Enamorados escrita por Millsforever


Capítulo 48
Happy Birthday - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá fantasminhas!



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Os dois jovens pararam ao ouvir o comentário da mãe. Se olharam e no mesmo momento puxaram Regina para o sofá. A morena deu um grito de surpresa que fez Eduardo e Elsa correrem para a sala. 

Quando os dois chegaram e viram  Regina quase sem ar devido as cosquinhas. 

—Alguém me ajud… parem com isso! 

Os dois meninos riam. Eduardo entra no meio e tira a morena de lá enquanto Elsa filma os risos descontrolados de Regina. 

—A Zelena vai amar ver isso. 

—Deixem minha mulher em paz. - com Regina no colo. 

—Seus… tratantes. Vocês vão se ver comigo. (recuperando o fôlego).

Os garotos se olharam, cúmplices. 

Alguns dias depois.

Pov. Killian

Nada como acordar mais velho. 

Convenhamos que, por ser sábado, o meu tempo na cama já se estenderia um pouco. Por ser meu aniversário… Ah qual é, eu estou no meu direito. 

Acordei me espreguiçando por um bom tempo, ouvindo os ossos estalarem levemente enquanto decidia em qual posição iria hibernar por mais umas horas.

Virei meu rosto para o lado e observei a foto do meu pai no criado mudo. Abri uma das gavetas e retirei um álbum repleto de fotos minhas e dele. Senti aquele sentimento de angústia me invadir e notei meus olhos cheios de lágrimas. Respirei fundo tentando evitar o choro e a tristeza, mais por ele do que por mim.

Papai detestava me ver triste no dia do meu aniversário. "É um dia para se celebrar, Killian" ele falava. O engraçado é notar que antes eu me entristecia pela falta da minha mãe e hoje, é pela falta dele.  

Olhei para foto uma última vez e guardei junto das outras. Escorreguei para debaixo das cobertas novamente, pronto para dormir. Meu despertador tocou e o lembrete "Prova de cálculo" apareceu na tela.

—Ai meu Deus! Por quê? 

Me levantei e vesti minha roupa. Uma calça jeans escura, uma camisa preta de manga, calcei meu tênis e segui para o banheiro. 

Alguns minutos depois eu retornei ao quarto apenas para pegar minha mochila e dei de cara com minha mãe me esperando. 

Ela estava com um sorriso radiante. 

Pov. Regina 

*Anda Zelena. Sai dessa cama!

*Aí Regina, são 6 horas da manhã! 

*É o aniversário do seu sobrinho, o primeiro em que nós vamos estar presentes. Pode, por favor, fazer o esforço?

*Qual a finalidade de ir aí se depois vamos ter que voltar para cá? 

*Aí Zelena, só vem e para de complicar as coisas.

*Tá acordando uma mulher grávida que precisa muito de sono.

*Não usa o meu futuro sobrinho contra mim. Não quando eu sei que você está com sono não por estar grávida, mas por outras coisas. 

*Acho que você tá sabendo demais.

*Acho que você precisa instalar um isolamento acústico no quarto da Aurora. Por favor, ruiva. É bom que daqui já vai todo mundo para tua casa.

*Tá bom, tá bom. O que eu não faço pela minha irmã mais nova. 

*Te amo, mana.

*É eu também. Te vejo em 20 minutos. Acho bom fazer panquecas.

*Pode deixar. Bye!

*Bye. 

Desligo o celular e me sento direito na cama, olhando para Eduardo.

—A convenceu? - Edu

—O que você acha? - sorrindo 

—Acho que ninguém pode com você, Regina Mills. - Eduardo

Deitei na cama e rolei para seu lado, me erguendo e ficando por cima de sua cintura. Nós dois cobertos  por lençóis. Compartilhamos um beijo demorado enquanto sentia as mãos de Eduardo passeando pelas minhas costas. Nossos lábios se separaram.

—Ansiosa? - Edu perguntou segurando minha cintura.

—Para o primeiro aniversário do meu filho? Imagina! Eu tô explodindo de felicidade, Edu. Você nem imagina.

—Eu acho que esse seu sorriso de orelha a orelha deixa bem claro. 

—Eu nunca vou me perdoar por ter deixado ele. Ainda mais no dia em ele nasceu. 

—Não fica pensando assim, meu amor.

—Não tem como não pensar. Há dezenove anos atrás eu estava indo embora e largando meu filho.

—Não estava largando. Não deixou ele jogado num canto qualquer. Ele ficou com o pai. 

Dou um sorriso fraco.

—É, mas isso não diminui a culpa. Eu penso como foi para ele lembrar disso em todo aniversário.

