado, além dos próprios passos quebrando alguns galhos secos pelo caminho.

— Oláá! — Aren grita com suas mãos uma de cada lado do rosto. — Marjorie, viemos te buscaar! Apareça!

— Precisa mesmo disso?... Eu sei onde ela está!­— O Lucario espalma uma das mãos em seu rosto.

— É? Por que não disse antes?

A expressão de Aren era bem boba e Ori não lhe responde mais.

Detrás de uma árvore no canto à direita deles, a garota ouve atentamente a conversa dos dois. Agora com o segundo sujeito identificado, é um Pokémon que pode se comunicar por telepatia. Ela suspira aliviada em confirmar que o garoto é o confiável sobrinho de Karl, o monge de Sinnoh que a adotou e cuidou dela até ter que dar-lhe independência e escolha de seguir numa jornada Pokémon para conhecer o mundo.

Ela não poderia passar o resto de sua vida reclusa ali. Cedo ou tarde teria que se descobrir, seja como treinadora, criadora ou performer Pokémon. Não que só exista isso, mas entre os jovens, essas são as mais populares e cobiçadas “profissões”.

— Oi... err...— Marjorie finalmente sai de seu esconderijo com Ralts ao seu lado e caminha para perto dos dois. Nisso chama atenção deles que tinham se distraído e recebe um “oi” de cada. — Como devem esperar, sou Marjorie, prazer! E esse aqui é Ralts.

Ela está ansiosa, mas os cumprimenta calmamente. A fada psíquica reverencia e aguarda falarem algo. A garota observa Aren, analisando-o dos pés à cabeça. Pelas recomendações de Karl ela esperava alguém mais velho com cara de experiente.

— Ué... é com você que sairei numa jornada Pokémon? Uma criança?

— Sim e não, não sou criança. Você que deve ser uma, é menor do que eu! E como assim “Ralts”? Ele é um Kirlia... — Aren olha novamente para o pequeno Pokémon para confirmar. É um Kirlia.

Ralts faz vez ou outra uma dancinha, está meio disperso da conversa.

— Eeeii, quando o conheci ele era bem pequeno e disse que se chamava assim! — Ela cruza os braços e fecha a cara, emburrada. — Não sei sua idade, mas com certeza eu sou a mais velha... — continua.

Aren suspira desistindo de prosseguir com aquilo. Obviamente ela o encontrara como Ralts e continuou a chama-lo assim mesmo depois que evoluiu.

— Tá bom, tá bom, que seja... eu sou Aren e esse aqui Ori. — O Pokémon acena com a cabeça para a garota. — Planejávamos partir amanhã para Kalos, mas agora com você, talvez tenhamos que adiar mais dias para que possa se organizar e...

Ela o corta apressada em protestar.

— Não, não! Não adie sua viajem por minha causa! Nem precisa me levar se for um problema... isso foi ideia do seu tio para não me deixar sozinha, não precisa seguir...

Cabisbaixa depois do que disse, puxa uma mecha de seu cabelo e fica enrolando no dedo, formando um cachinho que logo se desmancha. Não quer ser um fardo principalmente para quem mal conhece. Mas Aren contorna sorrindo, não sente incômodo naquilo.

— Não, que nada, será legal viajar com alguém... hm... humano. Agora vamos logo, minha mãe já deve estar preocupada nos esperando. Lá a gente conversa e vê o que faz.

Aren e Ori tomam a frente com Marjorie e Ralts logo atrás.

Em Nuvema são recebidos pela Elinor que os esperava na frente de casa. Um pouco antes de vê-los estava sentada no banco, citado mais cedo, lendo um pequeno livro. Ela os manda para a sala de visitas onde já está o bolo de chocolate com cobertura do mesmo, uma jarra de limonada e um prato com algumas barries para os Pokémon.

Entrando na casa eles mostram um pouco dela para Marjorie enquanto se encaminham para a sala. Ela é pequena e bem iluminada por ter as paredes brancas. Próximo da janela que dá para a rua tem uma solitária poltrona marrom e uma estante com livros, do seu oposto está um sofá verde de três lugares e uma mesinha de centro sobre um tapete florido. O quarteto adentra o recinto indo direto para a mesa com o lanche.

