Piratas do Caribe E o coração de Nirina escrita por Capitã Nana


Capítulo 4
Bebei, amigos yo ho!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Os olhos de Moira fitavam curiosamente o pirata a lhe defender e por um instante até se esqueceu que aquele não era o momento certo para aquilo.

– O que pensa que está fazendo ? – Perguntou o homem exaltado pela interrupção.

– Me diga você – Respondeu o outro com um semblante divertido.

– Com a minha espada vou arrancar o coração de vocês dois e dar aos tubarões ! – Gritou o homem tomado pela raiva.

– Acho que não amigo. – Desafiou o pirata.

Vários outros bucaneiros adentraram ao local e empunharam suas espadas na direção do outro.

O bravo pirata que a salvou olhou para baixo encontrando Moira ainda no chão.

– Fique a vontade querida tempos todo o tempo do mundo. – Disse em ironia.

Moira logo entendeu e se levantou, começando a correr sendo seguida pelo bom samaritano que vez ou outra trincava sua espada com as outras para tentar se livrar das investidas. Os dois saíram do pub correndo por becos e vielas o mais rápido que podiam.

– Posso saber...posso saber o seu nome ? – Moira pergunta ofegante. Ela já estava ciente de quem ele era, mas não poderia deixar isso em evidência.

– Para que saber? Se morrer não fará diferença alguma senhorita. – Ele a puxou para traz de umas caixas de madeira pilhadas a frente de uma viela.

– Eu sou uma sobrevivente afinal de contas – Ela disse ofegante e ele a a fitou.

– Capitão Jack Sparrow – Sorriu orgulhoso – Fique aqui e procure não chamar a atenção savy?.

Sem mais delongas ele começou a escalar um dos muros. Moira se perguntava para onde ele estaria indo e observava atentamente as ações do capitão. Jack chegou até uma varanda onde havia enormes barris de vinho. Quando o bando de bucaneiros se aproximou ele jogou os barris lá de cima sobre eles os atrasando um pouco. Na sequência desceu de lá e fez sinal para que a garota o seguisse.

Jack e Moira corriam o mais depressa que podiam, afinal a artimanha de Jack não iria impedir os bucaneiros por muito tempo. Quando passaram por um dos caminhos menos iluminados da ilha já muito ofegantes e cansados, Moira sentiu alguém segurar em sua perna. Ela imediatamente parou assustada.

– Nirina... – Disse uma velha mendiga enrolada em trapos encardidos e mal cheirosos.

– Me solte! – Moira pediu e a mulher soltou. Jack retornou para ver o que estava acontecendo.

– O coração de Nirina reclama por seu dono... – A velha senhora tinha a voz rouca e cansada.

– Vamos, não temos tempo para isso – Diz Jack impaciente.

– O tesouro mais cobiçado e poderoso dos mares está próximo a ser encontrado... – Ao ouvir as palavras da senhora, Jack se aproximou e logo Moira e ele se abaixaram para dar ouvidos ao que a velha lhes contava.

"Há dezoito anos atrás nascia um bebê fruto da terra e do mar. A criança teria o poder de controlar os mares e oceanos. Mas no dia que sua mãe lhe deu a luz, ela pode ver o terrível destino que sua cria teria. Quando completasse quinze anos a criança seria descoberta e seus poderes considerados uma ameça para todas as naus que flutuam e a ganância dos homens por dobrarem os mares seria fundamental para que ela fosse caçada e morta com crueldade. A única forma de livrar aquele pobre ser de seu destino mortal seria retirar seu poder de semi-deus, e assim foi feito. O poder da criança foi posto em um colar... Que ganhou o nome de coração de Nirina ou seja, coração de água. Mas havia um preço alto a ser pago por isso. A Deusa não poderia criar seu bebê, ele teria que ser deixado para sempre. Então em uma noite de lua cheia, o bebê foi deixado a deriva no mar do caribe e nada mais se sabe sobre ele"

Moira estava atônita com tudo que ouvira enquanto Jack tinha um semblante curioso.

– E onde está o colar ? – Jack perguntou e a jovem olhou para ele indignada e surpresa com o frieza do pirata em ignorar toda o drama da história.

– Baía da lamentações... Onde jamais nenhum marinheiro ciente de seus atos retornou. O caminho até lá é cheio de obstáculos, mas lá... lá estará suas respostas. – A mendiga fitou a jovem em seus olhos.

Uma gritaria pode ser ouvida pela dupla indicando que a perseguição iria continuar.

– Hora de ir amor – Disse Jack puxando a garota. Os dois continuaram a correr.

– Capitão Sparrow, não acreditou no que aquela senhora nos disse não é?

– Por que duvidar? Embora seja muito difícil imaginar Calypso e os tentáculos...– Respondeu Jack, deixando a garota confusa.

Em meio a fuga os dois ouviram "Olha eles lá" novamente estavam na mira dos piratas. Então continuaram a caminho do Pérola Negra. Antes de chegarem até ele, Jack gritou um de seus marujos.

