Paixões Gregas - Descobrindo o amor (Degustação) escrita por moni


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas linda que eu amo. Primeiro eu nem sei como agradecer o super carinho que recebi logo no primeiro capitulo. foi emocionante ver todo mundo aqui. OBRIGADA!
Desculpem a demora, estou tão atrapalhada e quero muito colocar os comentarios em dia, respondi uma parte, mas ainda falta, vou tentar fazer isso agora. Por isso atrasei aqui. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657785/chapter/2

Pov – Josh

Olho o relógio sobre a escrivaninha, oito e meia, o único som dentro do quarto é seu tic tac constante. Volto a me concentrar na tela do computador. Tenho mais meia hora antes de ter que sair. Dá para terminar o capitulo.

O celular vibra dançando sobre a madeira clara, aperto e levo ao ouvido, todos os dias ele liga. Ao menos Tio Leon liga uma vez ao dia, meus pais ligar no mínimo cinco, cada um, sem falar em July, ou Ryan que me contam cada passo.

─Oi tio Leon. – Me encosto na cadeira macia e confortável, meu maior luxo no pequeno quarto do alojamento de estudantes.

─Tudo bem Josh? Atrapalho?

─Claro que não tio, estava...

─Estudando, como sempre. – Sorrio, não consigo engana-los.

─É.

─Li seu trabalho, esses gráficos que fez sobre o mercado financeiro, garoto isso é impressionante. Copiei e enviei um para seu tio Ulisses e outro para o Tio Heitor, na verdade mandei um para o seu pai também embora não seja a área dele, só para ele ficar orgulhoso mesmo.

─Então está bom tio?

─Bom? Excelente, ele fica sobre a minha mesa, tenho usado um pouco ele, sabe Josh, seus tios e seu pai ficam brigando para saber qual deles vai substituir, mas acho que seu talento está no mercado financeiro, que é meu trabalho, então acho que vou ganhar essa disputa.

─Eu realmente gosto. É instigante nunca ter certeza.

─Se não ganhar uma A mais, me ligue e vou pessoalmente dar uma palavrinha com seu professor, alguns empresários pagariam uma pequena fortuna por gráficos precisos e bem elaborados como esse que criou. Isso merece uma publicação.

Não consigo evitar o sorriso, é empolgante saber que alguém como ele que entende disso mais que qualquer outro gostou, ajuda muito tê-los por perto, tirar dúvidas, mandar trabalhos para serem corrigidos, isso facilita minha vida de acadêmico.

─Vou entregar amanhã então, tem certeza que não preciso acrescentar nada?

─Em absoluto, está fantástico. Por que Lizzie não mandou o dela?

─Não fazemos as mesmas matérias tio, ela escolheu outra grade e outros horários.

─Sei. Ela é menos psicótica, não é?

─Bem menos, mas também tem outros interesses, com certeza direito empresarial é sua paixão.

Começo a desligar o computador, saber que o trabalho está bom é um alívio, sempre pego mais matérias do que posso dar conta e acabo maluco estudando dia e noite.

─E como ela está?

─Acho que bem, não nos vemos muito, só de quarta-feira que pego ela na academia de dança por que ela sai muito tarde e a deixo no apartamento dela.

─É um alivio para todos que estão perto um do outro, meu sonho é que os gêmeos escolham a mesma universidade também.

─Não sei se vai ter essa sorte tio, Luka e Alana são os gêmeos mais opostos que já vi.

─Não se pode ter tudo na vida, não é mesmo? Eu tinha que ter um garotinho que puxasse justo tio Ulisses. Cheio de ideias malucas.

─Isso passa tio, quando ele crescer mais.

─Josh, o que me diz do seu tio? Que ainda não cresceu? – Acabo rindo, cresci com as maluquices do tio Ulisses, passei divertidas tardes jogando videogame com ele, o tio não tem mesmo jeito.

─É está certo tio Leon, não dá para ter certeza.

─Bom te ligo amanhã, vou ligar para o seu pai se não já sabe que ele fica achando que eu o abandonei.

─Fica mesmo tio. – Meu pai é completamente apegado ao tio Leon, não pode nem sonhar que ele me ligou e não ligou para ele, já acha logo que tem algo errado. Não posso condena-lo, estou sempre me sentindo assim.

