Glenn’s POV

Já faz um mês desde que perdemos a fazenda.

Nesse meio tempo, perdemos Dale.

Eu estava com ele. Eu vi.

Ele foi mordido do ombro.

Nós dois estávamos examinando uma casa, para ver se ela era segura.

Ela não era.

Um Walker apareceu de surpresa e o mordeu no ombro.

–Glenn, Glenn...-Ele dizia. Ele estava no chão. Saía sangue de sua boca.- Seja...Continue sendo um bom rapaz. Hoje em dia não existem pessoas assim. Eu tenho muito orgulho.

Essas foram suas últimas palavras antes de descansar por completo.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era Dale. Ele era...Ele sabia as respostas de tudo.

–Dale...- Andrea entrou no quarto, e ao ver Dale no chão, despencou.

Ela mirou a arma na cabeça de Dale e puxou o gatilho.

Nesse mesmo dia, Daryl e Rick encontraram uma prisão.

Ela estava contaminada, mas podíamos limpá-la. Podíamos construir um lugar seguro. Podíamos sobreviver.

Glenn’s POV

Já faz uns seis meses desde que perdemos a fazenda.

Nesse meio tempo, perdemos Dale.

Eu estava com ele. Eu vi.

Ele foi mordido do ombro.

Nós dois estávamos examinando uma casa, para ver se ela era segura.

Ela não era.

Um Walker apareceu de surpresa e o mordeu no ombro.

–Glenn, Glenn...-Ele dizia. Ele estava no chão. Saía sangue de sua boca.- Seja...Continue sendo um bom rapaz. Hoje em dia não existem pessoas assim. Eu tenho muito orgulho.

Essas foram suas últimas palavras antes de descansar por completo.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era Dale. Ele era...Ele sabia as respostas de tudo.

–Dale...- Andrea entrou no quarto, e ao ver Dale no chão, despencou.

Ela mirou a arma na cabeça de Dale e puxou o gatilho.

Rick estava enlouquecendo cada dia. Ficava cada vez mais grosso e ríspido. Acho que isso estava relacionado ao fato de sua mulher estar grávida em pleno apocalipse e ainda não termos encontrado um abrigo.

Foi aí que encontramos uma prisão.

Ela já estava sendo ocupada, mas se tivéssemos sorte, seríamos aceitos por eles.

Eles nos deixaram entrar. Tinham portões grandes e grades.

O líder do grupo veio até nós. Ver quem somos, pois quem éramos não importava mais. Ela se chamava Deanna. Deveria ter em média a idade de Hershel.

O grupo deles era relativamente grande, diferentemente do nosso. Depois de averiguar se éramos perigosos, Deanna cedeu e nos deixou ficar.

Havia no grupo deles além de Deanna, Spencer, Sasha, Tyreese, Jessie, Denise, Aaron, Ron... Tara.

Tara.

Lembrei dela. Ela havia sido minha primeira paixão no colegial.

Deveríamos na época ter sei lá...Doze anos de idade? Bem, isso não importa. Eu amava Maggie e ela não podia saber sobre essa paixão do passado. Era capaz de ela terminar comigo por ciúmes. Mesmo Tara sendo lésbica.

Maggie's POV

Havia algo de errado ali. Glenn estava estranho e eu iria descobrir o por quê. Nem que isso custasse minha vida.

Já estava escurecendo.

Ficamos com o Bloco B enquanto o outro grupo ficava no A. Eu dividiria minha cela com Glenn.

Antes do almoço, Glenn e Tara acabaram se encontrando pelos corredores. Eu estava do lado de Glenn, e não entendi absolutamente nada

–Oi...Glenn? - Ela perguntou, franzindo o cenho.

–Ah..Oi, Tara.- Ele disse, calmo, com naturalidade.

–Hm...Vocês se conhecem? - Olhei para ela e em seguida para Glenn.

–Nos conhecíamos no colegial...Glenn não te contou? -Ela pergunta, intrigada.

–Anh...Não...

–Bem, nos vemos no jantar- Ela disse, com um sorriso amigável.

Ok, eu detesto admitir, mas eu estava morrendo de ciúmes. Mesmo não tendo motivo nenhum.

{...}

Depois do jantar, encontrei Daryl na torre.

–Eu fico de vigia.- Me ofereci.

–Não. Vai lá conversar com Glenn.

–Por que eu deveria?- Perguntei, melancólica.- Ele deve estar conversando com a amiguinha de infância dele.

