Jogos Vorazes Testemunha Mortal escrita por JhouKins


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, sejam bem vindos a minha história. Então... Leiam e por favor, comentem o que acharam, isso me ajudará muito (este é minha primeira fanfic). Obrigado. :)





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- Um país democrático! - Uma senhora protestava esperançosa. - Deveríamos regressar ao método realmente democrático de se viver! - Não sabia de fato o poder que aquelas palavras poderiam exercer, pois, mais do que rapidamente, um daqueles misteriosos homens vestidos em armaduras alabastrinas impecavelmente limpas, a decapitara antes que ela pudesse revir a inspirar o denso ar do local.

As coisas estavam realmente fora de controle. Algumas poucas pessoas que por algum motivo desconhecido ainda possuem livros de história que não foram confiscados pelos pacificadores, como a maioria, contam o que para nós não passam de contos altamente ficcionais, histórias de um país sem grandes restrições políticas, democrático, economicamente alto suficiente, mas que infelizmente infinitos motivos o levaram ao declínio. Não demorou muito para que a desordem se estabelecesse. Uma crise acentuada se apoderou dos habitantes, muitos passaram fome, extrema miséria e viram a própria morte. Panem, atual nação Norte Americana contribuiu para uma longa e difícil decisão: a criação de um novo grande Estado nacional, um que mudaria drasticamente todos os antigos pilares governamentais, e assim surgiu Pycullium, uma nação formada por quatorze grandes distritos e uma capital soberana. Cada distrito produz algo substancial ao país, e, principalmente ao Capitol.

O distrito trezes, o qual resido, tem como principal atividade rentável a Agricultura, dessa forma é de extrema relevância a ida ainda cedo de todos os jovens as grandes lavouras. Nem todas as terras do distrito 13 eram boas para o cultivo, a seca e o calor escaldante podem ser sentidos ao longo do nosso território, por isso o Capitol decidiu mudar geneticamente milhares de sementes ao ponto de se adequarem totalmente ao ambiente. Minha família herdou pequenas extensões de terras ao decorrer do distrito. Frutas, cereais, verduras e legumes são cultivados em nossa propriedade, dando também emprego aos que precisam por isso minha família é bem conhecida dentre os famintos moradores do treze.

É fim de tarde. Todos ao lado do corpo imóvel e sem cabeça da pobre senhora decidem retirar-se aos seus devidos lares. Minha mãe, Joane, senta-se exausta num banquinho imundo. Suas mãos tentam enxugar as lágrimas que insistem em ser derramadas, minha irmã mais nova, Sophia, está ao seu lado tentando, sem sucesso acalma-la. Como ela era tão boa em confortar as pessoas mesmo em momentos desesperadores? Nunca poderei herdar tal atributo como o dela ela.

Com desalento minha irmã olha sob minha mãe e ver-me a observa-las confusa. “Kaylla, aconteceu algo muito sério” seus olhos encheram-se, visivelmente relutante em demonstrar fraqueza na presença da nossa mãe, ela diz “Nosso pai foi pego roubando algumas uvas do cultivo, os pacificadores vão leva-lo à praça e enforca-lo.” suas lágrimas vieram, porém sua voz não falhou. Tudo o que senti não passou de um grande vazio que me sugava cada vez mais para seu interior. Mesmo tendo a maioria absoluta de todos os produtos cultivados no treze, o Capitol temia por possíveis furtos de seus trabalhadores famintos, assim, foi criada a lei anti furtos com pena de morte. Meu pai sabia muito bem disso e mesmo não tendo muita comida sempre dávamos um jeito de consegui-la, seja empregando membros da família do vendedor de alimentos, seja trocando a mobília da casa.

Fecho meus olhos por um instante e imagino a tenebrosa cena. Meu pai, aquele que nos manteve feliz durante todos os nossos piores momentos, que nós tivemos por base familiar, morreria. O que seria da minha família agora? O que seria de mim agora?

Sem pensar duas vezes, lanço-me em direção a porta de entrada e corro o mais rápido que posso meus pulmões logo parecem quererem estourar-se mais pouco me importavam eles agora. Não demorou muito para avistar a grande multidão frenética, avanço severamente dentre os demais não me importando com os murmúrios zangados lançados em minha direção. Rapidamente emergi do meio da multidão e o vi. Ainda vestia suas roupas sujas de terra, seu rosto estava marcado por uma indecifrável expressão enquanto os pacificadores diziam algo sobre sua pena alertando aos demais para que essa atitude não fosse reproduzida.