─Quando você e a Lizzie chegam?

─Saímos na sexta depois do almoço.

─Então boa sorte e até amanhã.

─Obrigado tio, dá um beijo em todos. – Desligo e me levanto, o feriado tem quatro dias, mas não conseguimos escapar, se toda a família vai para Kirus temos que ir também.

Pego a chave do carro e deixo meu quarto, ainda tem um tempo, mas não gosto de deixar Lizzie me esperando.

Vai ser bom rever a família, não os vejo desde meu aniversário de vinte anos, há dois meses, não tive como fugir de uma grande festa na ilha. Deixo o quarto e tranco a porta, segurança não está entre as coisas mais importantes nos últimos tempos em Harvard.

Caminho pelos corredores calmos, desço as escadas e chego no carro. Entro e ligo o motor, esfrego as mãos, está um vento gelado. Eu e lizzie temos vidas independentes aqui. Ela tem seus amigos e eu os meus, mas se é noite então tenho que pega-la e leva-la para casa, não é seguro, essa é nossa única exigência.

Tio Heitor fez meu pai redigir um contrato que assinamos no primeiro ano. Somos livres, cada um segue seu caminho, mas um cuida do outro, ela já passou uma noite no hospital comigo quando quebrei o braço num jogo de futebol, eu já fui em mil festas que não queria ir apenas para leva-la para casa de madrugada.

Faltam apenas dois anos. Depois as coisas serão diferentes, ou não, Lizzie está decidida a seguir os passos do meu pai e quando se formar vai viver em Nova York e estagiar com meu pai e Simon.

Eu também vou estar em Nova York, então é claro que vão nos fazer assinar mais alguns contratos, a culpa é toda dela, foi Lizzie que começou com isso.

Estaciono na frente da academia de dança. Dançar é sua paixão, depois de romper o ligamento na adolescência achou que não dançaria mais, felizmente se recuperou e pode dançar o quanto quiser e ela simplesmente faz aulas de ballet clássico todos os dias e dança na companhia de dança da universidade.

A porta se abre e lá vem ela, coque apertado, roupa de bailarina, mochila, livros e pressa, está sempre com pressa. Sorrio. É ainda hoje a coisa mais linda que existe. Uma nuvem como sempre achei. O corpo alongado, esbelto, o pescoço elegante, adoro quando a vejo de coque.

A luz de mercúrio reflete seu pescoço e o colar com o pingente que dei brilha, nunca a vi sem ele, vez por outra ela fica brincando com ele e me lembro daquela noite mágica. A primeira garota que beijei.

Nunca mais senti nada nem parecido, talvez por isso tomamos cuidado de ficar o mais longe que podemos. Somos amigos, cuidamos um do outro, quando estamos perto é bom, me faz bem, por isso só nos resta evitar quando podemos.

Ela entra no carro atirando todas as coisas no banco de traz, odeio bagunça, mas Lizzie não se importa.

─Oi. Demorei? – Ela me sorri. É doce e delicado. Seu sorriso sempre faz meu coração reagir.

─Não. Acabei de chegar. – Ela começa a tirar as sapatilhas, depois puxa a meia que tem um furo em baixo, quando desgruda do pé os dedos estão feridos, toda vez é isso. – Isso aí deve estar doendo demais. – Faço careta colocando o carro em movimento.

─A última vez que senti os pés devia ter uns dez anos. – Ela brinca. Depois coloca os pés no painel do carro. – Não reclama.

─Não estou falando nada, só que não é seguro andar assim no caso de um acidente.

─O que pode acontecer tio Nick? – Ela ri massageando o pescoço.

─Eu sei que pareço meu pai falando. E o pescoço, quando foi a última vez que sentiu?

─Esse é o ponto. Quando foi a última vez que não senti. Me leva para comer? Não tem nada naquele apartamento.

─Levo, também não jantei. – Lizzie divide um apartamento com três garotas, todos acharam mais seguro que morar no alojamento. Eu fico mais tranquilo, tem um porteiro e as garotas são legais. Emily é uma boa amiga e namora Chad desde o primeiro ano, aqueles dois vão casar com certeza.

