Legami Di Amore escrita por Tahii


Capítulo 28
Direzione


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ, PESSOAS MARAVILHOSAS! Tudo bem com vocês? Espero que vocês e suas famílias estejam bem ♥

Ontem eu encafifei que eu tinha que atualizar LDA. Simples assim. Como já disse para alguns de vocês, essa história mexe muito com as minhas questões internas [mais do que as outras, devo dizer], por isso que às vezes parece que só vai ter uma atualização por década, hehe

Quero agradecer a TODOS e TODAS que estão acompanhando! Obrigada pelos comentários, pelos favoritos, pelas mensagens pedindo atualização, e por continuarem junto comigo nessa história. De verdade, muito obrigada! Amo muito todos vocês ♥

Esse capítulo é muito misterioso ao meu ver, rs. Ou melhor, a partir de agora engataremos oficialmente na marcha de resolver esse mistério.

Espero que gostem do capítulo!

Boa leitura! ♥


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*Direzione = DIreção



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Ronald mexia a perna incessantemente, tendo o olhar aflito perdido na parede de mármore negra do Ministério, enquanto que Scorpius encarava o chão. Aquele era o décimo segundo dia que Rose não havia acordado, e que Ronald não havia dormido direito e que Scorpius sentia-se angustiado. Eles haviam decidido abrir um inquérito no dia anterior, e por isso estavam quase sendo consumidos por uma ansiedade corrosiva.

— Existe um prazo de treze dias para que um encantamento se quebre espontaneamente. Se a magia dela for mais forte do que a magia pela qual ela foi enfeitiçada, ela vai acordar. Se não, pode continuar assim por tempo indeterminado. 

— Ela não pode, Malfoy, não acordar — Ronald sibilou tentando conter sua raiva frente ao ceticismo de Draco. — Não é uma opção. 

— É a realidade — pigarreou, encostando-se na poltrona cor de vinho que estava sentado. — Ao meu ver, parece que vocês estão contando muito com a sorte, desejando que ela acorde e que tudo fique bem. Isso não vai acontecer. 

— Talvez contar com a sorte seja melhor do que contar com você. O que tem feito para ela acordar? 

— Ronald — Hermione interviu —, as coisas não são assim. 

— Não são assim? Ele nem tentou fazer uma poção, não tem feito merda nenhuma.  

— Simplesmente porque não tenho nada ao meu alcance, Weasley — Ronald revirou os olhos, incrédulo. 

— Como não? Você é um medi-bruxo!

— Por isso digo que ela ainda tem mais dois dias para acordar sozinha. Isso não é caso de má-digestão de alimentos, intoxicação, gravidez, veneno, isso é um encantamento. Qualquer coisa que eu, você ou qualquer outro tentar fazer pode matar ela e a criança. Se é o que você quer, Weasley, vá em frente. 

— E se ela não acordar? — Scorpius, que estava encostado ao lado da janela, perguntou. 

— Existem várias opções e não sei se alguma delas tem um resultado satisfatório. 

Bela colocação — Ronald respirou fundo, passando a mão pelo rosto. 

— Por que não abrimos um inquérito? — sugeriu Scorpius, pela segunda vez. 

O inquérito havia sido colocado em pauta apenas nos debates com Alvo e Roxanne depois que voltaram de Hogwarts. Draco estava empenhado em tentar entender o que havia acontecido, Ronald se fechava cada dia mais dentro de uma bolha e Hermione se tornava incomunicável. Daquela vez não era uma pessoa ou o mundo bruxo que corria perigo, era Rose, e esse simples fato havia tirado todos do eixo. Estavam confusos, apreensivos, com os nervos à flor da pele. A colocação de Scorpius fez sentido apenas naquele momento para eles, frente ao atestado de Draco de que era, realmente, um caso de feitiços. 

Assim, na manhã do dia seguinte, Ronald e Scorpius se dirigiram ao Ministério da Magia. Era um pouco claustrofóbico estar naquele lugar, naquela situação, e as coisas pareciam tendenciosas a piorar quando um homem de estatura mediana abriu a porta e chamou os dois para que entrassem. Scorpius sentia seu coração tentar rasgar o peito, como se a cada minuto se visse num espaço ainda menor. A sala que estavam era de tamanho mediano. Na parede atrás do auror havia uma imensa estante de madeira, cujas divisões se encontravam lotadas de pastas, rolos de pergaminhos e livros, tudo milimetricamente organizado, havia apenas uma luminária em cima da mesa em que estavam e uma plaquinha que identificava a pertencia tudo aquilo: Ernesto Macmillan. 

