Left Behind escrita por Khaleesi


Capítulo 1
Capítulo 1 - What Lies Ahead


Notas iniciais do capítulo

Oláa!!

Essa é minha primeira fic de TWD, e só posso dizer que sou totalmente apaixonada por este universo!
O primeiro capítulo acompanha o início da 3º temporada, com os acontecimento de Woodbury e etc.
Espero que gostem da fic...

Enjoy ♥



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Capítulo 1 - What Lies Ahead

E L L I E

As faíscas brilhavam diante de meus olhos, a fumaça negra incendiava minhas narinas, e os gemidos horripilantes sondavam o veículo. Ainda estava um pouco tonta, recobrando os sentidos, tentando ignorar a terrível pressão sobre minha cabeça. Havia um pequeno corte em uma das maçãs do meu rosto e o sangue se espalhava, cobrindo um de meus olhos. Havia algo errado. Talvez fosse o fato de que eu estava de cabeça para baixo...

— P-pai… — minha voz saiu com dificuldade, rasgando a garganta.

Ele e minha irmã, Sam, estavam nos bancos da frente. Meu pai chutava a janela do carro, em busca de uma saída, enquanto Sam estava desacordada.

— Ellie, você está bem? — perguntou ele, ao notar que eu havia recobrado a consciência.

— Não — murmurei, desencadeando uma crise de tosse.

— Eu vou nos tirar daqui — disse ele, e com um último chute, arrebentou a janela. Virou-se para sair do veículo no mesmo instante em que um errante caiu sobre ele, tentando mordê-lo a qualquer custo. Com dificuldade, segurou a cabeça do morto e cravou-a contra um pedaço de vidro pontiagudo que havia sobrado da janela. Em seguida, afastou o corpo e se arrastou para fora do carro. Eu ouvia com desespero sua luta contra os errantes do lado de fora, enquanto tentava tirar o cinto de segurança, que por alguma razão idiota havia emperrado. Após muitas tentativas frustradas, a trava finalmente cedeu, então caí de imediato contra o teto do veículo, o que me rendeu mais alguns cortes pelas mãos e pelo rosto devido aos cacos de vidro espalhados pela superfície. Estendi a mão com dificuldade, tentando ignorar a dor, e chacoalhei o ombro de minha irmã.

— Sam… — forcei a voz. — Acorda!

Ela se mexeu, graças aos céus.

— O que… — começou, parecendo assustada.

— Temos que sair — interrompi, e me prontifiquei a tentar abrir a porta. Meu pai estava ocupado demais do lado de fora para nos tirar do carro, e Sam parecia mais lesada que um dos mortos-vivos. Eu não tinha a força necessária para quebrar o vidro da janela, então dirigi-me ao coldre disposto na perna de Sam. Retirei a pistola com dificuldade e a apontei para a janela.

— Cubra os ouvidos — falei, embora eu não achasse que ela teria a capacidade de fazer isso.

Sem pensar duas vezes, puxei o gatilho. O disparo me deixou completamente surda por alguns segundos, mas foi eficiente. O vidro estourou, espalhando-se em milhares de pedacinhos. Arrastei-me para fora e fui surpreendida por um errante, que jogou-se sobre mim. Tentei segurá-lo longe, mas ele tinha uma força insistente, remexendo-se, desesperado por carne fresca. A mandíbula de dentes podres abria e fechava com estalos, aproximando-se cada vez mais.
Eu não conseguia ver meu pai por perto, o que me causou mais medo ainda, mas antes que eu pudesse gritar seu nome ele apareceu e puxou o errante de cima de mim, jogando-o contra o chão e cravando a faca em seu crânio. Levantei-me com a respiração pesada, e notei que mais um deles estava prestes a pular sobre meu pai.

— Cuidado! — gritei, apontando a pistola para o errante. Meu pai desviou-se por pouco, então atirei.

Havia muitos deles na rodovia, o que me lembrava de ter sido uma das causas do acidente. Eles se aproximavam com rapidez, e não havia como lutar contra tantos. Tínhamos que fugir, imediatamente. Meu pai correu para o carro e após muito esforço conseguiu abrir a porta, e puxou Sam para fora. Ela estava acordada, porém tossia muito, e havia sangue escorrendo por seu nariz e um ferimento relativamente grave em sua testa. Toda aquela ação havia feito-me esquecer dos meus próprios ferimentos, que não eram poucos, mas também não tão ruins quanto os de Sam.