─Aí que dor. – Ela mexe os dedos. ─ Faz massagem?

─Não.

─Tá eu sei. Ideia ruim. – Ela diz olhando a rua quando paro no farol. Quanto mais distantes melhor para todos. Não falamos sobre aquela noite, mas num acordo sem palavras decidimos manter uma distância segura.

Levo o dedo a boca enquanto espero o farol abrir, fico mordendo a pele do canto do dedão, sinto sua mão acertar meu ombro num tapa forte.

─Tira o dedo da boca.

─Aí Lizzie, odeio quando faz isso. Parece minha mãe.

─Então para de roer o dedo.

─Só estava tirando a pelezinha do canto. – Mostro o dedo para ela e depois ponho o carro em movimento.

─Tem sempre uma pelezinha no canto do dedo. Ali! – Ela me mostra um pequeno restaurante.

─Por que você não pode ser uma pessoa normal e comer um hambúrguer?

─Por que eu sou uma bailarina e tenho que comer legumes e verduras. Se for na sua acabo sempre comendo aqueles seus sanduiches de tudo que tem na geladeira.

─Aprendi com a minha mãe. – Estaciono, ela se contorce no banco para mexer em sua mochila no banco de trás, tira um par de tênis e calça com uma careta, balanço a cabeça saltando do carro.

Abro a porta para ela e nos sentamos numa mesinha perto da janela.

─O tio Leon ligou, falei que íamos na sexta depois do almoço. Vai estar livre?

─Vou. Mas vai ter que gastar umas horinhas no voo para me ajudar a terminar um trabalho Josh, preciso entregar assim que voltarmos.

─Sem problemas. Vamos direto ou temos que parar em Londres?

─Direto, minha mãe vai me levar umas coisas que pedi a ela. Não vai ter que fazer escala.

─Você sabe que não me importo Lizzie. Afinal o jato é dos dois. – Lizzie afirma rindo.

─Que foi?

─Estava aqui me lembrando deles nos reunindo muito sérios fazendo aquele discurso sobre darmos valor as coisas, pensei que estavam falando sobre a gente dividir um carro de segunda mão e era um jato. – Começo a rir com ela, meu pai e o tio fizeram mesmo o maior discurso no fim ganhamos um jato de presente de aniversário. Para dividirmos durante os anos de universidade.

─Pelo menos carro cada um tem o seu.

─É Josh, mas o meu só uso de dia. Que adianta?

─Não tenho nada com isso, a culpa é sua, adora um contrato, foi logo assinando toda orgulhosa. Isso é coisa do seu pai.

─Você gosta Josh. – Ela me provoca. A garçonete se aproxima e fazemos os pedidos. Ela nos deixa.

─Eu não posso negar que fico mais tranquilo. Sabe o que aconteceu no último semestre. – Uma garota saia de um prédio e andava as oito da noite para ir para sua republica quando foi atacada e violentada, nunca se achou quem fez aquilo.

─Nem gosto de lembrar. Eu não me importo nem um pouco de andar com você de guarda costas, mas acho que deve ser chato ficar a minha disposição.

─Não é. – Digo por fim. – Principalmente depois que todo mundo ficou sabendo quem somos.

Ela faz careta, se encosta na cadeira e olha a rua tranquila.

─Tudo culpa daquela droga de revista, estávamos indo bem, ninguém sabia quem éramos direito. Só dois jovens na faculdade, até que nos colocaram no topo da lista dos jovens mais ricos do mundo antes dos vinte e um anos. Matéria estúpida. Quem quer saber disso?

─Todo mundo pelo visto, no dia seguinte a universidade toda sabia que tínhamos um jato e alguns bilhões. – Não gosto disso tanto quanto ela, de ter que provar todo tempo que sou bom, que mereço meu lugar, que esse dinheiro não define quem eu sou, mas gosto menos ainda porque me preocupo com Lizzie, com as pessoas que podem de algum modo tentar tirar proveito do que ela tem.

─Que fome. – Ela se arruma toda quando o prato chega. Gosto de ver Lizzie comer. ─Emily me contou que o Chad está arrasado com a separação dos pais.

