POV’S Blake

Ana e eu fomos para um canto mais afastado. Eu ia atrás, com meu presente nas mãos, escondido atrás das minhas costas. Meu medo era que Ana não gostasse dele!

Paramos num canto mais afastado. Mike lançou um olhar estranho em minha direção, desconfiado. Me foquei em Ana e vi que ela estava tão vermelha quanto eu.

–Hum, o que foi, Blake?-perguntou ela.

–Eu...hã...um...eu...você...-gaguejei, atropelando as palavras e letras. Respirei profundamente.

Você parece um idiota, ouvi uma voz familiar em minha mente.

Alpha?, perguntei mentalmente.

Sim, sou eu! Sentiu saudades?

Nem um pouco...

Não me ofenda!

O que você quer?

Eu quero saber por que você não me liberou para eu poder curtir um banho de piscina!

Por que você não pediu antes, ora essa!

Que seja, Blake. Mas bem, sugiro que pare de gaguejar e ande logo, seu idiota! Ana está esperando feito besta!

A voz parou. Alpha tinha razão; respirei profundamente, então olhei para Ana.

–Ana, eu...te comprei...uma coisinha...-eu consegui dizer sem derreter com aquele sorriso lindo e aqueles olhos encantadores.

–Sério?-perguntou ela, vermelha- não precisava...

Entreguei o pequeno embrulho azul. Ela desembrulhou o presente com cuidado, e seus olhos se arregalaram quando ela pegou um lindo colar em forma de coração de rubi. Examinou por completo, então, abriu um lindo sorriso e meu deu um abraço, que me pegou de surpresa; abracei-a de volta, adorando cada segundo. Então, Ana me deu um beijo na bochecha. Meu rosto explodiu em vermelho. Ela sorriu e colocou o colar no pescoço, admirando-o.

–Blake, eu amei-disse ela, sorrindo.

–Ah, bom, não foi nada...-eu disse, sem graça, ainda com o rosto um pouco erubescido.

Ela riu.

–Bem, eu estarei com as meninas-ela disse- mais uma vez, obrigada, Blake, é lindo!

E Ana se foi, para junto de suas amigas.

Uma sensação que eu não conseguia descrever cresceu dentro de mim; um frio na barriga, uma sensação que, surpreendentemente, eu gostava.

Olhei para a piscina e vi Hunter sorrindo para mim, um sorriso malicioso.

Corei e fui até ele.

–Blake e Ana, sentados numa árvore, se beijando!-cantarolava meu irmão.

Eu o soquei no ombro, mas não pude deixar de sorrir.

POV’S Valentin

Argh, aquele idiota do Dylan estava paquerando a minha irmã! Pelo menos, Valentina não caia no charme dele, aquele playboy exibido!

Henny pareceu notar que eu estava um pouco...irritado.

–Ei, Valentin, o que foi?-perguntou ela, preocupada.

–É o Dylan-respondi, entre dentes- ele está dando em cima da minha irmã! Dá pra acreditar?

–Dá-respondeu Henny, sorrindo- ele é assim mesmo, um grande paquerador, mas, se você conhece ele direito, vê é legal...

–Como você sabe disso?-perguntei, erguendo uma sobrancelha.

Ela deu de ombros.

–Ele é meu amigo-respondeu- pode parecer ser um cabeça oca completo, idiota que só pensa em garotas, mas não é bem assim; ele é gentil, educado, um cavalheiro e bem inteligente em certos assuntos...e vamos combinar, ele é bonito!

–Não, não é não-resmunguei; ouvir Henny falar tão bem de Dylan fez algo acender em meu peito: ciúmes- eu não estou convencido de que ele é uma boa pessoa!

–E se Val gostar dele?-perguntou Henny.

–Eu vou deixar eles ficarem juntos-falei simplesmente- sou um cupido e ela também, sabemos quando o amor é verdadeiro...

–Bem, eu não sou cupido, mas eu acho que o amor de Dylan por Val é verdadeiro sim...-comentou Henny.

Franzi o cenho.

–Como assim?-perguntei.

Ela riu e apontou para Val e Dylan. Olhei para os dois; Val estava rindo de algo e Dylan estava...vermelho? Ele parecia sem-graça com algo, mas tinha um tímido sorriso, em vez de seu típico sorriso exibido.

Olhei para Henny e sorri.

–Talvez você tenha razão...-eu concordei com Henny.

Ela sorriu.

–Comece a se acostumar, Valen, em geral, eu tenho sempre razão!-brincou ela.

–E eu tenho certeza de que isso não é verdade-retruquei, sorrindo.

Rimos, então, continuamos a conversar. Então, eu me lembrei de uma coisa.

–Ei, Henny, eu esqueci que eu comprei uma coisa pra você!-comentei.

Ela ficou surpresa, mas depois sorriu.

–Não precisava!-disse ela.

–Aguarde um momentinho, o.k.?-pedi, saindo da piscina rapidamente e indo em direção a minha camisa. Tirei uma caixinha azul.

