Os Fatídicos de Alice Müller... escrita por Milly Kelly


Capítulo 1
Feridas Abertas


Notas iniciais do capítulo

Esta é minha primeira fica espero que gostem e desculpa caso tenha erros ortográficos e gramaticais



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Ao longo da vida sofri grandes dores e decepções, uma série de acontecimentos fizera- me transformar de uma garotinha, doce alegre e de bem com a vida para a mulher que me tornei.
Apesar de tudo o que já vivi, tentei sempre me manter forte, porém não foi fácil manter a cabeça erguida enfrentando os diversos tipos de problemas, hoje me pego pensando se vale a pena mesmo continuar vivendo este pesadelo incessante, talvez, fosse mais fácil parar por aqui, antes que seja tarde demais!


Tudo começou em 27 de janeiro de 1998...
Era fim de tarde, estava no parque da cidade, no qual frequentava constantemente, mas diferente dos dias anteriores, aquele era um dia especial e muito esperado por mim, eu comemorava meu oitavo ano de vida ao meu lado segurando uma de minhas mãos com todo cuidado um homem gentil, que me amava com todo fervor, ele era maravilhoso, fazia-me sentir única e amada... Um grande homem... Um grande pai...
Andávamos na grama verde e fofa do parque descalços sentido a textura macia e levemente úmida nos pés
—Ta com você! - o empurrei suavimente com uma das mãos, começando ali uma de minhas brincadeiras favoritas, pega-pega!
—Vem cá sua danadinha! -meu pai gritava enquanto corria atrás de mim.
Atravessei rapidamente a rua pouco movimentada perto de casa, naquele momento um carro desgovernado passava pela pista, por sorte o veículo não me atingira... sorte mesma que não fizera o mesmo com o meu pai.
Parei naquele momento já do outro lado da rua, observando o homem que tanto amava tendo a vida roubada pelo motorista da Lamborghini preta, que no qual arrancara com o carro sem ao menos cogitar na idéia de uma "possível ajuda".
Em meio aquela cena, paralisada começaram a rolar lágrimas, aos poucos me aproximo em meio a multidão que já se instalava em volta da cena do crime, já parada, em pé, em frente ao braço direito do meu pai ouço vozes das pessoas em minha volta, vozes que se me recordo bem, que clamavam por ajuda aos seus diversos deuses em variáveis idiomas... deuses que não tiveram nenhum pingo de misericórdia quando tiraram meu pai de mim!
—Para trás, sou médico!- um rapaz diz se aproximando se ajoelha ao lado do homem banhado em sangue, começa a fazer massagens cardíacas no corpo estirado no asfalto, após várias tentativas de reanimá-lo, ele olha para o seu relógio de pulso e com uma tristeza nos olhos completa..-...cinco para seis...- tira seu sobretudo cor de terra e com ele cobre o rosto do meu amado pai, ali fora a última vez que vi o seu rosto.

Dois anos depois...