— Scorpius, pode me chamar de Ernesto — ele estendeu a mão, ajeitando-se em sua cadeira giratória. Scorpius imediatamente a apertou, e observou ele fazer o mesmo com Ronald. Uma aura de calma pairou na mente de Scorpius ao pensar que Ronald não contaria com alguém capaz de piorar as coisas. Era sua filha que estava em questão, afinal. — Devo dizer que fiquei curioso quando recebi seu patrono ontem à noite, Ronald. O que passa?

— Fazem doze dias que a minha filha não acorda e achamos que ela está enfeitiçada. Queremos abrir um inquérito — Ernesto arqueou a sobrancelha. 

— Você sabe o protocolo muito bem. Casos menores são burocráticos e não podemos fazer nada quanto a isso. Recomendo que procurem um medibruxo e me tragam uma declaração de — Scorpius colocou o papel sobre a mesa de mogno. Ernesto sorriu, deslizando com os dedos para a ler. — Essa mesmo. Para seus devidos fim, Draco Malfoy atesta o estado de Rose Weasley como de caráter de encantamento. Interessante — girou em sua cadeira. — Devo dizer que ele tem um bom desempenho reconhecendo magia negra. É um pouco estranho pensar que ela está presente nos conflitos do dia a dia, eu sei. Contem a história. 

— Ele vai fazer isso — Ronald apontou para Scorpius. — É o namorado. 

— Não me fale coisas óbvias, você sabe que assim perde a graça — deu um sorriso largo, fitando o jovem que não despregava os olhos da figura do auror. — Por favor, Scorpius. 

— Eu acho que tudo começou depois que ela tomou uma poção para saber se estava grávida — Ernesto, num misto de diversão e espanto, levou a mão à gaveta de sua mesa e tirou um bloco de anotações. — Ela foi para a ala hospitalar, teve uma hemorragia muito grave, como se fosse abortar. Meu pai conseguiu conter e depois disso ela ficou mais estranha. 

— Estranha como?

— Ela me ama e odeia, se aproxima e se afasta, está feliz e triste ao mesmo tempo, fala uma coisa e em seguida volta atrás. 

— Há quanto tempo vocês estão juntos?

— Desde dezembro. 

— Certo. E como é a relação de vocês? Boa? Ruim? 

— No momento, estranha. Nos aproximamos num momento de fragilidade, as coisas não estavam dando certo em outros relacionamentos e acabou que tudo se misturou. Uma nova fase, último ano de Hogwarts e agora um filho. 

— Esses relacionamentos anteriores eram recentes?

— Pode-se dizer que sim. Ela namorava o Wood, e eu saía com a Parkinson. Britney Parkinson. Brian Wood. 

— Parkinson e Wood. Quando vocês descobriram sobre a gravidez? 

— Fevereiro. 

— Então, em fevereiro ela tomou uma poção para saber se estava grávida. 

— Sim. Alvo fez uma poção, depois eu e ele fizemos outra para confirmar. Tinha casca de wiggentree, muco de verme gosmento, ditamno, pétalas de narciso, vagem soporífera. Depois que ela passou mal, o Alvo reverteu a poção e achou asfódelo e pó de presas de cobra. Achamos que ela foi adulterada e que o objetivo era realmente que ela abortasse. 

— Você é uma pessoa legal, Scorpius? — Ernesto perguntou depois de alguns instantes de silêncio, fazendo anotações.

— Desculpe?

— Você é uma pessoa legal? As pessoas gostam de você? Ou você é o tipo que coleciona desafetos?

— Em geral gostam, eu acho.

— Quem são os seus melhores amigos? 

— Alvo e Adam. 

— E os seus maiores desafetos?

— No momento… Ryan McLaggen. 

— E quais são os motivos?

— Tivemos alguns problemas com garotas há alguns anos, e agora inventou de ficar amigo de Rose. 

— Você é ciumento?

— Eu?

— Você. 

— Não — Ernesto arqueou uma sobrancelha. — Ele é uma pessoa estranha. E vou ser sincero, nós achamos que ele com certeza tem algo a ver com isso. 

— Por quê? Porque ele talvez goste da Rose?

— Ele deu umas balinhas azuis para ela. São de tulipa. E Alvo não conseguiu descobrir reverter elas, também parecem que estão enfeitiçadas. 

— Por que desconfia das balas?

— Porque Rose vive comendo elas — Ernesto riu. 

— Talvez ela goste de doces, esteja com desejos de grávida ou sei lá. Mas se for possível me arrumar pelo menos uma delas… Na pior das hipóteses procurei para comprar. Nunca provei balas de flores — Ernesto apoiou os braços na mesa. — Alguma outra observação sobre ele?

— Rose desmaiou há doze dias, na noite da formatura, logo após voltar de conversar com ele na Torre do Relógio. 