Voltei para a piscina e entreguei para Henny. Ela abriu e sorriu ao ver uma corrente de prata com a forma de um cachorrinho.

–É adorável!-exclamou ela- obrigada, Valentin, eu amei!

Sorri para Henny, sentindo as bochechas esquentarem. Continuamos a conversar.

POV’S Valentina

Dylan ficava uma gracinha quando estava constrangido!

Desde que começamos a conversar, ele iniciou com cantadas baratas e histórias enfeitadas de como ele era incrível; eu comecei a rir disso tudo, o que o deixou sem-graça; ele não esperava exatamente isso. Dylan coçou a cabeça, confuso.

–Hã, não era bem isso que eu esperava...-ele comentou, dando uma curta risada.

–Dylan, pare de ser tão exibido!-eu pedi.

Ele suspirou.

–As garotas não gostam de mim se eu não sou...assim–ele aponta para si mesmo; os óculos escuros, o cabelo puxado para trás com gel- eu não seria aceito...

–Eu gosto-retruquei-Dylan, as garotas não gostam de caras metidos, pelo menos, nenhuma das garotas daqui; elas gostam dos caras pelo que eles são de verdade!

Ele suspirou novamente. Eu sorri, tirei seus óculos escuros e despenteei seus cabelos escuros com gel, deixando-o...com menos cara de playboy. Ele sorriu, exibindo suas presas de tigre.

–Dylan, se você quer ser aceito, tem que se aceitar primeiro!-eu disse- se nem você se aceita, então, por que os outros o aceitariam?

Ele sorriu timidamente.

–Acho que você tem razão...-admiti ele.

–Sim, eu tenho razão sim-afirmei-agora, pare de agir feito um riquinho mimado e aja naturalmente!

Seu sorriso se alargou.

–Obrigada, Valentina, você é...demais-ele agradece.

Dei de ombros.

–Não vamos parar agora-eu disse-temos que treinar mais a sua autoestima...

Ele riu, vermelho.

–Admito que, por trás dessa pose de bacana, eu não sou tão confiante assim...-concorda Dylan- como você sabia que eu tenho problemas de autoestima?

–Eu sou boa com essas coisas...-contei- em saber como as pessoas se sentem...

Ele cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, cético.

–Não acredito-retrucou ele.

–Quer ver?-perguntei.

–Adoraria-ele diz- então, fale como o Blake e Ana estão se sentido agora!

Examinei Blake e Ana, que trocavam olhares distantes.

–Ambos se gostam, mas não admitem-comecei- Ana é muito tímida para dar o primeiro passo e teme a rejeição e Blake é um pouco cabeça- dura, sem a maturidade suficiente para admitir seus sentimentos a ela, além de ter medo de ser rejeitado e perder a amizade de Ana. Porém, no final, tenho certeza de que os dois ficam juntos, nem que seja necessário um pequeno empurrãozinho para isso acontecer...

Dylan parecia surpreso. Assobiou.

–O.k., admito, você pode realmente dizer como as pessoas se sentem...-disse ele- mas então, diga como eu me sinto!

–Vai ser difícil, já que nem você sabe ao certo como se sente-comentei. Ele corou- bem, por trás dessa máscara de confiança, você não passa de um garoto tolhido, idiota e medíocre, que necessita de atenção e auxílio para aumentar esse ego diminuto e se sentir melhor consigo mesmo. Odeia seu verdadeiro eu e tem medo de rejeição, por isso, fingi ser quem não é, para fugir da dura realidade, para receber atenção, para se sentir alguém de fato. Precisa, como eu já disse antes, trabalhar sua autoestima e psicológico, ou seja, precisa me ouvir mais vezes...

A boca de Dylan se escancarou. Ele ficou com as bochechas num tom de vermelho brilhante. Parecia bem constrangido. Eu ri.

–Acertei?-perguntei.

–Digamos que sim...-falou ele. Então, como se tivesse se lembrado de algo, pediu- pode esperar um minuto, por favor?

–Claro-respondi simplesmente.

Dylan saiu da piscina e foi para uma mesa, vasculhando algo. Voltou com as mãos atrás das costas. Sorriu para mim. Ergui um sobrancelha.

–O que você está escondendo?-perguntei, curiosa.

Ele abriu um tímido sorriso.

–Olha, lá no passeio, eu comprei uma coisa...-começou ele- eu planejava dar para uma garota muito especial, mas bem, eu só não sabia quem era, então...

Não pude deixar de sorrir.

–Então...o que?-perguntei.

Ele me entregou a caixinha. Sorri e a abri, dando de cara com um colar em forma de coração com asas. Era divino. Abri um sorriso radiante para Dylan.

–É lindo-falei.

–Que bom que gostou...-ele disse.

Arqueei uma sobrancelha.

–Então, isso quer dizer que eu sou a sua “garota especial”?-perguntei, segurando o riso.

Dylan corou furiosamente enquanto eu ria.

Ele era uma boa pessoa, afinal.