A Magia do Tempo

Jaken ainda estava no mesmo beco onde tinha dado uma lição no delator. Ele continuava fumando seu cigarro tranquilamente na companhia de seus seguranças que fumavam junto com ele. É então que uma voz conhecida ecoa no ouvido dele.

—Olá, irmão!

Jaken olha para trás e vê uma sombra se aproximando dele. 

— Sentiu a minha falta?

A sombra se revela. Era um homem com uma aparência semelhante a de Jaken. Ele usava óculos escuro, vestia um terno vinho com uma gola preta, uma camisa preta sem gravata e aberta no peito, sapatos pretos, vários anéis dourados nos 10 dedos das mãos, e várias correntes douradas no pescoço.  O homem se aproxima dele.

—Bryce? Como? Você não estava morto? Eu matei você!  — exclamou Jaken surpreso com a aparição do irmão.

— Então foi você que me matou? — Bryce soltou uma risada sarcástica — O meu próprio irmão? — indagou Bryce.

— Sim, eu te matei! Como é que...?

Jaken estava absurdado com a aparição de Bryce.

— Me diga uma coisa, porque você me matou?

— Por que? Porque você estava no meu território. Os membros que você matou? Eles eram meus clientes. Nós estávamos no meio de uma transação — respondeu Jaken.

— Então foi por isso....— Bryce ficou refletindo sobre aquilo.

— Bryce, como diabos você pode estar vivo se você não é imortal como eu e a Verbena? — vociferou Jaken.

— É verdade, eu não nasci com o dom da imortalidade como você. Eu acho que a única explicação para isso é que... o tempo voa rápido. Talvez isso tenha algo a ver com Chronos. Eu não sei.

— Chronos? Chronos? Você deve estar brincando! — disse Jaken com espanto.

— Não, isso é bastante sério — disse Bryce.

— Mesmo assim, eu ainda posso te matar outra vez. Você não é imortal como eu!

— Eu não tenho tanta certeza, Jaken. Depois do que ocorreu, acho que eu finalmente ganhei a minha imortalidade.

Flashback

Essa é a história de Bryce e Jaken Holt.  Desde que nasceram, eles e a irmã Verbena Holt foram abandonados pela própria mãe, Helena Troy. Helena criou os filhos como pode.

Quando eram pequenos, Helena amamentou os 3 filhos com seu leite materno ainda cedo.  Por ser uma imortal, seu leite materno era especial, porém, Jaken e Verbena eram os que mais se alimentavam dele, deixando Bryce sem o leite da mãe.  As enfermeiras do hospital chegaram a amamentá-lo com o leite delas, e isso acabou tornando Bryce um mortal ao invés de um imortal como os irmãos e a mãe.

Um dia ela resolve colocá-los em um orfanato e depois disso, onde eles seriam adotados por uma nova família, os Holt.  A partir dai, os abusos começam. O pai dos três irmãos era alcoólatra e abusava sexualmente de Verbena por ser a única garota na família e batia nela quando ela se negava a satisfazê-lo sexualmente. Jaken era visto como mau exemplo pelo casal e sofria agressões como a irmã. Bryce, o "filho exemplar" sempre ficava calado e não fazia nada.

Todo dia era a mesma coisa, até que Jaken e Verbena resolveram se vingar dos pais e os mataram.

Bryce, Jaken e Verbena seguiram caminhos diferentes. Bryce começou a trabalhar para a máfia italiana a fim de ganhar algum dinheiro, Jaken começou a traficar drogas para um barão da droga, e Verbena depois de um brilhante currículo em uma universidade, foi trabalhar na Apple.

Mais tarde,Helena se casa novamente, com Jules Peters que ainda não sabia do caso dos irmãos Holt,  e eles tem sua primeira e única filha, Danielle Peters.

Danielle acaba se casando com um dos irmãos Holt, Bryce, que era considerado o "filho exemplar" da família.  Com Bryce, Danielle tem um filho, Eros Peters.

Em sua última missão para a máfia, Bryce estava prestes a eliminar o líder da gangue rival a dele, quando levou um tiro na testa. Do outro lado da rua estava parado um carro preto blindado e com vidros a prova de balas. A mão com arma no vidro abaixado se recolheu e de dentro do carro, Jaken saiu e salvou o líder da gangue rival a de Bryce que trabalhava para ele e abandonou o corpo de Bryce ali no chão.

Após a separação de Jules Peters, Helena se faz a faculdade e se torna botânica e farmacêutica. Ela vai morar sozinha e se fecha nos estudos de diversas variedas de plantas e venenos.  Na faculdade mesmo, ela conhece aquele que seria seu assistente de pesquisa, Izaak Birch.

Enquanto isso, no café de Danielle Peters,  Azarius Zephram estava sentado em uma mesa tomando café. Ele vestia um terno cinza com uma camisa azul, e sapatos cinza.

Jules estava conversando com Danielle sobre o que havia ocorrido no supermercado.