“Pai!” gritei desesperada.

Seu olhar vazio encontrou o meu. Seu semblante não mudou muito, porém pude perceber uma incrementada de dor em seus olhos. Meu desespero só aumenta. A circunferência na corda já estava sob seu pescoço. Seus lábios tremiam.

“Não! por favor, por favor, parem!” brado aos pacificadores, porém nenhum deles parece escutar-me. O pacificador chefe para de recitar seu alerta para os demais habitantes, olhando para mim, pouco a pouco seus dentes amarelados tornam-se a amostra, de seus lábios irrompe um sorriso petulante. Levantando uma de suas mãos para um soldado pacificador qualificado, é revelado o sinal para que prosseguisse com o enforcamento.

Vendo não haver mais saídas, levanto meus olhos num ultimo adeus ao meu pai, seus lábios parecem querer dizer-me algo. Porém, antes que eu o possa entender, a temida alavanca é acionada, levando consigo toda minha felicidade. Alguma coisa a qual não consegui discernir, algo álgido como a brisa da noite, algo desumano, diria sobrenatural, pairava sobre mim.

Todos na praça gritam, meu coração parece nunca ter existido antes. Ao olhar a forca o vejo. Sua pele está tomando uma coloração estranha, seus membros estavam inquietos. Imagens que cortam minha retina e invadem todo meu corpo quebradiço. Minhas pernas sedem, estou sob meus joelhos, mãos no rosto a procura desesperada de que tudo aquilo não fosse real.

Seus pequenos ruídos ainda eram audíveis onde estou, porém não demorou muito para que como se nada houvesse acontecido, eles cessassem, Após alguns minutos levanto minha cabeça, seu corpo já havia sido retirado da forca, o pacificador chefe caminha em minha direção ainda sorrindo.

“Isso é para que sua infeliz raça saiba o que não devem fazer!” Sua mão pousou sob minha cabeça. Toda a tristeza pareceu converter-se em puro ódio. De repente até sua respiração, seus batimentos cardíacos, me irritavam. Levantei-me vagarosamente, seus olhos assistiam minha dor.

Desconectando-me do mundo, viro-me rapidamente a sua esquerda puxo uma de suas armas na bainha do seu sinto e aponto-lhe sob a cabeça. Seu sorriso subitamente desaparece.

“Você não parece tão feliz agora seu idiota!” vocifero sem perceber o grau de magnitude de cada palavra. Armas se engatilham a minha volta em todas as direções.

“Você até que é bem rápida para uma morta de fome” Seu sorriso aparecera novamente. “Pena que não o suficiente para fugir intacta de balas” disse dando gargalhadas.

Uma voz grave se sobressai das demais “Solte a arma!”.

“É, solte a arma garotinha manhosa, como está à família? Feliz espero.” provocou o pacificador chefe.

Eu sabia exatamente o que ele queria que fizesse e ao contrario de seu possível pensamento eu estava disposta a fazê-lo. Atirar bem no centro de sua cabeça... A arma já estava engatilhada, a mínima pressão no gatilho levaria a cabeça daquele idiota direto para o espaço junto aquele sorriso doentio.

Serro meus olhos observando os seus, sem pensar duas vezes aciono o gatilho. Tudo foi muito rápido, muito confuso. Respingos sanguíneos sujam ainda mais minhas veste. O grito de desespero da multidão invade meus tímpanos. Meus músculos enrijeceram, minha mente esvaziou-se como um líquido escorre de um recipiente furado. E então, pude ouvir no mínimo meia dúzia de tiros. Eles haviam me acertado!

...

Acordei numa misteriosa sala, algo me alertava não está mais no distrito treze, e a cada ponto que observara detalhadamente isso se intensificava ainda mais. Tudo era muito claro e exageradamente limpo. De repente sou inundada novamente pelas imagens horrorosas, meu pai morto, todos me olhando como uma louca e... E a imagem: “Eu matei um homem!”, “Eu matei um homem!” tento me mover e descubro está presa com grandes cintas metálicas sob uma maca. Vendo agora, percebo que estou num quarto de hospital. Tento me mover mais um pouco e algo ponte agudo perfura meu pescoço injetando nele algo gélido.

