Left Behind escrita por Khaleesi


Capítulo 5
Capítulo 5 - Something Wrong


Notas iniciais do capítulo

Oláaa povo bunito!
Cara, que saudade de aparecer por aqui... Eu dei uma sumida esses dias, culpem as provas de recuperação.
To suuuper feliz com os comentários que recebi, que estão me incentivando demais a continuar, obrigada mesmo gente!

Capítulo curtinho, sem ação, tipo vamos um tempinho pra esse povo descansar né KKK'
Espero que gostem,

Enjoy ♥



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Capítulo 5 - Something Wrong

S A M

Assim que completei a frase os olhares de todos na sala direcionaram-se diretamente para mim. As feições de Ellie pareciam unir uma mistura de confusão e descrença.

— Está dizendo que… Eles queriam matar o papai? — perguntou.

— Eu… — comecei, mas Isaac interrompeu-me.

— Você deve estar nervosa pelo que aconteceu, Sam — Ele se aproximou. — É melhor ir tomar um ar, depois voltamos.

— O que? Eu não estou inventando…

— É claro, mas você teve um dia difícil hoje — ele segurou minha mão, me levando para fora. — Precisa pensar um pouco, depois vai se sentir melhor.

Tentei resistir, frustrada. Eu sabia que não faria sentido algum para eles o que eu estava propondo, mas eu havia assistido a tudo. Havia algo errado ali, mas ninguém conseguia enxergar.

Isaac me guiou até o lado de fora, enquanto Ellie, a Dra. Stevens e Lauren observavam curiosamente. Caminhamos pela lateral da enfermaria, até um ponto distante onde não havia mais ninguém por perto.

— Isaac eu não estou louca! E que droga foi essa? Não preciso tomar um ar, sei muito bem o que estou falando!

— Eu sei — assentiu ele, olhando para os lados. — Acredito em você.

Eu o encarei por alguns segundos.

— O quê?

— Não acho que está louca, eu só quis te tirar lá… Sabe, você não pode falar essas coisas perto de pessoas como a Dra. Stevens, ela poderia contar tudo ao Governador.

Cruzei os braços, e mudei o peso do corpo para o outro pé.

— Faz sentido. Mas por que acredita em mim?

— Você não inventaria algo assim — respondeu ele, como se fosse óbvio. — Deve ter uma boa razão pra achar que queriam matar seu pai.

— Uau — falei, impressionada. Eu agarraria aquele garoto se o gesto não fosse contra todas as minhas leis éticas.

— Uau? — repetiu ele, com um traço de humor na voz.

— É… Eu não esperava que alguém acreditasse em mim, só isso.

Desde que havia chega a Woodbury, eu havia criado alguns obstáculos entre mim e Isaac, devido ao fato de que sua personalidade me irritava um pouco. Afinal, como alguém poderia ser tão feliz em uma realidade de desgraças como aquela em que vivíamos? Percebi no momento que talvez não deveria tê-lo julgado tão rapidamente e de forma tão inapropriada como havia feito.

— Acho que quis dizer que não esperava isso de mim, não é? — adivinhou ele e eu não pude evitar o riso.

— Definitivamente — concordei. — Mas agora que é meu cúmplice, o que vai fazer?

— Bem, primeiro eu preciso saber o que realmente aconteceu em Atlanta.

Parei alguns minutos para raciocinar o que diria a seguir, enquanto ligava as peças em minha mente sobre o que havia ocorrido até então.

— Eles nos seguiram — comecei. — Merle e os dois homens. Quero dizer, como poderiam estar no mesmo lugar que nós? Seria muita coincidência… Eles estavam à espreita, esperando o momento certo, eu tenho certeza.

Isaac ouvia com atenção, os braços cruzados e uma ruga de concentração ressaltada entre as sobrancelhas.

— Logo depois que atiraram, Merle disse aos homens que eles deveriam ter esperado. — Olhei para o horizonte, pensativa. — Esperar o quê?

— Sam, eles sabiam que você estava lá também. Se estavam tentando matar vocês, por que não foi atingida?