– Gibbs, vento nas velas, levantar âncora !

Sem entender o homem ficou parado observando seu capitão e uma jovem seminua subirem correndo para embarcar no navio. Em seguida Gibbs ouviu a gritaria de alguns piratas e logo correu para o navio.

– Vamos embora homens. Nossa festa acabou! – Gritou Gibbs.

O navio começava a zarpa e Jack segurado a algumas cordas que suspendiam as velas, olhava sorridente para os piratas raivosos no porto.

– Adeus amigos! Nos vemos na próxima atracagem ! – Ele acenava para eles como se nada estivesse acontecendo.

– – –

Após a despedida Jack desceu de onde estava já encontrando seu imediato a sua espera.

– Não, não, não capitão. Ela é uma mulher e o senhor sabe a má sorte que elas trazem estando a bordo. Não seria o caso de deixarmos a senhorita aqui mesmo em Tortuga? – Gibbs olhava confiante para seu capitão.


– Não é a primeira vez, já deveria ter se acostumado – Jack respondeu dando de ombros a sugestão de Joshamme.

Sparrow olhou para um canto do convés e viu Moira encolhida tentando cobrir o corpo com os braços. A tripulação estava curiosa a respeito da jovem e admirados com o belo corpo que ela possuía. Ele então se aproximou dela sem dizer uma palavra.

– Obrigada capitão...eu acho.. – Moira não sabia ao certo se voltar ao navio seria mais vantajoso do que ficar em terra firme fugindo de vários piratas sedento por sangue.

Jack deu um leve sorriso para ela e se virou para dar suas novas ordens.

– Ao trabalho! Tracem o curso para a praia mais próxima. A nossa passageira irá desembarcar – Finalizou Sparrow. O capitão seguiu para sua cabine deixando Moira sobre todos aqueles olhos de cobiça.

Ela estava com medo e se sentindo suja. Não conseguia acreditar que foi tocada de forma tão íntima por um pirata imundo e que agora estava naquelas condições precárias. Era como se a luxúria de cada marujo ali refletisse em suas peles. Não permitiria ser tocada nunca mais por um pirata.

Gibbs percebeu que a beleza da moça tiravam a atenção da tripulação — inclusive a sua — de seus deveres então foi até Jack pedir que fizesse algo. O capitão por sua vez mandou que seu subordinado trouxesse Moira a sua cabine e assim o fez.

Ela adentrou a cabine já conhecida com o rosto corado. De forma desajeitada tentava inutilmente cobrir suas belas pernas puxando a camisa que vestia. Gibbs se retirou deixando Moira e Jack a sós. Ele se aproximou e ela estremeceu.

– Se continuar a seduzir meus homens, mais tempo ficará aqui. Não que isso seja um problema – Sparrow sorriu mostrando seus dentes amarelos. – Pegue, vista isso deve está com frio.

Ele lhe entregou uma saia longa e rodada, na cor vinho. A jovem imaginava em que situação aquela peça feminina havia ido parar naquele navio. Os dois ficaram se olhando por um instante até Jack entender que a moça queria privacidade para se vestir. Decepcionado ele se virou ficando de frente para sua mesa.

– Já estou vestida...obrigada novamente capitão Sparrow... – Disse Moira envergonhada. Jack fez uma reverência com a mão e seguiu para sua mesa afim de analisar alguns mapas. – Eu..eu queria lhe pedir algo se não for incômodo.

– Pensei que salvar a donzela dos tubarões e do corsário Morgan e seus patifes fosse o suficiente – Respondeu sentando em sua cadeira.

– Sim, e sou muito grata por isso, pelo que sei piratas não costumam ser bonzinhos...mas eu realmente não posso desistir agora. – Ela se aproximou da mesa. O capitão então a fitou esperando que ela continuasse o diálogo. – Preciso chegar a Isla del Noble, algo muito importante para mim está naquela ilha e tenho que encontrar-lo...

– A senhorita disse que é vítima de um naufrágio por conta de uma tempestade, mas não ouve tempestade alguma á dias e mesmo que tivesse suponho que ao menos seus belos dedos estivessem enrugados pelo tempo que passou em alto mar o que não estavam . Então devo entender que a senhorita está mentindo. Se fosse uma pirata eu até entenderia, mas não é...quem é você mesmo? – Endagava Jack tentando descobrir mais sobre a garota misteriosa.

– Me chamo Moira Brodbeck e não estou mentindo! – A jovem respondeu nervosa – Eu estava a bordo do Royal Ocean um dos navios mais velozes do Caribe. Ele seguia para Del Noble quando a tempestade chegou, fui tragada pelo mar e...e nem sei como ainda estou viva.

– Isla del Noble está sendo dominada por piratas. O que tem lá que possa lhe interessar? – Jack perguntou curioso.

– Um amigo...ele está lá eu preciso salva-lo ou a minha fuga de Port Royal e tudo que passei até aqui terá sido em vão... – a voz de Moira transmitia sua tristeza.

