Levada pelo vento escrita por Siryen Blue


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi! Então... Essa one é mais um surto da madrugada do que qualquer outra coisa! Eu estava ouvindo "Blown away", comecei a prestar atenção na letra e quis escrever uma cena sobre ela.

Sinceramente, não mereço muito crédito pela fic. A letra da música já conta a história.

Enfim... Só quis fazer algo curto e rápido. Deem desconto, ok? Eu nunca escrevi em terceira pessoa, e nem gosto. Não me expresso bem com esse tipo de escrita. Mas a história pediu, então...

Bom... Não é nada grandioso, mas espero que gostem.

Enjoy!



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[Relâmpagos estalam através dos céus

Aquelas nuvens tempestuosas se acumulam nos olhos dela

Seu pai era um senhor de idade malvado

A mãe foi um anjo na terra

O homem do tempo previu um tornado

Ela rezou para que derrubasse tudo]

A garota de madeixas cor-de-rosa observava os relâmpagos iluminarem o céu completamente nublado e pintado de cinza, enquanto reagia ao som dos trovões como quem escuta sua música preferida.

Para ela não havia melhor demonstração de toda a beleza e poder da natureza.

Mas, naquele dia, havia algo diferente de tudo que lembrava ter visto em seus doze anos de vida.

O vento estava feroz, sacudindo as árvores e arrastando suas folhas em direções diversas. De fato, as próprias árvores pareciam estarem prestes a serem arrancadas do chão.

A garotinha se perguntava se sua doce mãe estaria olhando por ela do paraíso. Por vezes, duvidada. As coisas só pareciam ficar pior. Ela se sentia desprotegida o tempo inteiro.

Desde que a mãe morreu, há dois anos, sua vida havia virado um inferno maior do que ela sequer podia imaginar.

Antes, seu pai costumava chegar bêbado, espancar e abusar de sua mãe. Mas desde que ele a matara, a garota de cabelos rosa — Sakura — era o único alvo disponível.

Inúmeras vezes ela quis denunciá-lo, contando à polícia que sua querida mãe não havia escorregado e batido a cabeça fatalmente, como o pai afirmava. Na verdade, ele havia a empurrado, propositadamente.

Mas... Honestamente... Quem iria acreditar nela? Seu pai não pensaria duas vezes antes de a matar, caso ela abrisse a boca.

Sakura lembrou do noticiário da manhã, quando o homem do tempo avisou sobre um tornado.

Sua cidade era famosa por ter sido atingida por vários furacões, mas o último havia sido há sete anos, e ela era pequena demais para lembrar.

A garotinha sempre pensou que ficaria com medo quando o dia do tornado chegasse. Mas não.

Em sua oração silenciosa, pediu aos céus para que tudo fosse destruído.

[Ela ouviu aquela sirenes apitando

Seu pai estava lá deitado, desmaiado no sofá

Ela se trancou no porão

Ouviu os gritos do vento

Algumas pessoas chamam isso de se abrigar

Ela chamou de doce vingança]

Pela primeira vez, Sakura ouviu as sirenes de emergência da cidade soando.

Era um aviso.

O tornado estava vindo.

A população devia se proteger.

Quase todas as casas na cidade tinham uma espécie de porão projetado para resistir ao tornado. Era uma medida de precaução, adotada após vários desastres.

E a casa de Sakura não era diferente.

Ao passar pela sala, a garota viu seu pai desmaiado no sofá, fedendo à bebida.

Nojento.

Sakura o odiava com todas suas forças.

Por um minuto, ela pensou em chamá-lo. Seria o certo a se fazer.

Mas a garota sentia vontade de vomitar só de imaginar que teria que ficar presa no porão com ele.

Estremeceu só com o pensamento.

Então, ela simplesmente passou pelo pai, sem nenhum remorso, e se trancou no porão.

Ao invés de ficar preocupada com o que aconteceria com o homem, ela apenas se sentia ansiosa.

Sakura quase podia sentir o gosto doce de sua vingança.

Não demorou muito para que ouvisse o barulho do vento, fazendo tudo estremecer.

Havia começado.

Os gritos assustados de seu pai logo chegaram aos seus ouvidos.

Ele começou a bater insistentemente na porta do porão, berrando para ela:

"Sakura! Abre essa porta!"

"Sakura! Deixe-me entrar!"

"Sakura! Eu vou te matar se você não abrir a porta!"

A garota sentiu o medo percorrer seu corpo.

Do jeito que ele socava a porta e forçada a maçaneta, ela não duvidava que ele conseguisse arrombar.

Foi quando viu um terço vermelho perto de onde estava sentada.

Sakura o reconheceu como sendo de sua mãe.

Talvez, sete anos atrás, ela tenha ficado naquele porão pedindo por algum tipo de ajuda divina, para tudo terminar bem.

Então, a garota começou a clamar por tal ajuda divina também.

Sob os gritos do pai e do vento, ela pegou o terço e cruzou as mãos, fechando os olhos e fazendo uma oração não mais silenciosa:

"Quebre cada janela até que tudo seja levado pelo vento. Que cada tijolo, cada tábua e cada porta seja levada pelo vento. Até que não reste nada de pé... Nada do passado. Que cada memória encharcada em lágrimas de uísque seja levada pelo vento. Que seja levada pelo vento."

Sakura repetiu a oração como um mantra em sua cabeça.

Ela não ouvia mais nada. Só suas próprias palavras.

"Levada pelo vento. Que seja levada pelo vento."

Em algum momento, a garota percebeu que realmente estava envolta do silêncio.

Não havia mais gritos de seu pai. Não havia mais o barulho selvagem do vento.

Não havia nada. Apenas o silêncio.

Lentamente, ela subiu os poucos degraus da escada, abrindo a porta.

A visão que Sakura teve foi deslumbrante, aos seus olhos.

Sua casa tinha sido destruída.

Cada tijolo, cada tábua, cada porta... Tudo destruído pelo vento.

A garota sorriu.

Ela não poderia pedir por uma obra de arte melhor.

Ao olhar para o lado, encontrou seu pai, caído em meio aos destroços.

Sem nenhum tipo de preocupação, ela se aproximou do homem para checar se estava vivo.

Estava.

Sakura não sabia como se sentir em relação àquilo.

Tudo que ela sabia, era que não queria estar perto dele nunca mais. Que não queria o ver acordado nunca mais.

E então, tomou sua decisão.

Não havia nada de bom para ela ali.

Aquela era a oportunidade de ouro para que escapasse das garras do pai.

Sem pensar duas vezes, Sakura deu as costas àquele lugar corrompido e correu, desviando dos destroços.

Ela não pretendia voltar.

Seu destino era incerto.

Provavelmente viraria uma garota de rua.

Provavelmente passaria fome e dormiria em cima de papelão.

Mas ela não se importava.

Aquilo não podia ser pior do que viver com o monstro que seu pai era.

Por isso ela correu. Levando consigo apenas a roupa do corpo e o terço de sua mãe.

E Sakura não olhou para trás nem sequer uma vez.


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Notas finais do capítulo

IMPORTANTE: A música "Blown away" pertence à Carrie Underwood. A "oração" da Sakura não contém palavras de minha autoria. É na verdade o refrão da música.É isso... Obrigada por lerem.Eu tenho uma fic em andamento. A quem interessar...:https://fanfiction.com.br/historia/631907/AsmascarasdeSakura/XOXO ❤️



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