I'm Here Again escrita por TahRodriguess


Capítulo 27
8. Dream - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! (;



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(...)

O segundo filme acabou, comecei a procurar os controles – da TV e do DVD – para desligar os aparelhos em meio à sala apenas iluminada pela televisão e para ajudar, eu sequer sabia onde Justin tinham colocado o controle.

Enfim achei e fiquei tentando desligar o DVD que por milagre consegui logo, mas a TV foi o que deu mais trabalho, mexi a mão para cima e para baixo e nada de desligar.

– O que eu perdi? – Chris levantou um pouco o corpo, com os olhos abertos e, mesmo no escuro, consegui notar que ainda estava cheio de sono.

– Praticamente o final do primeiro e o segundo filme todo. – respondi baixo – Pode voltar a dormir Chris.

– Não, eu não quero mais dormir – ele abraçou o travesseiro – estou completamente – bocejou, fechou os olhos e se aconchegou – sem sono – então respirou fundo e voltou a dormir.

Enfim consegui desligar a televisão, então fui deslizando devagar para não acordar mais ninguém, o que foi em vão.

– O filme já acabou? – Justin abriu os olhos evidentemente cansado e se sentou.

– Já sim, astrozinho.

– Cara, eu estou muito cansado – ele esfregou os olhos.

– Nota-se. Pode voltar a dormir Justin, vou fazer isso agora também – ele deitou virado para mim e eu para ele. – Boa noite, Jus.

– Boa – suspirou alto com os olhos já fechados.

Bom, dormiu.

Eu estava mais cansada do que imaginava, de primeira achei que não iria dormir, mas peguei no sono sem sequer notar.

– Você é o meu amor, você é o meu coração e ninguém nunca, nunca, nunca, vai nos separar.

– Promete? Tem certeza absoluta disso?

– Prometo, e claro que tenho – ele me olhou com uma cara desconfiada, acho.

– Que foi?

– Achei que você iria dizer algo como: “Nunca é muito tempo, e você sabe disso”

– Sinceramente? Depois de um tempo para cá passei a acreditar nisso de nunca, sempre e eterno, apesar de que um “se” como condição é sempre bem vindo.

– Como assim, um “se” ainda é bem vindo?

– Não sei dizer – nossos rostos estavam perto, testa praticamente colada com testa, podia sentir sua respiração quente roçar por todo e meu rosto – na maioria das vezes que um “nunca” e um “sempre” vêm acompanhados de condições, tem mais chances de ser “eternos” se é que me entende.

– Acho que entendi, mas, neste caso não tenho condições, não importa o que acontecer, vou estar ao seu lado, não importa a distância, sempre vou estar com você, e antes que peça, eu prometo! – sorri e ele retribuiu, aquele sorriso era tudo o que eu mais amava, junto com aquele olhar, aquelas feições, aquele tudo que ele era.

– Quantas vezes eu já disse que te amo?

– Não sei, mas custa nada dizer de novo, não me canso de ouvir você dizer.

– Eu te amo.

– Eu também te amo, mas, por favor, deixa eu te beijar, isso está me deixando louco.

– Não sei o que você está esperando para tirar o resto da minha sanidade.

– O resto? Por que “o resto”?

– O que eu tinha de sã, que já não era muita coisa, está se desgastando desde o dia que eu te conheci. E o que você está esperando para me beijar? – ele sorriu de canto de boca, chegou ainda mais perto do meu rosto, aquilo estava me enlouquecendo cada vez mais, até que seus lábios encostaram nos meus, o que me restava de sã, já havia sumido.”

– Eu não acredito no que estou vendo! – abri os olhos assustada devido ao grito, mas não movi qualquer outra parte do meu corpo.

Demorei um tempo para me acostumar com a claridade da sala de estar e demorei ainda mais para meu cérebro funcionasse e eu desse parte da situação.

Meu corpo estava quase completamente entrelaçado ao do Justin, uma das mãos dele estava na minha cintura e a minha estava em seu ombro – a outra estava dormente pelo peso do meu corpo estar em cima dela. Seu rosto estava tão perto que a respiração quente dele roçando a minha pele não ajudou em nada para que meu cérebro funcionasse logo, e eu podia sentir perfeitamente o calor de seu corpo de tão próximos que estávamos, nossos lábios estavam a poucos centímetros um do outro, e talvez se não tivéssemos dormido, teríamos nos beijado.