— Vamos ver se eu entendi — o auror limpou a garganta, olhando para suas anotações. — Rose passou mal com uma poção, começou a ficar estranha, passou a ingerir balas de tulipas e está desmaiada há doze dias — Scorpius assentiu. — Se ela não estivesse desmaiado, eu diria que isso é simplesmente um problema de relacionamentos adolescente. Eu gostaria de vê-la, antes de mais nada. Seria possível? 

Ambos assentiram, e aparataram na casa dos Weasley logo após responderem algumas dúvidas técnicas de Ernesto. Era estranho, definitivamente, entrar naquela casa; algo se assemelhava a um cenário macabro de filmes cujo final não era bom. 

Scorpius não gostava do som de seus passos na escada, nem de abrir a porta do quarto de Rose e vê-la deitada, nem de sentir a brisa que entrava pela janela e balançava as cortinas brancas, nem de se sentir como um intruso. Embora Hermione fosse deveras atenciosa e tivesse longas conversas com ele, Scorpius conseguia tomar para a si as acusações de Ronald. Talvez se não tivessem se envolvido, ninguém estaria ali naquele momento, mas sua vida talvez estaria carecendo de um sentido. Scorpius nunca foi de ter grandes planos, tampouco metódicos, isso era algo que fazia mais o feitio de Rose; mas gostava de pensar em ter um filho, cuidar dele, viver um dia de cada vez não mais buscando a felicidade, já que sabia que a havia encontrado no dia em que percebeu que não conseguiria dormir mais uma noite sequer sem enxergar os olhos verdes de Rose antes de adormecer. Gostava da ideia de calmaria que preenchia seu coração quando pensava nisso, mesmo que a realidade lhe sufocasse. 

— Nós temos até amanhã para pensar no que fazer se ela não acordar — Ernesto sentenciou, ao lado da cama. Fazia alguns minutos que olhava para Rose. — Mesmo que ela não esteja envenenada, isso não significa que a criança não esteja sofrendo algo desse calibre. Se ela despertar vai poder dizer se foi enfeitiçada diretamente ou contar o que fez na noite da formatura para sabermos se, talvez, ela tocou algum objeto carregado de magia negra… Se não acordar… — pigarreou. — Vou esperar amanhã para dar entrada ao inquérito, mas quero uma amostra da bala e da poção que ela tomou, se possível.

— Providenciaremos — Ronald afirmou, cruzando os braços. Alguns minutos de silêncio precederam a fala seguinte de Rony, carregada de um misto entre esperança e incerteza. — E se extrairmos a memória dela?

— Pode gerar um grande desastre — Hermione, sentada aos pés da cama, respondeu. — Seria mais fácil se ela mesma fizesse isso. 

— Mas não pode. Se extrairmos, conseguiremos saber o que aconteceu e deixaremos de ficar patinando.  

— Se ela perder a memória, nada disso vai adiantar. 

— Hermione tem razão — Ernesto pegou o sobretudo que havia deixado na poltrona cor de vinho. — Vamos continuar pensando até amanhã.

Mesmo que esperar não fosse a opção que mais acalentava os corações, era a única no momento. 

Depois que Ernesto Macmillan foi embora, Scorpius e Hermione permaneceram no quarto de Rose. A senhora Weasley passou a andar de um lado para o outro, enquanto que o Malfoy se sentou encostado na parede da janela. Não havia nada para pensar. Tudo já havia sido dito repetidas vezes, revistado nos mínimos detalhes, e no final tudo só compunha um grande amontoado de dias. 

Cansada de andar, Hermione foi até o lado de Scorpius, acomodou-se no chão e estendeu a mão para ele, sendo imediatamente correspondida. 

— O que vocês vão fazer depois que tudo for resolvido? — ela perguntou, acariciando o dorso da mão gelada do rapaz com o polegar. Ele deu ombros, descrente. — Por mais que demore, por mais que pareça que nada vai se resolver… No final, o bem sempre vence, o amor sempre vence, e não vai ser diferente dessa vez. Além de que… Eu vou ter um neto, vocês terão um filho… 

— Eu faço o que ela quiser — suspirou, fitando os próprios pés. — Qualquer coisa. 

— E se ela decidir viver longe de você? — Scorpius voltou seu rosto para encarar Hermione, que parecia séria em suas palavras. 

— Você acha que ela iria querer isso?

— Não sei. Estou supondo. 

— Eu… Se ela me convencesse de que realmente seria feliz longe de mim, tudo bem — enquanto tentava continuar sustentando o olhar, sentiu a garganta fechar e os olhos arderem. — Eu acredito que devemos deixar livre o que amamos… Se Rose ficar comigo é porque a conquistei, se não porque nunca a tive. E eu sei que não seria capaz de querê-la por perto apenas pela minha bel satisfação. Eu amo a sua filha, Hermione, e amo o meu filho. Me vejo, embora cercado pela ingenuidade e inexperiência, incapaz de viver numa realidade onde são infelizes. Prefiro vê-la longe e feliz, se for o caso… Mesmo que talvez custe a minha própria felicidade — Hermione deu um pequeno sorriso, colocando a outra mão sobre a de Scorpius com a intenção de esquentá-la. 

