POV’S Lively

Balada! E isso aí! Vamos festejar! “Ballade” era um lugar muito bacana, só precisava de umas decorações! Iríamos deixar aquele lugar mais colorido do que o Bolt! Eu e Tiger nos sentamos nos banquinhos do bar, enquanto Wolff e Bolt foram para detrás do balcão. Bolt arrumou uma gravata-borboleta vermelha e a amarrou no pescoço, depois, com uma caneta preta, desenhou um bigode em sua própria cara.

–Bonjour, em que posso ser útil hoje?-perguntou Bolt, com seu melhor sotaque de garçom francês.

Eu e Tiger mordemos a língua para não rir.

–O que tem no cardápio?-perguntou Tiger, entrando na brincadeira- eu e minha dama só aceitamos do melhor!

Eu estava me segurando para não explodir em risadas. Bolt fingiu segurar seu bigode.

–Ah, oui, oui, apenas o melhor-repetiu Bolt-aqui está o cardápio!-ele estendeu um papel para mim e Tiger.

Olhamos o cardápio e vimos que ele era apenas um guardanapo rabiscado com caneta preta. Só havia uma palavra no cardápio: Água com gelo.

Ergui a sobrancelha.

–Só tem água com gelo!-reclamei.

Bolt deu de ombros.

–Os ingredientes estão em falta!-argumentou Bolt, o garçom.

–Improvise!-pediu Tiger- a minha fome é real, o.k.?

Bolt parou e pensou um pouco.

–Talvez eu possa fazer cachorro-quente!-disse Bolt, sorrindo.

Tiger fez uma careta e Wolff ficou em estado de alerta, parecendo assustado.

–Argh, eca, eu não comeria “Wolff-quente”!-reclamou Tiger.

Bolt olhou para Wolff.

–Ah é, você é tecnicamente um cachorro!-se tocou Bolt-puxa, desculpa, cara!

Wolff ainda estava com os olhos verdes estreitados, desconfiado.

–Certo, agora falando sério, eu estou faminto!-resmungou Tiger. Sua barriga roncou para confirmar-se a comida demorar demais, eu juro que vou começar a apelar pro canibalismo!

Bolt ficou de olhos arregalados, se escondeu atrás de Wolff e apontou para mim.

–Pegue a Lively, ela tá mais perto!-disse Bolt.

–Bolt!-reclamei-seu traidor!

Bolt riu.

–Desculpe, é a lei da selva!-disse o cavalo alado.

Wolff franziu a testa.

–Bolt, estamos numa pizzaria, não numa selva-disse o lobo.

Bolt pensou um pouco.

–É a mesma coisa!-disse o garoto de cabelos coloridos-todos viram animais quando veem comida!

Rimos do comentário de Bolt.

–Tudo bem, eu perdoou dessa vez!-falei- só dessa vez, hein, mocinho?

Rimos, então, ouvimos o som igual ao de um trator. Nós nos viramos para Bolt. Ele corou e levou a mão ao estômago.

–Desculpem, eu também fiquei com fome- desculpou-se ele.

Wolff sorriu, mostrando as presas.

–O.k., eu vou cozinhar algo pra comermos-disse o lobo-depois, arrumamos a festa; afinal, não dá pra trabalhar bem quando estamos com fome!

Bolt ficou de boca aberta.

–Você cozinha?-perguntou Bolt incrédulo.

Wolff assentiu.

–Sei fazer algumas coisas-disse o lobo, misterioso, sorrindo enigmaticamente.

Sorri.

–Então, pode começar!-falei-fiquei com fome agora!

Wolff riu.

–E o que vamos fazer enquanto Wolff cozinha?-perguntei.

Tiger apontou para o palco e sorriu.

–Que tal uma batalha de Rap?-sugeriu o tigre.

Eu e Bolt nos entreolhamos, então, sorrimos.

–Pode apostar-respondi.

POV’S Wolff

O que eu deveria cozinhar? Pizza é que não! Quer dizer, estávamos numa pizzaria, e fazer pizza seria muito sem- graça, que quero algo mais original!

Olhei para meus três companheiros.

–Ei!-chamei-o que vocês querem comer?

Eles pensaram um pouco.

–Algo doce!-respondeu Bolt.

Os outros concordaram.

Pensei com meus botões em algo que enchesse a barriga e fosse doce. Então, estalei os dedos; torta alemã! É uma delícia! É doce! E vai encher a barriga! Perfeito!

Fui pegar os ingredientes e comecei a cozinhar. Hum, deixe-me ver se tenho todos os ingredientes...tem leite? Sim! Biscoito Maisena? Claro! Açúcar? Pode apostar! Fui checando os ingredientes mentalmente. Ufa, ainda bem, tínhamos todos os ingredientes!

Hora de trabalhar! Primeiro, a massa. Fui cozinhando e cozinhando. Acho bom não detalhar muito, não quero que isso vire um “Maste-Chef”.

Logo, coloquei a torta pra assar. Eu estava descabelado, sujo de farinha, açúcar e chocolate, mas feliz. Sorri e limpei uma gota de suor da testa com as costas da mão.

–Nossa, que cheiro bom!-tomei um susto ao ouvir a voz de Bolt. Olhei para trás e ele, Lively e Tiger estavam sentados nos banquinhos, sentados todos juntinhos, parecendo um bando de crianças, com os cotovelos apoiados na mesa. Eu ri.

–Ei, me deixem trabalhar em paz!-reclamei- não quero ninguém respirando o meu cangote enquanto eu cozinho!

Bolt riu histericamente.

–O.k., o.k., desculpe, a gente vai continuar a Batalha de Rap!-falou Bolt-vamos, galera!

Os três saíram da mesa e foram para o palco. Enquanto isso, terminei a torta. Servi numa bandeja e coloquei na mesa. Assobiei para a galera.

–Terminei, cambada!-berrei.

Eles vieram correndo feito loucos e se sentaram na mesinha. Batiam na mesa impacientemente, loucos para comer.

Porém, quando eu servi a torta, ouvimos um barulho. Franzimos a testa e nos encaramos.

–O que diabos foi isso?-perguntou Bolt.

Lively sorriu, mostrando as presas.

–Só tem um jeito de descobrir-disse ela- vamos investigar!

POV’S Tiger

O barulho veio da entrada, perto do palco do Freddy, da Chica e do Bonnie. Fomos andando de fininho e nos escondemos atrás de uma mesa. Visualizei dois vultos. Quando meus olhos se acostumaram a escuridão, fiquei surpreso ao ver o dono da pizzaria, Charlie, e o cara que nos construiu (eu deveria chama-lo de “papai”? Seria estranho. Tipo, muito, muito estranho.)

–O que eles estão fazendo aqui?-sussurrou Lively ao meu lado.

–Não sei-sussurrei de volta- mas parece que vamos descobrir logo...

Charlie e Frederick conversavam.

–Olha, só mais esses, hein?-ouvimos Frederick reclamar.

–Certo, o.k., só esses!-concordou Charlie.

Logo, dois caras grandões chegaram, empurrando três caixas imensas. Fiquei curioso ao perceber que eram como as caixas de onde havíamos saído.

Wollf mexeu os lábios, formando Cara, o que eles estão aprontando?

Bolt deu de ombros.

–Certo, agora, que tal outra rodada de drinks?-convidou Charlie-por minha conta também!

–Sendo assim...-rendeu-se Frederick.

Frederick e Charlies foram embora. Saímos do esconderijo e encaramos as caixas. Lively olhou para cada um de nós.

–Vamos abrir?-perguntou ela.

Assentimos.