What If... escrita por Sugar High Unicorn


Capítulo 1
Capítulo Único - What If...


Notas iniciais do capítulo

Hey divos desse site ^^

Primeira fic que posto, então peguem leve com essa unicórnio aki hehe.

Essa idéia veio na miha mente, e mesmo não sendo uma das minhas melhores fics escritas, achei legalzinha e resolvi postar.

Essa é uma daquelas idéias que o começo fica preso na sua cabeça, mas você não sabe como continuar com a fic, então transformei numa One Shot ^^ espero que gostem:



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Khan

Essa foi a primeira palavra que se apresentou em sua mente assim que ela sentiu a escuridão se afastando, dando espaço à uma leve e agradável claridade. O nome se repetia várias vezes em sua mente, como um mantra, a mantendo focada. Ela sabia que aquele nome era importante, também sabia que ela precisava encontrar essa pessoa. Que ela tinha de salvar essa pessoa... ou seria proteger? Seu cérebro, antes focado solenemente no nome, começava a se estirar e dispersar, a fazendo perder a linha de raciocínio.

Em um tempo, que pareceu alguns minutos, ela estava consciente de seu corpo deitado sobre uma superfície levemente macia, mas firme. Ela se sentia ganhar controle de seus membros vagarosamente, catalogando o que já podia mexer e o que não em um canto de sua mente. Seus olhos finalmente se abriram e uma luz cegante a engolfou, fazendo um enorme sentimento de alívio a atravessar. Ela não sabia que havia sentido tanta falta da luz.

Foi uma questão de segundos até sua visão se ajustar e ela se ver encarando um teto branco, e notando por sua visão panorâmica uma enorme quantidade de máquinas à sua volta, ligadas a ela. Ela se revirou, tentando se soltar e movendo tudo o que já conseguia mover, o que era basicamente todo seu corpo, já que o torpor restante havia se dissipado nos minutos anteriores.

Ela se levantou, notando a falta de pessoas a sua volta, no que ela identificou como um hospital, ou ao menos uma seção hospitalar, dado que não podia ter certeza. Ela viu alguns tubos criogênicos pelo local, e inspecionando alguns deles, viu serem todos familiares, seus rostos reconhecíveis, e ela se lembrava vagamente de onde. Tomando nota de que vestia somente um vestido branco com a marca da Frota Estrelar no canto, ela decidiu que era melhor que nada e facilmente se retirou do local, hackeando a senha da porta em meros segundos.

Vendo algumas mulheres e homens do lado de fora e notando seus uniformes, que lembravam vagamente o dela, a garota logo arrumou sua postura e passou a mão pelos cabelos, os ajeitando, e logo andando com uma falsa confiança como se pertencesse ali, seguindo os que pareciam mais importantes até uma sala no centro. Pelo que ela viu, ela estava numa enorme nave. O som dos propulsores chegava em seus ouvidos com pouco ou nenhum esforço, além de a tecnologia toda ser equipada para vôo. Então a sala no centro e à frente era provavelmente a sala de comando.

Ela se esgueirou pela entrada a tempo de pegar um vislumbre de um rosto vagamente familiar.

Khan!

Sua mente forneceu, mas ela não reconhecia a raiva e ferocidade naquele rosto, a maldade e o desejo por vingança...

- Primeiramente, matarei o seu capitão para provar a minha determinação – O homem disse através da tela – Se não ceder, terei de matar você e toda sua tripulação.

- Destruindo nossa nave, matará seu povo – Um homem de orelhas pontudas na sala retruca

- Vocês precisam de oxigênio, nós não. Vou mirar no seu suporte de vida, atrás da nacele de ré. E depois que cada um na sua nave sufocar, passarei por cima dos seus corpos gelados para reaver minha gente – Ele diz, tão friamente e com tanta precisão que o coração dela se aperta, lágrimas indo aos seus olhos. Quem era esse homem frio e calculista e o que haviam feito com Khan? – Agora...

- Pare com isso! – Ela se vê exclamando e se lançando dentro da sala, em linha de visão da tela, olhos lacrimejando, e logo todos da sala voltam o olhar para ela, tirando a atenção do homem que falava anteriormente.

- Ela deveria estar na ala médica sob constante acompanhamento, quem é o responsável por isso? – O homem de orelhas pontudas questiona, mas ninguém se pronuncia.

- Eu não preciso de um médico – Ela diz, olhando o homem, que se surpreende com a emoção nos olhos da garota, emoção que não via nos olhos do homem que os ameaçava.

E então uma voz, conhecida, mas muito diferente, agora sem raiva ou ameaça alguma, soou na sala.

- Shaynee – A voz antes fria e distante agora parecia repleta de emoção. Todos se viraram para a tela, onde o homem que os ameaçara anteriormente parecia quebrar em sua frente ao olhar para a garota, pálida e um pouco magra, os cabelos ruivos se destacando contra a pele branquíssima e os olhos verdes.

- Khan? – Ela murmurou, mas o silêncio da sala permitia que todos ouvissem muito bem – O que você está fazendo? Por que está ameaçando todas essas pessoas? O que houve nos últimos...

- Trezentos anos – Ele resmungou com amargura, e desviou seu olhar para o homem de orelhas pontudas – Abaixe os escudos.

Diferente de antes, sua voz não soava ameaçadora, mas sim suplicante.

- Baixar escudos – O homem ordenou, e um tripulante com feições asiáticas obedeceu. Khan mexeu em vários botões, e então se voltou para a tela.

- Os 72 torpedos continuam nos tubos – Ele constata – Se não forem meus, comandante, eu saberei.

