Quando os cookies ficaram prontos, a sra. Grace já havia acordado, e foi ela que tirou, sozinha!! Quer dizer, quase, só para levar a forma á mesa que ela precisou de ajuda.

— Olha aqui sra. Grace, se tiver ficado ruim, foi culpa da senhora viu. – Falei pegando um para da-lo, que seria a primeira a experimentar.

Ela deu só uma mordida, e fez a maior cara duvidosa, até essa cara se transformar em uma enorme careta

— PIPEEER! O que diabos você colocou aqui??? – Ela gritou, para depois sorrir e fazer uma cara de satisfação – Porque ta o melhor cookie que eu já provei! – Ela falou já enfiando 3 seguidos na boca e rindo da minha cara de assustada, que logo se transformou para aliviada. Mas modéstia a parte, estava muito bom. Nós 3 já podíamos montar uma cookieteria e sermos ricos!

Enquanto Jason pegava leite para bebermos junto com os cookies, vi o meu celular tocar avisando que meu pai estava me ligando...

— Alo pai? –

— Oi filha! Esta em casa? –

— Não to em casa, mas a Silena ta. To na casa de um amigo que é bem perto.

— Huuum amigo?? – Revirei os olhos com o comentário do meu pai

— É pai... é o Jason –

— Pois me diga o endereço da casa, que eu e sua mãe estamos voltando pra casa e podemos passar aí pra te pegar, okay? –

— Okaay – Falei o endereço e desliguei, voltando para a mesa.

Nós ainda inventamos várias sobremesas rápidas, como leite condensado misturado com chocolate em pó, mas nada exagerado, pois a sra. Grace não podia exagerar em comidas doces. E por incrível que pareça, o leite condensado conseguiu melecar uma adulta e dois jovens.

Estavamos ainda comendo os cookies e as nossas sobremesas relâmpago quando a campainha tocou, e a sra. Grace se dispôs atender, para ver se já conseguia andar sozinha.

— Tristaaaaaaaaannnnnn e Afroditeeeeeeeee – A sra. Grace gritou ao abrir a porta – Não acredito que são vocêeeeees!!!

Fui até a porta e encontrei os três se abraçando, e eu e Jason ficamos sem entender nada.

— Beryl?? Beryl Grace? Oh meu Deus quanto tempo!! – Meu pai falou

— AMIGAAAAAAAAA!!! Quanto tempoooooo – Minha mãe meio que pulou em cima da sra. Grace, o que não foi uma boa ideia, por causa das pernas fracas da sra. Grace, e elas estavam prestes a cair, se Jason não tivesse ido como um raio segurar a sua mãe.

— Ah meu Deus Beryl, o que houve?? – Minha mãe falou espantada enquanto Jason ajudava sua mãe a se sentar no sofá

— Não se preocupe, eu estou bem, mas tenho noticias desde que vocês saíram da Carolina do Sul... – A sra. Grace fez uma cara de animação que estava longe de ser verdadeira – Estou com uma doença seríssima, que esta avançando para os seus estágios terminais – E a reação da minha mãe foi ficar de queixo caído, literalmente, e a do meu pai foi fazer uma cara impagável.

— Mas gente, pera ai? – Interrompi a conversa – Como assim vocês se conhecem??? Quando foi isso?? Jason, você sabia disso? – Falei olhando para ele, que negou.

— Owwnn, então esse é o pequeno Jason que... – Minha mãe falou se aproximando de Jason - ...não é mais pequeno!

— E nossa! Você é a pequena Piper... você esta tão diferente!! Realmente não a reconheci. – Falou a sra. Grace espantada

— Lembra Beryl, quando eles eram criancinhas e levávamos eles para brincarem juntos? – A sra. Grace assentiu dando um sorriso – Eles viviam se implicando, mas estavam sempre juntos, e aprontando juntos, e no final de cada dia, eles estavam de mãos dadas e dizendo que iam namorar quando ficassem grandes – Enquanto minha mãe falava, eu olhava para Jason cada vez mais incrédula, e ele fazia o mesmo... Como assim eu e Jason éramos amigos de infância??? Como eu não lembrava disso?? E pera... a gente dizia que ia namorar?! Eu realmente não to entendendo nada!