Meu pai apoiou-a em seu ombro e começou a correr em direção à mata que beirava a estrada, mas logo parou ao perceber que eu não os seguia.

Corri para dentro do carro novamente. Eu não deixaria minhas coisas para trás. A mochila estava caída atrás do banco, estiquei-me com dificuldade e por mais que eu tentasse meus dedos não a alcançavam.

— Ellie, vamos! — gritou meu pai em desespero. — Deixe isso, temos que ir!

Forcei-me ao máximo e por fim consegui agarrar a mochila, puxando-a para mim. Em seguida, peguei o rifle de caça sobre o chão, apoiado ao volante e deixei o carro.

— Ellie!

Deparei-me com um errante assim que me levantei, e rapidamente joguei o peso da mochila contra ele, o que o fez cair e me deu tempo para correr.

— Vai! — gritei — Estou bem atrás de vocês!

Corremos, adentrando a mata. A mochila pulava sobre minhas costas e o rifle era um peso a mais para carregar, mas que valia a pena. As árvores nos encobriram, mas os errantes ainda estavam no nosso encalço. Eu podia sentir seu cheiro podre por perto, e os braços estendidos tentando nos puxar para si e arrancar nossa carne dos ossos.

Aceleramos o passo, os galhos e folhas estalavam sob nossos pés, e ficava cada vez mais difícil seguir em frente ignorando a dor. Diversas vezes meu pai ameaçou cair com Sam, mas sua força de vontade era maior do que tudo, e estava muito determinado a viver, assim como eu.

Corremos por muito mais tempo do que nossos corpos aguentariam, e quando finalmente achei que estávamos livres dos moribundos, mais meia dúzia deles bloquearam o caminho à frente, mas os que nos seguiam haviam ficado para trás. Paramos de correr, mas antes que pudéssemos fazer alguma coisa, uma sequência de tiros ecoou pela floresta, e os errantes caíram mortos sobre a grama. Ficamos ali parados, sem reação, até que quatro homens surgiram de trás das árvores, e para nossa sorte, não apontaram suas armas para nós. Um deles aproximou-se, era alto, usava um colete preto sobre a camisa social escura, tinha os cabelos penteados para o lado e um sorriso confiante no rosto.

— Não precisam mais correr — adiantou-se ele. — Tudo vai ficar bem agora.

Era reconfortante ouvir aquelas palavras, e eu realmente queria acreditar nelas, mas não podia simplesmente confiar em um estranho, por mais que ele tivesse nos salvado da morte.

O homem abaixou a arma e sorriu mais uma vez.

— Temos um acampamento... Uma cidade, com muros altos por toda a parte — explicou. — Serão bem-vindos, se quiserem vir conosco.

— E quem é você? — perguntou meu pai, desconfiado.

— Acho que não importa mais quem somos ou deixamos de ser — riu o homem. — Mas me chamam de Governador.

Analisei nossa situação, meu pai sustentava Sam nos braços, ela parecia prestes a desabar no chão. Estávamos famintos e totalmente ferrados, como poderíamos recusar algo assim? Por mais difícil que fosse confiar em estranhos, não havia muitas opções para nós.

— Por favor, queremos ajudá-los. Não acha que se quiséssemos matá-los já não estariam caídos ao lado dos mordedores? — perguntou o tal Governador.

Meu pai ainda permanecia relutante, mas eu podia ver o esforço para manter-se de pé refletido em seu rosto.

— Estarão protegidos — continuou o homem. — Se preferirem não ficar, podem ir embora quando quiserem.

Comecei a pensar que meu pai não aceitaria, e eu não conseguia mais pensar em continuar na estrada, como fazíamos desde que tudo começou. No início nos virávamos muito bem, meu pai era militar e treinado especialmente para sobreviver, embora não em um mundo onde os mortos se levantam para comer os vivos... Mas tinha lá suas vantagens. À medida que o tempo foi passando, tudo ficou mais difícil. A comida era escassa, assim como nossa energia. Os sorrisos já não eram mais frequentes, e nossa vontade de viver menos ainda. Mas tudo isso nunca importara tanto... Desde que estivéssemos juntos, estava tudo bem. Era o que meu pai sempre dizia.