—Não deve ter sido fácil, mas hoje você está aqui. Assim como vai estar nos próximos aniversários e o Killian sabe disso. Ficar olhando para trás não vai mudar o que aconteceu e nem o nosso presente. Se concentra no agora e aproveita o máximo que puder. 

—Eu vou sim, com você do meu lado.

—Bem pertinho. - ele falou me trazendo para seu peito. 

Nos beijamos novamente. 

—Vou precisar de você hoje. 

—Se for igual a essa noite, pode contar comigo. - ele disse dando uma gargalhada sacana. 

—Nao é desse jeito que estou falando, abusado. (Rindo) Vou precisar que tome conta da arrumação enquanto eu não estiver por lá. Sabe que a Zelena pode ser tão criança quanto as crianças que vão nos ajudar. 

—Pode deixar, eu vou manter a ordem. 

—Ótimo. Agora se me permite. 

Falei me desvencilhando das mãos de Eduardo. 

—Eu vou me recompor para parabenizar o meu filhote. 

— Mãe coruja.

—Sou sim.

Algum tempo depois, entro no quarto de Killian com um pequeno embrulho. Ele não está, mas a cama ainda está bagunçada, o que me faz deduzir que ele tinha acabado de levantar. 

Apesar das dores de cabeça que me dá, Killian é um garoto extremamente ordeiro, então seu quarto costuma estar quase sempre impecável. Sua cama não ficaria desarrumada se ele já estivesse saído.

Deixo seu presente sobre a cama e ando até a janela, o esperando. Não demorou muito para que ele voltasse. Assim que ouvi seus passos me virei e um sorriso apareceu no meu rosto ao ver aquele pedacinho meu bem na minha frente. 

—Senhorita Mills, a que devo essa honra? - ele disse caminhando na minha direção com os braços abertos. 

O abracei apertado.

— Bom dia, mãe. 

— Bom dia, meu amor.

Nos afastei um pouco sem retirar minhas mãos de seus braços. O observei. Como ele tinha se tornado uma mistura tão linda minha e do August e, ao mesmo tempo, tão ele mesmo. 

—O que está pensando aí? - Killian 

—Em como o meu menininho se transformou nesse homem que está aqui na minha frente. 

—Fala, uma beleza, né mãe. - ajeitando a camisa com aquele típico sorriso galanteador.

—É sim, uma beleza! - falei rindo.

—Você se tornou um menino incrível, filho. Quando eu fui embora…

—Mãe… (pegando em minha não) 

—Me escuta, juro que não vou chorar. - falei o fazendo rir. 

—Quando eu fui embora e deixei você com seu pai, Killian, você tinha acabado de nascer. E por mais que não pareça, foi um dos momentos mais lindos da minha vida! Uma força tão forte tomou conta de mim quando eu ouvi seu choro.Acredite, é uma das melhores coisas que você vai ouvir quando for a sua vez. Porque naquele momento você vai saber que existe algo maior que qualquer coisa que você já tenha visto. Amor de pai para filho. Mas eu acho que não notei isso. Não mesmo. Eu levei dezoito anos para notar o quanto eu havia perdido. Quando eu cheguei na faculdade e chamei seu nome e vi você pela primeira vez… foi como pegar você no colo de novo. Esses seus olhos azuis, iguais aos do seu pai, me fizeram derreter por dentro e tudo que eu pude me perguntar foi como eu pude abrir mão de um amor como aquele que eu senti quando eu te vi. 

Eu conheci você, aos pouquinhos, mas conheci. Cada pedacinho seu. A timidez, a total falta de modéstia (ele ri), o lado protetor e o encrenqueiro/justiceiro, seu lado carinhoso. Como algum dia eu pensei em largar a coisa mais preciosa que eu fiz? Eu sinto muito, meu filho. Não tem nada do que eu me arrependa mais do que não ter cuidado de você, ficado com você, de não ter te dado meu amor incondicional desde o primeiro dia em que te tive em meus braços. E depois de tanto tempo, pela primeira vez eu vou celebrar o dia em que você nasceu. O dia em que eu coloquei meus olhos nos seus pela primeira vez. Eu amo você, Killian. Mais do que posso calcular e com certeza muito mais do que posso demonstrar. Eu sei que nada do que eu fizer vai apagar o que eu fiz você passar, mas eu quero que saiba que daqui para frente você sempre, sempre vai poder contar com a sua mãe. Sempre, Killian. Sempre. 

— Você prometeu não chorar, senhorita Mills. - ele falou secando as próprias lágrimas.

—Eu tô feliz de não ter sido a única. 

—Mãe, olha bem para mim e escuta com atenção, tá bem? 

