A garota do trem. escrita por Bee


Capítulo 2
Capítulo 2 - O garoto no trem.


Notas iniciais do capítulo

Então, eu fiquei tão feliz com os dois comentários que eu tive, obrigada pessoal que comentou. Quem tá acompanhando e não comenta, por favor, ainda tem tempo de fazer um autor feliz. E eu sei que tem gente acompanhando que não comentou no primeiro capítulo. Perderam pontos no coração da Bee e em relação aos Malfoy perderam pontos também. :( Parei de chantagem. Então eu escrevi esse capítulo na aula, eu achei legal, meio idiota, mas legal. E semana que vem tem o último capítulo, que provavelmente será bem curto.

Sem mais a dizer apenas: Leiam



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Draco devorou aquele livro. Nunca sentiu tanta vontade de acabar um livro em sua vida. Ele queria procura-la. Ele queria correr e dizer a ela: “Esse foi o melhor livro que já li na vida!” ou então “Acho que existem livros melhores”. Ele só queria correr até ela, naquele mesmo trem, e poder olhar aqueles olhos verdes como a grama, poder ver aquele sorriso sapeca quando ela dissesse que ele era mesmo obstinado.

O loiro esperava por encontrar Astória novamente, esperava que ela ficasse surpresa, que ela tivesse esperado ele voltar. E esperava poder contar a ela como aquele livro a atraiu. Ele realmente gostou da história. Talvez porque tratava de a relação puro sangue – trouxa de uma maneira muito peculiar. Já que tratava de um bruxo puro sangue que ao se envolver romanticamente com uma trouxa aldeã, foi obrigado a escolher entre o amor e a família. Escolheu a família. Eles sempre escolhiam a família. Draco havia escolhido a família. Astória teria escolhido o amor? Draco suspirou afirmando a si mesmo que sim, ela teria.

Ele continuou a leitura, a aldeã acabou por ficar gravida do bruxo. E a família não acredita em deixar uma criança possivelmente bruxa sendo morta. E após apagarem a memória da mulher, fazendo-a crer que havia engravidado de um príncipe da região, e esperaram ansiosamente pelo nascimento da criança. Para nesse momento a roubarem, e então mataram a pobre mulher. O pai daquela criança teve de assistir ao assassinato da mulher que havia amado, aquela que era mulher de seu filho. E ainda a criança foi trancafiada em uma das masmorras da mansão daquela família. Como se a simples ideia de uma criança que não era puro sangue, manchando o nome da família, convivendo no mesmo lugar que eles fosse a pior coisa que pudesse haver.

A negligencia da família em relação a criança, era uma coisa comum na sociedade purista da história bruxa. Draco ficou intrigado em saber se na sua família havia acontecido algo dessa forma. Mas nunca perguntaria, nunca questionaria a pureza de seu sangue. Talvez porque assim aprendeu de seus pais, e seus pais de pais deles, e assim por diante. Talvez porque acreditou durante toda a vida que sua família era completamente puro sangue, e não gostaria de perder a única coisa em que acreditou por toda a vida.

Ele leu a última frase do livro. E sorriu impressionado. (Aquele era o maior livro que ele já havia lido até o final), já a qualidade ele não estava tão certo. Era uma história legal, mas ele achou muito meloso, era um homem frouxo que vivia a chorar por uma trouxa que sua família matara e sua tristeza ao ter seu filho lá e nunca vê-lo.

Draco havia adorado o livro. Mas não assumiria por se tratar de um romance que mataria a história da pureza de várias famílias, pois era uma coisa que muitas das famílias que ele conhecia e que faziam parte do circulo de amigos de seus pais. Ele odiava aquele circulo de amigos, odiava ter que frequentar, conversar e sorrir para eles toda vez que seus pais davam uma festa. Mas os Greengrass faziam parte desse circulo. Mas eles quase nunca apareciam.

“Por isso ele teria que procurar Astória”. Draco pensou decidido enquanto vestia sua melhor roupa casual. Não queria dar na cara que ele foi justamente de encontro a ela. Ele tinha um orgulho a manter.

Ele entrou naquele mesmo trem, o cabelo bem penteado como costumava ser na época da escola. Fez a barba bem feita, e passou sua melhor poção pós barba, uma com um cheiro amadeirado. Passou um perfume não muito forte, mas marcante. Queria mostrar a ela para que veio.

Comprou a passagem no mesmo horário e para o mesmo trem que ele tinha pego algumas semanas antes. E ficou sentado bem no final do trem, havia sido o primeiro a subir. Segurava fortemente o livro de capa vermelho sangue e dourado ouro. Iria entrega-lo. E queria discutir com ela aquele livro. Lá estava e lá esperou. Talvez ela não fosse para a aula justamente naquele dia. Talvez ela tivesse ficado doente. Talvez ela tenha mudado suas formas de viajar aquela longa distancia. Talvez tivesse sido um erro Draco ter ido até lá. Talvez ela não quisesse vê-lo.

Ele estava enlouquecendo, e Draco cogitou pular fora daquele trem antes que ele saísse. E então ele a viu. Tão linda e tão suave como uma pena que flutua sobre o ar doce da primavera. Ela parecia uma fada, um floco de neve, uma brisa suave do verão. Mas seus olhos eram tão profundos que pareciam uma floresta obscura.

Astória então sorriu para ele, e se dirigiu até onde ele estava sentado. Aquele andar leve como o de uma fada trazia uma delicadeza enorme para aquela bela pessoa. Draco adorou o fato de ela ser tão delicada, bonita e inteligente.

– Você demorou para aparecer. – Astória disse com a cara fechada, como se ralhasse com ele. Estou quase me aposentando e você levou todo esse tempo para ler um livrinho tão pequeno.

– Pequeno? – ele gritou – Tem 500 paginas.

– Eu tenho que ler três desse por semana. – Astória disse com desdém. Mas ele adorou a atitude dela. Ela não parecia a mesma, parecia mais alegre, mais grossa e doce ao mesmo tempo, era como se ela fosse uma bela contradição.

Draco sorriu quando ela perguntou animada logo em seguida: - E ai, o que achou da história?

– Ah, é boa até. – ele omitiu a parte de que ele gostou, talvez por orgulho. – Mas achei muito melosa, ele fica lamentando, e chorando, mas é um idiota e fraco, se ele amasse a mulher mesmo que ela fosse trouxa ele deveria ter lutado contra a família, e não precisaria ficar chorando pelo filho que ele não pode ver. – Ele é muito babaca.

– Você não entendeu o verdadeiro teor da história se você achou que ela realmente trata somente disso. – A sobrancelha de Astória se ergueu e um sorriso cínico surgiu em sua face doce. – Você não percebeu toda a construção de um personagem fraco para representar a constituição da teoria purista? Humbert não é nada além da personificação do medo relacionado ao patriarcalismo puritano das famílias bruxas.

– Patriarcalismo puritano? Você disse isso mesmo? – Draco estava adorando a conversa, como ela poderia usar aquelas palavras.

– A mãe de Humbert domina a vida dele, ele não tem vida própria, ele é trouxa pois faz tudo que a mãe quer com o rabo entre as pernas. Ele fede mais que um hipogrifo. – Draco disse, não irritado, não sorrindo, ele estava apenas com a face concentrada.

– Qual é seu problema com hipogrifos? – ela riu o desconcertando.

– Um quase tentou me matar, sabia? – ele choramingou assim como fez aos treze anos.

– Que melodramático, Draquinho. Parece um pouco com Humbert, sabia? – Draco odiou o fato dela ter o comparado a aquele perdedor, mas adorou a cabeça dela roçando no ombro dele, e uma das mãos finas e pequenas apertando o braço dele com carinho.

Talvez ela tenha notado. E por isso tirou a mão dali e desencostou a cabeça do ombro dele. Talvez foi por isso que ela corou. Talvez as pontas das orelhas de Draco ou talvez seu pescoço denunciassem que ele também havia corado. Draco nunca corava, não em relações desse tipo. Talvez a relação entre os dois fosse diferente de qualquer outra que ele tivera. E talvez Draco tenha tido mais relações do que se pode contar.

A viagem tinha passado rápido demais para Draco. E talvez, também para a morena. Eles haviam desembarcado em Holyhead, e ele não sabia se deveria seguir com sua... Astória? Ele realmente pensou em Astória como sua? Enfim, ele não sabia se deveria ir com ela até a universidade, ou deveria voltar agora mesmo.

Talvez ele tivesse trabalho esperando por ele. Talvez ela nem quisesse a companhia dele. Talvez ela nem quisesse que ele tivesse aparecido ali hoje. Talvez...

– Então, vai até o Ministério de volta? – Astória perguntou. E que voz doce de fada a voz dela soou ali naquele lugar pouco atraente. Sua voz era muito mais delicada quando não precisavam elevar a voz para superar o barulho do trem.

– Er... Sim. – Draco sorriu. E mentiu. Não queria ter mentido. Mas o que falaria? Falaria que teria que voltar para Londres? Falaria que queria acompanhar ela até a universidade? Mentir seria mais fácil.

Ela deu uma pequena exclamação. Talvez fosse apenas um surto de Draco, mas ele jurava ter ouvido um quê de felicidade ali. Vocês também ouviram, certo leitores?

– Então vamos? – Tori, como ela pediu que ele a chamasse o convidou.

Talvez ele estivesse entendendo errado. Talvez ela não quisesse a companhia dele. Talvez ela tenha entendido errado. Talvez Draco Malfoy veio apenas falar sua opinião sobre o livro. E talvez ele nem goste dela.

– Então Tori – ele sorriu ao vê-la sorrir – Você tem quantos anos ainda de faculdade?

– Esse é o último ano. – ela sorriu, e levantou os braços em agradecimento aos céus. Talvez a Merlin.

– E o que pretende fazer depois disso? – Aquele interrogatório pareceu desnecessário, como aquele que sua família distante costuma fazer.

– Talvez eu trabalhe no Ministério, no Setor de Literatura Mestiça, é bem recente. – ela sorriu. Ele nunca ouvira falar naquele setor, mas também, não era algo que lhe interessava. Não até aquele momento.

– E o que sua família acha disso? – aquela pergunta rondou a cabeça do loiro desde que ela contara sobre sua escolha interessante de curso.

– Eles não tem que achar nada. A vida é minha. – Astória sorriu. – E você Drac, por que escolheu o Setor de Transportes Bruxos?

– Essa é uma boa pergunta. E eu não gosto que me chamem de Drac. – Draco não sorria, talvez ele até tenha gostado daquele apelido ridículo saindo daquela boca delicada. (1653)

– Talvez eu também não goste de Tori. – ela sorriu, um sorriso triste, porém confortável – Mas eu te deixei me chamar assim.

– Tudo bem, Tori. – Draco sorriu e, em um instinto que não lhe cabia, a abraçou. Talvez um abraço de lado, desconfortável. – Eu te deixo me chamar de Drac. Mas você é a única que pode.

– Obrigada, Drac. – Astória sorriu, seu rosto ficava ainda mais bonito enquanto sorria.

Talvez ela quisesse ser a única. Talvez ela quisesse, de agora em diante, ser a única para Draco Malfoy. Talvez ela só não soubesse como admitir.

E a grande universidade se aproximava de maneira sufocante. A separação dos dois era eminente. O desejo de permanecerem ali juntos, forte demais para ser contido. – Então é isso. – Astória sussurrou.

– Então é isso. – Draco resumiu.

E cada um seguiu o seu rumo. Ela seguiu para a sua aula, aquela sobre trouxas e bruxos vivendo harmoniosamente. Ele seguiu somente até a esquina seguinte, e quando se certificou de que não poderia ser visto, aparatou. Mas não pela ultima vez naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que uso muito talvez nessa história, mas acho que vai dar um tcham final no último capítulo, acreditem na tia Bee. Quem não comentou e quiser fazer alguém feliz, por favor, nem que seja um: "Legal" ou "Que grande pedaço de hipogrifo". Qualquer coisa, mas se manifestem, nem sei se a maioria tá gostando.

E Lu, dispense esse cara que tá ai na tua casa e leia, ok? Porque você é minha, e essa história é sua. hahaha E parabéns minha Mione, por ter conseguido a vaga no conservatório. Você é meu orgulho, neném.



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