Daryl riu. Fiquei com raiva.

–Então você não vai gostar de saber...Mas ela foi a primeira paixão de Glenn.

Fique de boca aberta. Chocada. O mundo foi destruído e em pleno apocalipse eu acabei encontrando a primeira paixão de Glenn.

O mundo realmente não estava ao meu favor. Com certeza não.

Me retirei antes que Daryl me envenenasse mais com suas palavras. Mas o pior é que ele dizia a verdade, e a verdade é indesejável.

Voltei para a minha cela. Eu tinha que desfazer minhas malas. Glenn entrou na cela.

–Oi.- Ele estava encostado na parede e me olhava. Ignorei ele e continuei tirando minhas coisas da mala.- Podemos conversar?

Fiquei em silêncio. Eu não queria conversar. Não sobre aquele assunto.

Deitei na cama e me virei. Glenn deitou ao meu lado e me abraçou. Mas eu não fiz nada. Apenas fechei os olhos.

Algumas lágrimas deslizaram sob o meu rosto triste.

Glenn’s POV

Alguma coisa estava errada com Maggie. Ela não queria conversar comigo, me evitava. E isso realmente me magoava.

Já fazia uma semana desde que ela estava fazendo isso.

Foi quando Rick resolveu mandar a gente atrás de suprimentos.

Nós dois.

Eu e ela.

Maggie’s POV

Rick me disse para ir em uma busca com Glenn. Acho que ele havia notado que nosso relacionamento estava em crise

Mas eu topei mesmo assim, afinal, que opções eu tinha?

Fomos de carro. Encontrei Glenn no pátio da prisão e de lá iríamos para um supermercado. Ele dirigia.

Depois de um grande silêncio, Glenn resolveu perguntar:

–Ok, Maggie, porque você esta me ignorando?

Fingi não ter escutado. Um silêncio mortal pairou pelo carro.

–Maggie. Maggie. Maggie.- Ele repetia. Às vezes ele conseguia ser irritante.-Por favor, me responda.

–Tara foi sua primeira paixão, por quê você não me contou?- Berrei. Lágrimas deslizavam pelo meu rosto.

–Quem te disse isso? E o que isso importa?- Ele perguntou. Também estava irritado, mas tentava manter a calma.

–O que isso importa, O que isso importa...-Repeti, incrédula o quão ele estava me irritando- Como eu vou saber se você ainda sente algo por ela?

–Eu não sinto.

–Como vou saber que não está mentindo?- Insisti.

–Isso foi quando eu tinha onze anos Maggie. Onze anos. Não rolou nada entre a gente. Até porque ela é lésbica.

–Lésbica?- Perguntei, com vergonha. Vergonha do meu ciúme que havia resultado nossa briga.

Foi quando aquilo aconteceu.

Glenn olhava para mim enquanto dirigia, e não prestava atenção na estrada.

Ele acabou batendo em um errante.

Glenn tentou desviar, mas acabou piorando, e batemos em uma casa.

Desmaiei com o impacto.

{...}

Acordei no meio da fumaça. O carro. Ele estava pegando fumaça.

Alguns walkers estavam rodeando o carro, mas nada que eu e Glenn não pudéssemos resolver.

Glenn.

Enquanto minha testa sangrava, igual ao meu nariz, Glenn, que era o motorista, estava desacordado.

Ele estava me abraçando antes, mas agora estava desmaiado. Quando ocorreu o acidente, ele se jogou em cima de mim para me proteger.

Ele me salvou.

Uma onda de desespero surgiu dentro de mim.

–Glenn, Glenn, Glenn...-Comecei a balançar ele, desesperada. Comecei a soluçar em meio de lágrimas.- Por favor, me responda.

Cacos de vidro cortaram seu braço. Sua boca sangrava e achei que isso significaria enfim sua morte.

–Por favor Glenn....Por favor, acorde. Eu preciso de você aqui comigo.

–Viu como é ruim não ser respondido- Sua voz rouca murmurou.

–Glenn! – Abracei ele com força.- Por favor, nunca mais faça isso comigo.

Ele sorriu, mas ao ver seu braço, minha testa sangrando e os zumbis que nos rodeavam, seu sorriso logo desapareceu.

–O que...O que aconteceu?- Ele parecia confuso.

–Nós tivemos uma discussão e você acabou batendo o carro...Você me abraçou para me proteger....Por que? Eu fui idiota com você...Eu fui ciumenta, te ignorei...Por que você mesmo assim tentou me proteger?