Balancei a cabeça.

— Eu estava escondida enquanto meu pai… — parei por alguns segundos. As peças encaixaram-se em minha mente. — É isso. Era para terem esperado eu aparecer, para que pudessem me matar também. Um dos homens deve ter se precipitado e atirou antes.

Ele franziu o cenho e ergueu o olhar.

— Mas você foi até o seu pai quando ele foi atingido, não foi? — perguntou ele. Assenti. — Então eles tiveram a chance de atirar em você, mas não fizeram.

— Talvez fosse covardia demais matar uma garotinha desse jeito.

Isaac riu.

— Certo, digamos que Merle tenha um pouco de compaixão… Mesmo assim, os outros homens estavam lá, e de algum jeito teriam que terminar o serviço. E por que o Governador mandaria matar vocês?

— Eu não sei… Talvez ele pensasse iríamos traí-lo e levar um grupo para atacar a cidade? — sugeri. — Mas mesmo assim, não faz sentido, ele conhece meu pai…

— Talvez seu pai saiba de algo que ele não quer que ninguém saiba — disse ele.

— Tipo um segredo? — perguntei, imaginando que tipo de coisa o Governador esconderia a ponto de matar alguém para manter em sigilo.

— Pode ser — continuou Isaac. — Eu vivo aqui há algum tempo e nunca houve nada suspeito… E é isso que me intriga. Afinal, temos muros, comida, camas… É tudo perfeito demais... — Ele parecia preso em um monólogo. — Desde que Ellie me disse que suspeitava do Governador eu comecei a pensar a respeito... Tem que haver algo errado

— Seja o que for eu vou descobrir — falei.

— Não sozinha — disse ele. — Eu vou te ajudar, mas é melhor você ficar com seu pai agora.

— Certo… — assenti. — E você, o que vai fazer?

— Vou andar pela cidade, quem sabe eu descubro alguma coisa — ele começou a se afastar. — Eu volto logo… Só peça para Ellie não tentar matar mais alguém com um bisturi.

Ri ao lembrar-me da cena.

— Não se meta em confusão — pedi, então ele virou-se caminhou para longe, misturando-se aos demais cidadãos de Woodbury.

Era reconfortante saber que eu teria algum apoio. Talvez não conseguisse agir sozinha, sabendo que estava me envolvendo com homens perigosos como Merle e até o próprio Governador, que aparentava ser inocente até o momento, mas que podia muito bem estar por trás de tudo, exatamente como eu imaginava.

Refiz o caminho até a enfermaria, e quando adentrei ninguém pareceu notar. Ellie continuava sentada, o braço estendido e preso a uma agulha pela qual seu sangue era sugado, direcionando-se às veias do papai. A Dra. Stevens cuidava do procedimento, e Lauren não se encontrava mais no local. Dirigi-me silenciosamente à cadeira vaga ao lado da cama, e sentei-me. Ao meu lado, meu pai dormia tranquilamente como se nada no mundo o preocupasse. As bandagens em seu ombro haviam sido trocadas, e já não havia tanto sangue manchando as novas. Por um breve segundo deixei-me sentir o que era realmente estar ali e ter a possibilidade de perdê-lo caso algo mais viesse a dar errado. Eu não podia imaginar minha vida sem meu pai… Com a mamãe sempre fora diferente, ela estava sempre distante e acabei tendo que aprender a viver sem ela, mas o papai… Era simplesmente inaceitável não tê-lo mais ao meu lado, seria semelhante a ter uma parte de mim faltando. Eu não podia permitir que nada acontecesse a ele, assim como ele prometera anos atrás que cuidaria de Ellie e de mim, e cuidava até então.

Por um longo tempo permaneci em silêncio, olhando para o nada, até que finalmente a Dra. Stevens retirou as agulhas do braço de Ellie.

— O que está fazendo? — perguntou ela, a voz fraca e sonolenta.

— Já tiramos o suficiente por hora — respondeu a médica. — Precisa repousar agora, e se alimentar, ou não vai aguentar ficar de pé.

