A primeira coisa que você deveria saber é que isso não é uma história de amor.

Eu queria que fosse. Um dos meus passatempos favoritos é passar horas lendo aqueles romances adolescentes tão clichês, que já dá para adivinhar o final só pelo começo.

Mas não. Não é isso. Pelo menos não completamente.

Porque, apesar de tudo, eu ainda tenho 15 anos e sou uma pessoa razoavelmente dramática. Mas também, com a vida que eu tenho, o que mais alguém poderia esperar?

Eu sou apaixonada pelo meu melhor amigo desde os dez anos de idade. E ele é a fim da minha outra melhor amiga – que é lésbica, só para deixar vocês bem atualizados.

No momento, eu vivo com os meus pais, três gatos( dois deles quase mortos), meu primo mais velho e meu irmão mais novo. Eu poderia passar uns três capítulos falando deles(negativamente, na maior parte do tempo), mas eu realmente acho desnecessário. Vocês vão conhecer a desgraça familiar mais para frente.

Essa é basicamente a trama da minha vida. Não tem nada de muito interessante, eu sei. Até eu fico um pouco entediada escrevendo isso para vocês mas...sei lá. Eu simplesmente precisava contar para alguém o que aconteceu nesses últimos dois meses.

Quando eu falei isso para a minha psicóloga( Dra. Cassandra, 2 vezes por semana. O fato dela ser a pessoa mais equilibrada no meu círculo social pode me assustar as vezes), foi que ela sugeriu que eu escrevesse tudo num caderno. Na forma de um diário, livro ou sei lá. Tanto faz. O importante é escrever, colocar no papel e quem sabe futuramente digitalizar. E é o que eu estou fazendo.

Agora voltando para a parte “A primeira coisa que você deveria saber é que isso não é uma história de amor.”

Histórias de amor são classificadas por frases de efeito, primeiramente. Eu não sou nenhuma poeta ou coisa do tipo. Não sei expressar nem para mim mesma os meus sentimentos sobre certa pessoa, imagina pra outro alguém. Nunca consegui deixar escapar algo sobre a forma como um tal garoto é como a brisa de verão na minha pele necessitada ou algo do tipo. Eu sou mais uma daquelas pessoas que fala nada com nada e ri feito uma hiena. Todo mundo conhece alguém assim, não?

Prazer, eu.

Está certo que você provavelmente nunca vai me encontrar por aí, nas ruas. E se encontrar, não vai me reconhecer. E é essa a intenção, o mistério da coisa toda.

A coisa toda até pode ser meio entediante para você. Eu não sei.

E eu só precisava escrever e de alguém para ler o que eu escrevesse. E pronto. Cá estou eu, falando e aí está você, ouvindo.

Espero que esse negócio todo dê certo.