Por algum motivo meu coração acelerou, mas concordei com a cabeça. 

—Eu amo você, mãe. Amo muito e de todo o meu coração. Não foi fácil sem você, mas o que aconteceu foi necessário. Talvez se você não tivesse ido embora hoje eu não teria conhecido o Henry nem o Eduardo. E a senhora também não estaria com o Edu, e convenhamos… você não estaria feliz. 

Sorrio.

—Eu sei que você amou meu pai, mãe. Mas dá pra ver como você e o Edu são felizes juntos. Como são apaixonados. E tem o Henry. 

—Sim, o Henry.

—É, meu irmão. Como seria a sua vida sem seu outro filho?

—Touche.

—Eu preciso que entenda que eu perdoou você. Que não te culpo e que não tenho mágoa. Não mais. Mãe você me deu a maior prova de amor que eu podia precisar. 

—Ah é? 

—É, Regina Mills. E me admira você nunca ter pensado nisso. Você abriu mão da sua vida para me ter de volta. Abriu mão do seu emprego, da sua vida em Nova York, abriu mão da Tia Zelena e da Aurora,  sua família. Por mim. Você voltou por mim sem nem saber se eu estava aqui, seu eu iria te perdoar ou se iríamos desenvolver a relação que temos hoje. Você deu um tiro no escuro e isso eu nunca vou esquecer. Seu amor. 

—Killian eu…

—Não precisa dizer nada, mãe. Você já faz muito por mim. E é por isso que hoje (ele se levanta e caminha até sua mochila) eu quero fazer algo por você. O aniversário é meu, mas o presente é nosso. 

Ele me estendeu um envelope.

—Eu tenho isso a algum tempo, mas estava esperando o momento certo para te entregar. Acho que finalmente chegou. 

Abri o envelope devagar e com as mãos um pouco trêmulas. Quando retirei o papel que estava dentro e pus meus olhos no que estava escrito eu nem consegui acreditar. 

"Killian Jones Mills Booth, filho de August Wayne Booth e Regina Mills."

—Não era necessário, um papel não muda nada. Mas eu queria deixar registrado e oficializar tudo. 

O puxei para mim e o abracei. 

—Ninguém me tira mais de você, mãe.

—Feliz aniversário, meu filho. E muito obrigada por ser o melhor presente que eu poderia ter ganhado. Você é o amor da minha vida, viu? (Falei segurando seu queixo?

—E você o meu. 

—Eu posso ficar com…

—Claro que pode, é seu presente. Eu tenho uma comigo também 

—Okay. Bem depois de todo esse choro logo pela manhã, acho que um café cai muito bem 

—Eu concordo. Tô morrendo de fome! Vamos descer? 

—Vamos sim, meu príncipe.

Falei lhe dando um beijo na bochecha. Ele me abraçou de lado e seguimos para o andar de baixo. 

*Autor*

Os dois descem as escadas e antes mesmo de alcançarem os degraus finais eles escutam vozes animadas vindas da cozinha. Killian logo identifica as vozes de Aurora e Zelena. 

—Como fez essas duas saírem de casa tão cedo no sábado? 

—É, foi um verdadeiro milagre. Tá me devendo essa. 

—Ah, finalmente o aniversariante apareceu. - Zelena 

Os presentes se levantaram e todos parabenizaram o rapaz. Estavam ali Elsa, Eduardo, Zelena, Aurora, Henry e Jefferson.

—Obrigada pessoal! E eu tô bem surpreso…

—Que a Zelena levantou cedo no sábado né, todos nós estamos. - Eduardo. 

— Sinta-se privilegiado, viu Killian. - Zelena 

—Ah pode deixar. Mas eu ia dizer que eu nunca tinha notado como essa mesa é tão grande antes. A casa tá cheia! - Killian 

Eles riram.

—Parece até que voltamos aos velhos tempos. Com a tia Zelena e a Aurora morando aqui. - Killian

—Eu bem tava com saudade de ver essa sua cara feia pela manhã. - Aurora mordendo uma fatia de pão.

— Achei que ainda se olhava no espelho pela manhã. - Killian 

A ruivinha joga uma maçã no primo e Killian olha a fruta rolar até a sala.

—Você ainda é ruim de mira. - Killian 

Ela acerta um biscoito.

—Repete? - Aurora

—Parem com isso, e chega de atirar comida um no outro. - Zelena  

—É, que coisa feia. - Regina 

Os dois se olharam.

—Foi em qual almoço do Granny’s que eu vi vocês jogando alface uma na outra? - Killian 

—Foi naquele mesmo almoço em que eu puxei sua orelha. - Regina 

—Entendi o recado. - voltando a tomar café.

