POV’S Anne

Depois que Phantom assinou o contrato, meu tio sorriu para ele; um sorriso um tanto...falso, na minha opinião.

–Bem-vindo a família, garoto!-meu tio exclama, sorrindo.

Phantom dá um aceno de cabeça e nada mais. Ele parece ser bem calado.

–O.k., Anne, querida, poderia pegar um uniforme para o Sr. Whirl, sim?-pediu meu tio, olhando para mim.

Sorri.

–Mas é claro!-respondo, saindo do escritório.

Era tão estranho ver a pizzaria sem os animatronics! Um pedaço do local faltava, o melhor pedaço! Falando nos animatronics, onde eles estavam? Eu queria tanto dar um “oi” pra eles!

Fui em direção a ala de relaxamento dos funcionários, onde dei de cara com Mary Blooding. Ela tinha cabelos loiros medianos, olhos azuis e pele bronzeada. Vestia um jeans e uma camiseta vermelha. Sorriu para mim.

–Ei, Anne, a quanto tempo!-exclamou ela, me abraçando- parece até que foi ontem que brincávamos de roubar o chapéu do Freddy!

Eu sorri.

–Foram bons tempos-concordei- e eles podem voltar...

Ela riu.

–Então, o que te traz até aqui?-perguntou Mary.

–Meu tio acaba de contratar um vigia noturno novo...-expliquei- ele precisa de um uniforme, então, eu vim busca-lo...

Ela assentiu.

–Sabe-me dizer o tamanho que ele usa?-perguntou Mary.

Eu fiz que “não” com a cabeça. Mary suspirou.

–O.k., então, sabe pelo menos quantos anos esse cara tem?-questionou a loira.

Assenti.

–Ele tem dezesseis...-respondi.

–Aguarda só um minuto-pediu Mary, entrando em uma porta e voltando logo em seguida com o uniforme do garoto, uma camiseta social azul clara com o logotipo da pizzaria, calças num tom de azul escuro, gravata azul e um boné azul com o nome “Vigia Noturno” em preto.

–Obrigada, Mary-agradeci.

Ela deu de ombros, sorrindo.

–Disponha-disse ela- mas então, qual é o nome do novo funcionário?

–Phantom. Phantom Whirl-contei- por quê?

Mary sorriu maliciosamente.

–Ele é bonito e solteiro?-perguntou a loira.

Revirei os olhos; Mary estava atrás de um namorado faz muito tempo e cada cara que aparecia, ela dava em cima.

–Não sei lhe responder nenhuma das perguntas-comentei- ele usa capuz, não dá pra dizer se é bonito e eu não vou perguntar se ele tem namorada, Mary!

O sorriso dela sumiu, mas logo voltou.

–Mesmo assim, eu vou descobrir mais sobre esse Phantom-afirmou minha amiga.

Revirei os olhos e ri.

–Bem, o.k., até outra hora, Mary!-eu disse, indo embora.

–Tchau, Anne!-ela acenou.

Voltei para o escritório do meu tio. Tio Charlie estava contando algo aleatório para Phantom, que não falava nada, mas assentia, ouvindo atentamente.

Pigarreei. Eles pararam a conversa e se viraram para mim. Eu entreguei o uniforme a Phantom, que não disse nada. Titio sorriu para ele.

–Bem, agora você é, oficialmente, um membro da família!-disse meu tio, contente- quer fazer um tour pela pizzaria? Nós poderíamos pedir a Mary ou a Phil ou quem sabe a....

–Eu sei onde fica cada canto desse lugar-cortou Phantom- obrigado, mas não será necessário...

Tio Charlie pareceu surpreso, mas sorriu mesmo assim.

–Então, certo, está liberado-disse tio Charlie- você começa hoje a noite. Seu turno é de...

–Eu sei que horas começa o meu turno, não se preocupe, Sr. Fazzbear-interrompeu Phantom, se levantando e saindo do escritório sem se dar ao trabalho de dar “tchau”. Eu e tio Charles trocamos olhares confusos.

–Que cara estranho...-comentei.

Tio Charlie concordou com um aceno de cabeça vigoroso.

–Ele me dá calafrios...-disse meu tio- não sei se realmente confio nesse moleque...

Franzi a testa.

–O que você quis dizer com isso, tio?-perguntei.

–Ele é suspeito...-explicou meu tio- eu não estava com vontade de aceita-lo, mas precisamos de muitos guardas agora que temos tantos animatronics...

–Quantos guardas tem na pizzaria?-questionei.

Meu tio começou a contar nos dedos.

–Deixe-me ver, temos o Mike e Ana Schmidt, Jeremy e Charlotte Fitzgerald, Jéssica e Scott Tsukino, Kevin Rodney, esse Phantom Whirl e...ah, a guarda que contratei hoje de manhã, a Megumi Bloom...

