The Blackest Day escrita por Rafael Di Angelo


Capítulo 1
O.N.E


Notas iniciais do capítulo

Eu deveria ter criado desta fic uma one-shot.

Entretanto, minha inspiração aumentou e espero poder escrever mais capítulos à esta estória em breve.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/657309/chapter/1

Procuando por em todos os lugares errados...

O dia em que Scott convidou o acanhado Isaac à sua casa para trabalhar como uma dupla em um trabalho qualquer de Geográfia, o rapaz desaprendeu cada palavra de seu vocabulário; o obrigando a somente assentir desesperadamente.

“Será que ele gosta de você?” Erica balançou os cachos pomposos em curiosidade.

Isaac jogou-lhe uma carranca por de trás do copo de papelão, engolindo o café frio e amargo.

“Primeiramente, temos que escolher outro lugar para tomar café, e você está sendo ridícula,” ele aderiu ao líquido enfadonho outro cubo de açúcar, para adoçar ainda mais o que parecia ser feito de lama. “Achei que ele nem mesmo soubesse da minha existência, então duvido muito que este seja o caso. Por outro lado, o modo como ele pediu para eu fazer dupla com ele... foi fofo.”

A loura contraiu o rosto como se estivesse tocada com as palavras de Isaac, seus grandes cílios piscavam freneticamente; contendo as lágrimas inexistentes. Isaac ajeitou-se no sofá rasgado no centro da sala da cafeteria, depositando o copo na mesa do centro.

“Se eu pudesse chorar, choraria,” ela admitiu, bebericando de seu chá gelado. “Mas como você já sabe...”

“Você está guardando suas lágrimas para seu casamento, sim, eu sei,” Isaac a cortou, compartilhando de uma gargalhada com a loura. “Ainda assim acho que você nunca vai se casar.”

Erica o fuzilou com os olhos contraídos, se inclinando sobre a mesa para tapear seu braço. “Nunca mais repita isso, estou falando sério,” ela se recostou novamente em sua poltrona. “Pode chorar o quanto quiser, e ainda assim irá se emocionar com meu casamento. Falando nisso, é melhor você começar a escrever o discurso.”

O rapaz franziu o cenho, incrédulo com as palavras da amiga. Não disse, todavia, coisa alguma, a última coisa que queria era perder a única amiga pelos seus comentários fúteis; então ficaram mergulhados em um silêncio inerte e ensurdecedor, até o sol se esconder no horizonte.

-

Talvez aquele sábado criou seu próprio casulo na mente de Isaac, mantendo-se aprisionado em sua memória, sem escapatória.

Seu pai terá viajado em trabalho pelo fim de semana, o clichê começa como qualquer outro. Apesar de que, neste clichê que era a vida do rapaz, o garoto em que ele estava apaixonado não lhe trouxe um buquê de rosas, tampouco jogou pedras em sua janela.

Isaac abriu a porta no segundo som da campainha, lambendo os dedos encharcados de chocolate.

“E aí,” Scott manuseou a cabeça em um cumprimento, jogando um olhar severo de confusão para o anfitrião ao olhar as pontas negras de seus dedos. “Ahn, vejo que começou a diversão sem mim.”

Isaac não tentou se explicar, estendeu a mão para o exterior da casa, fechando a porta com o pé assim que o moreno adentrou pela porta, segurando com firmeza a alça da mochila.

“Pensei que você viria só amanhã,” O louro imergiu para dentro da cozinha, onde enxaguou as mãos sujas de chocolate. “Vamos subir?” ele perguntou, reaparecendo no campo de visão do outro, que assentiu com um sorriso torto nos lábios.

Scott jogou a mochila em cima da cama desarrumada do louro, que com as bochechas rosadas tentou coletar as cuecas jogadas do chão e guardar no armário; Scott, no entanto, não pareceu notar, se ocupando com seus livros em mão.