 Um tempo depois…

—E fim.

Regina olhou para seu relógio de pulso.

—Provas em cima da mesa. Espero que todos tenham se saído bem.

—É, a gente também. - Robin falou deixando a prova sobre a mesa da Senhorita Mills.

—Mãe, o que acha de me presentear com a aprovação no teste?

—Quem corrige seu teste não é sua mãe, e sim sua professora. (com um sorrisinho cínico)

—Podia dormir sem essa, Killian. - Ruby passou pelo amigo rindo.

—Então, professora, estamos livres? - Killian 

—Podem ir. Segunda-feira terão seus resultados. 

—Obrigada tia. - Aurora

—O prazer foi todo meu. - Regina

—Nós sabemos. - Robin

—A gente notou os seus sorrisinhos. - Ruby

—Vocês querem uma carona até a Vovó? Passo lá, depois na Zelena e por fim Killian e eu vamos para casa.

—Eu não vou recusar não. - Aurora

—Por favor. - Robin

—Na verdade, mãe, pode me deixar na casa da Ariel? - Killian

—Ariel? - Ruby

—E antes que você tente me acertar, Rubs, A Emma já sabe e a Ariel só vai me ajudar com um assunto. - Killian

—Mas eu nem ia falar nada. - Ruby

—Sei. 

—Então vamos todos? - Regina

Eles caminham até o estacionamento e minutos depois, Killian salta em frente a casa da amiga.

—Ei, não se atrase, viu? - Regina

—Pode deixar. Até mais!

—Até.

O carro da partida novamente.

—Seguinte, vou deixar vocês três na casa da Zelena enquanto vou até o supermercado. A Emma e o Kristoff já estão por lá. Ruby, e quanto a sua avó? Ela não me deu certeza se vinha.

—E acho que não vem. Hoje é sábado, o Granny 's costuma ter bastante movimento, inclusive só vou poder participar porque arrumei um amigo da faculdade para ajudar a vovó.

—Entendo, mas ainda assim é uma pena.

—Se serve de consolo, ela pediu um pedaço do bolo. 

—Já está reservado. 

Algumas quadras atrás.

Killian caminha até a entrada da casa de Ariel, mas antes de bater a porta se abre.

—Pensei ter ouvido vozes aqui fora. - Ariel 

—Pensou certo. Tá pronta?

—Tô sim. Vamos nessa. 

Os dois saem caminhando pelas ruas de Storybrooke até chegarem ao cemitério.

—Tem certeza que quer entrar?

—Acho meio macabro, mas não vou te deixar sozinho. - ela falou colocando a mão no ombro de Killian 

—Obrigado. É aqui. - ele disse parando de andar e olhando o túmulo de August.

Ariel entregou as flores para o amigo. 

—Valeu. 

—Toma. Vai precisar também.

—Ah você tá brincando. 

A loira estendeu um pequeno chapéu de festa que Killian prontamente vestiu.

—Eu vou te dar um pouquinho de privacidade, tá bem?

Ele concorda com a cabeça enquanto observa a amiga se afastando. 

A loira sai caminhando por entre as tumbas, olhando as lápides e cada nome inscrito nelas. Até que tem uma surpresa.

—Oi pai. Eu só vim para te dizer que eu não estou triste. Hoje, é um dia totalmente diferente dos outros anos. Eu ganhei uma família inteira no mesmo tempo em que te perdi e hoje são eles que comemoram comigo. É por você pai, o chapéu, a reunião… Você me convenceu que apesar de qualquer coisa hoje é um dia no qual eu devo me alegrar. E essa é uma tradição que eu vou fazer questão de manter, mesmo não gostando das minhas festas de aniversário, só pra eu poder usar um chapéu idiota, comer um cupcake e imaginar que você tá ali comigo. 

Bem eu vou te atualizar brevemente de tudo que tem acontecido nos últimos dias. Eu voltei com Emma e então nós discutimos de novo, mas já está tudo certo agora. Eu vou ser padrinho da filha dos meus amigos, acredita? Eu pedi à mamãe por um cachorrinho recentemente, depois que a Tia Z e a Aurora se mudaram a casa ficou meio vazia, mas ela não deixou, então ainda somos só eu, ela, Eduardo e o Henry. Eu e ele estamos nos dando bem agora. Ele virou meu irmão de verdade e foi uma das melhores decisões que eu tomei. Foi no mesmo dia em disse eu te amo para a mamãe. Foi um momento conturbado, mas no fim deu certo. Ah, eu continuo aprontando, mas to tentando melhorar antes que a Regina fique com todos os cabelos brancos. (rindo) 

 Ham, como você deve saber eu tô morando com a mamãe agora e, pai, eu te juro ela é muito mais linda do que você me contou. A gente nunca conversou sobre ela, e eu sabia que machucava você, então eu só te perguntei uma vez. Mas ela é incrível!  A questão é que agora, com a tia Zelena morando na antiga casa, eu não posso mais pegar as rosas do jardim. Na verdade, a tia Zelena é meio alérgica. Então a Ariel fez o favor de me trazer essas para que eu pudesse te entregar. (deposita as rosas sobre o túmulo).

