Far Too Young To Die escrita por Usagi Sah


Capítulo 1
Ataque zumbi- One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Acho que não tem muita coisa pra falar aqui. Eu criei essa fic depois de ver a imagem do evento de halloween, foi meio que imaginando como tudo tinha "começado" e como a minha docete iria reagir.
É basicamente isso, kissus e boa leitura :*



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Sweet amoris: 30 de outubro, Baile de Halloween.

- Gabbe, volte aqui agora! – Rosa corria atrás de mim como uma louca. Ela queria dar os últimos toques em minha roupa.

- Nada contra, Rosa, mas eu acho que assim já está ótimo! – Eu passei a tarde inteira com a Rosalya e com o Leigh. Ela me obrigou a escutar o máximo de conselhos de moda e postura possíveis, tudo isso porque o Armin finalmente me chamou para o baile de Halloween da escola. Eu ainda conseguia me lembrar do debate entre ela e Alexy sobre o tipo de vestido que eu deveria usar.

“Vai por mim, Rosalya, o Armin com certeza não se agradaria com esse vestido” – Alexy tagarelava incessantemente sobre os gostos do irmão.

“Mas esse vestido é tão ousado, vai destacar ainda mais as curvas da Gabbe, e olhe só, esse corte no busto vai destacar ainda mais a beleza dos seios medianos dela”.

“Ei! Não fale dos meus peitos” – Reclamei enquanto jogava uma peça de roupa na rosa.

“Vamos lá, Gabriele, você tem que decidir que tipo de roupa vai usar nesse baile!”.

“Okei!” – peguei o meu celular e disquei aquele número que eu já estava há tempos familiarizada.

“Alô? Armin? É a Gabbe, liguei porque eu queria saber se você liga se eu for usando uma fantasia de Halloween ou não pro baile. Hum. Hum. Pode repetir isso pra seu irmão e pra Rosa? Ótimo” – Liguei o viva voz e deixei que ele repetisse o que tinha falado pra mim.

“Acho que só o fato da Gabbe estar indo comigo já está de bom tamanho pra mim, e outra, eu também não pretendia ir fantasiado”

“Eu não acredito, Armin! Eu já tinha em mente a fantasia que você ia usar, poxa”

“Lamento por isso. Tchau, Gabbe” – disse o Armin antes de desligar por causa da crise de risos.

Eu voltei de meus devaneios assim que me choquei contra alguém. Antes que eu desse de cara com o chão, ele agarrou o meu braço.

- Você deveria tomar mais cuidado, Gabriele – A voz melancólica e melodiosa de Lysandre logo atingiu meus ouvidos.

- Desculpa, Lys. É que eu tô fugindo da Ros...

- Lys- fofo, não deixe essa gatinha escapar por nada! - Eu consegui escutar um sussurro misturado com um suspiro, um “mas ela já escorregou por entre meus dedos”, não entendi muito bem o que ele disse, parei um pouco e tentei refletir sobre isso.

Já fazia bem mais que um ano que eu estudava em Sweet Amoris. Me dava bem com todos, mas de uns tempos para cá os garotos estavam ficando bem estranhos, quase como se brigassem pela minha atenção. Lembro que um dia, vi Castiel saindo do porão, ele estava super estressado, quando coloquei a cabeça na porta pude ver Lysandre sentado de costas, ele estava tenso; Nathaniel e Kentin estavam do outro lado, sentados no sofá, enquanto Armin segurava o seu PSP, parecia que ele ia começar a jogar, mas isso não aconteceu. O clima na sala era tenso, era como se uma nuvem de pensamentos pairassem sobre todos.

“O que houve aqui? Uma reunião do clube da luta?”

"Regra número um do Clube da Luta - você não deve falar sobre o clube da luta.
Regra número dois do Clube da Luta - nunca, jamais, comente sobre o clube da luta.” – Disse Kentin enquanto ria. O clima pareceu ficar mais leve depois da brincadeira, mas a tensão ainda se fazia presente.

Rosa me alcançou, e terminou de dar os últimos toques nas orelhas e na cauda.

- Pronto, amiga, Vá lá e arrase! – Olhei pra ela rindo, me despedi Do Lys e segui meu caminho.

Eu tinha marcado de me encontrar com o Armin no parque, cheguei um pouco mais cedo e me sentei debaixo da árvore que havíamos feito piquenique. As lembranças daquele dia me vieram, o vento soprava o cabelo da minha peruca, nunca fui fã do meu cabelo encaracolado, por isso usava as minhas perucas o tempo todo, um dia Armin foi me visitar sem ter me avisado, ele me pegou totalmente desprevenida, mesmo assim ele apenas sorriu e disse que eu ficava linda com o meu cabelo natural.

Armin... Era a única coisa que vinha à minha cabeça. Quando menos percebi, estava sussurrando para o vento o nome dele.

- Meu nome soa melhor quando você o pronuncia assim – disse ele no meu ouvido.

Virei-me assustada, ele mantinha um semblante de que estava achando graça da situação.

- Por que você estava chamando meu nome?

- E-eu só estava me perguntando se você ia demorar mais – falei ruborizando.

Ele me avaliou de cima a baixo. Um olhar de curiosidade e satisfação tomaram seus olhos.

- Você disse que não ia vir fantasiada – ele levantou uma sobrancelha, como se me desafiasse.

- Rosa não é o tipo de pessoa que desiste fácil. – falei dando de ombros.

Um som chegou aos nossos ouvidos, era uma música, o baile provavelmente já havia começado. Armin levantou-se e puxou delicadamente para que eu fizesse o mesmo. Eu entendi o que ele queria fazer. Começamos a dançar lentamente ao ritmo da música que vinha da escola. Eu conhecia a letra dessa música inteira, era a minha favorita.

“Eu nunca adorei tanto você

Estou tecendo alegorias agora

Eu quero lhe complicar

Não me deixe fazer isso comigo”

Armin nunca foi de cantar, ele não estava realmente cantando, estava apenas falando a letra, tentando entrar no ritmo, mesmo falhamente, mas estava tentando, então resolvi ajuda-lo.

“Estou perseguindo montanhas-russas

Eu preciso ter você mais perto agora

Intermináveis histórias românticas

Você nunca poderia me controlar”

Tenho certeza que a cena pra quem estivesse vendo poderia parecer hilária, um casal dançando “sem música” e tentando “cantar” essa tal música, mas para mim, isso estava sendo mágico. Finalmente o refrão nos acertou com força total.

“Bem, eu realmente nunca pensei que você viria esta noite

Quando a coroa pairar densamente em ambos os lados

Me dê um último beijo enquanto estamos tão jovens para morrer”

Então aconteceu. Nós nos olhamos fixamente, senti estar sendo afogada em seus olhos, eu via paixão, via desejo e via amor, tudo junto e refletido naqueles belos olhos azuis. Bastou uns poucos segundos, e lá estávamos nós, corpos completamente colados, lábios totalmente entretidos em um beijo que resumia todos os nossos sentimentos um pelo outro. Paramos um pouco o beijo, precisávamos respirar um pouco.

- O mundo poderia acabar agora, mas a minha alegria não acabaria – falei, ele apenas me abraçou forte.

- Vamos, antes que os demais curiosos venham aqui começar a tagarelar sobre a cena que eles acabaram de assistir. – ele falou rindo, enquanto apontava para o outro lado do parque, onde Alexy e Rosalya comemoravam o “grande evento” que foi o nosso primeiro beijo.

Sweet Amoris: 31 de outubro, meia-noite, o fim de tudo.

Já era meia noite, alguns casais e amigos saiam meio bêbados do baile, eu preferi não beber nada e Armin fez o mesmo. Rosa já tinha ido para casa fazia um bom tempo; Alexy estava sentado nas arquibancadas conversando com Kentin e com Violette; Ambre e suas amigas estavam perto do palco que havia sido colocado na parede oposta à da porta de entrada; Castiel e Lysandre estavam sentados perto da porta conversando sobre algo; os demais alunos das outras classes dançavam alegremente. De repente todos escutamos um grande estrondo seguido por uma sirene. Novamente outro estrondo e dessa vez seguido por gritos.

Castiel e lysandre se levantaram; Alexy, Kentin e Violette desceram das arquibancadas enquanto Ambre e suas amigas se aproximavam do centro do salão, os alunos das outras turmas também pararam tudo, a tensão se espalhou pelo ambiente, estavam todos morrendo de medo, eu também estava, mas senti Armin me abraçar forte e isso meio que acalmou meu medo.

- Não deve ser nada demais. – ele falou e sorriu, mas a preocupação permanecia em seu semblante.

A porta começou a se abrir lentamente, parece que houve uma prisão de ar coletiva, ninguém parecia respirar ali, então Nathaniel entrou no ginásio, com uma cabeça baixa, ele parecia estar fantasiado de zumbi ou algo do tipo.

- Que merda é essa, Nathaniel? – Castiel começou a se aproximar de Nathaniel, pronto para iniciar uma briga, mas nessa hora o que soou mais tenebroso foi o grito de Lysandre:

- Castiel, cuidado!

Então tudo aconteceu muito rápido, Nathaniel pulou em cima de Castiel e arrancou um pedaço de seu braço com a boca. Eu já não estava entendendo mais nada. Então os vidros das janelas estouraram e pessoas, ou melhor, coisas, começaram a invadir o pátio. Essas coisas começaram a atacar os alunos e um por um iam sendo infectados com seja lá o que fosse isso.

Armin me puxou pelo braço para o local do lado do palco onde geralmente ficava o vestiário masculino passamos pela porta e vimos que Alexy tinha tido a mesma ideia que Armin, era engraçado como eles pensavam igual mesmo sendo tão diferentes.

- Parece que do lado de lá tá tudo limpo, dá pra escapar por aqui. – disse Alexy apontando pra janela que ficava em um dos banheiros. Ele resolveu ir na frente e antes que eu pulasse a janela, Armin me virou para ele, me beijou e por fim me entregou um pingente.

- Caso algo aconteça comigo hoje, prometa que nunca vai tirar isso, por favor. – Um arrepio correu a minha espinha, eu não gostava desse discurso.

- Não vai acontecer nada com você, Armin!

- Só prometa, por favor.

- Certo. Eu prometo.

Coloquei o relicário no pescoço e pulei a janela, Alexy me ajudou a me equilibrar e nós nos viramos para esperar o Armin. Quando ele já estava com o corpo metade para fora da janela, eu e o Alexy escutamos um barulho, parecia de ossos sendo triturados. Armin parou ali mesmo, lágrimas começaram a rolar de seus olhos, ele olhou pra mim e para Alexy e disse:

- Alexy, por favor, prometa que vai protege-la

- Eu prometo, mano. – foi então que a minha ficha caiu.

- Não, Armin. Por Deus, não! – as lágrimas jorravam tanto dos meus olhos quanto dos de Alexy.

- Adeus, Gabbe. Eu...Te...Amo... – então ele foi puxado para dentro do banheiro.

Quando eu ia gritar por ele e pular de volta para dentro da escola, Alexy me agarrou e me arrastou para longe dali.

A casa dos gêmeos era mais ou menos perto, fomos nos esgueirando pela sombra até conseguir chegar na casa. Lá, Alexy pegou algumas roupas e mantimentos, então nos dirigimos para a minha casa peguei todas as minhas lembranças que tinha dos meus amigos, peguei também uma katana que havia comprado em um evento de anime. Ela foi bem cara, mas agora iria ser extremamente necessária; pegamos também um rádio de pilha e o ligamos. As autoridades não falaram exatamente o que havia acontecido, apenas que deveríamos evacuar a cidade e buscar um dos pontos de “segurança” onde poderíamos ficar sãos e salvos. Alexy sabia onde ficava um desses pontos. Pegamos o carro dos meus pais, que provavelmente já deveriam estar mortos, e aceleramos.

Ponto de segurança 1004235: 31 de outubro do ano de 2035.

Não restou muita coisa do mundo depois de vinte anos, aparentemente a população mundial foi reduzida a apenas um quinto do que era antes. E o vírus destruidor foi completamente extinto. Aparentemente, por mais que a doença transformasse a pessoa, ela também fazia com que tudo necrosasse, deste modo dependendo do ambiente, após um período entre 1 e 2 anos, já não existia mais sequer um sinal de existência da criatura. Atualmente todos deixaram de lado as desigualdades, os preconceitos e as diferenças, agora estamos focados em reconstruir o mundo. Eu tento seguir em frente, mesmo que depois de tanto tempo as memórias ainda estejam fortes em minha mente, eu tento.

As palavras de Alexy ainda permanecem frescas em minha mente:

“Esqueça-o, vou tentar esquece-lo também”

Foi o que ele disse no caminho para o abrigo, eu lembro de ter apertado o relicário com força e de ter pensado: Nunca, nunca esquecerei quem ele era, nem como nós nos divertíamos juntos. Nunca vou esquecer de seu sorriso, do brilho dos seus olhos, do seu jeito brincalhão, nem do poder que seu beijo tinha sobre mim. Nem vou esquecer da nossa música, que até hoje ainda ressoa em minha mente e me faz lembrar daquela tarde e da dança no parque, com nós dois cantando “Far Too Young To Die”.


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Notas finais do capítulo

Desculpa se eu lasquei os seus fellings, os meus também tão gritando por help. Desculpa se teve algum erro de escrita, revisei essa fic umas 2 vezes pra ter certeza, mas sempre tem algo que passa despercebido.
Obrigada por ler até aqui e bye bye!