“Cara, não entendo nada disso,” Scott bateu com a palma das mãos na testa, jogando seu corpo para trás. A bainha da sua blusa escorregou para cima, deixando visível alguns pelos de sua barriga. Isaac tentou não notar seu caminho da felicidade, gaguejando ao responder.

“É bem...” ele pestanejou. “É bem difícil mesmo, Scott. Mas você consegue.”

O outro se ergueu novamente, observando o rosto de Isaac. Seu olhar duro o encarou por um período considerado uma eternidade, seu rosto tentou desviar do olhar julgador e frio de Scott, mas um par de dedos lhe puxaram novamente, fazendo com que seus olhos encontrassem os do moreno em um rio de ansiedade. Scott lambeu o dedão e raspou no canto da boca de Isaac, soltando seu queixo logo em seguida. “Estava sujo de chocolate,” Scott explicou, chupando o próprio dedão.

“Por que você fez isso?” Isaac quis uma explicação mais favorável. “Se quisesse tocar minha boca, que fosse com a sua, não com seu dedo,“ suas palavras pularam da sua boca em um sussurro, e o gosto amargo no fundo da garganta aumentou com os lábios de Scott selando os dele, em um beijo feroz e avassalador.

-

“Ele o quê?!” Erica quase pulou do banco em que estava sentada, os olhares curiosos das pessoas pairando na garota com a boca escancarada. “Ele simplesmente te beijou? Me recuso a acreditar nisso.” ela cruzou os braços sobre o peito, cética à estória contada pelo amigo.

“Pode gritar mais alto, tenho certeza que os moradores da cidade vizinha também gostariam de saber que um garoto me beijou,” Isaac ironizou, buscando no bolso da mochila um chiclete. “Não é nada demais.”

Erica arqueou as sobrancelhas, bufando com as palavras do louro que mastigava lentamente seu chiclete, inerte ao olhar acusador da outra.

“Nada demais?!” ela ecoou, surpreendia. “Você não disse isso. Tenho certeza que estou sofrendo de algum tipo de surdez, porque você não acabou de chamar seu primeiro beijo de 'nada demais'.”

“Eu gosto dele,” Isaac afundou as mãos no bolso do casaco. “Tenho medo de que se eu parecer muito animado com a ideia de ter o beijado ele vai me achar tedioso.”

Ela deu dois tapinhas em uma de suas coxas, franzindo o cenho. “Você não é tedioso. Sério, eu tenho vários amigos, e você é o último da minha lista de amigos tediosos.”

“Você tem uma lista de...”

Cala essa boca,” ela o cortou, rindo.

-

A cantina estava excepcionalmente cheia. Os olhares zombadores apontavam para Isaac, que sentava só em uma mesa no fundo da cantina, perto da janela. Alguns alunos simplesmente lhe olhavam e começavam a rir, alguns perguntavam se era verdade, outros simplesmente surpreendidos. O apetite era o menor de seus problemas agora.

“Isaac, vamos dar o fora daqui!” Era a voz de Erica, emergindo da multidão, agarrando-lhe pelo pulso. “Não estou brincando, vamos!” ela tentou o puxar, mas o rapaz era forte demais para ela, e tudo o que ela poderia fazer era lhe jogar um olhar de pena.

“Deixa-o em paz, guria!” A voz de um rapaz entoou no local, e a multidão de pessoas abriu espaço para Michael passar. “Deixa que ele responde por seus atos.”

Scott veio logo atrás, com o olhar cabisbaixo, a expressão era de culpa.

“Conte para ele o que você me disse, Scott,” Michael o puxou pelo braço, queimando o olhar acusador em cima do moreno. “Conte-nos o que esta maricas lhe fez, conte como foi que ele tentou o beijar e arrancar suas roupas.”

Silêncio.

O sangue esvaiu das bochechas de Isaac, e sua visão escureceu com o pulso de Michael lhe atingindo o olho esquerdo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostou não esqueça de deixar um gostei...
Brincadeira, mas comenta mesmo se gostou;
Se ninguém comentar, é muito improvável que eu poste um capítulo dois.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Blackest Day" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.