Kimberley entrou no quarto e se trancou e eu mais que rapidamente comecei a encher seu saco. Sabia que ela precisava de espaço mas após esse tempo todo esperando só por mais uma chance,eu a tive e foi apenas instinto de Kimberley. 

Mesmo que eu tenha gostado,eu não seria tratada como objeto. 

— Kimberley,é sério! Abre essa porta ou eu ligo para alguém vir quebrá-la! Eu estou falando sério! – Exclamei o mais sério que pude mas Kimberley continuou calada no quarto. Bufei e voltei a bater na porta como louca. Se ela não abrisse, ao menos iria se estressar com comigo e sair para bater em minha cara. 

Paro de bater na porta ao ouvir o choro de Bobby. Me xinguei mentalmente ao perceber que eu esqueci de que ele estava dormindo. 

Fui até a sala e vi que o garotinho se contorcia dentro do carrinho. O peguei delicadamente no colo,mas a criança parecia não querer colaborar já que se jogava para trás. 

— Bobby. – Chamei sua atenção meio rude. A criança parou de se contorcer e me olhou com os olhos brilhando em lágrimas. Ele parou de chorar ao ver que eu estava séria mas então eu ouvi a porta do quarto se abrir e Kimberley sair por ela,me olhando desconfiada mas veio na direção de Bobby que já tinha cessado o choro. 

Ela suspirou e pegou o garoto de meu colo e quase foi na direção do quarto. 

Só que assim que ela se virou,eu segurei seu pulso. Kimberley suspirou mais uma vez e se virou de volta. 

— Você precisa conversar comigo. – Eu disse,olhando no seus olhos. Os olhos dela mais que rapidamente marejaram e eu me senti culpada. Mas eu tinha que colocá-la contra a parede. 

— Eu não quero conversar agora. – Sussurrou com a voz embargada. 

— Nós precisamos. – Eu insisti. Kimberley negou com a cabeça e eu vi que ela iria começar a chorar na minha frente naquele momento. 

— Cheryl... Por favor. – Murmurou e eu quase a deixei ir. 

Não deixei. 

— Kimberley,você precisa me dizer o que significou aquele beijo para você. Você não pode... Não pode me beijar como se fosse antigamente e depois ir embora. Isso é injusto comigo. – Eu falei,entregue e nua emocionalmente. Kimberley me olhava e meus olhos lacrimejavam. 

Os olhos de Kimberley também começaram a marejar e eu vi que ela sentia-se confusa com tudo aquilo também. Ela não sabia o exato motivo também. 

E talvez,ao me dar conta daquilo,eu fiz o que devia ter feito antes. 

Eu a soltei,deixando-a ir sem minhas perguntas serem respondidas. Deixando-a ir enquanto virava o rosto e sentia as lágrimas descerem pelos meus olhos fechados.