O Fio do Destino escrita por Kurosaki Daniel


Capítulo 1
Capítulo 1 - Aquela que enxerga os elos




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Todas as pessoas quando nascem elas possuem uma alma gêmea, aquela pessoa especial para passar o resto de sua vida. Mas o caminho para que essas duas almas se encontrem é muito tortuoso e complicado, alguns chegam a desistir no meio do caminho e se deixam levar pela sensação de liberdade, mas jamais conseguem se libertar da sensação de estar incompleto.

A jovem Melissa Scarfox estava para começar sua vida como colegial. Melissa era o visual de uma garota simples e comum de 15 anos, belos cabelos azuis arrepiados pela falta de interesse em cuidar deles, olhos esverdeados e com uma expressão alegre. Seu estilo de se vestir como uma adolescente sem um grupo especifico refletia perfeitamente seu jeito, ela nunca foi muito de se rotular como roqueira, gamer, patricinha, ou algo do tipo, pois para ela tudo isso era perda de tempo.

Melissa se levantou de sua cama e foi se arrumar para seu primeiro dia de aula, já sabendo que sua mãe deveria ter perdido a paciência de chama-la, afinal a porta de seu quarto estava aberta e seu despertador estava desligado. Isso sem contar que suas cobertas estavam no chão como se tivessem sido arrastadas de sua cama.

Ao chegar à cozinha ela vê sua mãe mais calma do que de costume, geralmente quando Melissa demora para se levantar sua mãe falta jogar algo em sua cabeça.

- Mãe, já levantei. – diz Melissa tentando chamar atenção de sua mãe.

- Bom-dia Melissa, seu café está na mesa. Veja se não se atrasa. – diz a mãe de Melissa com um belo sorriso.

Algo naquele dia parecia diferente. Desde que seu pai sumiu Melissa não via sua mãe com um sorriso tão ardente assim.

- O que foi que houve mãe? – diz Melissa.

- Bom, eu tenho uma novidade para você, mas prefiro te contar a noite.

Aquela frase de sua mãe e sua atitude parecia querer dizer que ela estava com um novo amor, mas aquilo não importou muito para Melissa que apenas deu de ombros e foi tomar seu café.

Ao sair de sua casa ela começa a observar de longe um carro se aproximando e quando olha para trás ela vê o carro parando na frente de sua casa e dele sai um belo homem, deveria ter uns 37 anos, alguém até perto da idade de sua mãe com seus 34 anos.

Melissa ficou parada observando enquanto o belo homem ia seguindo para a sua casa e quando sua mãe abre a porta ela o recebe com um abraço e um beijo. Parecia um casal de adolescentes animados por terem alguns minutos sozinhos.

Melissa volta a seguir seu caminho para a escola, sua escola ficava no centro da cidade, como sua casa ficava no subúrbio isso tornava a viagem levemente cansativa, mas pelo menos ajudou ela a pensar no que deveria fazer ao chegar à sala. Se deveria agir como as antigas colegas retardadas que apenas criavam inúmeras mascaras para cada situação, cada vez mais distante de sua real imagem, ou se deveria ser sincera com todos e correr o risco de não ser aceita nos círculos de amizades que se formariam. Ao chegar à escola ainda não havia decidido o que deveria realmente fazer, apenas observava cada imagem falsa de seus colegas, Melissa conviveu com sua mãe querendo fingir alegria durante pelo menos 13 anos, em alguns anos ela começou a reconhecer a verdadeira face que ela escondia, logo ela começou a notar a verdadeira face de todos ao seu redor o que a fazia parecer uma garota antissocial e ignorante.

Ao chegar a sua classe ela nota os inúmeros olhares voltados para ela, cada um por um motivo especifico. Algumas garotas encarando seus cabelos azuis com uma falsa expressão de interesse, enquanto sentiam inveja de seu visual. Outras garotas pensando em se aproximar com um olhar gentil, enquanto apenas desejavam se aproveitar da jovem que parecia não se encaixar em nenhum grupo. Todos os vários olhares masculinos da sala voltados para ela com o mesmo desejo, apenas em locais diferentes de seu corpo por onde eles desejavam poder tocar e apreciar sua pele e outras coisas mais.

Após analisar todos os olhares ela decidiu fazer algo que nunca havia feito, demonstrar sua opinião.

Melissa começou chamando um dos garotos que a encarava para conversar. O mesmo chegou perto dela com um grande sorriso em seu rosto, enquanto tentava esconder sua excitação quase explodindo em sua calça.

