2 meses depois

  A música enchia o salão da igreja. A chegada da noiva anunciada, todos olharam para as portas grandes de madeira.
  Na primeira fileira, estavam Hellen, Bobby, Dean e Jo, com os gêmeos, do lado deles, Sam e Jenny. Atrás deles estavam Castiel, Bela e Amy, Henry estava em outra cidade, com o pai.
  A noiva loira entrou na igreja sorridente.
  Chuck a esperava no altar.
  O relacionamento entre ele e Becky havia ficado mais sério, e finalmente haviam decidido se casar.
  Após os votos, os dois se beijaram e todas as mulheres levantaram imediatamente.
  Elas se reuniram atrás de Becky, que jogou o buque.
  Um grito no meio da multidão.
  - Peguei! – disse Amy – Consegui!
  Depois, conversas rápidas, felicitações pelo casamento, e todos foram para um salão ao lado, onde a festa após o casamento estava começando.
  - É sempre a melhor parte – disse Dean.
  Amy parecia ter sumido após pegar o buque.
  Deis da noite em que eles haviam saído juntos, Castiel e Bela não se desgrudavam. Ninguém imaginava ver algum dia Bela tão apaixonada. Quer dizer, isso quando a viam, pois ela e Castiel já estavam morando juntos, e não saiam muito de casa.
  - Parece que o Cass resolveu tirar o atraso de séculos – dizia Dean, sempre que o assunto era comentado.
  Jenny estava grávida de uma menina, e o nome havia sido decidido logo após o casal saber da gravidez. Mary.
  - Ah, olha ali – disse Bela – Finalmente encontrei a Amy!
  A loira estava conversando com um rapaz que devia ser um pouco mais novo do que Sam.
  Bela acenou para ela e Amy puxou o rapaz pelo braço, sorridente.
  - Finalmente achei vocês – ela disse.
  - Sei, parece que você acabou achando outra coisa enquanto procurava a gente, não é? – disse Jo, olhando para o rapaz.
  - Hum... – o rapaz murmurou ao ver Dea e Sam – Eu conheço vocês dois de algum lugar?
  Os Winchester empalideceram ao reconhecer o garoto.
  Sam abriu a boca para dizer alguma coisa, mas não conseguiu falar nada.
  Dean continuava olhando, ainda em estado de choque.
  - Bom – falou o rapaz, meio sem graça – O meu nome é Adam.
  Os dois irmãos ainda não conseguiam falar nada.
  - Considere como um presente de casamento atrasado – falou uma voz feminina atrás de Dean.
  Ele se virou e se deparou com uma mulher ruiva, em um vestido vermelho altamente sensual.
  - Anna? – ele perguntou, tentando assimilar todos os fatos.
  Ela apenas sorriu para ele e desapareceu no meio da multidão.
  Ninguém pareceu perceber a rápida troca de palavras entre ele e a anja, já que as atenções estavam centradas em Amy e seu novo namorado.
  - Eu... Sou Dean – falou o Winchester, estendendo a mão. Uma lágrima escorreu de seu rosto.
  - Te explico depois – ele murmurou para Sam, só então lembrando que não sabia quase nada sobre aquilo.
  Sam cumprimentou seu meio-irmão. Dean sorriu. Depois de tudo que sua família havia passado, ela parecia estar se reconstruindo. Eles tinham um pai, Bobby. Estavam casados e com filhos, e ganharam dois irmãos, Adam e Castiel.
  Tudo parecia finalmente estar se acertando.