Quando desperto novamente a antiga luz solar já não invade o quarto como antes. Ao tentar mover-me precavidamente percebo não está mais presa à cama. Levanto-me e ando vagarosamente pelo recinto, quando me lembro das balas. Eu fui atingida. Mais ao procurar por vestígios delas não as encontro. O que houve? Será que tudo aquilo foi só um pesadelo? Mas se sim, pôquer estou aqui num hospital, não existe hospital no treze mais sabia que nele só residem doentes e feridos e a menos que eu tenha contraído alguma doença eu não deveria estar aqui.

Passos se aproxima rapidamente da porta e me vejo não ser capaz de retornar a maca a tempo. Procuro algo que possa me servir como arma, porém tudo parece posicionado para que não seja manuseado por mim. A porta se abre. Uma jovem mulher de cabelos negros presos num coque frouxo, de pequenas tatuagens sob o rosto e maquiagem um pouco extravagante, lê através de seus óculos sua prancheta de anotações. Ela se assusta em ver-me fora da maca. Mais procede mesmo assim.

“Olá Sra. Harris, vejo que já se sente melhor.” Sua voz era tão doce quanto possível. Seu sorriso extremamente branco, não parecera ser muito mais velha do que eu. “Você passou por maus bocados não?” Sinalizo com a cabeça positivamente. “Chamo-me Dra.Davis, porém pode chamar-me de Leslie se preferir.”

“Onde estou Leslie?” A pergunto desconfiada. “Quanto tempo eu passei aqui?”

“Você está no CRFC, Chegou faz pouco mais de uma semana.” Ela deu mais um sorriso antes de continuar, “Você é uma garota de sorte! Nenhuma das inúmeras balas atingiu algum órgão vital” Suas palavras me fizeram congelar. Eram a prova concreta de que tudo havia sido verdadeiro. Meu pai está morto. O chefe dos pacificadores está morto. Minha mãe e irmã...

“O que é CRFC?” Pergunto-a tentando fugir das tantas realidades que insistem em me afogar num banho de dor infinito.

“Centro de reabilitação física do Capitol.” Responde-me sem olhar-me diretamente.

O Capitol localiza-se num ponto detalhadamente estratégico, sendo o resultado da fusão de duas das antigas maiores cidades do continente, ou do que restaram delas. Após todas as crises e catástrofes que conduziram o país á renunciar todos os meios padrões governamentais possíveis, a nação sofreu tortuosos períodos obrigando-se a invadirem as ruas e protestarem pacificamente, porém, lentamente as coisas mudaram. Grandes guerras centralizadas ocorreram. Os grandes países vizinhos que não se adequaram devidamente ao momento perderam-se na história. E foi aí, numa medida desesperada por ajuda, que Panem decidiu intervir, em troca, muito dos nossos jovens foram levados contra as suas vontades ao nosso – agora - aliado para tornarem-se pacificadores por lá.

Como num passe de mágica o Capitol se reergueu e logo definiu as novas leis e ordens a serem seguidas pelos habitantes. O mapa político territorial foi drasticamente alterado, nossa nação era constituída por apenas treze distritos e um Capitol, mas aí vieram os dias negros em Panem, e todos os jovens de Pyculliun deviam obrigatoriamente se apresentarem nos seus respectivos distritos no edifícios da justiça para serem enviados urgentemente a guerra. Poucos voltaram. E, por estarem ou muito doentes ou fisicamente debilitados para trabalhar, o Capitol os via como sanguessugas que poderiam destruir ainda mais os distritos em que residiriam, então, suas cidadanias foram negadas. Em busca de um novo lar, invadiram algumas das grandes terras sem nenhuma utilidade do Treze e do doze e ali firmaram a iniciação do distrito quatorze. Um distrito abaixo da linha da pobreza, o único a não produzir nada substancial ao Capitol e mesmo assim, ainda só existe por ser o único lugar disponível a abrigar os presidiários do país, contendo o maior complexo penitenciário de Pycullium e pela esperança de que um dia sem que haja nenhuma intervenção do próprio Capitol ele se afunde e desapareça para sempre.

Após um dia cheio de longos e exageradamente dolorosos exames médicos fui liberada há passar alguns minutos fora, no terraço do hospital ("Não tente fazer nada de idiota" - disse Leslie). As luzes das grandes avenidas já estavam ligadas. Era inacreditável como poderia existir uma cidade tão maravilhosamente bem iluminada mesmo quando não há ninguém nas ruas. No treze dificilmente gozávamos de tal privilégio. Como uma árvore de Natal, era assim que o Capitol era à noite, hipnotizante. Sento-me um pouco e respiro o ar gélido sentindo cada milímetro do meu corpo estremecer ao frio dali.