—Ei Killian! Corre aqui.

O rapaz olha na direção da amiga e volta sua atenção para a lápide novamente.

— Eu tenho que ir agora, pai. Mas aqui, para você também (retirando o chapéu). Pelos velhos tempos. E só mais uma coisa… Eu sinto sua falta, mesmo sabendo que está comigo.

O rapaz se despede uma última vez e segue a voz da amiga.

—Oi Ariel, o que foi? (Secando algumas lágrimas)

—Tem certeza que o policial Martin nunca esteve aqui?

—Ele foi transferido para cá, veio de outra cidade.

—É, mas com certeza algum parente dele esteve. Dá uma olhada.

Na lápide estava registrado “Thomas Teller II, filho amado”. 

—Você acha que…

—Não posso dizer que não passou pela minha cabeça. Para mim ele tá mentindo. 

Killian tira uma foto da lápide.

—Certo, vamos andando. Mais tarde checamos isso. - Killian   

—Okay, não vamos deixar um possível maluco estragar o nosso dia capitão.

—Com certeza!

Casa de Número 19.

Na casa da família Mills Hat a bagunça estava armada. Balões, copos, faixa de aniversário, equipamento, até um bolo em plena sala de estar havia. No local estavam Emma, Ruby, Robin, Henry, Zelena, Aurora e Jefferson.

—Jesus Cristo, isso aqui tá uma zona! - Zelena

—Esse bolo ainda está aqui? Isso vai acabar dando ruim. - Ruby 

—Já estou levando ele para cozinha. - Emma fala pegando o bolo.

—Ótimo! - Ruby

—Quem vai ceder os pulmões para encher os balões? - Jeff

—Grávidas estão fora de questão. - Zelena 

—Toca aqui! - Ruby

As duas ruivas trocam um high-five.

—Robin, você me ajuda com os balões? - Jeff 

—Claro. Alguém tem que dar uma olhada nas luzes. - Robin 

—Eu já to indo, deixa eu só terminar de instalar a aparelhagem e… - Henry 

Uma música começou a preencher o ambiente.

—E aí? Acham que o som está bom? - Henry

—Tá perfeito. Pode deixar tocando se quiser. - Zelena

—Beleza. Deixa eu olhar as luzes. - Henry 

—Gente, e quanto às outras comidas? Alguém tem notícias da Regina e do Eduardo? - Emma 

— Filha, você pode… - Zelena 

—Já estou entrando em contato. - Aurora 

No centro da cidade.

Regina e  Eduardo se dividiam entre as seções do supermercado.

—Já pegou os salgadinhos? - a morena perguntou checando os itens da lista.

—Sim, tá na mão.

—Deixa eu te perguntar. Quantas pessoas você acha que vão estar naquela festa? - ela falou ao ver o carrinho lotado de salgadinhos.

—Com certeza bem mais do que o Killian está imaginando.

—Vai devolver.

—Mas..

—Anda! E sem reclamar.

O homem deu meia volta e saiu, pisando duro.

—Que ótimo, eu namoro uma criança.

O celular da morena toca.

*Mills falando.

*Aqui do outro lado também.

*Ei meu amor.

*Ei tia! Então falta muito aí?

*Não, não. Só algumas bebidas e já estamos voltando. Tudo certo por ai?

*Tudo dentro dos conformes. Sabe quando o Killian chega?

*A Ariel ficou de enrolar ele até a hora marcada.

*Certo. A Elsa já está com vocês?

*Ela foi buscar umas sobremesas na Vovó, vamos passar lá antes de irmos para aí.

*Okay então. Estamos te esperando. Beijo!

*Beijo!

A morena desliga o celular e Eduardo se aproxima com o carrinho mais vazio.

—Bem melhor assim.

—Se você diz. Não quero ver ninguém reclamando depois que não tem salgadinho de queijo.

—Você é muito infantil, sabia? - beijando a bochecha do rapaz. - Vem, vamos pegar as bebidas para irmos embora.

Os dois seguem para a seção seguinte, compram as bebidas e finalizam todo o processo. O casal não demora muito para chegar no Granny 's e de longe avistam Elsa os esperando com alguns pacotes.