–Tem bastante guarda por aqui...-comentei. Então, perguntei algo que estava martelando no fundo de minha mente- tio, onde estão os animatronics?

–Ah, eles estão na empresa do Frederick, fazendo um check-up..,-contou titio.

Franzi a testa.

–Então, por que você pediu que Phantom viesse hoje à noite, se ele não terá que vigiar os animatronics?-perguntei, confusa.

–Bem, bandidos podem vir aqui de noite e levarem coisas valiosas!-contou tio Charlie- vândalos podem invadir o local e depredar tudo!

Eu ri.

–E como ele é novato, juntamente com Megumi, eles irão tomar conta do lugar hoje-explicou titio.

Assenti.

–Mas eu ainda não confio nesse Phantom...-murmurou tio Charlie- esse Phantom é sinistro, Megumi tem cara de ser um pouco ingênua...não é a melhor dupla do mundo...

–E o que você vai fazer?-perguntei.

Lentamente, meu tio sorriu para mim.

–Ei, sobrinha, você está livre hoje a noite?-perguntou ele.

–Estou...-respondi.

–Que tal um trabalho extra?-sugeriu meu tio.

Dei de ombros.

–Tanto faz- eu disse simplesmente- qual é o trabalho?

–Você poderia vir hoje à noite para ficar de olho em Phantom e Megumi?-perguntou meu tio.

Pensei um pouco. Eu não tinha a mínima vontade de voltar para casa.

–Claro-respondi- sem problemas, tio Charlie...

Meu tio sorriu.

–Ah, você é um amor, Anne!-ele exclama- mas tome cuidado, o.k.? Você é muito nova ainda, tem só dezesseis anos!

Eu ri histericamente. Meu tio franziu a testa, confuso. Eu ri, ri, ri e ri sem parar, limpando uma lágrima do rosto.

–Qual é a graça?-perguntou meu tio.

Ainda rindo, eu disse:

–Tio, eu não tenho mais dezesseis!-exclamei, entre risos- eu tenho vinte e um!

Meu tio corou.

–Desculpe, querida, eu me confundi...-disse meu tio, encabulado.

Eu sorri.

–Sem problemas, tio Charlie...-eu comentei- agora, que horas eu tenho que chegar?

POV’S Âmber

Marionete e eu estávamos conversando, tomando conta das crianças. Ballon Boy não gostava de nadar, portanto, ficava grudado em Marionete como um carrapato.

–Ballon Boy, tente nadar um pouco!-insistiu Marionete- eu e Âmber queremos conversar um pouco!

Ballon Boy bufou, claramente irritado.

–Âmber isso, Âmber aquilo, Âmber é linda, Âmber é maravilhosa, blá, blá, blá!-resmungou o menino- você só sabe falar dela, não é?

Eu juro ter visto Marionete erubescer.

–Ballon Boy, pare de falar bobagens e vá brincar um pouco!-cortou Marionete, constrangido.

Eu ri enquanto o menino dos balões ia nadar, bufando irritado. Marionete sorriu para mim. Franzi a testa.

–O que foi?-perguntei, confusa.

Ele coçou a cabeça, constragido.

–Âmber, nós já nos...beijamos, certo?-começou ele.

Minhas bochechas esquentaram. Dei um leve aceno de cabeça, concordando.

–Então, isso quer dizer que nós somos...hum...namorado e namorada?-perguntou Marionete, vermelho de vergonha.

Meu rosto esquentou mais, mas eu consegui dar um pequeno sorriso.

–Acho que...sim...-respondi, depois de um tempo.

Marionete sorriu.

–Eu te comprei uma coisa...-contou ele.

Sorri.

–Não precisava!-exclamei.

–Namorados se presenteiam, então, precisava sim!-argumentou ele.

Marionete saiu da piscina e voltou em segundos, segurando uma delicada caixinha azul, que estendeu a mim. Eu a peguei e a abri, dando de cara com uma linda pulseira em forma de coração. Eu o abracei e o beijei; ele retribuiu principalmente o beijo.

–É lindo, Marionete...-eu disse, sorrindo.

Marionete deu de ombros.

–Um presente lindo para uma garota linda-ele diz.

Sorrio para ele.

–Dá pra pararem de se agarrar na piscina, por favor?-surpresos, olhamos Ballon Boy, irritado, nos encarando.

Coramos.

–Não estávamos nos agarrando!-exclamamos eu e Marionete em uníssono.

–Sei...-diz Ballon Boy, com um sorrisinho safado no rosto.

POV’S Hazel

O jantar finalmente ficou pronto. Já estava escurecendo quando todos saímos da piscina e nos sentamos nas mesas para comermos churrasco. Conversamos animadamente durante a refeição. Frederick pretendia nos levar para um parque de diversões no dia seguinte.

Depois do jantar, algumas pessoas, como eu e Ruby, saíram da piscina; outros, como Ghost e Mari, ficaram aproveitando a água.