- Vulcanos não mentem. Os torpedos são seus – O de orelhas pontudas disse, e ela viu direto pela mentira. O que quer que fossem os torpedos, ela pensou, não continham o que estava anteriormente dentro.

- Obrigado, Sr. Spock – Ela pode ouvir a sinceridade na voz de Khan

- Cumpri seus termos, agora cumpra os meus.

Sem comentar nada, Khan mexe em alguns outros botões e logo ele é envolvido em uma luz dourada, que o faz sumir de lá. Todos parecem surpresos ao correrem até outro lugar, Shaynee em seu encalço, e abrirem uma porta de vidro.

Uma mulher e três homens estavam ali, um deles sendo o único de pé e perfeitamente bem em condições físicas, além de ter suas mãos para cima.

- O que ele...

- Esse não era o plano...

Ela ouviu alguns murmúrios, mas ignorou-os em favor de correr na direção dos homens. Alguns se preparavam para atacar Khan, que parecia resignado, então ela se apressou, lançando-se contra ele de braços abertos, o fazendo tropeçar um pouco para trás para se manter de pé. Sua cabeça se encaixava sob o queixo do homem e seus braços envolviam sua cintura, rosto enterrado em seu peito para abafar o choro que balançava levemente seu corpo.

Khan paralisou-se por um segundo ao sentir o corpo familiar se chocar com o seu, o envolvendo. Todos os planos em sua mente, a raiva, o desejo por vingança, sua compulsão em matar todos que haviam a tirado dele, tudo desapareceu em um piscar de olhos quando a pequena massa corporal da garota se encontrou com a sua, consumindo seu pensamento.

Ele quase podia sentir todo o impulso de sentimentos que passou por sua mente naquele instante. Alívio, felicidade e senso de proteção nublavam sua mente, o tornando incapaz de fazer qualquer coisa além de envolver seus braços em voltado pequeno corpo de Shaynee e a apertar contra si, afundando seu rosto em seus cabelos ainda levemente gelados, assim como sua pele, e se deixando levar pela alegria, lágrimas involuntárias escapando seus olhos.

A vista foi um choque para todos que a viram, e mais chocante ainda foi a explosão ouvida, vinda da nave próxima, a nave em que Khan estava anteriormente. Ele se endireitou em um segundo, seu rosto saindo dos cabelos de Shaynee somente para permitir que seus olhos se arregalassem em surpresa e desespero.

- Não... – Ele murmurou – Vocês... Não... – Toda a raiva parecia retornar a sua mente e Shaynee se afastou levemente, temendo o que Khan podia fazer. Ela se virou para a tripulação que os observava.

- O que vocês fizeram?! – Exclamou a ruiva

- Os torpedos... eles estavam nos torpedos... eu tentei – Khan não conseguia completar sua fala, sua visão ficando avermelhada, seus punhos se cerrando. Ele tentou avançar, mas assim que ele ia saltar sobre o comandante, Shaynee o jogou para trás com um golpe de sua mão, o fazendo bater contra a parede – O que está fazendo?! Eles os mataram! Sua mãe, seu pai, meu irmão, todos eles!

Ele tentou novamente, só para ir parar novamente no chão.

- Quer parar com isso?! – Ela exclama, de repente rindo. Khan a olha como se estivesse louca. Ela continua a rir, caindo ao chão com as mãos sobre sua barriga.

- Você foi drogada? O que fizeram com ela?! – Dessa vez ele grita com a tripulação, que parecia cada vez mais perturbada e nem um pouco inclinada a interferir.

- Eles... eles estão bem – Ela suspira, respirando fundo algumas vezes para se acalmar – Eu vi os críotubos na sala onde acordei. Não acredito que você não percebeu. Achei que havia vindo porque sentiu o blefe dele, os mísseis são seus, não o que está neles. Você não veio por isso?

- Todos estão bem? – Ele parece aliviado, e então enraivecido, e em seguida mais incomodado que tudo – Claro que eu percebi, por que acha que eu vim, não é como se você...

Ele foi interrompido pelo riso da garota, que se levantou e andou até ele.

- Não faz mal admitir que tem sentimentos, Khan – Ela sorri levemente, estendendo a mão – e muito menos que eu sou mais inteligente e forte que você, já que é um fato estatisticamente comprovado.

Ele aceitou a mão dela, se colocando de pé e se recompondo, só então tomando nota da platéia que tinham. O peso de seus atos desceu em sua consciência e Khan deu um passo à frente, caindo de joelhos e com as mãos para frente, em submissão.

- Eu, Khan Noonien Singh, me rendo pelos meus crimes contra a Frota Estrelar – Ele diz, claramente para que todos ouçam – Tudo o que peço é a proteção de meu povo.

Shaynee o olha, olhos arregalados, boca entreaberta e ainda algumas lágrimas não derramadas. Ele simplesmente ergue a cabeça e a olha, um sorriso de lado no rosto.

- E eu não tenho medo de admitir que tenho sentimentos, Shaynee, pois digo com todas as palavras que eu te amo.

Então o algemaram e o levaram embora. A ruiva ficou ali parada, olhos arregalados e boca aberta, tentando entender o que ele havia acabado de dizer. E então percebeu que ela já sabia disso, mas nenhum dos dois nunca tinha agido nesse sentimento, mesmo antes de serem congelados. E agora ele havia dito com todas as palavras que a amava.

Antes de ser levado e provavelmente ser condenado a ficar preso por metade da eternidade.

Filho da mãe!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Aceito críticas construtivas :)
Beijos de algodão doce!
—Unicorn