- Oi. – disse Melissa com uma voz suave, quase melosa.

- Oi. – diz o garoto quase não aguentando de excitação. – Meu nome é Jhonny.

- O meu é Melissa, eu vi que você e seus amigos não paravam de me observar.

- Bem...

- Assim como aquelas garotas que estão de costas para mim, querendo evitar ver meu cabelo. – Melissa observa a reação das garotas que logo se viram para ela. – Ou até mesmo aquelas garotas lindas que parecem lideres de torcida. – Melissa as encara para ver o rosto delas ficando mais sério.

- Bom... Eu não tinha percebido. – diz Jhonny começando a se sentir meio desconfortável.

- Eu imagino que não. – diz Melissa se levantando e apoiando seus braços nos ombros dele. – Sabe, você parece ser legal, mas não vai ser me encarando de longe, me despindo com os olhos que vai me conquistar. Meu visual é algo que eu apenas prefiro deixar a mostra para que me conheçam de verdade e não tenho intenção de fazer parte de nenhum grupo de amiguinhos falsos.

Com aquele discurso todos param de encarar Melissa e Jhonny se sente revoltado.

- Você se sente demais hein garota?

Melissa segura à gola de Jhonny e o ergue, o fazendo se assustar com a mudança de atitude da jovem.

- Não me sinto melhor que ninguém apenas não gosta de ser vista como parte dos seus sonhos pervertidos. Quer ficar fantasiando com garotas, não me importa, mas seja pelo menos mais discreto quando for fazer isso.

Melissa solta à gola de Jhonny o fazendo cair no chão e logo depois volta a se levantar Jhonny começa a encarar Melissa.

- Você me paga por essa, sua vagabunda.

- Desculpa, não tenho dinheiro, nem interesse em perder meu tempo com você. – Melissa volta a se sentar no seu lugar e arruma seus cabelos. – Eu odeio perder meu tempo com pessoas falsas.

Jhonny sai da frente de Melissa bufando e quando Melissa observa ao redor, vê que os olhares mudaram, antes era apenas metade da sala a encarando, agora eram todos e com o mesmo olhar, reprovação. Parece que a sua primeira impressão já foi dada, agora ela deve viver o resto do ano escolar com essa impressão.

Mas algo a intrigou ao observar o rosto das pessoas, ela viu um rosto de um garoto que estava mais interessado do que revoltado, dessa vez um que não a observou antes.

As aulas foram passando e quando deu o intervalo, o jovem garoto ficou na sala observando ela e vendo que ela não saia do lugar. De repente, um barulho alto, Jhonny e seus amigos se levantaram e foram até a mesa de Melissa e Jhonny se aproximou dela e falou algo no ouvido dela.

Quando saíram eles derrubaram tudo que havia sobre sua mesa, mas Melissa não fez nada, apenas observou enquanto eles vandalizavam suas coisas e depois iam embora pela porta como se não tivesse acontecido nada. O garoto de antes se aproxima para ajudar a pegar as coisas de Melissa.

Esse garoto parecia fraco, com olhos escuros e uma expressão tímida e sem vontade, cabelos curtos e levemente arrepiados de um tom castanho que brilhava pouco sob a luz do sol, mas diferente dos cabelos mal arrumados de Melissa o do garoto parecia ter tido certa preocupação em arrumar.

Quando ela nota o garoto recolhendo suas coisas ela sente necessidade de ajudá-lo, mas quando está recolhendo suas coisas suas mãos se tocam e Melissa nota um pequeno brilho vermelho em seu dedo mindinho o que a assusta um pouco e ela afasta sua mão.

- Nossa... – diz o garoto. – Não esperava que você fosse tão tímida.

- Do que está falando? – diz Melissa.

- Bem, depois do que falou para o Jhonny, a última coisa que eu esperava era que você fosse recolher sua mão assim. – diz o garoto sorrindo.

- Não entenda errado, eu não senti nada, foi só que... – diz Melissa, mas percebe que não há nada em seu dedo, nem no local para explicar o brilho. – Nada, esquece.

O garoto coloca as coisas de Melissa sobre a mesa de volta e estende sua mão.

- Meu nome é Demitri, Demitri Shiffer.

- Sou Melissa Scarfox.

- Que nome estranho. – diz Demitri começando a rir.

- Olha quem fala! – diz Melissa revoltada.