—E aí, loira? Vem sempre aqui? - Regina disse abaixando um pouco os óculos escuros.

—Depende, quais são as chances de eu te ver ficando aqui todos os dias? - se debruçando sobre a janela do motorista.

—Com certeza vai fazer bem mais do que apenas me ver.

—Olha, tô toda arrepiada. - mostrando o braço.

A morena e Eduardo riem

—Entra aí, vai Elsa. - Regina 

—Não, mas falando sério, se você não namorasse o meu irmão… Quais seriam as minha chances, Regina? - colocando o cinto.

—Isso é sério, mana? - Edu

Regina a olhou pelo retrovisor, analisando a loira de cima a baixo.

—Eu diria que uns 85 por cento. - mordendo o lábio em provocação.

—Eduardo, acho que vamos ter uma competição aqui. - Elsa

A morena gargalhou.

—Vamos embora,  antes que eu fique sem uma irmã. - Edu

A loira beija o rosto do irmão.

—Vocês são os melhores, de verdade. - Elsa.

Não muito distante dali.

Killian e Ariel conversavam na sorveteria.

—E então não ficou com mais ninguém enquanto estava fora? 

—É 

—Qual é Ariel. Fala sério! 

—Mas eu tô falando.

—Nem uns beijinhos?

—Alguns, mas nada significativo 

—Fala quem é.

—Killian…

—Você está mentindo na cara dura, essa bochecha vermelha não me engana.

—Tudo bem. Teve uma pessoa, apenas, que chegou perto de algo sério. Mas passou rápido também. 

—Quanto tempo?

—Três meses. 

—Três meses? Você chama isso de rápido? 

—E não é? Eu não sou como você que vê a primeira loira na rua e idealiza a vida toda com ela.

—Ah me desculpa se eu resolvi me apaixonar uma única vez. Mas me fala… como a pessoa era? 

—Que diferença vai fazer? 

—Ah vai que eu conheço.

—Eu duvido muito. (Rindo) 

—Quem é?

—É uma garota. 

—Uma… que? 

A loira gargalhou da cara de surpresa do amigo.

—Você beijou uma garota, quer dizer ficou com uma garota por três meses? 

—Sim, e foi incrível. Acabei descobrindo porque vocês gostam de garotas. 

—Isso faz você lésbica? 

—Isso faz de mim uma mulher livre e desimpedida que aproveita a vida dela como ela bem entende. Algum problema, Killian? 

—Longe de mim. Isso só deixou você mais incrível ainda. 

—Por isso que você é meu amigo. Mas e quanto a você? 

—O que tem? 

—Só ficou com meninas? 

—Sim, só garotas… se bem que (pensando) 

—Sem bem que o quê? - debruçando sobre a mesa

— Nada, tô zuando. (Rindo)

—Kilkian Jones Mills Booth. Você já ficou com um menino? 

—Não Ariel, eu realmente estava brincando. (Rindo) Emma foi meu primeiro beijo. 

—Caramba, ela sabe disso? 

—Eu nunca comentei. 

—E ela nunca falou nada?

—E sobre o que ela iria falar?

—Sei lá, do beijo extremamente babado que você deve ter dado nela 

—Ah cala a boca. 

—Já acabou? - se referindo ao sorvete do amigo.

—Já sim. Qual a próxima parada? - Killian 

—Ainda sabe velejar? 

Os dois compartilharam um olhar travesso. 

Meia hora depois. 

—Como você conseguiu esse barco? - Killian falou soltando algumas cordas. 

—Você não quer mesmo saber isso nessa altura do campeonato, não é?

—Eu também não quero ir preso. 

—Relaxa, não vai. Por hora. 

—Ariel? 

—Eu tô zuando. Fica tranquilo, é tudo legal. 

—Vou confiar. 

A loira pisca para o amigo, mas repara o rapaz abatido 

—Ei, que foi? 

—Eu gostaria que o pessoal estivesse aqui. Sabe… Robin, Ruby, Aurora e Emma. 

—E por que não estão? 

—Bem, a Aurora tá com a tia Zelena. Parece que nesse tempo em que a minha prima ficou no hospital a Tia Zelena não tomou os devidos cuidados e não está muito bem. A Emma tá de castigo, os pais dela estão irredutíveis e ela ficou de babá do Neal enquanto os pais tiveram que ir resolver uns assuntos aqui por perto. 

—E quanto ao Robin e a Ruby? 

—Esses dois nem lembraram do meu aniversário. Passamos a manhã inteira juntos na faculdade e nenhum deles lembrou. 

—Eu sinto muito. (Abraçando o rapaz) 

—Tudo bem, acontece. 

