A Geek Charming escrita por Nightshade


Capítulo 1
Casamento




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Primeiramente, não se pode dizer que sou popular ou algo assim em minha escola, mas eu era conhecida o suficiente bem para ser deixada em paz. Eu era convidada para festas da turma e tudo o mais.

Não sei exatamente dizer se eu poderia ser considerada nerd; eu não era louca por estudos, tampouco boa em Química, Física e Matemática, essas malditas Ciências Exatas sempre me ferravam e eu sempre precisava de monitoria para tentar entender o mínimo e passar de ano. Eu gostava de Star Wars e Star Trek, mas não ao ponto de ser uma super fã. Mas eu adoro fantasias medievais. O Senhor dos Anéis é meu livro favorito, sou completamente obcecada por Tolkien. As Crônicas de Gelo e Fogo também se encontrava em minha prateleira, como todos os cinco livros até agora publicados. Na verdade, eu amava livros em geral. Tinha todos os gêneros possíveis guardados em meu quarto, me atrevo a afirmar.

Eu praticava Ed. Física, mas apenas a grade normal, não tinha nenhuma vontade de ser líder de torcida ou entrar para algum time feminino da escola. Realmente, eu não participava de nenhuma atividade extracurricular que a escola oferecia.

Amo música, por isso aprendi a tocar violão aos dez anos e piano aos treze. Mas pela falta de tempo que o ensino médio me trouxe, raramente toco. Sou apaixonada por rock, country e blues; esses são meus gêneros musicais favoritos.

Minha melhor amiga, Katrina Evans é um ser interessante. Pode-se a identificar pela camiseta da banda Evanescence que ela quase sempre usa, seus cabelos curtos pelos ombros ou por seus 1.53 metros de altura. Nossa amizade era uma grande amizade, ela era como uma irmã mais velha para mim.

Enfim, pela conclusão que chego, eu era uma garota normal que havia apenas ido para um casamento que deveria ter sido normal, mas acabou desdobrando outros acontecimentos (e sentimentos) em minha vida...

***

Corri minha mão pelos fios de meu cabelo, tentando ajeita-los sem a ajuda de um espelho. A cerimônia na igreja havia levado uma hora e meia e agora eu estava com meus pais no salão onde ocorreria a festa. Tínhamos sido os primeiros convidados a chegar da igreja e agora esperávamos o resto das pessoas e os noivos. Torcia para que a festa fosse melhor que a cerimônia, o pregador falava de um jeito tão entediante que eu havia fechado os olhos e pensado em outras coisas. Na verdade, eu nem me lembrava muito bem do noivo, mas acho que ele lembrava de mim. Alias, uma das poucas pessoas que estavam naquele casamento e que eu realmente conhecia e lembrava o nome era a minha amiga April, e nós quase não nos víamos.

Olhei para meus saltos, suspirando. Aonde eu estava com a cabeça ao ter concordado de usar um salto escarpin de quinze centímetros, sabendo que não tinha experiência e nem graciosidade suficiente para calçar aquele sapato.

Aos poucos os convidados foram chegando. Cumprimentavam meus pais e a mim, embora meus pais parecessem mais confortáveis e familiarizados com os outros do que eu.

Percebi que os recém casados haviam chegado quando vi o fotógrafo; o recém casal estavam posando para fotos na entrada.

– Mia! – uma voz me chamou e April se materializou em minha frente. Ela estava muito elegante em seu vestido branco e preto. Me abraçou.

– Senti saudades, April. – sorri, embora ainda sentada – Eu só não levanto por causa dos saltos, sou tenho medo de tropeçar em meu próprio pé e cair.

Ela riu.

– Eu também não sou boa com saltos, por isso vim com esses. – ela ergueu um pouco o longo vestido e eu vi os saltos médios e grossos que ela usava. Mais fáceis de andar, com certeza.

– Que inveja. – falei.

– Daqui a pouco, quando os convidados pararem de chegar, você tira os sapatos. – ela riu – Um instante, vou falar com os outros, daqui a pouco volto aí. – ela acenou saindo.

Se não fosse pelos malditos saltos, poderia acompanha-la ao invés de ficar olhando meus pais conversarem com pessoas que eu não conhecia.

Olhei na direção do meu pai, que estava sentado meio que ao meu lado na mesa e cumprimentava alguém. Não ergui meu rosto para ver o rosto da pessoa, mas deu para perceber que esse alguém usava terno. E esse alguém passou a mão leve e gentilmente pelo meu cabelo como que para me cumprimentar. Geralmente não deixo que as pessoas mexam em meu cabelo, mas o toque foi bom, além de ter feito um arrepio descer por toda a extensão de minha coluna vertebral.

Quando a pessoa passou por mim, apenas vi que era um rapaz de terno e que tinha cabelos escuros ondulados e bagunçados. Ele estava de costas, mas de certa forma seu jeito me parecia familiar.

– Thomas, lembra da Amélia? – meu pai perguntou em voz alta.

Thomas?

Para minha surpresa, o rapaz se virou sorrindo. Meus primeiros pensamentos foram:

1 “Nossa, os óculos dele são iguais aos do Steven!”

2 “Ele parece ser um nerd...”

3 “E é fofinho”

E finalmente o quarto pensamento:

4 “Eu me lembro dele!”

É claro que eu me lembrava, embora os cabelos agora estivessem bem mais curtos do que da última vez que eu o havia visto, na festa de aniversário da April. Se me lembro bem, os dois são primos. E ele havia sido a minha primeira paixão platônica.

Ele sorriu para mim.

– Claro que me lembro da Amélia. – ele falou para meu pai, com a voz que desde que eu me lembrava era calma.

Depois ele se abaixou, pois eu continuava sentada, e beijou os dois lados de meu rosto antes de me abraçar. Ele tinha um perfume bom. E eu, é claro, fiz a coisa mais idiota que poderia ter feito: fiquei só sorrindo feito boba. Mas fiquei feliz por ele ter se sentado na mesa em frente a minha, de modo em que nós dois poderíamos nos ver.

A próxima hora foi um pouco constrangedora, porque de certa forma nós trocamos olhares e ele sorriu uma vez para mim, mas eu estava tão sem graça que nem sei se retribui o sorriso.

– Ele tem vinte anos e está na faculdade de Química. – tomei um susto quando April se sentou na cadeira ao meu lado. Foi aí que eu notei que meus pais haviam saído da mesa.

– De quem está falando? – me fiz de desentendida.

– Do cara que você está passando a festa inteira encarando. – ela nem ergueu os olhos do prato de salgadinhos que estava comendo – Você sabe que ele já fdeve ter notado, né?

– Eu acho que sim... – engoli em seco.

– Olha, eu realmente não sei que conselho te dar, mas se quiser que eu fale com ele...

– NÃO! – meu tom de voz assustou até a mim mesma – Quero dizer, não... você me conhece, sabe que não gosto disso...

– Ok... mas você não vai falar com ele? – ela perguntou.

– Não... – suspirei – Só se ele vier falar comigo.

– Ele é meio sem jeito, Mia... acho que isso não vai rolar.

E realmente não rolou... não naquela noite. Não naquela festa.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem!!!!