— Não, ele precisa de mais. Eu aguento — insistiu Ellie, mas assim que tentou se levantar, tombou para o lado e a Dra. Stevens a segurou.

— Você está fraca — evidenciou. — Fique aqui e descanse um pouco, vou preparar algo para você comer.

Ellie cedeu e encostou-se novamente. Estava mais pálida que o normal.

— Ei — chamei. — Fez um bom trabalho.

— Não foi suficiente — disse ela, como se estivesse frustrada consigo mesma.

— Ah não, eu estava falando sobre o bisturi.

Nos encaramos por alguns segundos e então instantaneamente passamos a rir juntas, algo que não fazíamos há muito tempo. Eu não podia negar que sentia falta do tempo em que Ellie era apenas uma garotinha, e me via como uma segunda mãe, devido à ausência da primeira. Brincávamos juntas o tempo todo, e apesar de tudo, sempre fomos felizes… Do nosso jeito. À medida que o tempo passou tudo começo a mudar, começamos a amadurecer e perceber que o mundo não era como imaginávamos em nossas fantasias infantis. E quando os mortos sucumbiram-no, tudo passou de mal a pior. Eu sentia falta de vê-la sorrir, tão pura e inocentemente… Mas parecia que nossa chegada a Woodbury havia consertado isso. Era uma pena que em questão de segundos tudo poderia acabar, então estaríamos vivendo à própria sorte novamente, o que me lembrava de que eu não podia simplesmente tentar acabar com tudo pelo simples fato de me sentir ameaçada. Por mais perigosa fosse a situação em que nos encontrávamos, Ellie precisava daquele lugar, e eu nunca me perdoaria se o tirasse dela daquela maneira.

— Ele vai ficar bem, não vai? — perguntou ela, os olhos cansados observando o papai.

— É claro que vai — respondi. — Ele já foi à guerra e voltou pra nós, não se lembra?

— Como poderia esquecer? — disse ela.

— Então você sabe que uma simples bala no ombro não vai derrubá-lo.

Ela desviou o olhar e pareceu pensativa por alguns segundos.

— Não tinha nada lá, não é?

Levei alguns segundos para perceber que ela se referia à mamãe.

— Não — respondi.

Ela riu sem humor.

— Eu fico imaginando… Se ela estiver viva, será que está procurando por nós?

Aquela mesma pergunta martelava em minha mente há meses, e algo dentro de mim dizia que não. Conhecendo a mamãe como eu conhecia, ela provavelmente estaria preocupada demais com o quer que fosse, onde quer que estivesse… Doía imaginar que ela colocaria qualquer coisa a nossa frente por conta de seu egoísmo, que não a permitiria sentir a dor do passado, mas era a realidade.

— Acho que não — falei. O que doía mais era dizer isso a Ellie e assisti-la desmoronar por dentro, por mais que já tivesse superado tudo isso, eu sabia que não era tão simples assim.

Alguns minutos mais tarde a Dra. Stevens chamou Ellie para a refeição, então ela deixou a enfermaria, restando apenas eu, o papai e o silêncio no ambiente.

Sentia-me cansada e tensa, então acomodei-me da melhor forma que pude na cadeira dura, e meus olhos começaram a pesar. Não foi preciso muito tempo para que eu adormecesse.

Quando despertei, não fazia ideia de quanto tempo havia passado. Ergui a cabeça e deparei-me com meu pai olhando-me, com o esboço de um sorriso formando-se em seus lábios. A luz fraca da manhã iluminava o quarto.

— Bom dia — disse ele, como se nada demais houvesse acontecido.

Nunca antes foi tão reconfortante ouvir sua voz.


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Notas finais do capítulo

Percebi também que algumas pessoas estão com duvida em saber quem é quem das irmãs. Bom, A Elle representa a Ellie, e a Cara representa a Sam. Qualquer outra duvida entrem la no tumblr da fic que ta tudo explicadinho.
Aguardando seus reviews maravilindos, XOXO!



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