Choucho escrita por Nany Moonstone


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Tanto "choucho" quanto "chou" significam "borboleta". A inspiração para este título foi:
1- A letra de Migikata no Chou (borboleta no seu ombro direito)
2- O nick de uma das maiores vozes no Nico Douga, a fansinger Choucho. Linda voz a dela, procurem no YouTube e dêem uma olhada.



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As cicatrizes inapagáveis deixadas pelas palmas das suas mãos.

Abro uma fenda nas nuvens crepúsculas com minhas asas rasgadas,

Veja, eu posso flutuar melhor do que você pensava.

(Chou - Tsukiko Amano)

 

-

 

- Ela ainda seria uma borboleta -

 

Fitava o casulo dependurado no fino galho do pequeno arbusto. Muitos podiam julgar que a lagarta escolhera um lugar infeliz para construir seu casulo, mas a dona daqueles olhos pensava exatamente o contrário, pois observaria o espetáculo da borboleta abrindo suas asas, o fim da metamorfose, a transição completa daquele estado anterior para aquele. Mesmo um local tão inadequado, ela ainda seria uma borboleta. Uma bela borboleta.

 

O universo está em metamorfose o tempo todo, a todo o momento os locais, as idéias e as pessoas distinguiam-se de seu ponto inicial, de suas aparências anteriores, desprendiam-se daquilo que achavam desnecessário para substituir por algo, não obrigatoriamente melhor, mas novo, diferente. Mas a metamorfose que ela ansiava ainda estava por vir.

 

E ela não se importava de esperar.

 

- Uma borboleta no seu ombro direito -

 

Anunciou a sua chegada à loja, mas ninguém o respondera, nem mesmo Maru e Moro. Suspirou, desanimado. Um novo dia de trabalho, atendendo aos pedidos do paladar exótico da dona da loja, cuidando de Maru e Moro, irritando-se com Mokona. Nada daquilo o animava, aquele estresse diário.

 

No entanto, seus ouvidos quase habituados àquele barulho não ouviram nenhuma resposta. Apenas o silêncio.

 

Silencioso como o bater das asas de uma borboleta.

 

A porta deslizou, com um ruído tão baixo que nunca seria escutado em outro momento. O ar pesava sobre seus ombros. O cômodo estava completamente vazio. Onde ela estaria?

 

Ajeitou os óculos antes de continuar sua procura. Desviou os olhos e realmente encontrou algo, mas não aquilo que buscava. Uma borboleta roxa no seu ombro direito.

 

- Novamente, inevitável -

 

A borboleta assustou-se com algo e voou para longe de seu ombro, antes que virasse o corpo para trás, escutou a voz atrás de si.

 

- Novamente, inevitável.

 

O que era inevitável? O seu destino ou aquele momento? Tudo isso, ela diria. Não há como escapar das linhas do destino porque já foram traçadas e aquele momento já fora escrito em seu destino. Você não pode mudar algo que já foi feito, mesmo que tente reverter algo sempre haverá uma tênue linha que a liga ao seu passado, mesmo que ninguém pare para enxergá-la, ela está lá. Naquela loja, não havia renegociações, uma vez feita uma decisão, você não pode voltar atrás.

 

Mas o que era inevitável era algo além. Era inevitável o começo da transformação.

 

- Como um imã -

 

Toda transformação é impulsionada por algo, seja uma decisão sua ou a decisão de alguém. Naquela loja, não eram incomuns as transformações. Pelo contrário, pessoas iam àquela loja para livrarem-se de hábitos, vícios, maldições. Eram atraídas àquele local como se houvesse um imã que as puxasse. Ele não era exceção.

 

E nem ela.

 

Possuía seus maus hábitos, a diferença é que nunca os negara. No final, todos têm um mau hábito do qual não podem fugir. A única coisa a se fazer é aceitá-lo, e isso já é uma transformação.

 

Tudo é atraído por desejos. Como um imã.

 

- Inexplicável, até para ela -

 

Ele a fitava, com uma expressão entre a irritação e a dúvida em seu rosto. Queria entender o que estava acontecendo. Para isso, teria de entendê-la. Teria que entender todos os motivos que a levavam a fazer isso. Mas ela não era assim tão simples de se entender. Ninguém é.

 

Porque ela tinha vícios. Um deles era inexplicável, até para ela. Isso seria parecido com a definição de desejo.

 

A definição é: alguém deseja coisas que não tem e que no momento não pode ter. Quanto mais inalcançável, mas esforço você fará para possuí-las, mais você as desejará. E continuará sem tê-las até saciar o desejo.

 

Pessoas vão àquela loja a todo o momento para saciar desejos. Ela saciava os dela?

 

- E se você pudesse ter mais um desejo realizado, meu Watanuki, qual seria?

 

Meu Watanuki”, ela disse?

 

- Impulso -

 

Então ele entendeu. Por um breve segundo, milhares de respostas relampejaram diante de seus olhos. Foi o suficiente para que ele compreendesse o que estava acontecendo. O suficiente para que ele visse através daqueles olhos tão misteriosos.

 

A resposta era impulso. Ele precisava de impulso.

 

Impulso pode ser definido como uma ação não calculada. A pura verdade.

 

Seus lábios se encontraram repentinamente, tão rápido quanto as respostas povoaram à mente do garoto. Esse era o seu desejo. Agora ele entendia.

 

Ele entendia... Que aquilo era algo além, muito além. Que não havia uma definição para aquilo. Não era apenas transformação, não apenas era vício, não era apenas desejo, não era apenas impulso. Era além.

 

Amor.

 

-

 

Fim


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Notas finais do capítulo

(esta nota, obviamente, foi escrita para o AS e próximo ao Natal)   Fanfic para o amigo secreto promovido por Srta.Baby, presente para a Gabi-Moony. Fico imaginando se o fato de eu ter tirado minha gêmea foi realmente uma coincidência... Bem, como diz a Yuuko, não existem coincidências, apenas o inevitável. Então foi inevitável eu tirar a Gabi.

Enfim, começo a nota por um fato estranho: desde quando me inscrevi para o amigo secreto, a idéia para esta fanfic estava pulando e minha mente. Comecei a escrevê-la, pensando "Talvez eu a tire, então já tenho algo garantido. Se não, entrego a fanfic para ela de qualquer jeito." E acontece que eu realmente tirei a Gabi. Minha intuição foi precisa.

Hoje, enquanto finalizo e posto essa fanfic, está chovendo muito. E eu sei o quando você gosta de chuva, Gabi. Só o barulhinho dela me deixa segura para postar. O momento é perfeito. Espero que goste da fanfic, fiz cada centímetro dela pensando em você, pensando em fazer algo que fosse especial. Analisei cada palavra, espero que você perceba alguns detalhes que outras pessoas não perceberiam, pois sei que seu poder de análise vai além. Queria fazer algo melhor para você, pois você merece muito mais do que esse lixinho falsamente filosófico. Muito mais. Você é aquela que me dá apoio para postar algo aqui, você sabe sobre a minha insegurança sobre meus trabalhos. Não conseguiria postar se não tivesse alguém como você para me dar uma opinião prévia. É mais do que uma beta reader, é minha melhor amiga, é alguém para quem não tenho medo de expôr tudo. Te amo, melhor amiga, beta reader, irmã gêmea. Feliz Natal.



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