  A lua já estava alta no céu. Dentro da casa, a mesma pouca iluminação da vez que se conheceram.
  Castiel e Bela já estavam de roupas intimas quando ele se afastou.
  - Ah, espera um pouco – ele disse, colocando a calça apressadamente.
  - O que você vai fazer? – ela perguntou.
  - Tenho um presente pra você – ele disse – Está lá no carro, vou pegar e já volto.
  Sem dizer mais nada, ele saiu da casa e foi até o carro. No meio do caminho, entretanto, uma mulher ruiva apareceu em sua frente.
  - Anna? – ele perguntou, quase colidindo de frente com a anja.
  - Boa noite pra você também – ela disse – Por que todo mundo sempre diz ‘’Anna?’’? Por que não um ‘’Nossa, a quanto tempo’’ ou ‘’Que bom ver você”?
  - O que você está fazendo aqui? – perguntou ele.
  - Ah, vim fazer uma visita a um velho amigo – ela disse – Mas parece que você mudou bastante, não é?

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  A anja se aproximou dele, e Castiel prendeu a respiração. O caso entre ele e a ruiva nunca ficou resolvido. Quer dizer, nunca de fato aconteceu algo entre eles, nem um beijo, mas ele a amava, e ela o provocava sempre que podia.
  Ele estava apaixonado por Bela, de verdade, mas ali, tão perto de seu antigo amor... Ela ainda usava o vestido vermelho da festa...
  Anna tocou o peito nu de Castiel. Ele ficou completamente imóvel. Ela aproximou seu rosto e deu um beijo no pescoço dele.
  - Você não sente mais nada por mim? – ela perguntou, falando no ouvido dele.
  Ele se aproximou dela, seu rosto a centímetros do pescoço da anja.
  Quando seus lábios quase tocavam a pele delicada de Anna, ele se afastou.
  - Não... – ele disse.
  Ela se aproximou novamente, colocou uma das mãos no rosto de Castiel.
  Seus rostos ficaram próximos, e seus lábios estavam quase se tocando...
  Castiel virou o rosto rapidamente. O beijo de Anna foi parar em sua bochecha.
  Ela se afastou.
  - Que pena – ela disse – Bom, eu tenho um presente pra você.
  Anna abriu uma pequena bolsa, que parecia ter aparecido no seu ombro naquele momento, e tirou um colar de lá.
  Castiel recuou um passo ao ver o pingente que brilhava em um misto de azul e branco.
  - Como você conseguiu isso? – ele perguntou, incrédulo.
  - Eu dei um jeito – ela disse – Mas isso não importa. Cass, se você pegar isso de volta, você vai poder voltar para o céu, nós poderemos ficar juntos...
  Ela estendeu o colar para ele.
  Mas a decisão de Castiel foi rápida.
  - Não – ele disse, seriamente.
  - Vamos, Cass, nós vamos ficar juntos para sempre...
  - Eu já disse que não – ele falou – Olha Anna, eu já te amei muito, mas... Isso é passado. Acabou. Meu lugar não é mais no céu. É aqui, na Terra, com a minha família.
  Ela deu um passo para frente, irritada.
  - Essa não é a sua família!  - ela disse – Você abandonou sua família, você nos traiu! – ela respirou fundo e voltou a falar, mais calma – Mas eu estou disposta a te ajudar. Se você pegar sua graça, eu posso convencer eles a te aceitarem de volta, basta provar a sua lealdade...
  - Os anjos sempre me usaram – ele falou, calmamente – Eles te usaram também. Eles usam todos nós. Anna, você já foi humana uma vez, você sabe como é isso.
  - Mas eles são família! – ela falou – Não há nenhum motivo que justifique a abandonar!
  - Você não entende  – ele disse – Eles não se importam conosco. Nós somos apenas mais ferramentas para eles – ela abriu a boca, mas ele continuou falando – Não, Anna, eu não vou voltar. E... Você é uma grande amiga minha, mas se continuar insistindo com isso...
  - O que você vai fazer? – ela perguntou, em tom de deboche – Ah, lembrei: nada. Você não tem mais poderes, não é, queridinho?
  - Não tenho mais poderes – ele disse, pegando um papel do bolso – Mas eu tenho isso.
  Ele desdobrou o papel e mostrou o símbolo desenhado ali em tinta vermelha... Não, em sangue.
  - Apenas uma medida de segurança – ele disse.
  - Você não ousaria... – ela começou, se aproximando, mas ele colocou a mão na frente do símbolo.
  - Será que não? – ele disse, desafiador – Anna, se quiser continuar a ser minha amiga...
  - Eu não quero ser sua amiga! – ela gritou – Eu quero ser sua amada! Quero estar com você para sempre!
  - Nesse caso – ele disse, olhando para ela – Sinto muito.
  - Não, Cass, espera...
  Mas uma luz branca a envolveu, e logo ela não estava mais ali. Nem ela, nem o colar.