—Já falou com eles? Por que não os convida para a reunião de hoje com a sua família?

—Acho melhor não. Sei lá, não quero deixar ninguém numa situação desconfortável de "Nossa, eu não me lembrei. Foi mal". Entende? 

—É, entendo sim. Eu realmente sinto muito Killian. 

Ele dá um sorriso fraco. 

—Tem algo que eu possa fazer? 

—Você já está fazendo, me dando a melhor tarde de aniversário que eu poderia ter. Obrigada por estar aqui, pequena. 

—É com muito prazer que estou do seu lado. - ela fala segurando a mão do rapaz. 

—Vai, a gente não veio aqui para ficar se lamentando. (Retirando a camisa)

—O que você…

—Eu vou te ensinar a nadar 

—Ah não, eu tô tão segura aqui no barco.

—Você confia em mim? 

—Eu confio.

—Então acredita. Vai finalmente ser uma sereia de verdade. Desce pela escada que eu te pego. 

O moreno caiu na água.

—Cara, o que eu não faço para manter esse menino entretido. - Ariel.

Ariel retirou sua blusa e  desceu por uma escada na lateral do barco, segurando na mão de Killian quando entrou na água. 

—Por favor, não me deixe sozinha. (Se agarrando no amigo) 

—Vamos nessa pequena sereia. 

Na rua dos Vinhedos, casa de número 13. 

Allister estava em sua casa assistindo a um programa qualquer na tv quando ouve batidas na porta. 

—Fica aí, eu já volto. - ele fala dando um selinho no rapaz. 

Allister caminha até a entrada da casa, abrindo a porta ao ver quem era pelo olho mágico. 

—Graham? Nossa sessão é só na… Meu Deus. 

O jovem se vira para o psicólogo e Allister observa a expressão abatida do rapaz. Graham parecia pálido, as olheiras escuras marcavam seu rosto 

—O que está acontecendo? 

—Eu não sei. Eu não tenho conseguido dormir. 

—Faz quanto tempo? 

—Eu não sei Allister, eu não sei! (Gritando) 

Um homem aparece por trás de Allister. Aparentava ter somente alguns anos a mais que o psicólogo.

—Ta tudo bem por aqui? 

—Ta sim, meu bem. Você pode voltar lá pra dentro? 

—Certo, qualquer coisa é só chamar. 

—Obrigada.

—E garoto, você está péssimo.

—Amor, por favor. Nos dê licença. 

O homem retorna para o interior da casa. 

—Eu não queria incomodar. Mas é que eu preciso dormir. Acho que estou ansioso pela próxima consulta. Tenho coisas para falar.

—Eu não costumo fazer isso, mas como isso está claramente te afetando, e muito, eu posso te atender agora se quiser.

—Não, eu só quero dormir. Por favor, Allister. Me ajuda! 

—Me espera aqui. 

Allister some dentro da casa e alguns minutos depois retorna 

—Isso aqui é uma receita de um remédio para você conseguir dormir. Não é muito forte, mas vai te ajudar. Tome um e apenas um, Graham. Vai te ajudar.

—Obrigado.

Ele vai se afastando, mas Allister o segura.

—Antes de ir tem que me prometer que vai aparecer aqui na segunda para a nossa consulta. 

—Eu prometo. 

Graham sai da propriedade e Allister volta para sala. 

—Quem era aquele? 

—Meu paciente. 

—Ele parecia bem cansado. 

—É, parecia sim. Você viu meu celular? 

— Lá na cozinha.

— Eu volto em um minuto, okay? Não dá play no filme. 

*Alô? 

*Senhorita French, aqui é  Allister Freyman. 

*Olá, Allister. Bom dia, no que posso ajudar? 

*O Graham esteve aqui hoje. Na verdade acabou de sair 

*Achei que as consultas fossem durante a semana.

*E são. Mas ele veio pedir ajuda, porque não estava conseguindo dormir. Chegou aqui com a aparência abatida. 

*Tem certeza? Ele estava tão bem ontem.

*Estava com olheiras e tudo.

*Eu não sei como te explicar isso, ele não falou nada comigo nem com o pai. 

*Então ele estava bem? 

*Sim ele… ele acabou de chegar. 

—Oi Belle. (O jovem a abraça) 

—Oi meu amor. Onde foi tão cedo? Você saiu e não disse nada. 

—Fui dar uma volta. Foi uma noite difícil. 

—Precisa de alguma coisa? 

—Não, eu tô bem. Vou pro meu quarto. 

—Okay 

O rapaz sobe as escadas e Belle volta sua atenção para o celular. 