– Acho que você estava tendo o mesmo sonho que eu – sussurrei encarando aqueles olhos claros, entorpecida, assim como ele parecia.

– Não tenho duvidas. Algo sobre sanidade? – ele sorriu bem entorpecido pela falta de distância e pelos meus lábios tão próximos, talvez.

Assenti discreta.

– Não acredito! Eu não... arght! – isso me fez prestar atenção em outra coisa, mas mesmo assim sem me mexer ou tirar meus olhos dos do Justin.

Ouvi o som de um par de saltos batendo no chão freneticamente ecoar pela sala, parecia que alguém andava nervosamente de um lado para o outro e resmungava. Pela voz, fazia isso por motivos.

Ótimo, acordar já ouvindo berros de Caitlin Beadles é tudo que eu mais amo.

Pov's Bieber

Sabe o que é ter o paraíso tão próximo e de repente ser puxado para o inferno? Bom, foi mais ou menos isso que aconteceu naquela manhã de sábado.

Abri meus olhos com dificuldade, sentindo um cansaço eminente – talvez eu não tenha dormido o suficiente para recuperar toda a minha energia perdida – e minha mente estava zonza. As coisas estavam mais “quentes” do que deveriam e quando abri meus olhos descobri o motivo. Aqueles olhos mais castanhos do que eu já notara estavam me encarando de tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo quase sem distância nenhuma do meu. Seus lábios praticamente já nos meus e sua respiração quente – agora mais acelerada por ter acordado – roçava a minha pele me fazendo entrar em êxtase.

Eu não lembrava de ter ido dormir assim, mas acordar desse jeito realmente é algo que eu iria querer facilmente por toda a minha vida. Eu podia ficar horas ali que sequer me incomodaria ou faria questão de levantar.

Essa é a parte do paraíso, agora deixa eu dizer a do inferno.

Caitlin era uma garota excelente quando a conheci, bonita, legal, simpática... mas de repente se tornou um monstro com certa obsessão que nunca imaginei que ela teria. E o pior de tudo: dizia tanto que me amava e que isso tudo não era para me perder, que estava me deixando infeliz! E queria terminar com ela, ser um garoto “livre” para o mundo inteiro, para eu finalmente poder ser da garota que eu quero – que faz um bom tempo que quero –, mas por falta de tentativa não foi que não consegui, às vezes ela é persuasiva demais e eu me sinto culpado a deixando ir embora sem por um ponto final.

E para ajudar, para me tirar de um instante rápido – até demais do que eu gostaria – entorpecido, ela andava de um lado para outro, com seu salto fazendo um barulho irritante ao chocar com o piso.

– Acho que... – pareceu que a cabeça da Lua enfim começou a entrar em ordem assim como a minha.

Fechei os olhos e respirei fundo, pensei em dar um beijo de bom dia, mas não sei se o clima era o melhor para isso. De qualquer modo, ela se levantou tão depressa que um piloto de Formula 1 sentiria inveja, achando que seu carro era estupidamente lento.

Me levantei espreguiçando, me sentindo um pouco dolorido e a Caitlin, tagarelava e tagarelava, reclamava de coisas e eu sequer ouvia. Meu cérebro ainda estava lento, oras, eu acabara de acordar.

– Eu não acredito! Eu chego, depois de uma semana sem te ver! Querendo fazer uma boa surpresa e é isso que eu ganho de bom dia? Você e essa garotinha dormindo abraçados? – ela me olhava furiosa e eu só notei isso agora, mas ainda estava sem reação, talvez eu esperasse que a Lua gritasse “Ou! Garotinha não!” como normalmente faria, mas acho que estava tão lenta como eu. – O que foi em, Justin? Desde que essa garota voltou você não é o mesmo!

– Talvez seja porque ela me deixa feliz ao contrário de você – respondi sem sequer pensar e com uma firmeza que não sei de onde surgiu.