— Bom, antes de morarmos aqui, morávamos na Carolina do Sul, e você e Jason devia ter bem uns 2 anos. E nossos vizinhos eram Afrodite e Tristan, que ficamos muito amigos. Nós tínhamos o Jason, que era só alguns meses mais velho que você, e a Thalia, que tinha 4 anos. Éramos 2 familias em uma, pois nos almoços de domingos estávamos sempre juntos, e todos os dias íamos um na casa dos outros para conversar ou fazer algo, como uma familia. Mas depois de muitos anos, Tristan e Afrodite tiveram que se mudar, por conta do emprego e tudo o mais, claro que foi uma grande tristeza ne, mas o mais engraçado eram vocês dois, que já tinham uns 9 anos, que morreram de chorar – A sra. Grace riu, acho que se lembrando – bom, nessa idade vocês eram melhores amigos, mas quando menores, já estavam até prometendo namoro – Bom, acho que eu virei um tomate... nem olhei pro Jason, que devia ta encabulado também – mas, vocês tiveram que ir mesmo assim. Mantivemos contato por mais 1 ano, conseguimos umas 3 vezes durante esse tempo, marcar de saírmos juntos, quando eles viessem nos visitar. Mas eu tive que trocar de número, e acho que Afrodite e Tristan também acabaram trocando por se mudar de estado, então perdemos o único jeito de nos comunicarmos (N/A: Bora fingir que o facebook nem essas redes sociais existiam kkkkkkk). E foi exatamente na época que eu adoeci e que a empresa de Zeus estava mais que precisando dele, e ele mal podia me ver, mas fez de tudo para que eu tivesse um tratamento adequado. Até que houve alguns problemas na empresa e eu piorei, então Zeus decidiu que íriamos nos mudar para um lugar que ele pudesse trabalhar com mais calma e eu pudesse descansar e ficar longe do barulho da Carolina do Sul. E nos mudamos para cá. Só que ao invés de Zeus poder trabalhar melhor aqui, ele estava sendo chamado á várias reuniões e convocado a tomar a dianteira de algumas filiais espalhadas pelo país, e ele só tem conseguido parar em casa poucas vezes, e eu só fui piorando... – Quando a sra. Grace terminou de falar, minha mãe e meu pai se aproximaram dela para abraça-la.

— Caramba Beryl... eu não imaginava... – Meu pai falou – Mas não se preocupe, agora estamos aqui, e vamos te ajudar no que for preciso, pode ter certeza! –

— Obrigada Tristan – A sra. Grace pareceu muito feliz por ter seus amigos de volta – E quero dizer que Piper se tornou uma moça maravilhosa, ela vem me ajudando tanto... –

— Eu que fico feliz em ajuda-la sra. Grace – Falei sorrindo

— E nada de sra. Grace pra você, me chame de Beryl, e se quiser, volte a me chamar do jeito de quando você era menor, de tia – Ela falou

Caramba... nunca imaginei, serio mesmo, que Jason e eu já fossemos amigos quando criancinhas e que a nossa família fosse tão próxima assim!

— Mas me ajude a ir para a cozinha, preparamos uns cookies maravilhosos, e temos que colocar a conversa em dia – A sra. Grace, quer dizer, Beryl, falou e apoiou uma mão no braço da minha mãe e indo até a cozinha junto com o meu pai.

— Vamos la pra fora e deixar eles conversarem – Jason falou me chamando la pra fora – e vamos conversar também... –

A varanda da casa de Jason era muito espaçosa, e dava para ver o grande jardim. Nos encostamos na grade da varanda.

— Caramba... isso é muito estranho, da pra imaginar que a gente é amigo a tanto tempo? – Falei olhando para ele e pensando na história que a Beryl contou – Você se lembra de alguma coisa?

Jason olhou para o céu parecendo pensar.

— Bom... acho que sim. Lembro que havia uma garota que estava sempre comigo, todo dia eu ia para sua casa que era do lado da minha, ou ela ia pra minha. A gente brincava direto, e nos implicávamos também, mas sempre fazíamos as pazes e voltávamos a brincar. Até que um dia, acho que tinha 8 ou 9 anos, eu estava pensando muito nela, e percebi que eu estava apaixonado, mas pra mim não era algo de criança, sei la, eu tinha 9 anos, então não dava pra entender ne. Mas como éramos muito próximos, e contávamos tudo um para o outro, eu lhe contei do meu sentimento, e ela disse que sentia o mesmo! Lembro que fiquei muito feliz, e lhe prometi que íamos ficar juntos quando crescêssemos. Mas... ela se mudou, e eu fiquei acabado, era muito criança pra compreender que essas coisas aconteciam, fiquei arrasado. Mas todo dia eu pensava na promessa que havia feito, e isso ajudou á não parar de pensar nela e ter esperança que um dia a encontraria de novo e cumpriria a minha promessa. Por isso que me lembro disso tudo, porque eu fazia questão de lembrar todo dia para eu não deixar esse sentimento esfriar e me desmotivar a procura-la, meio bobo, eu sei, mas... – Bobo? Eu achei super fofo, e o pensamento de que aquela garota era eu me veio a mente, porque batia exatamente com a história que Beryl havia contado. Então ele se virou para mim – Você é bem parecida com ela. Sim, eu não esqueci o rosto dela, mas no ultimo ano, a minha fé de que essa história de encontra-la novamente foi diminuindo, mas mesmo assim, eu queria me lembrar das minhas fantasias de criança, e continuei lembrando.