Após a morte de meu amado pai, minha mãe se tornou vitima da depressão, o que á fez se entregar a bebida, noites seguidas de desespero e solidão nos bares a noite fizeram-na conhecer Higor, um homem arrogante, mas que aparentemente à fez esquecer por do seu falecido marido... Ápos alguns meses Madeline já casara- se novamente com o seu novo "amor", nos mudamos para uma mansão, Higor era muito respeitado, era dono de uma multinacional na área dos alimentícios, a vida na casa de Higor era maravilhosa!... Maravilhosa até a página dois...
Minha mãe sofria agressões físicas da parte de seu atual marido, mas mantinha um amor cego e descontrolado por ele o que á fazia aceitar tudo...
Em uma noite chuvosa, minha mãe Madeline havia saído em uma viagem urgente,de assunto particular, na casa só havia mesmo, eu e Higor, naquela noite os empregados haviam sidos dispensados.
Chuvia muito e eu estava em meu quarto, derepete vejo a porta do mesmo se abrir, era Higor, estava aparentemente bêbado, ele adentrou em meus aposentos trancando a porta por dentro e ameaçando- me com uma pistola, ordenva que tirasse minha roupa, apavorada não tive reação alguma, e já nervoso Higor rasgou minhas vestes despindo-me, e ali abusou-me severamente, agredindo-me com palavras e o pior dos momentos em que passará ali, fôra quando a base de coronhadas na cabeça ordenava que o agradasse com cenas e gestos eróticos. Naquela noite fria e chuvosa descubrir da pior maneira o quanto perverso era o ser humano... E não seria aquela a última vez que aquele pesadelo aconteceria...
Após aquela noite tenebrosa, pedir minhas forças, por muitas vezes me encontrava debruçada em lágrimas sentindo-me a pior das criaturas, aparti daí comecei a desenvolver uma doença, mais conhecido por "toque", estava sempre inquieta, e a todo momento me sentia suja, estava sempre lavando as mãos -as vezes chegava a tomar mais de doze banhos por dia muitas das vezes um seguido do outro...- Vivia em constante solidão... Naquela época, eu acabara de completar dez anos, não sabia me expressar direito e nas minhas muitas tentativas de dizer os ocorridos com Higor, minha mãe nunca acreditava, sempre achava que era somente brincadeiras ou tentativas minhas de chamar sua atenção, ou apenas ela mesmo não queria acreditar...
Meses depois recebemos a visita de Grace minha tia madrinha, em uma das conversas que tive com ela tomei a coragem de revelar minhas temidas aflições naquela maldita casa, naquela maldita vida.
—Deus meu...- disse tia Grace apavorada após finalizar meu sombroso relato.- Não se preocupe Alice, você ficará bem querida...- disse me abraçando forte, aquela era a primeira vez depois da morte de meu pai que me senti acolhida, amada...
Tia Grace tomou uma atitude ao meu ver muito firme, denunciou Higor pelos abusos e mal tratos que sofri, mas tudo foi bem mais sério do que imaginava, minha mãe também foi indiciada por não ter me "protegido" dos mais de seis abusos que sofri durante onze meses que permaneci morando com ela e o domônio da minha vida.
Higor foi presso pelo seu crime, e minha mãe, após cair novamente no álcoolismo e sem condições nenhuma de me criar, entregou minha guarda para sua irmã caçula, minha querida tia madrinha Grace.
Já haviam se passado vários meses desde que saíra da casa de Higor, estava feliz, apesar de constantemente passar pela minha mente a culpa pelas tragédias de minha familia... - suspiro- Se eu tivesse começado aquela estúpida brincadeira, meu pai não estaria morto agora, minha mãe não teria se tornado uma álcoolotra e se arruinado em sua vida amorosa, eu não teria sofrido aqueles abusos que me marcariam por toda vida e agora não estaríamos separadas.... Tudo foi culpa minha, tudo!
Apesar de não sermos tão próximas como eu era com meu pai e apesar da distância nós sempre vivemos como mãe e filha, nos amavamos muito... Eu nunca a culpei por nada, pois sabia que ela estava doente, descontrolada, e que o começo de tudo que ocorrerá foi grande parte minha culpa, ela só queria ser amada de novo, e para ela o querer ser feliz foi maior do que todo o resto...
Era tarde de verão mais também aniversário de minha mãe, havia algum tempo que não nos falavámos pessoalmente, resolvi passar em uma floricultura, orquídeas brancas -eram as flores preferidas de Madeline- comprei um lindo buquê, segui para a casa onde minha mãe agora morava, divorsiada do marido (preso por estrupo e agressor de mulheres), o miserável á deixou com "uma mão na frente e outra atrás ", ela agora vivia apenas com um mísero sálario da pensão que meu pai deixara pra ela, dinheiro esse que mal servia para o alimento, sua salvação era um sobrado amadeirado bem confortável e agradável com um belo jardim deixado pelos meus avós maternos antes de falecerem...
*Ding...Dong...* apetei a campanhia já pela terceira vez consecultiva, sem nunhuma resposta, bato na porta com um leve "toc toc", a mesma se abre...
—Mãe, você está aí? - pergunto já entrando em um corredor, ao virar- me em direção a sala de estar me deparei com a cena.... Madeline estirada no chão com uma garrafa de whisky quase completamente vazia e várias embalagens de comprimidos abertas...
— Mãe!- Em meio á lágrimas deduso, o que seria confirmado horas depois, ali seria a última vez que veria aquele rosto sofrido e amargurado, e eu uma garotinha de apenas doze anos passava pôr mais uma dor na vida, agora órfã de mãe e pai sendo testemunha dos dois fatos mais tristes e dolorosos que a vida poderia nos oferecer, a dor da perda...

Continua...


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Notas finais do capítulo

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