Ele apenas riu.

–Porque eu te amo Maggie. E quando gostamos de alguém, se machucar faz parte do pacote.

–Eu também te amo Glenn...Desculpa por ter te agido daquela maneira, eu não...

Ele me beijou. Apesar de seu lábios estar machucado, pois durante o impacto ele mordeu seu lábio inferior, o beijo continuava o mesmo. E eu nunca iria enjoar. Nunca.

Eu iria continuar beijando ele se os errante não ficassem gemendo impacientes ao redor do carro.

–Vamos acabar com eles?- Ele perguntou

–Yeah, vamos.

Ele pegou seu facão e eu peguei minha adaga.

Matamos um por um.

–Por quê que toda a vez que eu vou fazer uma busca com você dá errado?- Ele sorriu.

Eu sorri.

Foi quando reparei que estávamos perto da fazenda.

–Glenn, estamos perto da fazenda.

–Oh, estamos?

–Sabe...Será que nós podíamos dar uma passada lá? Sobraram alguns antibióticos.

–Claro que podemos –Ele sorriu.- Os errantes já devem ter ido embora...

Saímos do carro, pegamos nossas mochilas e fomos a pé até a fazenda. Era aproximadamente uns dois metros dali.

Antes de irmos para a fazenda, acabamos nos deparando com o mercado.

Aquele mercado em que eu e Maggie havíamos no beijado pela primeira vez.

O estacionamento estava vazio, mas ainda estava lá, por incrível que pareça, aquele carro que abandonamos ainda continuava ali, intocável.

Nos entreolhamos.

Dessa vez eu dirigiria o carro.

{...}

Chegamos até a fazenda.

Haviam corpos no chão. Alguns comidos, outros completamente mortos.

Fomos até a casa. Estava igual a como tínhamos deixado.

Glenn’s POV

–Fique aqui- Maggie disse antes de subir as escadas.

Sentei no sofá da casa e aguardei por ela.

Ela desceu com um kit de primeiros socorros.

–Por sorte nos esquecemos desse- Ela sorriu.

Ela retirava os pedaços de vidro com cuidado do meu braço. Eu me esforçava para não gritar, mas não podia me conter, doía muito.

Ela era cautelosa e cuidadosa.

–O mundo dá voltas einh- Ela disse, enquanto passava álcool no arranhão.

–O que?- Sorri.

–Sabe...Aquela vez você me ajudou, mas agora eu estou te ajudando...

Ela finalizou os curativos. Colocou várias ataduras em meus braços. E por último, limpou meu rosto com um pano úmido.

–Maggie, desculpa- Falei, enquanto ela me limpava.

–Pelo o que?

–Sabe, eu deveria ter te contado...Eu prometo que a partir de agora, não vou mais esconder segredos de você.

–Você guarda segredos?- Ela achou engraçado.- Achei que não soubesse guardar segredos.

–E eu não sei...Só os mais íntimos.

–Tipo?

–É segredo- Sorri.

–Ah, vai, me conta.

–Não. Você não vai mais me respeitar.

–Ah, vamos. Glenn, eu te amo – Ela finalizou a limpeza do meu rosto.

–Bem...Eu perdi minha virgindade com você.- Falei de uma vez, com vergonha.

–Sério? Nossa...Eu ia morrer sem saber disso- Ela sorriu.- Sabe, não parece. Quer dizer, você pareceu bem experiente na cama na nossa primeira vez.

–Verdade?

–Yeah.

–Pera, mas nossa primeira vez nem aconteceu em uma cama...-Ele sorriu.

Peguei o pano de sua mão e comecei a limpar seu rosto, para a sua surpresa.

–Sabe Glenn...Já fazem um mês e uma semana desde que não transamos...

Sorri.

–Isso é um convite para sexo? Porque se for, eu topo.

Sorri.

Subimos correndo as escadas, que nem duas crianças.

Fomos até meu antigo quarto.

Fazia tempo que isso não acontecia. Fazia tempo desde que não sentia aquele prazer. Fazia tempo que não me sentia vivo.

Glenn estava melhor do que nunca. Acho que é porque fazia um mês desde que não transávamos.

{...}

–Glenn...Desde que você entrou na minha vida...Tudo ficou melhor- Murmurei depois do sexo.

–Você é o motivo para eu viver Maggie Greene.

Selei nossos lábios.