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  Castiel respirou fundo. Foi até o carro e abriu a porta.
  Tinha feito a escolha certa, e sabia disso. Ele não queria fazer mal a Anna, mas se ele voltasse e insistisse com aquela idéia... Ele olhou para a ponta de metal que saia debaixo do banco do carona. A verdadeira defesa que ele havia preparado para casos assim. Ele esperava nunca ter que usar aquilo em sua amiga, mas se fosse preciso...
  Ele tirou esses pensamentos da mente e apertou um botão no painel do carro, e um ‘’click’’ foi ouvido. O porta-malas destrancou.
  Ele foi até o porta-malas e pegou uma sacola.
  Olhou rapidamente para dentro, como que para se assegurar que ainda estava ali.
  Sorriu. Voltou correndo para a casa, pensando em como seria o céu dos dois naquela noite.

  A porta do banheiro se abriu, e Bela saiu vestindo uma lingerie vermelha.
  - Adorei seu presente – ela disse, andando até a cama e deitando por cima do anjo só em sua roupa intima.
  Ela o beijou, e foi beijando todo o corpo dele.
  Ele a puxou para cima e encostou seus lábios no pescoço dela, descendo até a alça do sutiã, que ele abriu e jogou longe.
  Mais uma vez, tiveram uma noite de amor, especial como todas as outras, mas nem de longe tão especial quanto a que teriam no dia seguinte.

  O elevador parecia extremamente lento. Bela estava impaciente ali. Queria saber tudo sobre o novo namorado de Amy. Certamente não seria tão emocionante quanto ela queria, afinal Amy tinha um filho e o garoto era uns cinco anos mais novo que ela, as coisas deviam estar indo bem devagar.
  Finalmente a porta do elevador se abriu e ela procurou a porta do quarto de Amy.
  Girou a maçaneta, mas a porta não se abriu.
  Trancada. Ela devia ter saído, pois elas não costumavam deixar a porta trancada enquanto estavam lá.
  Bela estava se virando para ir embora quando decidiu que esperar pela prima ali não faria mal.
  Destrancou a porta. A luz estava apagada. Amy havia saído mesmo.
  Ela entrou e acendeu a luz, e teve uma surpresa. Sua prima estava na cama, com o Adam abraçando-a por trás. Os dois dormiam, nus, cobertos apenas pelo lençol da cama. Bela não conseguiu conter um sorriso. A prima finalmente havia superado o ex-marido. Apagou a luz e saiu do quarto. Pegou o celular, discou um numero.
  - Alo? Jenny? Você nem imagina as novidades que eu tenho pra te contar.