*Okay, isso tá estranho. Ele nem mencionou você e não tem olheira nenhuma. 

*Não comente nada com ele, senhorita French. Pode ser uma coisa delicada para ele, mas permaneça de olho. Ele me prometeu que voltaria na segunda para a consulta, mas acho que não custa nada ficar atento.

*Acha que ele pode tentar se...?

*A julgar por todo esse mistério e todos os problemas que ele tem enfrentado…Eu não descartaria a possibilidade 

*Aí meu Deus. 

*Não se desespere. Fique atenta e não toque no assunto. Pode ser pior, ele pode se sentir traído. Ele veio até mim como paciente e portanto deveria haver um sigilo e aqui estou eu lhe contando. Mas é porque me preocupo e não posso ficar de olho nele fora do consultório.

*Eu entendo. 

*Então vamos manter entre nós. E quanto ao Sr. Gold, sei que a relação dos dois não é a melhor.

*Fique tranquilo. Vai ficar só entre nós, não quero uma guerra embaixo do meu teto e o Gold é meio explosivo em relação ao filho. E o Graham não está precisando disso agora.

*Me mantenha informado de qualquer coisa.

*Obrigada por me ligar. 

*Por nada. 

Belle desliga o celular e sobe até o quarto de Graham. A morena bate na porta. 

—Sou eu, Graham.

—Pode entrar. Tudo bem, Belle? (Mexendo no celular)

—Tudo sim e você? 

—Eu tô ótimo.

—Tem certeza? 

—Absoluta, por quê? 

A morena se aproximou do enteado e retirou o celular do campo de visão. 

—O que está acontecendo com você? 

—Belle, eu tô bem. Te juro. 

—Okay.

—O que que tá rolando? Quem te… Com quem você estava ao celular quando eu cheguei? (Desconfiado)

—Com seu pai, ele está em reunião com o conselho superior hoje e me ligou para avisar que demoraria um pouco mais. 

—Uhm. Entendi. Mas só para tirar qualquer dúvida ou suposição que você tenha aí na sua cabeça, eu estou bem. Não se preocupe. 

—Tudo bem, mas se precisar de alguma coisa ou quiser conversar… Graham, eu to aqui 

—E eu agradeço por isso. 

— Tá certo então. Eu vou começar a preparar o almoço, pode me ajudar? 

—Claro deixa eu só terminar de responder a minha amiga aqui.

—Amiga? - com a sobrancelha arqueada

—Bem… é vamos dizer que sim (Sorrindo)

—Eu conheço? 

—Eu acho que não. O nome dela é Bárbara. Conheci na internet. 

—Espero que ela seja legal.

—É, ela é sim. Eu só vou me despedir e aí eu desço. 

—Okay.

Belle sai do quarto e Graham se levanta para checar se ninguém estava nos corredores. 

*Bárbara? (Rindo) Como vai? 

*Chefinho, e já falei para não me chamar assim.

*Relaxa Martin, só não quero ninguém suspeitando. 

*E aí, já conseguiu? 

*Consegui sim. E deixei perto do centro comunitário em um daqueles vasos. Pelo que o Freyman me falou ele não é muito forte. 

*Que droga.

*Pois é, vai ter que por mais de um na bebida, mas não exagera. Queremos sustos e não mortes. Não a dela pelo menos. 

*Não sei porquê não aproveita a chance e líquida com esse pessoal. 

*Porque eu sou justo. Aurora me prejudicou muito mais do que o Robin, portanto ela sofreu mais. Eu só quero assutar aquele idiota, ver a namoradinha desmaiar sem motivo aparente. Uma queda não faz mal a ninguém, um choque de realidade também não. 

*Entendi. Assustar. 

*Isso, assustar. Guarde suas forças para o grã finale. 

*E vai ser hoje? 

*Amanhã. Pelo que eu soube hoje é aniversário do Killian, vamos deixar eles curtirem. O susto é maior quando todos estão relaxados. Vamos nos encontrar no Granny's. 

*Você também vai estar lá? 

*Mas é lógico! A Emma vai ficar louca quando saber que a amiga perdeu a consciência e caiu desfalecida no chão daquela lanchonete imunda. 

*E vai ser grata quando souber que você estava lá para salvar a amiga. (Constatando tudo)

*Touché! E então eu vou estar um passo mais perto de Emma Swan. Ficamos combinados assim. Eu te aviso quando eu estiver indo para a lanchonete. 

*Fechado. 

*Ótimo, câmbio desligo. 

O jovem desliga o celular e o guarda na gaveta da escrivaninha. 

—Está chegando a hora de brincar, Rubin!

 


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Notas finais do capítulo

Mwah!!!!!



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