Melissa não entende ainda o que foi o brilho que viu, mas tenta ignorar no momento e decide sair para esfriar a cabeça. Ao chegar na porta Demitri a segura pelo ombro e a puxa para dentro fazendo ela cair no chão e Demitri levar um soco no estomago.

- O que foi? – diz Melissa assustada.

- Eu te disse... – diz Jhonny aparecendo por trás de Demitri que estava caindo no chão. – Você vai me pagar pelo que fez.

Dois colegas dele entram na sala e tentam segurar os braços de Melissa, mas ela impede até que um deles acerta um soco no rosto dela deixando ela sem reação e segura seus braços, mas quando ela está apenas observando indefesa Jhonny se aproxima.

- E vai ser agora. – diz Jhonny se aproximando dela.

Melissa se desespera e fecha os olhos, mas apenas ouve um barulho de algo se quebrando. Quando ela abre seus olhos ela vê uma cadeira quebrada, Jhonny no chão sangrando e Demitri de pé com o encosto da cadeira em suas mãos.

- Isso foi pelo soco. – diz Demitri. – Agora o próximo é pelas coisas dela.

Demitri pega o encosto da cadeira e acerta no corpo caído de Jhonny o que assusta os outros.

- Sai de cima dele! – diz um dos colegas.

Os colegas de Jhonny partem para cima de Demitri que apenas se afasta e acerta um soco no estomago de um deles e o outro se aproxima por trás e tenta pegá-lo desprevenido.

- Acabou pra você, idiota.

Melissa estica sua perna e aplica uma rasteira no segundo o derrubando e sobe em seu peito e acerta um soco direto no rosto dele.

- É legal bater nos outros, né? – diz Melissa revoltada.

Logo depois ela se levanta e vê que o Demitri está quase caindo no chão com falta de ar.

- Você está bem? – diz Melissa.

- Eu que pergunto... – diz Demitri quase sem voz. – Está bem?

- Estou.

- Ótimo... Só me...

- Não fale, tente respirar.

- Tudo bem... Vamos sair...

- Isso é hora para falar algo assim? – diz Melissa envergonhada com o pedido.

- Vamos sair daqui... Ou vão nos culpar...

- Ah... Tudo bem. – Melissa nota o engano e começa a carregar Demitri para fora da sala.

No caminho ela nota uma garota observando os dois e Demitri sorri para ela, mas a garota vira o rosto, quando Melissa olha mais para baixo ela vê algo brilhando na mão da garota, parecia algo envolvendo o dedo mindinho da mão dela.

Melissa leva Demitri para fora do prédio da escola para que ele possa respirar, mas em pouco tempo surgem alguns curiosos.

- Saiam daqui! – diz Melissa revoltada. – Ele precisa de ar.

O grito revoltado de Melissa começa a afastar os curiosos, até que uma das garotas se aproxima de Demitri e segura a cabeça dele ereta.

- Dessa forma ele consegue respirar melhor, isso deve ajudar. – diz a garota.

- Obrigada.

- Obrigada digo eu. Aquele soco foi muito cruel, e pensar que eu pensava em sair com aquele ogro. – diz a garota demonstrando um pouco de alivio.

- Qual o seu problema garota? – diz Melissa. – Era óbvio que ele não passa de um cafajeste.

- Sei lá, ele parecia legal. – diz a garota mostrando uma expressão muito falsa, mas melancólica.

- Isso é mentira. – diz Melissa.

- O que?

- Vou te contar algo, meu pai sumiu quando eu tinha 2 anos. Minha mãe me cuidou desde então, ela sempre me diz o como ele não prestava e o como ele era um cretino, mas... – Melissa começa a encarar a garota com um olhar triste. – Eu percebo no olhar dela outra coisa, o mesmo que você está mostrando agora.

- Como assim?

- Você conhece bem o Jhonny e parece que sente algo mais do que só amizade. – diz Melissa.

A garota fica quieta e começa a tremer, enquanto ela tenta falar e sente o braço de Demitri subir pelo seu ombro e parando em seu pescoço enquanto a abraça.

- Pode contar, ela pode não parecer, mas é uma garota legal. – diz Demitri.

- Parece que já recuperou o fôlego né? – diz Melissa irritada.

- Acontece que... – diz a garota. – Somos amigos de infância e ele sempre foi muito gentil comigo, nos conhecemos faz 10 anos. Eu nunca imaginei que ele tentaria fazer algo como aquilo.

De repente, Melissa vê o mesmo brilho no dedo da garota e começa a se surpreender, o que estava acontecendo, era como se ela visse algo que não estava lá, mas não sabia dizer o que é.