"É uma bela vista não acha?" Um jovem garoto louro de olhos espetacularmente azuis e pele clara levemente bronzeada falara.

“É, é divertido ver todo esse carnaval de luzes” Libero um sorriso ainda assustada a sua aparição tão repentina.

“Também acho, mais não estava falando do Capitol...” Sinto meu rosto corar e ele parece perceber minha visível vermelhidão. "Você deve está com bastante frio." disse enquanto tirava rapidamente seu casaco o estendendo em minha direção.

"Não obrigada." o disse. “O que faz aqui?"

"Creio que o mesmo de você." - seu sorriso sem jeito era sem dúvida o mais perfeito que vira. "Prazer Paul... Paul Jackson." disse visivelmente nervoso, o sorriso ainda estampado em seus lábios, estendendo a mão em busca de uma apresentação menos estranha.

"O prazer é todo meu" digo ainda sorrindo. "Kaylla Harrys".

Após isso, percebo que é a primeira vez que estou feliz em muito tempo. Ultimamente não ando reagindo normalmente as emoções, acho que deve ser apenas causa de algum efeito colateral das doses cavalares dos medicamentos que ainda tomo.

"O que uma jovem tão bela e aparentemente saudável faz aqui, no terraço imundo de um hospital?" seus olhos me fitaram.

"É uma longa e terrivelmente sanguinária história" digo com desdém.

Uma das assistentes de Leslie alerta-me para o fim do meu horário livre. Ao chegar ao quarto sou sedada novamente. Esse era o único método realmente eficaz para me fazer dormir, mesmo agora que pareço significativamente curada.

Minha noite foi tomada por inúmeros sonhos e na maioria deles Paul estava presente. Num deles, seus olhos incrivelmente azuis estavam a muito poucos centímetros dos meus, sua respiração quente me arrepiara, seus lábios beiravam os meus. Sentia que estava a beira ou da felicidade eterna ou de um enfarte no miocárdio.

Na manhã seguinte fui preenchida pela dor da descoberta de que tudo aquilo não havia sido real. Porém sentia uma necessidade inacreditável de vê-lo, seus traços por mais vívidos que ainda estivessem em minha mente, pareciam perder detalhes nos quais devia urgentemente revivê-los.

Após alguns minutos sozinha, Leslie finalmente aparece com uma equipe ainda maior de pessoas. “Olá Kaylla! Hoje é um dia extremamente especial para você, sabia?" seus olhos brilhavam em excitação.

"o que vai haver hoje? Vou ser liber..." medito bem sob as palavras e recomeço "Receber alta?" pergunto sem esperanças tendo em vista tantas outras pessoas que agora descarregavam apetrechos extravagantes nas longas mesas do quarto.

"Sim! Hoje é seu dia de alta!” disse ela radiante "hoje não haverá mais exames, essa é a sua equipe de preparação para o show”.

Olho em volta. Todos são estranho demais para merecem algo tão valioso como minha confiança. "Que show?" pergunto-lhe ligeiramente assustada a ideia.

"Ah, tenho certeza que dei ordem que a falassem antes!" diz Leslie "Pycullium contará com sua própria versão dos Hunger Games de Panem, isso não é um máximo?”.

Prendo-me em suas palavras “Hunger Games” já houvera falar sobre tal show e não foram coisas lá muito boas. Em Panem eles surgiram como uma consequência pós dias negros. Mais em Pycullium não houvera quaisquer "dias negros".

Lutando para que as infinidades de perguntas libertem-se de mim, consigo apenas perguntar um "Por quê?”.

"Presidente Flyrtch e todo o Capitol acreditam fortemente que os distritos não estão sendo tão fieis em seus deveres e em confiança quanto antes". Sua voz não demonstrara qualquer ressentimento visível.

Não possuo absolutamente nada contra aquela gosma quente e fedida que num abrupto puxão leva consigo todos os meus pelos mas sinceramente, aquilo não deve ter sido criado por um ser humano sensível. Minha pele sensível apresentava uma coloração avermelhada e ardia feita brasa.