Eu voltei para a oficina, tranquei as portas e coloquei uma roupa seca, a roupa nova que eu havia comprado, que consistia numa camiseta preta de mangas curtas com a imagem do escudo do Capitão América, um colete jeans claro, legging com estampa de super-heróis em formato chibi, luva preta meio-dedo e sneakers pretos. Destranquei as portas da oficina e fui para o quarto das garotas, que estava vazia. O escritório de Frederick deveria ser considerado uma casa!

O quarto das garotas era, na realidade, a antiga sala de reunião de Frederick. O chão era aveludado, na cor preta, as paredes eram beges. Havia um banheiro e uma TV. Frederick havia instalado alguns colchões para nós, garotas. Eu me deitei no meu colchão e peguei um livro que eu havia comprado. Comecei a ler esse tal de “Percy Jackson & os Olimpianos- Ladrão de Raios”; Frederick havia dito que era uma série muito legal.

Eu estava lendo, concentrada, até que sinto um peso extra no meu colchão. Suspirei, baixei o livro e olhei para o lado, dando de cara com Ethan.

Ele sorriu e acenou.

–Oi-cumprimentou ele.

–O que você está fazendo aqui?-cortei-o.

–Seja mais educada-resmungou ele- eu estou aqui só pra te dar uma coisa...

–E o que seria?-perguntei, fechando o livro e colocando-o ao lado do meu colchão.

Ele tirou uma caixa vermelha do bolso e atirou na minha cara. Fiz uma careta.

–Você é um cavalheiro!-falei, sarcástica.

–Abre logo a droga dessa caixinha-resmungou ele, impaciente.

Suspirei e abri a caixa. Meus olhos saltaram da minha cara e minha boca se escancarou. Ethan soltou uma risadinha. Eu retirei a pulseira da caixa; ela era tematizada inteiramente com símbolos dos Vingadores. Eu olhei para Ethan, depois para o presente, depois para Ethan de novo.

–Fecha a boca se não entra mosca-cantarolou o loiro, contente.

Meio a contragosto, fechei a boca.

–Desde quando você tem tanto bom gosto?-perguntei a ele.

Ethan limitou-se a dar de ombros, ainda ostentando um sorriso exibido.

–É para me desculpar por eu ter estragado seu casaco-ele disse- se bem que eu gostei mais da sua roupa nova...

–Você comprou algo que realmente combina com minha roupa...-comentei, colocando a pulseira no pulso- muito obrigada, Ethan...

–Eu esperava mais...-resmungou ele, fazendo beicinho.

–Ah, se toca-retruquei.

–Eu te dei um presente-ele argumentou- o mínimo que você poderia fazer é me dar algo em troca!

Revirei os olhos.

–Você é tão interesseiro-comentei.

–Eu só quero justiça-retrucou ele.

–Então tá, o que você quer em troca da pulseira?-perguntei.

Ele abriu um sorrisinho.

–Um beijo-respondeu ele.

Meus olhos se arregalaram.

–Nem vem, Ethan!-exclamei- eu não vou te dar um beijo!

Ele fez beicinho.

–É algo tão insignificante!-implorou ele- só um beijinho!

–Eu posso te devolver o presente?-sugeri.

–Não, não pode- ele disse, sorrindo travesso.

Suspirei.

–Vamos, um beijo é algo tão bobo!-argumentou ele- só unzinho!

Pensei um pouco. Por fim, suspirei.

–Aliás, por que você quer esse beijo?-perguntei, curiosa.

Ele ficou com as bochechas vermelhas.

–Não precisa ter motivo...-murmurou ele.

–Se eu te der esse beijo, você para de me provocar?-perguntei.

Ele assentiu vigorosamente.

–Mas vai ser um beijo na bochecha!-avisei.

Ele soltou um gemido de frustração.

–É pegar ou largar!-insisti.

Ele suspirou, irritado.

–Você é tão chata!-resmungou ele- o.k., serve na bochecha...

Eu me levantei do colchão, me sentando. Ethan seguiu meu exemplo e se sentou, ansioso. Eu soltei um gemido de frustração, mas comecei a me inclinar para dar logo um beijo na bochecha dele.

Porém, quando faltava apenas um centímetro para eu beijá-lo e acabar logo com isso, ele virou o rosto. Nossos lábios se encontraram. Meus olhos se arregalaram. Ethan me puxou pela cintura. Eu não sabia o que fazer inicialmente, mas logo retribui o beijo; coloquei as mãos nos ombros de Ethan, meu rosto ultrapassando cinquenta tons de vermelho.

Depois de alguns minutos que pareceram séculos, Ethan quebrou o beijo. Ele olhou para mim, as bochechas erubescidas, respirando ofegante, mas um sorriso maroto no rosto. Eu o soquei no ombro enquanto ele ria.

–Ethan, eu vou te matar...-resmunguei, vermelha.

Ele simplesmente continuou rindo, parecendo bem contente.