– Quer dizer que eu te deixo infeliz? – ela perguntou me encarando com os olhos verdes me fazendo, por um segundo, sentir culpado, mas culpado de que? De querer ser feliz?

Eu disse, muito persuasiva.

Fechei os olhos e respirei fundo.

– Vem Caitlin, nós precisamos conversar. De novo.

Passei pelo sofá, indo até a escada e me sentando lá. Caitlin se sentou ao meu lado. Olhei para a cozinha e pude ver o Chris super empolgado brincando com algum biscoito e a Lua dizendo o quanto ele é idiota e rindo, fiquei olhando até que ela notou, olhou para mim de volta e deu um sorrisinho confiante.

– Então, Bieber? Vai me explicar o que aconteceu?

– Sim, Beadles, vou te contar o que aconteceu – a olhei. – Eu tive um sonho, ou melhor, uma lembrança, de quando eu era apenas eu, sem fama. Sabe quem estava no sonho? Aquela garota ali, sentada na minha cozinha agora – apontei com o polegar para a garota que estava atrás de mim, mas sem tirar os olhos da que estava na minha frente – e sabe, eu estava feliz. Agora, eu me sinto completamente acabado e infeliz, com um namoro forçado e mentiroso com uma garota que sequer gosto, sem poder ser feliz, porque essa mesma garota, sempre aparece nas horas mais inconvenientes fazendo a minha felicidade ir para o espaço. Sabe quem é essa garota que me inferniza, Caitlin?

– Espera, esse não é mais um daqueles papos de terminar com tudo, né? Por que Bieber eu não vou...

– “Aceitar isso porque eu te amo”, se me amasse de verdade já teria me deixado em paz.

– Não Just, por favor, eu realmente te amo. O que aconteceu com você? O que aquela garotinha fez com você em? Você costumava me amar, você me amava.

– Parabéns, você disse no passado e o que é passado, é para ficar no passado. E a Caitlin que eu amava não era esse monstro que você é agora.

– Eu não sou um monstro! Eu faço isso por amor, não vê?

– Isso não é amor Cait, é obsessão. Isso sufoca, faz mal, o amor não. – seus olhos pareciam que estavam tão tristes, que eu quase me senti obrigado a calar a boca, mas consegui falar, calmo, o que eu tinha para dizer. – Se você realmente me ama, me deixe livre.

– Para você ficar com aquelazinha lá!? – ela gritou e apontou com desdém para a cozinha ainda me olhando. – Jamais, Bieber! Jamais!

– Entenda Caitlin, acabou! – ela levantou com raiva, pegou a bolsa que estava ao seu lado na escada e me olhou furiosa.

– Não acabou, Justin! Não acabou! – e então saiu da minha casa, batendo tudo o que foi possível.

Respirei fundo. A minha casa de repente ficou silenciosa, como se não tivesse mais ninguém além de mim. Apoiei meus braços nas minhas pernas e passei a mão no cabelo e pondo para trás e fiquei assim por alguns instantes, tentando me acostumar com a ideia que foi mais uma tentativa, entre tantas, em vão.

– Jus? – Lua sentou ao meu lado e pôs uma das mãos no meu ombro.

Abaixei um dos meus braços, e a encarei.

– Você ouviu, eu tentei.

– Para falar a verdade, acho que essa última parte o bairro inteiro ouviu – ela riu e eu não pude deixar de rir também.

– Eu to cansado disso, Lua – disse ainda com um sorrisinho, só o fato de estar a olhando me faz sorrir.

O cabelo estava bagunçado e uma parte jogada para seu lado esquerdo, ela sorria confiante de um jeito “está tudo bem” e parecia não se importar com a cara de “acabei de acordar” – pelo o que conheço da Lua, ela realmente não se importava. Eu gostava de vê-la assim, “normal”, sem maquiagem, nem nada – apesar de que ela nunca usou muita – e mesmo ainda com a cara amassada e a voz rouca de sono estar começando a passar, eu estava a achando linda.

– Justin?

– Eu – abaixei a cabeça tentando disfarçar minha “hipnose” – só queria acabar com isso de uma vez. Me sinto preso e quando estou com você, sei lá, parece tão certo e tão errado ao mesmo tempo, me sinto sufocado.