- Qual o seu nome? – diz Melissa.

- Rebecca. Rebecca Silvers.

-Rebecca, sabe dizer onde fica a enfermaria?

- Claro, fica no primeiro andar, segunda sala à direita.

- Obrigada, vou ver se falo com a enfermeira, estou me sentido estranha.

- Tudo bem eu cuido dele. – diz Rebecca.

Melissa vai indo para a enfermaria e ao chegar à sala ela vê Jhonny na cama sendo tratado com seus colegas do lado dele.

- Ainda não está satisfeita com o que fez? – diz um dos colegas.

- Não mandei ele me atacar e não vim falar com vocês. Eu preciso falar com a enfermeira.

- Estou ocupada no momento. – diz a enfermeira cuidando do Jhonny.

- Tudo bem, eu aguardo.

Melissa vai saindo da sala e começa a prestar atenção na mão de Jhonny e nota que não há nada. Melissa começa a pensar que talvez seja algo que ela veja apenas nas mãos das garotas.

- Jhonny, como você pensa em explicar isso para a Rebecca depois? – diz um dos colegas dele.

- Não sei... Acho melhor que ela não saiba. – diz Jhonny, mas sua voz autoritária que possuía antes sumiu e parecia uma voz mais deprimida.

- Me desculpe dizer que ela já sabe. – diz Melissa se envolvendo no assunto. – Ela viu você batendo no Demitri e depois indo pra cima de mim.

- Droga! – diz Jhonny revoltado. – Tudo isso é culpa sua.

- Minha culpa?!

- Você me provocou, me pedindo para conversar e dando aquele showzinho.

- A culpa não é minha que vocês não podem ver uma garota diferente que já querem sair pulando em cima. E por que se importa com a Rebecca, afinal?

Jhonny se cala e apenas tenta evitar gritar de dor com a enfermeira começando a fechar seus curativos nas costas e começando a apertar as ataduras.

Melissa volta a observar a mão de Jhonny e seu dedo estava brilhando, um tom vermelho tão forte que se destacava mesmo sob o tom de vermelho do sangue que estava espalhado na cama.

Melissa não entende o que está acontecendo, ela consegue ver brilhos vermelhos nos dedos das pessoas mesmo não tendo nada nas mãos delas.

Quando a enfermeira termina os curativos ela pede para que Jhonny fique de repouso pelo menos até conseguir se mover melhor e voltar para casa. Ao terminar de falar com Jhonny ela olha para a cara de Melissa e nota que ela quer conversar a sós.

- Venha comigo. – diz a enfermeira.

- Tudo bem.

A enfermeira leva Melissa para outra sala da enfermaria. A enfermeira possuía belos cabelos longos e loiros, olhos castanhos claros que se destacavam pelo seu rosto levemente maquiado, usava um crachá pequeno em seu peito com o nome “Ravencraft” escrito.

- Senhora Ravencraft? – diz Melissa.

- Sim, meu nome é Heather Ravencraft, sou a enfermeira da escola. E a senhorita é...

- Meu nome é Melissa Scarfox.

- Foi você quem fez aquilo com aquele garoto?

- Na verdade, foi meu amigo... – diz Melissa ficando estranhamente confusa, ela sente que o termo usado não é o melhor para falar do Demitri, por vários motivos.

- Bom, seu amigo fez um estrago daqueles, espero que tenha sido por um bom motivo.

- Eles tentaram me atacar e ele me protegeu.

- Acho que é o suficiente. Mas vamos direto ao ponto, o que você deseja falar?

- Bom... – Melissa fica tensa em como explicar o que acontece. – Eu tenho visto coisas que não existem, constantemente eu tenho visto um brilho vermelho no dedo das pessoas. Não são todas e parece ter certo quesito para aparecerem, eu só não sei o que são e nem como aparecem.

- Como assim? Um brilho vermelho no dedo?

- Sim, no dedo mindinho, parecendo uma pedra de um anel, mas as pessoas não estão usando anel.

- Que coisa estranha... Não sei bem o que poderia ser, mas isso me lembra uma lenda que ouvi uns anos atrás. Você já ouviu falar do Fio Vermelho do Destino?

- Como é?

- Isso é uma lenda japonesa que diz que todo mundo possui um fio vermelho que os une com a pessoa que esta destinada a viver junto. De acordo com a lenda não importa o que aconteça, o fio se enrola, se estica, mas jamais se arrebenta, o fio vermelho os mantém unidos pela eternidade.