— Aquilo que aconteceu no supermercado...foi loucura — lembrou Jules

— Eu sei. Seu irmão apareceu e Herman também — disse  Danielle.

É quando Bryce, o antigo amor de Danielle entra pela porta. Ele olha ao redor e reconhece Danielle.

— Danielle? É você mesmo? — indagou ele.

Danielle ficou chocada com a aparição de Bryce.

— O seu antigo marido não estava morto? — indagou Jules?

— Como isso é possível?! Será que a magia de seu irmão o trouxe de volta? — indagou Danielle.

— Não, não é possível! É?

Danielle foi até Bryce e o cumprimentou.

— Bryce! Você está bem?

— Sim, Danielle. Eu estou ótimo. Eu tive uma discussão com o meu irmão — disse Bryce.

— Eu preciso chamar o Eros.

Então, Danielle gritou o nome do filho.

— Eros Peters! Venha aqui! Temos visita!

Eros saiu do fundo do café e foi até a mãe.

— Oi, mãe?

— Eros, seu pai está aqui.

— É sério? Mas, ele não estava morto?

— Sim, eu estava. Mas a magia do tempo me trouxe de volta. Nossa! Você cresceu, meu filho.

Eros deu um forte abraço em Bryce e ele retribuiu.

Jules estava olhando os arredores, quando duas pessoas aparecem.

Eram Izaak que vestia a mesma roupa da selva africana e Helena Troy que vestia uma jaqueta bege de couro, uma regata preta por baixo, uma bermuda jeans e tênis branco.

Jules olhou para aquelas figuras e ficou receoso.

— Helena Troy...sua mãe, Danielle — disse Jules tentando evitar a presença da ex esposa.

Danielle pediu licença a Bryce e foi cumprimentar Helena.

— Com licença.

— Toda.

Danielle se aproximou de Helena e a abraçou.

— Mãe! Como você está?

— Eu estou ótima, querida. Eu queria te apresentar meu assistente, Izaak Birch.

Danielle estendeu a mão para Izaak

— Muito prazer.

— O prazer é todo meu — Izaak apertou a mão de Danielle.

Quando Azarius virou para trás e viu Izaak, ele logo se encantou com a beleza daquele homem.

Izaak olhou para Azarius e viu ele se levantando da mesa e indo em direção a ele.

Azarius se aproximou e cumprimentou Izaak.

— Muito prazer. Azarius Zephram — disse Azarius se apresentando.

— Izaak Birch.

Azarius apertou a mão de Izaak e ele ficou encantado com aquilo.

— Nossa! Você é mesmo um cavalheiro.

— Obrigado.  Você é muito bonito.

Izaak mordeu o lábio inferior.

— Muito obrigado.  A propósito, você é gay?

— Sim, eu sou.

— Eu também. Você tem um namorado?

— Eu tenho uma noiva e estou prestes a me casar com ela — respondeu Azarius.

— Nossa! Eu estou passado...

— Mas, talvez possamos dividi-la. Para que ficar apenas com uma mulher?

— Bem, eu topo...eu acho.

— Ótimo! Nós podemos ver o que ela acha disso...o nome dela é Sylvia.

— Se ela topar...

Então, Jules resolve cumprimentar a ex esposa, mesmo relutando muito.

— Olá, Helena!

— Olá, Jules.

— Como você está?

— Eu estou ótima. E você?

— Eu estou tranquilo — Jules deu um sorriso amarelo — Estaria melhor sem você.

— Você não muda, Jules...

— Eu digo o mesmo de você, Helena.

Então, Bryce chamou Jules no canto.

— Jules Peters? — Bryce indagou — Ou devo chamá-lo de Zeus?

— Depende de quem está falando. Eu deveria chamá-lo de Bryce Holt ou Ares? — Jules devolveu a pergunta.

— Bem, nós podemos ser amigos, certo? Vamos esquecer o que houve entre nós no passado, se houve algo. Então...por que não me chama de Bryce? — indagou Bryce.

— Está bem. Me chame de Jules — Jules respondeu.

— Está bem. Eu sei que você odeia o meu irmão Jaken, e eu também.

— Só o seu irmão? Eu odeio você, o seu irmão e a sua irmã. E caso queira saber, eu sei a história de vocês três.  E foi por isso que eu relutei quanto ao casamento da minha filha com você, Holt.

— Eu entendo. E eu acho que você teve toda a razão de agir como agiu. Mas, você também devia avaliar a vontade da sua filha — disse Bryce.

— Bem, eu acho que estou disposto a mudar isso.

— Isso é bom. Muito bom. Eu posso te fazer uma pergunta?

— Você já está fazendo. Mas diga.

— Eu queria saber o que houve, porque eu voltei, e como eu ganhei a minha imortalidade, quando eu não tinha nenhuma? — indagou Bryce.

— Bem, eu matei meu irmão Criss, mais conhecido como Chronos.  E...acho que a magia do tempo fez não só isso, mas deu a imortalidade de Criss para você — respondeu Jules — Então basicamente, você assumiu o lugar do meu irmão.