Passaram-se quatro horas e toda minha equipe de preparação corre feito loucos. Uma jovem de pele mulata e de belos cabelos volumosos, pinta minhas unhas enquanto outros dois tentam fazer algo elaborado num daqueles salões hiperbolicamente excêntricos do Capitol em meus cabelos. Já outra trata dos meus pés, alguns me depilam e dois maquiam meu rosto.

Todos possuem apenas uma coisa em comum: a estranha moda dos cidadãos do Capitol usarem acessórios, roupas e maquiagens extremamente exagerados em cores e tamanhos.

- Já começaram os Hunger Games em Panem? – pergunto tentando romper a barreira de silêncio que se estabelecera sob nós.

- Não, Presidente Snow firmou o contrato que garante que ambos os shows devem estrear ao mesmo dia, porém eles, os tributos de Panem, estão mais adiantados nas cerimônias pré-Huger games em relação a nós. - disse a jovem mulher que pintara minhas unhas. - As suas cerimônias começarão hoje ao meio dia.

- O seu tributo parceiro de distrito também já foi escolhido! - Leslie comentava entretida com o assunto.

- Quem ele é? - pergunto apreensiva.

- Você verá Kaylla. Como são os nossos primeiros jogos não tivemos muito das celebrações. O distrito dois anda feito louco fornecendo-nos os seus equipamentos tecnológicos. - Leslie diz. - A arena está em fase final de construção.

Após cerca de duas horas todos se vão, restando apenas eu e meu corpo dolorido a espera do meu estilista. Aguardo-o ainda em corpo nu, é curioso como posso sentir-me tão vulnerável sem todos aqueles pelos.

Quando um homem em terno impecável cruza a porta do meu quarto hospitalar e põem sua maleta sob minha maca observo seu crachá: Bertran PlusBerry era seu nome. Seus olhos delineados prendem-me, são tão hipnotizadores, reconfortantes.

- Olá Kaylla, Prazer, Bertran PlusBerry, seu novo estilista. - Disse fazendo uma breve reverência. - Desde que soube que seria seu estilista há duas semanas, andei estudando algo de interessante para que pudesse a mostrar, e, sinceramente, acho que devo ter encontrado algo a sua altura. - Ele sorri. - Felizmente toda aquela equipe fez um bom trabalho em você de modo que nem terei tanto o que fazer.

Então já haviam notificado minha participação nos Games há duas semanas?

- Quando meu nome foi selecionado para os Games? - Pergunto tentando ao máximo não expor meu total desespero.

- Há duas semanas, houve algumas reuniões de emergência e numa dessas, foi decido quem seriam e como participariam os tributos. Como você sabe este ano não haverá a colheita como ocorre em Panem por exemplo. - disse ele.

- Você sabe quem será o outro tributo do treze? - Bertran hesita.

- Bem, todos nós fomos instruídos a não revelar absolutamente nada. Estou certo de que Leslie contara algo referente a alguma visita a você? - Perguntou ele relutante.

- Sim, ela me contara isso. - digo acumulando um visível tom raivoso a voz. - Mas não consigo entender o por quer de tantos mistérios! Droga! O que seria pior que perder meu pai, matar alguém e descobrir está nos games? - Bertran parara em seu lugar como se analisasse algo que nunca havia sequer pensado existir.

- Desculpe-me, coisas horríveis podem ocorrer-nos se não seguirmos corretamente as regras do Capitol Kaylla. Desculpe-me.

Droga! Sei que ele não teria culpa alguma em tudo isso, ele estava apenas exercia seu trabalho. Penitência começara a rondar meu bom senso. - Oh, desculpe-me Bertran! Não devia tê-lo queixado, é que tudo está acontecendo tão rápido! E todas as notícias são tão hostis. - Ele parecera compreender-me.

-Sendo assim, quero que saiba, a tão especulada visita será a vinda do presidente Flyrtch ao nosso centro de preparações. Todos os tributos ficarão a sós com ele. E então todos serão revelados. - Suas palavras cautelosas, desembaraçavam-se rapidamente em seus lábios entresilhados.

Alguns minutos foram suficientes para que Bertran fizesse todo o seu devido trabalho em mim – Se resumiriam majoritariamente em tirar minhas medidas e a provar alguns dos tecidos altamente tecnológicos do Capitol.

Os autofalantes alarmaram alto, uma voz feminina excessivamente formal ordenara o regresso de todos os estilistas aos suas respectivas moradias no centro preparatório. O horário da reunião estava aproximando-se rapidamente e com ela a chegada do presidente Flyrtch ao C.R.F.C.