  O carro estacionou. Castiel saiu do carro, mas antes de fechar a porta, Anna apareceu ao seu lado.
  - Não precisa fazer isso – ela disse, quando ele tentou pegar a lamina – Eu não vim aqui para fazer você voltar ao céu.
  Ele olhou para ela, desconfiado.
  - É verdade – ela disse – Você tomou um decisão, é isso que te deixa feliz – uma lágrima escorreu pelo rosto dela – Sabe, eu ainda te amo. Amo de verdade... Mas acho que depois de tanto tempo entre os humanos... Aprendi que amar é fazer quem você ama feliz, então...
  Ela não olhava mais para o anjo. Olhava para baixo, a fim de esconder as lágrimas, sem muito sucesso.
  Ele a abraçou, encostando a cabeça dela em seu ombro.
  - Anna, você sempre vai ser... – ele fez uma pausa quando ia dizer ‘’minha amiga’’ – Muito especial para mim. O que aconteceu, ou não aconteceu, entre nós no passado, ficou para trás. Eu segui em frente. Você deve fazer o mesmo.
  Ela olhou para ele, sorrindo.
  - Sabe Cass, é por isso que eu te amo tanto – ela disse, dando um beijo no rosto dele.
  Ela se afastou e secou as lágrimas.
  - Mas vamos ao por que de eu ter vindo aqui – ela disse – Ligue para Bela, chame ela pra cá.
  - Por que? – perguntou Castiel.
  - Apenas faça – ela disse, sorrindo como uma criança que está prestes a aprontar alguma coisa.
 
  Bela chegou alguns minutos depois. Estacionou o carro e andou até Castiel.
  - Por que tanta pressa? – ela perguntou, só então notando a presença de Anna – Ah, desculpa, não te vi. Eu sou Bela, e você? – ela falou, educadamente.
  - Sou Anna – a anja disse – Uma antiga amiga do Cass.
  - Antiga amiga... – Bela murmurou – Então ela é uma...
  Castiel concordou com a cabeça.
  - Bom, eu tenho um presente... De desculpas – ela disse, olhando para Castiel.
  Antes que os dois pudessem falar qualquer coisa, ela tocou suas testas com os dedos.
  Quando deram por si, os três estavam em uma enorme clareira no meio de uma floresta.
  A lua brilhava bem em cima da clareira, e varias tochas estavam acessas. Havia várias flores, mas a maioria eram jasmins. No meio do branco, outras flores se destacam pelas cores. Rosas, tulipas, vários tipos de flores cresciam no meio dos jasmins. Uma leve brisa balançava as flores, fazendo parecer que elas estavam em uma dança.
  No centro, havia uma enorme cama king-size, com lençóis de seda vermelhos.
  Os dois ficaram encantados com o lugar, e quando se viraram para Anna para agradecer, ela havia sumido.
  - Só mais uma coisa – disse ela, aparecendo ao lado da cama com um som portátil na mão.
  Ela colocou o som no chão e apertou um botão, e desapareceu novamente, deixando os dois sozinhos.

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  Uma música encheu o ar. Estava em outro idioma, os dois deduziram que era japonês. A letra nenhum dos dois entendia, mas não era necessário.
  - Obrigado – murmurou Castiel.
  Ele e Bela se abraçaram. Ela então lembrou de uma coisa importante.
  - Como nós vamos sair daqui? – ela perguntou.
  - Nós não vamos sair daqui nem tão cedo – Castiel disse sensualmente no ouvido dela, abrindo a camisa social que usava.
  Bela sorriu.
  - Mas quando formos sair – ele disse – Ela vai dar uma ajudinha.
  Os dois tiraram as roupas e deitaram na cama.
  Castiel começou os movimentos, e eles ficaram ali por horas, experimentando todo o tipo de posições novas.
  Os dois estavam quase chegando ao ápice quando começou a chover, e as tochas se apagaram.
  - Como na noite em que nos apaixonamos – disse Bela.
  - Na verdade, ainda não – disse Castiel, e um sorriso surgiu em seu rosto.
  Ele girou para o lado, abraçado a Bela, chegando na beira da cama. Mais um giro e ele caiu na grama molhada, com ela por cima.
  - Agora sim – ele disse, sorrindo.
  E ali, continuaram a fazer amor, até chegarem ao ápice. Mas não planejavam sair dali. Ainda não.
  Deitaram na cama, a chuva agora fina continuava caindo. Se abraçaram e adormeceram, aguardando ansiosamente a noite de amor do dia seguinte.

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