Mas ao mesmo tempo em que queria aceitar a oferta, eu me perguntava porque o tal Governador insistia tanto para que fôssemos para seu acampamento... Já havíamos encontrado outras pessoas desde que tudo começara e não fora nada agradável. Algumas também nos acolheram em seus grupos, mas nunca antes de uma bela discussão, envolvendo armas e mais armas apontadas para nossas cabeças.

— Nós vamos — anunciou ele, embora eu ainda notasse uma entonação de relutância em sua voz.

O Governador abriu um sorriso e providenciou para que os homens que o acompanhavam nos levassem até os carros. Um deles aproximou-se de mim, e sem que percebesse, dei um passo para trás. Parecia um daqueles homens rabugentos que bebiam até não aguentar mais e saíam por aí causando confusão. Tinha um sorriso um tanto malicioso, assim como o jeito de falar, mas o que mais me assustou foi seu braço direito. No lugar onde devia estar sua mão, havia um implante que envolvia seu braço em metal, e preso a ele, uma lâmina afiada erguia-se, coberta com alguns respingos de sangue seco.

— Que bela arma você tem aí — ele avaliou o rifle de caça, com aquele sorriso. — Passe isso pra cá, princesa.

— Não olhe pra ela — falei, segurando o rifle, caso ele tentasse tirá-lo de mim.

O homem riu debochadamente.

— Anda logo garota, não temos o dia todo. — Ele ameaçou se aproximar mais.

— Já falei, fique longe! — exclamei, um pouco mais alto do que planejara. Eu não queria criar confusão, mas algo me dizia que eu não devia confiar naquele homem.

— Ei, o que está havendo aqui? — o Governador se aproximou.

— A princesinha não quer entregar a arma — reclamou o homem.

— Eu cuido disso, Merle — o Governador dispensou-o. — Em Woodbury não é permitido portar armas, mas a guardaremos em segurança para você, não se preocupe.

— Ellie — disse meu pai. — Está tudo bem, entregue a arma.

Relutei um pouco, pois aquele rifle pertencera ao meu bisavô, que passou para o meu avô e em seguida ao meu pai. A caça em nossa família era uma tradição, e meu pai começara a me ensinar desde que tudo começara... Eu tinha certo apego à arma, e não queria entregá-la nas mãos de alguém que eu mal conhecia, mas não tive muita escolha. Entreguei também a pistola, ficando apenas com a faca presa ao cinto.

Sam já estava no banco de trás de um dos carros, respirando lentamente. Eu me perguntava se seu estado seria tão grave quanto aparentava. Adentrei o veículo e sentei-me ao seu lado.

— Será um prazer recebê-los na cidade — disse o Governador. — Há algum tempo não temos moradores novos.

— Para nós também será muito bom — meu pai se pôs diante dele. — Afinal de contas, eu me chamo Jaime.

Os dois trocaram um aperto de mãos, e naquele exato momento fui tomada por um mau pressentimento, como se algo ali não estivesse certo, mas passou assim que eles adentraram o carro e o Governador girou as chaves.

O caminho foi curto, e à medida que nos aproximávamos meu coração pulava cada vez mais rápido. Não sabia o que iríamos encontrar pela frente, eu só esperava que fosse tudo verdade. Tentei pensar em um plano de fuga rápida se algo desse errado, mas eu duvidava que teríamos alguma chance contra o Governador e seus capangas.

Mas quando avistei o muro à frente, e as construções erguendo-se por trás dele, parei de pensar no pior. Haviam mais homens armados sobre os muros, que abriram os portões assim que o Governador sinalizou. Tive a visão clara da cidade, com casas, comércios e jardins. As pessoas andavam pelas calçadas e crianças brincavam nas ruas... Parecia um sonho muito distante, prestes a tornar-se realidade.

O carro avançou, e o Governador virou-se para ver nossas expressões.

— Bem-vindos à Woodbury.


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Notas finais do capítulo

Eaí, o que acharam? Mereço reviews?Até o próximo! XOXO



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