─É ele está mesmo, almocei com ele hoje. Ele pretendia ficar o feriado aqui estudando, mas vai para casa vê-los. Senti pena, nem sei como deve ser isso.

─Não corremos esse risco. Os Stefanos não se separam. – Ela me lembra, eles vivem dizendo isso. – Eles deram sorte. – Lizzie deixa o garfo de lado para tomar um gole de água. Algo passa por sua cabeça, passa pela minha também.

Eu não acho que um dia vá viver esse tipo de amor, não com uma garota qualquer, a menos que fosse ela, por mais que vivam me dizendo que um dia a garota certa vai cruzar meu caminho e ocupar todo espaço, no fundo eu sei que já aconteceu.

Foi há muito tempo, eu tinha doze anos e a vi dançando feito uma nuvem, suspiro, afasto o pensamento.

─Phill me convidou para sair. – Ela diz de supetão, é difícil manter o ar indiferente. – Eu disse que as coisas estão complicadas no momento. Que estou estudando muito.

─Podia só dizer que não está interessada. Assim ele não insistiria mais. – Evito seu olhar, a gente não diz, sabe que o dia que disser nunca mais será do mesmo jeito, mas sentimos e pensamos e isso é uma grande droga.

Sua mão toca o pingente em forma de sapatilha, ela sempre faz isso e sei que se lembra do beijo, toda vez que toca nele eu sei como está se sentindo e sinto o mesmo, a recordação é doce, provoca um misto de saudade e culpa. Acho que seria uma grande decepção para toda família e eu nunca vou ser capaz de provocar isso neles.

Já tentei namorar, Jess era legal, durou dois meses, no primeiro ano, ano passado foi Karen, um recorde, três semanas e ela me disse que eu só falava da minha prima. Que estava sempre largando tudo para correr atrás dela.

Lizzie também tentou. Namorou John por um mês, na mesma época que eu tentei com Karen, foi um inferno, doeu como o diabo e decidi que se doía nela como doeu em mim então eu não tentaria mais, desde então é só estudar e estudar.

─Vou fazer isso se ele convidar de novo. – Voltamos a comer. – Para de empurrar os legumes para o canto Josh, você é um atleta.

─Ahm? – Ela ri.

─Eu sei, não é tudo isso, mas é um atleta de fim de semana.

─Vou comer os legumes por último.

Obedeço e acabo comendo os legumes, só faço refeições desse tipo quando estou em casa ou com ela, no dia a dia como qualquer coisa que seja rápida.

─Esse ano a Gigi vai com a gente para a Disney. Seu pai que me contou. Ele te disse?

─July ligou para contar, o tio Ulisses vai fazer uma dessas escaladas com a tia não é isso?

─É, os dois não aguentam ficar sem um pouco de aventura. A Gigi queria de todo jeito ir junto.

─Ela vai ser como os dois eu acho. Sete anos e já está toda animada para aventuras. Tão bonitinha.

─Josh como faz para ser o preferido de todos os primos?

─Não tenho ideia. Deve ser carma.

Terminamos a refeição, a garçonete se aproxima.

─Não tenho dinheiro, nem cartão, nem nada.

─Lizzie qualquer dia você vai se meter em encrenca, sempre esquece tudo.

Pago a conta e nos levantamos, ela se estica toda, nem sei como tem forças para sair da cama logo cedo.

─Se precisar eu te ligo. Me salva Josh!

─Eu sei que sim.

Entramos no carro, dirijo de volta para o campus, a noite calma e fria, só de pensar no sol de kirus já me animo com a viagem.

Quando paramos em um novo farol meu dedo volta para boca, ganho um novo tapa. Tiro rápido, aperto o volante para não colocar mais o dedo na boca. Paro em frente a seu prédio, os apartamentos são simples, vejo a moto de Chad na frente, ele não sai de lá.

─O Chad está aí, não quer subir?

─Não. Amanhã minha primeira aula é as oito, e nem passei na academia hoje.

─Todo forte! – Ela aperta meu braço. Depois se dobra para me dar um beijo no rosto. – Tchau gêniozinho.

─Tchau bailarina.

