Minha estrela escrita por Cris Hilario


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

beijos e boa leitura, espero que gostem.



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Minha estrela – Capítulo único

Em janeiro do ano passado, fui a um festival de música em outra cidade com meus amigos, lá eu vi um casal tão apaixonado, que juro dava pra sentir o amor deles de longe, a menina usava um casaco azul escuro e o menino jeans velhos, e mesmo sendo jovens eu via o amor verdadeiro neles.

Em fevereiro do ano passado, eu e minha namorada brigamos, desconfiava que ela estava me traindo, e acabei me lembrando daquele casal que vi no festival, e tudo que eu queria naquele momento era que fôssemos como eles, um amor puro e verdadeiro.

 Em março, começaram os preparativos para o campeonato de futebol no colégio que seria no meio do ano, e nosso time era o favorito ao título, comecei a me esforçar mais nos treinos e sentia-me cansado, muito cansado.

Em abril, eu e minha namorada fizemos um ano de namoro e estava tão feliz, mas ela parecia tão distante, como se fosse apenas mais um dia normal, aquilo me magoou muito, pois eu tinha certeza que a amava, mas não me sentia seguro sobre ela.

Em maio, fui ao casamento de um amigo meu, e para minha surpresa vi o casal do festival novamente, desta vez ela não estava de jeans velho, e nem ela de casaco azul, mas fiquei admirado com a felicidade que eles exalavam para quem quisesse ver, estavam presos em sua bolha de amor, enquanto meu namoro ia de mal a pior.

Em junho, os jogos começaram, mas parece que não estávamos com sorte e minha estrela não brilhou nos jogos, mas não era isso que me preocupava, estava cada dia mais cansado e nem meus exercícios diários eu conseguia fazer, não falei com ninguém sobre isso para não deixar ninguém preocupado, mas a cada dia minhas energias iam se esvaindo.

Mas em julho não teve jeito, desmaiei no pátio do colégio e fui encaminhado ao hospital, e foi ali, que vivi uns dos momentos mais agonizante da minha vida. Internado e encaminhado para a fila de espera do SUS, o resultado dos meus exames só saíram um mês depois.

Em agosto do ano passado, foi quando descobri que estava com cardiopatia, e precisava de um novo coração, pensei que iria morrer na fila de espera.

 Em setembro, tive uma parada cardíaca, e voltei a ser internado, mas dessa vez na UTI do hospital.

Em outubro, tive uma festa surpresa no hospital, por ser meu aniversárioe mesmo não podendo levantar da cama e sair para dançar com meus amigos como eu tanto amava, todos eles estavam ao meu lado nesse momento difícil.
Em novembro, fui avisado pelo médico que apenas duas pessoas estavam na minha frente na fila de espera e eu poderia ser chamado a qualquer momento.

Em dezembro, ganhei de Natal um par de chifres da minha "namorada", por que segundo ela, não estava conseguindo segurar a barra de ter que ficar comigo... Naquela noite eu chorei, porque meu coração que já não estava em bom estado, ainda teve mais esse baque, pensei em desistir de tudo e morrer de uma vez... mas então pensei em minha família, amigos e todos que me amavam de verdade e segui em frente.

Em janeiro deste ano, recebi a notícia de que era o próximo da fila de espera.

Em fevereiro, chegou a hora, e eu entrei na sala de cirurgia, recebi o coração de um menino da minha idade, chamado Lucas que morreu em um acidente de carro, num dia chuvoso, fiquei triste por ele e por sua família, deve ter sido uma grande perda.

Em março, quando já estava melhor e mais recuperado voltei pra casa e no caminho vi outra vez a menina do festival, ela estava com o mesmo casaco azul de quando a vi na primeira vez, mas ela estava cabisbaixa, triste e aquilo me deu um aperto no peito, uma vontade de pedir pra minha mãe parar o carro para poder cuidar dela, parecia tão indefesa, e me perguntei onde estava o menino de jeans que sempre a acompanhava.

Em abril, descobri que a minha ex-namorada estava grávida de outro, mas não fiquei triste ou magoado por isso, parecia que eu não sentia mais nada por ela, o que era bom já estava sofrendo muito com a doença, que não me permitia mais fazer o que um menino de dezessete anos mais gosta, jogar bola.

Em maio, eu e minha família nos mudamos pra outra cidade, e consequentemente mudei de colégio também, e quando entrei na minha nova sala tive uma surpresa enorme ao ver a menina do casaco azul no sentada em uma carteira lá no fundo... logo fui me sentar ao lado dela, e meu coração parecia uma escola de samba no peito, minhas mãos suavam a medida que chegava mais perto dela. Resolvi então puxar assunto pra saber o que tanto me abalava nela.

Em junho, nos já estávamos muito amigos, mas aquela tremedeira no peito não passava e ela me contou que, o até então namorado dela, Lucas o menino dos jeans velhos, tivera sofrido um acidente de carro no começo do ano, e acabou não resistindo, e ali no meu colo ela desabou... minha única vontade era de passar toda a dor dela para mim, tudo o que eu queria era que a minha pequena voltasse a sorrir.

Em julho eu finalmente descobri o porquê de toda a euforia que sentia sempre que a via, eu estava apaixonado, e morrendo de medo de receber um não, eu a pedi em namoro, e para minha alegria ela aceitou.

Em agosto eu estava tão feliz, como eu nunca achei que estaria ela me completava, minha mãe já estava ansiosa para lhe conhecer, então a levei para jantar lá em casa para apresentar a família, e amigos, quando a conheceram e nos viram juntos, me disseram que o nosso amor podia ser sentido de longe, e minha pequena toda constrangida agradeceu o elogio, e eu só pude me sentir orgulhoso por tê-la só pra mim.

Em setembro ela me disse: eu te amo; pela primeira vez, e ali tive a certeza de que ela era o amor da minha vida.

Em outubro deste ano completei os meus tão sonhados dezoito anos, tirei minha carteira de motorista e levei minha pequena para acampar, ficamos por lá três dias, os melhores da minha vida, pois foi lá que tivemos nossa primeira vez, que para mim foi inesquecível.

Em novembro eu estava conversando com minha mãe, e ela me disse que foi na casa família do Lucas, o menino que me doará o coração, confortá-los pela perda do filho e agradecer por ela optar por doar os órgãos do garoto, pois salvara a minha vida... Emocionada ela me disse que a mãe do garoto lhe entregara uma foto, de quando ele era vivo e feliz. Minha mãe foi buscar a foto para me mostrar, e ao retornar me deparei com o menino dos jeans velhos. Impressionado contei para minha estrelinha que chorou em meu peito, e me disse que só o destino para aprontar uma dessas com ela, ou melhor, com a gente.

Em dezembro, foi o nosso aniversário de cinco meses, mais precisamente ontem, e preparei uma surpresa para a minha pequena, fiz a reserva em um restaurante que ela adora, e comprei um lindo buquê de flores com um cartão para minha amada. Ontem estava chovendo muito, e minha pequena disse que era melhor desistir dos nossos planos, disse que era perigoso sair a noite com aquele tempo, eu concordei pois como disse, queria lhe fazer uma surpresa, e dirigi até a casa dela.

Estava escolhendo uma estação de rádio no carro e quando voltei a olhar para a estrada uma luz muito forte me cegou, e uma buzina se fez ouvir nos meus ouvidos, a partir daí tudo que eu senti foi dor.

Hoje quando eu abri os olhos tudo estava branco ao meu redor, e tive uma sensação indescritível de paz dentro de mim, mas aos poucos fui me lembrando da noite passada, e o desespero tomou conta de cada parte do meu corpo, minha visão se tornou mais nítida e pude ver um aglomerado de pessoas mais a frente, inclusive minha pequena, o que será que está acontecendo?

Chamei por minha pequena mas ela não me ouviu, ela está chorando? Estão todos chorando? Só agora eu percebo que estão todos em volta de um caixão, o meu caixão, o que está acontecendo?

Alguém me explica por favor, e principalmente alguém cuida do meu amor que está chorando, eu odeio quando ela chora, por favor, alguém me ajuda a consolar minha princesa. Gritei com todas as minhas forças, mas ninguém me ouviu, eu sou um fantasma?

Todos começaram a se dispersar e ir para seus carros pra voltar pra casa, e só digo uma coisa é horrível, ver você ali, deitado, e com o próprio caixão descendo numa vala e não voltar.

Minha pequena entrou num carro, e eu a segui, não sei muito bem como, mas fui atrás dela, e quando ela chegou em casa, se trancou no banheiro de seu quarto, e pude ver que acima da escrivaninha estavam o buquê de tulipas vermelhas e a carta que preparei para ela, estavam amassados e sujos, mas ainda assim fiquei feliz do último presente que dei a ela fora entregue por alguém, as flores e o cartão que mostrava o quanto eu a amava, e ainda amo. Só depois de muito tempo admirando os presentes, percebi como ela estava demorando no banheiro, e fui ao seu encontro ver o que estava acontecendo, quando ao atravessar a porta de seu banheiro, a vi jogada no chão com uma caixa de remédios em seus pés. Cara acho que foi naquele momento que eu morri de verdade, um buraco se abriu em meus pés, e só então percebi que estava realmente morto.

O mundo poderia ficar sem mim na boa, mas ela era minha estrelinha que iluminava as noites, o que seria do mundo sem ela? O que aconteceria no cair da noite quando o seu brilho não se ascendesse? Foi ali que o meu coração realmente saiu do meu peito como se estivesse outra vez naquela sala de cirurgia.

Mas só agora quando senti algo tocando meu ombro, é que a paz voltou ao meu peito, como se tudo se iluminasse ao meu redor, era ela, minha estrelinha que veio passar a noite comigo no céu.


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Notas finais do capítulo

A historia é meio bobinha mas eu adoro ela, e espero que você também goste e recomende.beijos, até a próxima.



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