Lápide [Poemas] escrita por KenFantasma


Capítulo 5
Rugido




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Quantos dias se passaram lá fora?

Eu já perdi as contas de quantos sóis e luas se deitaram desde a última vez que ouvi o cantar do seu timbre.
Sinto-me tão vazio.

As tardes morosas, como se ainda lhe esperassem para o crepúsculo.
A chuva que já não me inspira empolgação, mas molha minha alma com a melancolia da sua falta.
Onde jaz, meu anjo de asas branquíssimas?
Cuja luz aninhava minhas vontades fúnebres?

Agora tudo que me faz companhia é seu cantar em pensamento,
seus retratos tímidos de si mesmos.

Sigo andarilho por essa estrada de asfalto frio e paisagem monocromática.
No meu céu não vejo lua de prata, as nuvens carregadas formam-se em uma abóbada medonha.
Sequer sei se é dia ou noite,
Sei ainda menos quantos dias já se passaram desde a tarde em que te perdi.

Ou talvez... Eu não tenha lhe perdido!
Me embraso em certezas e esqueço a soturnidade.
Posso não lhe ver ou ouvir mais,
mas sei que seu coração me busca no escarlate do horizonte.

Oh! Minha princesa,
trancafiada em seu palácio de gelo.
Mostre-lhes que seu coração reduzirá tudo a um lago borbulhante.
Eu empunharei minha foice afiada com o mármore da audácia e temperada com as chamas da vontade inabalável.
Fatiarei as bestas do destino e então a terei em meus braços.

Minha remota adorada.
Consegue me ouvir daí?
É o rugido do seu caçador atravessando mares e reinos
Até os domínios do inferno ele irá,
e proclamará a Lúcifer que nem ele ficará em seu caminho.

Olhe para a rua, minha querida.
Que ela seja a ponte para nossas mentes em feitiço mútuo.
Este é o sangue que circula meu corpo.
E o desejo de ti,
a vitalidade que invulnerabiliza meu espírito...

E que me faz rugir, como a fera mais agressiva a se temer.

 

Apenas mais um desenho


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