Jockers escrita por KxZim


Capítulo 1
Coringa - O começo.




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Onde eu estava naquela noite? Bem, eu estava bebendo, e depois de algumas garrafas... Eu não sei.

Acordei em um hospital. Senti o corpo latejar e uma escuridão intensa do lado direito. Passei a mão enrolada em uma faixa com pontas azuis, em meu olho. Estava coberto por algo macio. Ótimo Uruha, outra briga. Outro olho inchado.

Levantei da maca onde fui colocado e andei lento e ainda zonzo até a porta, uma mão tocou meu ombro e quando percebi estava levando um apoio e o soro já terminado comigo.

-Senhor, Takashima, por favor sente-se novamente.

-Senhor não, por favor. Não tenho nem vinte ainda..

Sentei em uma cadeira, ao lado de outro rapaz, pior que eu. Senti uma leve dorzinha no braço direito quando a agulha fora retirada. A mulher havia feito o curativo e já havia me liberado. Agradeci e fui.

Apé para casa, era mais cansativo, mas com certeza não havia um real no bolço para chamar um táxi. Demorei em torno de meia hora para chegar em casa. Um bairro pobre, pequeno, onde quem iria morar ali, ou estava afim de melhorar de vida, ou acomodar-se para sempre. Minha casa, no meio de mais outras duas, todas do mesmo tamanho. Uma entrada grande para uma casa pequena.

Entrei e tranquei a porta. Me joguei na cadeira onde ficava na cozinha. Apoiei as mãos na mesa e observei meu machucado por instantes. Não era incomum aquilo acontecer, sempre me metia em brigas de bares ou até mesmo na rua, sem fazer nada.

Retirei o tampão do olho e a faixa enrolada na mão, e fui para o banheiro. Liguei o chuveiro e me despi. Dolorido. A água fria caía rente ao corpo com alguns hematomas, mas o pior, era quando a água escorria sob o rosto e o sangue descia pelo ralo.

Não demorei mais que dez minutos ali, ou teria que doar um rim – se é que eu tivesse um bom – para pagar a conta de água. Cobri o corpo apenas com uma calça velha e fina de um pijama e caí na cama.

Não sonhei aquela madrugada. E o pior, não descansei também. Acordei em um sobressalto com o telefone tocando. Rolei, pensando que poderia ser coisa da minha cabeça. Tocou de novo e de novo. Me levantei e atendi.

-Uruha?

-Reita..

-Cara, o que aconteceu? Procurei você em casa ontem e nada!

-Não aconteceu nada Reita. -Menti, promovendo fielmente minha voz de sono.

-Vindo de você, não acredito. Vai trabalhar hoje?

-Vou. Que horas são?

-São duas e meia, cara. Vou ficar com você de noite lá.

-Entendi. Então agente se vê de noite.

-Tá legal. Mas vou cobrar.

Desliguei o telefone. Eu e Reita trabalhávamos em uma agência de táxi. O nome, bem tosco. Taxi Viagens. Não tínhamos idade para trabalhar lá, mas tínhamos quem falsificar RG'S para nós. Reita morava duas ruas para trás da minha casa.

Ainda tinha nossos amigos Ruki e Kai, não trabalhavam com a gente mas, Ruki morava perto da gente e Kai era o que morava mais longe. ( Logo logo eles aparecem. Sãos meus melhores amgos )

Preparei meu almoço, rápido. Liguei a tv e peguei uma lata de refrigerante esquecida na geladeira. Assisti a um programa de TV, um reality show terrível até dar a hora de ir trabalhar.

♠♣♥♦

Rodei a cidade durante a noite sem tempo para parar e conversar com Reita. Que também parecia estar cheio de clientes. Trabalhamos até as cinco e meia e guardamos os carros na garagem da Taxi Viagens. Poucos passageiros me perguntavam o que havia acontecido com o meu olho, e dizia que não fora nada. Simplesmente me machuquei à toa.

Quando consegui descer do carro, o loiro me esperava, inquieto.

-Diga, o que aconteceu Kouyou!

-Nada, Akira, só mais uma briga de bar. - Fui andando para a calçada onde pegaria destino para casa.

-Outra briga de bar!? -Ele gritava, gesticulava com as mãos o pavor.

-Mas como você consegue?!

-Não sei.. Acho que bebi demais, só isso. -Ou não. Eu realmente não lembrava.

Ele deu um passo adiante começando a me seguir para casa. Paramos os pés a frente do corpo para prestar a atenção em um homem a nossa frente, nos olhando.

-Você, sem o pano no rosto, poderia me dar uma carona?

-Já acabei meu turno.

Segui com um passo para frente, mas o homem engomado, bem vestido, de calças pretas de couro e jaqueta igual, magrela não se alterou apenas disse novamente.

-Poderia me dar uma carona? Eu cubro o preço, por favor.

-Uruha, vai lá, eu vou sozinho. Aproveita e tira um dinheiro a mais para mais tarde agente beber.

Não tive escolha e tirei o táxi novamente. Já havia passado do expediente, mas queria tanto ir para casa e acabar logo com aquilo, meu corpo estava doendo, e meus olhos se fechando sozinhos.

Ele se sentou no bando de trás e perguntei onde ia. Ele não respondeu, apenas me mandou seguir àquela rua. E fui, inquieto.

Parei em uma rua deserta, defronte a um bar. O mesmo que havia levado uma porrada no olho e apagado. Ele saiu do táxi sem dizer jogando o dinheiro da viagem e mais alguns trocados. Trocados altos. E algo a mais. Uma carta. Uma carta de baralho.

♠♣♥♦


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler/ver. :)



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