– Port Royal... – Jack ficou quieto com se lembrasse de algo – Bem, neste caso temos que velejar a todo pano para a praia. – Jack se levantou rapidamente e começou a andar para fora da cabine, sendo seguida pela garota.

– O que?! Espere capitão Sparrow, sei que o que pedi ao senhor não é nada comparado as grandes aventuras que vive...por favor me escute – Moira e Jack subiam as escadas para a popa até que ele parou bruscamente e se virou para ela.

– Da última vez que ajudei uma bela donzela de Port Royal a encontrar o seu amado fui devorado pelo Kraken. Então senhorita a minha resposta e não savy?

Moira sentiu vontade de sufocar aquele maldito pirata até a morte, mas ao contrário disso balbuciou algumas palavras e chateada cruzou os braços e se sentou no degrau da escada. Jack por sua vez fez uma careta e foi até o leme.

– – –

A madrugada fria se esticava e alguns tripulantes tocavam e cantavam canções do mar. Moira ainda sentada na madeira gélida observava tudo. Desde que havia ficado frustrada com Jack, estava ainda mais desolada pois tudo estava dando errado. Não havia encontrado Daniel, seus país deveriam está aflitos e agora estava a mercê de piratas. O que mais poderia dar errado?

– Rum? – Jack se aproximou com uma garrafa da bebida tão apreciada por todos os bucaneiros existentes.

– Eu não bebo... – A jovem olhava para a escuridão do mar ignorando fitar o pirata. – Jamais imaginei que estaria tão próxima do mar... Ele é tão lindo...não intendo por que sempre me sentia mal ao me aproximar dele – Jack ouvia atentamente oque a Jovem dizia – Quando soube que Daniel havia partido senti que era meu dever encarar o meu medo, quando dei por mim estava sumindo no fundo do mar, e aquela imagem...

– Imagem? – Jack se mostrou interessado no assunto.

– Sim... – Ela se virou para o capitão – Antes de perder a consciência pude ver uma criatura, talvez uma sereia ou uma mulher...seus cabelos negros flutuavam como se estivessem ao vento e não sob tanta água.

Jack fez uma expressão pensativa e se sentou ao lado de Moira.

– O mar é cheio de segredos amor, muito mais que se pode imaginar – O aroma de rum vindo do hálito de Jack fez a moça fitar os lábios do moreno. A voz suave e sedutora que ele usava fazia jus a tudo que ouviu Elizabeth lhe contar antes de desaparecer. – Há muito mais que ouro e prata Mô.

Ela desviou o olhar para os olhos dele e Jack pode finalmente ver o quanto era belo e hipnotizante o azul oceânico olhos da garota. No momento em que a viu havia se encantado com sua beleza mas somente naquela madrugada, iluminados pela luz de velas e brilho do luar que ele se perdeu naquela sensação diferente.

– É Moira senhor Sparrow, espero que não se esqueça disso – Respondeu seca.

– Vai se sentir melhor – Jack novamente ofereceu a garrafa de rum a jovem. Dessa vez ela aceitou e ele sorriu para ela sendo retribuído pelo mesmo gesto.

– – –

Como toda moça de respeito, Moira jamais havia provado outra bebida além do vinho nas cerimônias e jantares especiais. Mas desde que saiu de Port Royal o destino não estava tendo pena de si, então resolveu se rebelar por uma noite.

Eram poucos os sóbrios na tripulação do Pérola Negra. Eles cantavam e tocavam ainda mais alegres já que Moira dançava sorridente entre eles. Seus pés pareciam não tocar o chão, seus cabelos balançavam como ondas do mar, sua saia girava lindamente. Ela estava feliz... Rum é rum.

– Vem dançar pirata! Ou será que o famoso capitão do Pérola Negra se acha tão superior a ponto de negar o pedido de uma pobre garota perdida ? – Indagava ela com um sorriso no rosto.

Sparrow sorriu se aproximando da tripulante ébria e pegou sua mão.

– Jamais amor – Sussurou

Os dois dançaram até que Moira perdesse o equilíbrio e se apoiasse em Jack.

– Creio que já me diverti o bastante – Disse ela com voz embargada.

– Sabe querida, a minha cabine é confortável como a senhorita já teve a honra de desfrutar...Então sugiro entrarmos e quem sabe bebermos um bom vinho – Jack tentava persuadi a jovem em seus braços.

– Desculpe Sparrow mas eu ainda estou lúcida e pretendo continuar assim – Ela lentamente partia o contato entre eles – Mostre-me ser um bom homem e fique com a tripulação essa noite.

O capitão se mostrou insatisfeito mas não disse nada, apenas observou a garota seguir para a cabine com passos de zig zag. Jack olhou para Gibbs e antes que o homem pronunciasse qualquer palavra o capitão sorriu bebendo um longo gole de rum.


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Notas finais do capítulo

Até+



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