- Isso é lindo, mas o que tem a ver com isso?

- Bom, pelo que eu me lembro, o fio fica preso no dedo mindinho, pode se comparar com o que você vê.

- Você realmente acredita que eu estou vendo a ponta do fio vermelho no dedo das pessoas?

- Acho melhor acreditar nisso do que dizer que você está louca.

- Como é direta. – diz Melissa irritada.

- Vamos dizer que esteja falando a verdade, você está vendo o fio vermelho do destino dos outros, mas a menos que tenha algo que revele a pessoa que está ligada também eu acho que seria uma habilidade bem idiota.

Melissa começa a pensar bem e lembra-se do que aconteceu para o brilho aparecer.

- Bem, na minha mão apareceu quando Demitri encostou na minha, esse foi o primeiro, o segundo quando uma garota desviou o olhar do Demitri, o terceiro quando a Rebecca contou sobre o como conhecia o Jhonny e por último quando o Jhonny ouviu que a Rebecca sabia do que havia acontecido.

- Isso ainda deveria fazer sentido querida? Tudo o que eu entendi é que esse Jhonny e essa Rebecca são destinados um ao outro e que você talvez goste do Demitri, mas só.

- O que? Não foi isso o que eu disse.

- Então não sei, tente ir para casa e descanse deve ser cansaço.

Melissa nota que não tem muito que discutir com a enfermeira, já que ela nem mesmo parece estar levando ela a sério. Ao sair da escola ela vê Demitri e Rebecca indo atrás dela.

- O que aconteceu? – diz Melissa.

- Bem... Acho que podemos dar uma escapada da escola depois do que houve. – diz Demitri.

- Ele estava preocupado com você e disse que queria te levar para casa. – diz Rebecca começando a rir.

- Eu não disse nada!

Melissa começa a rir da conversa dos dois e decide ir os três embora para a casa dela, no meio do caminho Melissa observa de lado e vê Jhonny observando enquanto ela sai da escola, mas algo estava diferente nele. Jhonny não olhava para Melissa, ele olhava para Rebecca que simplesmente ignorava sua presença.

Melissa nem mesmo percebeu que aquela foi a primeira vez que viu Jhonny sem seus colegas, aquela cena deprimente dele observando Rebecca de longe já era o suficiente para fazê-la ignorar o resto.

Ao chegar em casa, Melissa percebe que sua mãe não está na sala, ela está na cozinha, mas ela ouve a voz de alguém conversando com ela. Ao se aproximar ela consegue ver sua mãe com um homem, o mesmo que estava chegando em sua casa quando ela ia para escola.

- Melissa, chegou cedo hoje. – diz a mãe de Melissa.

- Pois é, tive uns problemas na escola e me pediram para voltar mais cedo.

- O que houve? – diz sua mãe quase querendo discutir com sua filha.

- Me desculpe, foi culpa minha. – diz Demitri se envolvendo no assunto. – Eu arrumei briga com um cara que estava provocando ela e acabou virando confusão e pediram para irmos para casa mais cedo.

- E quem é você?

- Ele é o Demitri, um colega de classe. – Melissa muda o termo e novamente parecia estranho.

- Entendo.

- Mas agora que conhece meu amigo, que tal apresentar o seu?

- Bom... Ele...

- Deixe que eu me apresente, meu nome é Peter Jakson. Sou um conhecido de sua mãe. – diz Peter meio na duvida de como se apresentar.

- Meu nome é Melissa, então eu posso presumir que essa era a surpresa.

- Bom... Sim, você sempre foi esperta. – diz a mãe de Melissa.

- Sabe Melissa, eu e a Mary nos conhecemos faz cerca de um mês e eu...

- Eu sei bem o que você quer dizer. – diz Melissa e ao olhar para a mão deles ela relaxa um pouco e sorri. – Só me prometa que vai cuidar bem dela.

Mary se surpreende com o que escuta e Demitri nota a expressão de alegria do casal e se apoia às costas de Melissa.

- Tem certeza disso? – diz Mary.

- Apenas quero que seja feliz mãe. – diz Melissa com um sorriso largo.

Melissa não sabia como dizer o que sentia, mas não poderia dizer nada ao ver um pequeno fio vermelho brilhante unido os dedos das mãos de Mary e Peter. Ainda não era uma prova do que ela havia escutado, mas ela via como um sinal que ele merecia uma chance.


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