Assim, não parece tanto porque você cresceu ne, mas não sei, no primeiro dia que a vi... – Ele deu um passo a frente se aproximando – eu acabei esquecendo a garota, da qual eu só tinha lembranças de quando era menor, e só conseguia pensar em você. Mas eu meio que ignorei, porque achei que era meio impossível eu estar gostando de você sendo que tinha acabado de te conhecer. Mas no ultimo mês, eu não sei o que aconteceu, mas quando eu olhava para você, chegando la em casa para ficar com a minha mãe, meu coração batia MUITO rápido, mesmo que eu não quisesse – Eu estava muito chocada, e impressionada porque Jason estava sendo muito corajoso e contando isso sem tirar os olhos dos meus – Eu gostava tanto da sua companhia, que pensei em trancar a porta de casa e esconder a chave para ter umas horas a mais para conversarmos, eu realmente ficava muito feliz quando estava com você. E então, cheguei a conclusão que estava ficando louco. Mas não era loucura, era algo parecido com o que eu sentia pela garota, e de algum modo, eu sinto... eu sei, que é você! Depois dessa história toda eu tenho certeza que é você! – Eu estava de boca aberta. Quero falar pra ele que é meio parecido com o que venho sentindo desde que o conheci, mas eu não tive a oportunidade, porque Jason se aproximou ainda mais do que estava, segurando na minha cintura para me puxar para mais perto, e abaixou a cabeça para me beijar.

Foi tão de repente, que no início eu fiquei de olhos abertos, surpresa, tipo, o que ta acontecendo? Mas eu acabei fechando os olhos para aproveitar.

O que estava acontecendo comigo? Eu tava papocando! Eu só queria pular de felicidade e gritar pra todo mundo, tamanha a minha alegria!! Acho que nem quando eu estava apaixonada por David eu sentia isso quando o beijava.

Depois de um beijo tão calmo, Jason se separou dos meus lábios e olhou para mim de novo.

— Jason... você acredita que comigo foi a mesma coisa? Não que eu me lembre de tudo, pois com essa cabeça aqui, não lembro nem o que eu comi ontem. – Nós rimos – Mas lembro de ter um amigo, que eu amava muito e éramos vizinhos e melhores amigos, e quando eu te conheci... bom, como eu posso explicar? Foi diferente, mas como eu não queria me apaixonar, eu tentei não pensar em você, pois estava muito confusa. Mas nesse ultimo mês foi impossível! Era maravilhoso quase todo dia ficar pensando que quando fosse visitar sua mãe, eu te encontraria com um enorme sorriso para me receber. E agora com tudo isso...

— Só você para fazer brincadeiras agora, acho que isso contribuiu para eu te... – Ele fechou os olhos antes de falar - ... te amar – Ele completou, e eu nem preciso dizer que fiquei babando ne? – Mas antes de qualquer coisa, quero te conhecer melhor, você deve ter mudado tanto... e 1 mês não foi o suficiente...

— Acho que você tirou as palavras da minha boca! – Eu falei animada e lhe dei um abraço apertado. Mas nesse exato momento, a porta foi aberta, e eu, mais rápida que um raio, me desgrudei de Jason e olhamos para meus pais e a mãe de Jason que estavam distraídos ainda conversando, mas se viraram para nós.

— Vamos Piper, já esta bem tarde – Meu pai falou se virando para a sra. Grace – Beryl, foi maravilhoso te reencontrar!! E agora que sabemos que você esta aqui, vamos vir sempre – Meu pai abraçou Beryl e foi em direção a Jason

— E também foi ótimo reencontrar você Jason! -  Ele falou esfregando o cabelo do Jason que estava rindo – Não sei se você lembra, mas eu era o seu tio favorito, e também o que você mais atrapalhava para jogar beisebol junto com você.

— Então deve ser por isso que eu sou bom em beisebol – Jason brincou.

Dei um beijo na bochecha de Jason (o de sempre) e me despedi da sra. Grace

— Tchau sra... Beryl... – Falei sorrindo - ... tia Beryl! – Ela sorriu - Nos vemos amanhã, pois venho com certeza! –

— Ótimo querida, e vê se traga seus pais viu –

Entramos no carro, e em questão de minutos chegamos em casa.

E em questão de minutos menores ainda, eu corri para o banho.

Quando terminei o banho e terminei de me arrumar, caí na cama e fiquei pensando no que aconteceu hoje...

O que eu estava sentindo por Jason?

Bom, desde que cheguei, eu não sei explicar, mas o via de um jeito diferente, não só como amigo, era algo maior que isso.

Então um sorriso brotou quando pensei no que Jason falou e no beijo... o sorriso só fez aumentar.

Fechei os olhos, já pensando no dia de amanhã que irei vê-lo de novo.