Ela junta suas coisas, desce, espero que entre no prédio e depois sigo para casa. Vou direto para cama, assim que deito minha mente vai para o sorriso lindo de Lizzie. Novidade. São sempre dela meus últimos pensamentos antes de adormecer.

Entrego o trabalho no segundo tempo de aula, desde o primeiro ano tenho sido o melhor aluno, Lizzie não fica muito atrás, mas ela não é tão dedicada quanto eu, tem outras prioridades como a dança, e alguma vida social.

Vai ser uma grande advogada, já participamos juntos de alguns debates, nunca a vi perder um, quando simulamos o grande júri ela é um show à parte, mas ser a número um não é importante para ela como é para mim.

Na sexta depois do almoço espero por ela na frente do alojamento, ela chega atrasada, o som alto numa balada romântica, buzina mesmo sabendo que eu já a vi. Acena de trás do volante, me arranca risos.

Quando sento ao seu lado ela dançava de modo teatral.

─Que felicidade é essa?

─Kirus. – Ela responde. – A comida da Mira, todo mundo falando e brincando, crianças correndo. Dobby me lambendo cheio de saudade. Chocolate suíço.

─Entendi. O piloto nos espera, acabou de confirmar. Pegou o Aquiles?

─Uma vez Josh. Uma vez no primeiro ano eu me esqueci dele e depois disso toda vez que viajamos me pergunta a mesma coisa.

─Uma vez Lizzie, uma vez que esqueceu o Aquiles e foi chorando feito um bebê daqui a Londres. Foi realmente o bastante.

─Eu sei. Você não me deixa esquecer.

─Não sabia o que fazer. Não fosse o tanto de combustível que gastaríamos eu teria pedido para o piloto voltar.

─Annie nos faria andar de bicicleta dez anos se tivéssemos feito isso.

Rimos. Lizzie é ótima motorista, ela é segura e determinada, isso se reflete no modo como guia um carro. Vamos conversando tolices até o aeroporto.

Assim que o aviso de soltar o cinto surge ela se solta, balança o livro de economia. Faz careta.

─Pronto geniozinho?

─Claro. – Gosto de quando estudamos juntos, nas ultimas férias passamos duas semanas trabalhando na associação, olhando todos os casos que meu pai atendia e foi emocionante ajudar as pessoas. Combinamos de continuar a servir a associação assim que terminássemos os estudos.

─Sistema mundial de gestão. Me diz se não querem me enlouquecer.

─Já terminei minhas horas de gestão. – Não é para me gabar, mas ela faz careta e empurra meu ombro.

─Geniozinho, bailarina, entendeu? – Ela brinca apontando de um para o outro. – Vai professor, temos muitas horas de voo e ainda quero ver um filme.

─Eu escolho o filme.

─Não que vai querer ver filme de nerd.

─Sim, melhor que filme de chorar no final.

─Olha o comissário Gordon vindo, para de implicar. – Minha mãe colocou o apelido e agora todos os comissários são chamados por todos os Stefanos de comissário Gordon.

─Suco? Refrigerante? Almoço?

─Suco de laranja para os dois. – Lizzie avisa. Ele nos dá as costas depois de uma mesura. – Quando ele voltar a gente pede vodka só para ver o pânico dele. – Ela sussurra.

─Sabe que nem tem, nossos pais proibiram bebida alcoólica.

─Isso por que somos certinhos, imagina se fossemos dois irresponsáveis?

─Não reclama Lizzie, era para termos um segurança.

Ela balança a cabeça tentando se livrar da lembrança, depois pega o livro e abre. Eu puxo o livro de sua mão, se vou ensinar é do meu jeito, seus olhos se fixam em mim, é linda, afasto o pensamento e me concentro em ensina-la. Ás vezes acho que ela se distrai me olhando e nem mesmo está me ouvindo, nessas horas seus dedos seguem distraídos para a sapatilha no pescoço e só queria estar de novo sob os ciprestes, numa noite de lua cheia, com a coragem dos meus quinze anos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Achei melhor mostrar um pouquinho como foi a vida deles na universidade antes de pular para a formatura e o começo da história mesmo deles, mas no próximo começamos.
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS