Rio:encantos e desencantos escrita por Rockie


Capítulo 1
Paixão pela cidade maravilhosa


Notas iniciais do capítulo

-História original
—Personagens originais
—Fic feita para concurso do nyah
Espero que gostem!!!



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Você, fugiria com um namorado que conheceu à 3 meses para a capital carioca, sabendo que ele não passa de um marginal? Vanessa, Paulista de 18 anos, sim. Seus pais, Priscila e Gustavo nunca foram com a cara de Washington, namorado de Vanessa. Sabe aquele sentimento que só os pais sentem que sabem tudo o que é bom ou ruim para seu filho? Também não sei, mas é esse o motivo de toda a confusão que irá acontecer.
Ainda na casa de seus pais, Vanessa, ainda com 17, leva seu namorado até a casa dos pais, para apresentar o novo membro da família:
–Pai, mãe, quero apresentar a vocês, a razão da minha vida, Washington. - disse Vanessa com um sorriso que rasgava os lábios.
–Onde se conheceram? Quando começaram a namorar? A quanto tempo se conhecem? Onde ele mora? O que ele faz da vida? O que ele quer com você? Como e quem são os pais deles?... - o pai e a mãe da garota intercalavam ao fazer as perguntas.
–Parem de fazer essas perguntas idiotas! Para que isso tudo se já sabem que eu o amo?!
–Você não o ama, você sente paixão! - exclamou mãe.
–Responda logo rapaz! - gritou o pai irritado com Washington.
–QUEM VOCÊ ACHA QUE É PARA GRITAR COMIGO VOVÔ?! - Vanessa corou de vergonha e o pai corou de raiva.
–Eu sou a autoridade dentro de minha casa e a minha ordem é que você saia daqui. - o rapaz quebrou o vaso artesanal, que era uma relíquia da família e foi embora.
–O que você fez?! - Vanessa saiu de casa batendo o pé e foi correndo atrás de seu amado.
–Me desculpe! Eu não esperava que acontecesse isso! - Washington preferiu não responder. Os dois ficaram em silêncio, olhando para o outro sem saber o que falar.
–Quando você faz 18?
–Daqui a 3 semanas.
–Em 3 semanas, você vai para o Rio de Janeiro comigo. Iremos morar juntos.
–Mas como? Nem trabalhar você trabalha! E eu nem fiz faculdade ainda!
–Você vai comigo e ponto final. - cada um foi para sua casa e aguardou cada dia se passar como uma eternidade.
*3 semanas depois*
Às 2:00 da manhã, Washington apareceu de carro, em frente à casa de Vanessa. Os dois não falaram nada durante as 3 horas e 5 minutos de viagem (sim, eles pegaram engarrafamento, foi interessante ver os corpos sangrando pela estrada). Os dois ficaram hospedados na casa do amigo do rapaz, Caíque, que morava num prédio, bem próximo a comunidade, tão próximo que se podia ouvir os tiros de lá. Para uma classe média alta, filha de um empresário, aquilo era filme de terror ao vivo. Washington fez um gesto com a cabeça, como se quisesse que Vanessa seguisse ele, então viu que iam em direção à comunidade, o lugar onde ela mais temia, mas enfrentou seu medo e o seguiu. Os dois acabaram num lugar onde a vista do pão-de-açúcar era perfeita. Assim como se podia ver o Cristo Redentor. Apesar de estar num lugar tão violento, a paisagem era maravilhosa. Não era à toa que o Rio de Janeiro se chamava cidade maravilhosa. Logo, apareceu um policial, que veio dar bronca nos pombinhos:
–Essa área é proibida, vou ter que pedir que se retirem.
–Eu não vou me retirar merda nenhuma! - gritou Washington.
–Você me deve respeito! - surpreendendo todos, o rapaz tirou uma arma da calça e atirou no homem.
–NÃOOOOOOO! - gritou Vanessa já chorando - O que você fez?
O rapaz saiu correndo e logo apareceram mais policiais, que acabaram achando que a assassina ali era Vanessa.
Resumindo: a coitada foi presa e ficou se lamentando por um tempo, pelo fato de não ter ouvido seus pais de que Washington não prestava. As algemas eram bem desconfortáveis para quem era acostumada a ser mimada por todos a sua volta. Ao chegar na sela, ficou apavorada com o fato de que iria usar o vaso sanitário na frente de todos, essa foi sua maior preocupação. Iria dormir junto à Dandara, que fora presa por assassinar seu ex (que mulher não quer assassinar o ex!). As duas não se davam mal à ponto de se espancarem , mas preferiram não se aproximar. Outra complicação para Vanessa foi sua unha quebrada, além de passar um bom tempo sem pintar, elas estavam quebrando pela falta de cuidado, enquanto os reais problemas de Vanessa, ela não enchergava.
O pão lá era duro e a água tinha gosto de ferrugem. Aquilo era literalmente um lixo, mas acho que essa era a intenção, afinal, cadeia é um castigo. O único momento que a fazia sorrir era olhar pela janela a paisagem do Rio de Janeiro.
Certo dia, os guardas (as guardas, na verdade, já que eram todas mulheres) disseram que ela tinha visita, então foi correndo ao encontro das únicas pessoas que podiam estar ali:
–Mamaaaaaae! Papaaaaaaaaai! - gritou Vanessa como uma garota de 7 anos.
–Vanessaaaaaaaaaaaaaaa!!! -gritaram os pais em coro. Os três se abraçaram e esclareceram tudo; Washington não foi preso, mas Vanessa estava livre agora.
–Filha, iremos voltar a mimar você como antes, então, qual é seu primeiro desejo?
–Se mudar para a cidade do Rio.
– Depois de ser forçada a vir para cá, ser culpada de algo que não fez e de ficar presa, você quer morar aqui?
–Sim.
–Mas o que você vê de especial aqui?
–Pai, esse é o lugar encantado mais desencantado que eu já vi. - Uau, então, tudo bem.
Após se mudar para o Rio, Vanessa e a família foram se adaptando e as coisas boas voltaram à acontecer. Em breve, ela seria advogada, para defender todos que foram presos injustamente, assim como ela foi. Vanessa não foi a heroína da história, mas foi um grande exemplo. E a cidade maravilhosa? Continuou à encantando com seus desencantos dia à dia. Se um dia, alguém conseguir achar as palavras certas para descrever essa cidade, eu tirava meu chapéu. O sotaque paulista não foi aceito na capital carioca (Vanessa e sua família sabem como é isso), mas nada se compara a vista da sacada do prédio. Defeito, toda cidade tem, mas a nossa cidade, é a cidade do Rio de Janeiro.


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Notas finais do capítulo

Lição de moral: não seja "cabeça dura". Ouça os conselhos das pessoas que você ama para que tudo ocorra bem.



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