Obsevei cautelosamente a roupa que Bertran deixara posicionada sob minha maca um esplêndido vestido vermelho de alças estreitas, cintura marcada e uma mega fenda no lugar onde estará minha perna direita. Sento-me ao seu lado ainda a obsevando. Minha mente começara a acabar de livrar-se de todos os efeitos dos remédios controladores de mentes do Capitol, restando apenas o desespero que me faltara ultimamente. “Onde fui me meter?!" pensei comigo mesma. Relutei aos pensamentos pessimistas sobre esta noite. Sobre Flyrtch.

Vesti-me lentamente. Meus pensamentos foram inundados por imagens perturbadoras do meu pai e sua forca. E de repente me preocupara com minha família, minha atual família. Quem estaria lá para ajuda-las neste momento tão difícil? Elas já devem saber sobre os Games e que estarei neles?

Desci um pouco depois do que devia. Bertran voltara antes que pudesse descer a possível reunião e fizera um elegante coque em meus cabelos deixando algumas suaves mechas soltas. Não pude deixar de notar seu semblante entristecido. Nenhum de nós preferiu absolutamente nada ao outro enquanto estávamos preparando-nos. Ao termino, seus lábios tocaram minha testa e então pude ouvir um “Boa sorte”.

Chegando ao local determinado, o que parecera aos meus olhos um pequeno auditório, avisto um jovem homem no auge dos seus vinte e tantos anos, de cabelos castanho claro, gestos elegantes e sorriso simpático sentara ao lado de algumas pessoas que julgo serem seus servos ricos do Capitol, num espaço em destaque do recinto.

Ao ver-me, levanta-se gentilmente e num gesto amistoso abraça-me. Seu corpo exageradamente gélido exala um bom perfume que só poderiam assimilar-se aos de rosas. Seus olhos âmbar consumiram toda minha segurança naquele momento.

- Olá Srta. Harrys devo dizer-lhe o quão bem ouvi falar sobre você? – Quão bem? Eu matara um dos seus líderes militares. - Você é bem mais linda pessoalmente. - Seu sorriso aparecera.

- Obrigada - digo relutante libertando um pequeno sorriso.

Dirijo-me para um dos poucos assentos livres tentando ao máximo não expor minha curiosidade em ver os outros tributos.

- Acho que todos já se fazem presentes senhor. - Diz um de seus servos.

-Então que comece a reunião! - diz Flyrtch. - Todos vocês já devem saber que Pycullium terá sua própria versão dos Hungers Games original de Panem. Com o principal objetivo de manter cada distrito em seu devido lugar, vocês foram os escolhidos. Para o nosso primeiro Hunger Games preferi que não seguíssemos os métodos convencionais, utilizando o "dia da colheita", para chegar a vocês, apenas uma regra importou: Quem de alguma forma incentivou a rebeldia contra o Capitol dentro de seus distritos foram selecionados. - Ele andara de um lado a outro enquanto falara. Então este havia sido seus meios de seleção? Rebeldia? -... Agora, é com imensa alegria que cedo a palavra ao presidente Coriolanus Snow.

Todos no auditório se espantaram a ideia de verem o monstro Snow frente a frente, mas logo suspiraram em alivio: ele estaria numa transmissão ao vivo diretamente de Panem.

A imagem no telão tomou forma e o símbolo de Panem o preencheu enquanto o hino oficial tocara. Ao término, um homem velho de terno e lapela, lábios inchados e olhos semelhantes aos de cobra aparecera.

- Cidadãos de Pycullium, é com grande alegria que, após alguns meses de reunião intensiva entre o presidente Flyrtch e eu, decidimos expandir o nosso famoso Hungers Games para a sua nação. Como sendo uma primeira versão dos games, algumas mudanças significativas tiveram de ser feitas. Durante dois meses milhares de homens trabalharam noite e dia na construção da arena dos jogos, a qual se encontra quase totalmente concluída. Espero que estejam preparados, e que a sorte esteja sempre ao seu favor! – Suas ultimas palavras ecoaram muito além das fortes paredes do recinto. Estavam agora dentro de nós. Sorte... O símbolo de Panem voltara a preencher todo o telão.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter visitado minha história :) Se gostou comente, se não, comente também (Rsrs) críticas construtivas são sempre bem vindas. ;)



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