– Você tentou Jus, você disse que acabou e mais de uma vez ainda, não é culpa sua se ela não quer aceitar.

– E o que sugere, espertinha? – ela sorriu de novo.

– Eu diria para jogar na internet, não dizer que terminou, assim na cara dura, mas diretamente ou indiretamente não importa, não faz seu tipo. Então – ela torceu a boca como um sinal de que estava pensando – fica tranquilo, aja normalmente como se fosse um cara solteiro, Caitlin não vai poder fazer nada.

– Tem certeza? Ela pode falar de você ou...

– Ela não vai falar de mim.

– Como pode ter certeza?

– Me jogar na boca da mídia é a maior carta que ela tem e ainda é incerta, então não vai desperdiçar assim. Olha, deixa as pessoas especularem que vocês não estão juntos, depois só afirma, sem dizer sim nem não. Deu para entender? – ela fez uma careta achando que se embolou demais ao explicar. Ri.

– Entendi sim. Você é um gênio para desculpas – ela sorriu.

– Tenho que ser um gênio para alguma coisa – ela me olhava nos olhos e de repente eu me senti bem, mais do que bem. – Vai dar tudo certo, mas agora vem! Estou com fome e aposto que você também – ela segurou a minha mão e se levantou, me obrigando a andar e ir até a cozinha.

– Filho, está tudo bem?

– Na medida do possível, mãe – ela sorriu confortante.

Lua se sentou onde estava antes e eu me sentei ao lado dela, oposto ao Chris.

– E como foi o filme, crianças?

– Mãe, crianças? – ela me olhou.

– Que foi? Às vezes é difícil acreditar o quanto vocês cresceram! – rimos. – Mas então, e o filme?

– Ah! Foi muito irado! E aquela mulher invisível é muito gata!

– Jessica Alba – Lua disse sem tirar a atenção do que comia.

– Que foi? – Chris perguntou.

– A mulher invisível é a Jessica Alba – ela o olhou. – Que foi?

– Nada, nada. Continuando o filme foi...

– Chris, fica quieto que você dormiu ele todo, os dois – disse.

– E você também não pode falar nada Justin, perdeu o segundo filme inteirinho. – minha mãe e o Chris riram.

– Você adora fazer isso, né?

– Isso o que?

– Tirar minha moral, na frente de todo mundo ainda!

– Parabéns querida, você consegue uma façanha e tanta! – minha mãe continuou se controlando para não rir mais.

O assunto se desfez como fumaça, com Chris fazendo palhaçada e Lua dando corda era impossível continuar com o clima meio tenso.

Depois de muita zoação, gargalhadas e comidas mastigadas a mostra – prefiro não comentar sobre isso – nos levantamos e fomos arrumar a sala. Talvez não tivesse demorado tanto se ninguém – lê-se Christian Beadles – não ficasse se jogando em cima dos lençóis ou coisa do tipo e se também não puxasse a gente para o chão, mas isso é irrelevante. Subimos com tudo, depois Chris e Lua pegaram as coisas para irem para suas devidas casas.

– A gente devia fazer isso mais vezes! – Chris disse enquanto pulava os degraus da escada.

– Sim, mas se você dormir em todos os filmes não vai ter graça – Lua respondeu. Ri.

– Tchau para vocês – ele disse emburrado, desceu a escada correndo e saiu da minha casa.

– Você entendeu? – perguntei.

– Nunca entendi.

– Então – terminamos de descer sem pressa, fui até a porta e a abri –, tchau, né. – sorri fraco.

– É... – estávamos, constrangidos? Mas de que? E desde quando nos sentimos constrangidos um perto do outro?

– Justin? Venha cá, por favor! – minha mãe gritou do jardim interno, eu acho.

– Já vou! – gritei de volta – fecha a porta para mim? – ela assentiu e eu soltei a maçaneta me afastando um pouco.

– Justin? – me virei para a Lua de novo – Eu topo.

– O que? Topa o que?

– O pedido que você me fez ontem, eu topo.


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Notas finais do capítulo

Que pedido será esse hum????? Semana que vem tem o próximo! Eu só preciso saber que dia é hoje pra saber quando postar de novo...



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