{...}

No sofá junto de seus Pokémon, Aren e Marjorie ainda conversam sobre a futura jornada, Elinor também está presente, mas na poltrona solitária onde voltara a ler seu livro. Os dois aventureiros mantêm a ideia de partir no dia seguinte para Kalos.

Marjorie está tão empolgada quanto os dois que acabou de conhecer ou até mais, com o início de sua aventura. Seu rosto corado e expressão de ansiedade deixam isso claro.

— Eu mal posso esperar para o amanhã chegar logo! — ela diz.

— Eu prefiro que demore um pouquinho, sair no improviso me deixa inquieto... — comenta Aren, preocupado.

— Não esquenta, vai dar tudo certo. — Marjorie dá umas batidinhas nas costas de seu colega nervoso.

 Quase dez horas e Elinor já tinha ido dormir. Os dois jovens ainda têm energia e Ori não mostra nenhum sinal de cansaço, apenas Ralts parece sonolento, mas recusando deixar a turma.

Passado algum tempo quieta apenas ouvindo, Marjorie sai de seu lugar no sofá para falar de frente com Aren, que se mantem sentado entre os dois monstros. Todos a olham curiosos, mas não dizem nada. Ela pede silêncio enquanto reúne um pouco de coragem antes de desabafar sobre o primeiro dia de sua primeira aventura tão longe do lugar que tem como lar.

Ainda observada pelos três, começa a falar. Falando diretamente com Aren primeiro.

— Sei que mal nos conhecemos, mas estou muito feliz em poder viajar com você! E apesar de ter sido tudo muito súbito...

Ela faz uma breve pausa. Voltando a falar, gesticula um pouco mais.

— Poxa, fui deixada sob a responsabilidade de um garoto mais novo que eu um dia antes dele partir em sua própria aventura por uma região inteirinha, e mesmo com o pedido imposto sem saber o que pensava a respeito, fui aceita de bom grado... sei que não parece grande coisa, tipo: “Ah, é só uma jornada qualquer.” Mas pra mim é importante, sabe... obrigada de verdade! Aos dois... — Ela olha para Ori que sorri, e voltando para Aren na sequência. — E sua mãe que mesmo interagindo pouco, para não atrapalhar em sua organização talvez... foi muito gentil e calorosa comigo como uma mãe que nunca tive...

No fim de seu discurso, sorri. Ela é quase tão sensível à emoções e auras alheias quanto aqueles dois Pokémon presentes, um sexto sentido bem apurado, por assim dizer. E por isso sente-se muito bem ali. Com gente que conhece a menos de um dia, mas que já fazem parte de seu mundinho.

Menos de um minuto de silêncio foi o suficiente para Aren e Ori absorverem todas as palavras de Marjorie. Ainda sentado, Aren responde.

— Entendo o que quer dizer... bom... eu sou “de boa” quanto ao pedido surpresa de meu tio. Como posso dizer... eu serei como o seu tutor sobre Pokémon! Ficarei contente em te ajudar a aprender sobre eles e o que vai escolher para si.

Eu já tinha o interesse em ter mais algum humano com a gente, então de minha parte, está mais do que aceita conosco! — Ori deixa escapar um latido no final.

A garota e o pequeno Pokémon fada coram de satisfação. Nunca tiveram muitos amigos e muito menos participavam de excursões em meio desconhecido. Ambos prometem fazer o possível para ajudar na jornada, se empenhando para acompanha-los e obedecer o que for mandado.

Tudo arrumado para o dia seguinte. Na hora dormir resolvem acampar na sala com travesseiros e lençóis, para continuarem conversando e se conhecerem melhor, o máximo possível antes da viagem.


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Notas finais do capítulo

Que achou da leitura? Bem simples, creio eu, mas vai melhorar! /o/

Teve algo que não entendeu ou tem alguma sugestão? Sinta-se livre em comentar nem que seja só um "gostei, vou acompanhar!". (rs)

Seja como for, espero que apareça no próximo capítulo ~ X3

P.S.: O desenho do capítulo foi feito por mim, mas não tenho o costume de assinar. Provavelmente seguirei fazendo desenhos para os outros também. Quem sabe?

P.S.²: As descrições sobre os Pokémon adapto do site Bulbapédia, um dos melhores sobre o assunto.