— Isso significa que eu posso controlar o tempo?

— Não. Veja bem, cada um de nós possuí um "talento". E depende de nós como usamos ele. Eu posso manipular tempestades, raios e relâmpagos. Você, a julgar pelo seu título: "Deus da guerra", você tem não só a imortalidade como também nunca sente dor.

— Nossa! Eu realmente sou um deus! — Bryce começou a gargalhar.

— Eu não entendo. Como o "filho exemplar" é tão parecido com os dois irmãos psicóticos? Acho que é o mau de família...

Então, Herman Hale chega voando no café e para no lugar.  Ele vestia um terno marrom, uma camisa verde esmeralda, e usava sapatos marrons.  Ele carregava duas pizzas do Pizza Hut nas mãos.

— Olá, pessoal! Quem quer pizza? Eu acabei de passar no Pizza Hut.

Então todos os presentes ficam interessados na pizza.

— Pizza! Eu adoro Pizza! — disse Jules animado.

— Ainda bem! Eu estou com muita fome! — disse Helena.

— Pizza! Eu estou dentro! — disse Azarius.

— Eu também — disse Izaak.

— Vamos comer! — disse Danielle.

— Oba! Eu estou com fome! — disse Eros.

Danielle usou o seu poder e juntou duas mesas do café apontando o dedo indicador da mão direita.

Herman colocou as duas pizzas na mesa e eles se sentaram para comer a pizza. Cada um pegou o seu pedaço de pizza e começou a comer.

— Herman, onde está Galeana? — indagou Danielle levando o pedaço de pizza na boca.

— Bem, eu passei no recinto dela, mas...estava fechado. Acho que ela está de folga ou algo assim.

Danielle mastigou o pedaço de pizza que havia mordido.

— Entendo — disse com a boca cheia.

— E quanto a Kurt e Alexis?  — indagou Herman.

Depois de engolir parte do seu pedaço de pizza, Danielle respondeu.

— Acho que eles devem ter se atrasado, ou algo do tipo.

— Eu posso pegá-los. Eu agora sou o "homem sedex" — Herman começou a rir.

Danielle começou a rir junto com Herman. Era como se os dois tivessem sido feitos um para o outro, diferente de Bryce.

— Isso me lembra que esquecemos de convidar o casamenteiro Arseus — lembrou Eros.

— Verdade! Ele adora uma festa! — disse Danielle.

— Sabem quem poderia estar aqui conosco? — indagou Jules.

— Não, quem? — todos disseram em unisono.

— Meu primo Reese Grayson e a esposa dele, Electra River.

— Verdade. Ele não é o dono de uma boate gay aqui na cidade? — indagou Danielle.

— Sim, Danielle — respondeu Jules — O nome verdadeiro dele é Poseidon, e o nome da esposa, Anfitrite.

— Uma casa noturna gay? Isso me interessou. — disse Azarius.

— Bem, nós podemos ir lá, querido. Eu te levo — disse Izaak.

— Boa idéia!

— Bem, Eros, eu quero que depois você ligue para o Arseus e convide ele para a nossa confraternização — disse Danielle.

— Sim, mãe — respondeu Eros.

— E os meus irmãos Jaken e Verbena? Eu odeio dizer isso, mas eles podem ficar chateados, principalmente a minha irmã — disse Bryce.

Jules olhou sério para Bryce. Apesar de ter feito uma amizade com ele, ele não conseguia suportar a ideia de trazer os irmãos Jaken e Verbena para a confraternização. Bryce olhou para Jules.

— Eles são meus irmãos, Jules! — disse Bryce.

— Sem comentários — disse Jules com uma cara fechada.

— Eu acho que vou chamar a minha noiva, Sylvia. Não sei se vocês a conhecem, mas o nome verdadeiro dela é Zephyrine. Eu adoraria apresentá-la para vocês — disse Azarius.

— Isso seria ótimo, Azarius — disse Danielle.

— Obrigado, mãe — disse Azarius.

Azarius então ligou para sua noiva Sylvia e a mesma chegou saindo de um tornado.

Sylvia era uma moça loira de olhos verdes, vestia um vestido vermelho longo e caçava sapatos de salto vermelho.

A mesma então se apresentou para o resto do panteão ali para os convidados e os deuses acabaram se divertindo.

Kurt e Alexis acabaram tentando se casar alguns dias depois. A data escolhida para o casório foi no dia 13 de maio, mas...o mau tempo acabou impedindo a cerimônia de se realizar. Então os noivos escolheram ou dia, 13 de Junho, mas a data estava ocupada, pois outros noivos resolveram se casar no mesmo dia, porém, os mesmos acabaram morrendo de causas misteriosas. Resolveram escolher então, outro dia 13, dessa vez, de Julho, mas...o padre que iria realizar o casamento não estava disponível naquele dia.

Tudo isso só podia ser obra de Thanatos, a deusa da morte, que acabou impedindo o casamento do casal.

Porém, os noivos resolveram não desistir e se casar outro dia, que não fosse dia 13.