Os dois ficaram no quarto até o sol se pôr, e saíram após o chamado de Gina para o jantar. Harry e Ronald não estavam ali, haviam saído logo após Ernesto, mas em compensação Lilian, Roxanne e Alvo haviam ficado para fazer companhia para Hugo. 

Desde que voltaram de Hogwarts, Scorpius só havia saído da casa três dias; e não era de se esperar outra coisa dele. Hermione conseguia perceber como ele estava baqueado, principalmente por acreditar que tinha uma parcela de culpa em toda a situação, e não fez outra coisa senão deixar as portas abertas para que ele ficasse ali com Rose, afinal, já havia se tornado parte da família. Enquanto conversava com Gina na cozinha, conseguiu perceber que a presença de Alvo e Roxanne se fez como um bálsamo para o rapaz.

— Você descobriu sobre os valetes? — Alvo perguntou enquanto mordia uma asa de frango. 

— Não toquei mais no baralho desde aquela noite.

— Por quê? — com o espanto na voz do primo, Roxanne rolou os olhos. — Não seria esse o momento propício para você tentar ver algo?

— Ver o quê, Alvo? Você mesmo diz que a cartomancia não é objetiva, e eu cheguei a um ponto em que concordo. Além de que não precisa ter dom nenhum para saber que é o idiota do McLaggen quem está fazendo tudo isso. Mas do que adianta saber se não temos uma prova sequer contra ele? 

— Você pode não ter a prova, Roxanne, mas você pode ajudar a encontrar a prova — Alvo limpou a boca com um guardanapo de papel. — Por que não tenta ver algo numa bola de cristal? Ver quem é o valete?

— Eu tentei, mas não consegui ver nada — Roxanne afastou seu prato, repousando os cotovelos sobre a mesa. — Apenas memórias. 

— E se você pegasse um fio de cabelo dela? 

— Com qual finalidade?

— Sei lá, usar ele para tentar ver algo. 

— Clarividência não é tão fácil quanto você imagina, Alvo.

— Nada é fácil, Rox, mas temos que tentar — disse como se fosse óbvio, virando-se para Scorpius. — Não é?

Roxanne não poderia discordar. 

Em tempos difíceis, as dúvidas, incertezas e o medo são capazes de imobilizar qualquer tipo de ascensão ao heroísmo, qualquer tipo de ideia ou atitude. A inércia do adversário sempre seria a melhor estratégia do caos; e lá estavam, todos eles, esperando que algo acontecesse espontaneamente. 

Já beirava à meia-noite quando Roxanne subiu ao quarto de Rose sentou-se ao seu lado. Mesmo sentindo uma incredulidade no seu tão amado e desejado dom, foi movida pelas palavras de Alvo para tentar levar à todos em direção a algo, que não era claro para ninguém. Tocou a mão quente da prima e fechou os olhos, sentindo uma imediata frustração por ver nada além de uma escuridão e um pequeno ponto de luz, como um céu noturno ostentando sua última estrela. 

Respirou fundo uma, duas. três vezes antes de se ver numa sacada. Aos poucos, o pontinho de luz se tornava mais brilhante no céu, servindo para que uma figura aparecesse encostada ao parapeito. Vestida com um longo vestido branco, Rose estava com as mãos para trás observando a escuridão da noite. 

— A constelação de Leão fica perto da Ursa Maior — Rose disse baixinho. — A estrela que você está vendo se chama Regulos, é a mais brilhante das leonis. 

— E única, pelo visto — com passos curtos, Roxanne andou até o lado da prima, cruzando os braços. — Nunca vi um céu com apenas uma constelação. 

— As outras não são tão relevantes no momento — um vento frio fez com que Roxanne suspirasse. Virou seu rosto para observar Rose, que estava tão calma quanto nunca antes visto. Estendeu sua mão e, instantes depois, sentiu as pontas geladas dos dedos da garota. — O que faz aqui?

— Vim te avisar que você tem que sair daqui, precisa acordar. 

— Desde quando você entra na mente das pessoas para dar recados? — arqueou uma sobrancelha antes de voltar o olhar para a estrela brilhante, que parecia estar mais forte. — Não sei há quanto tempo estou aqui, mas demorou para eu achar o caminho de Wiltshire. Agora estou mais próxima dele e não posso deixá-lo sozinho. 

Roxanne olhou para o céu, conseguindo ver fracamente luzes de outras estrelas, e sentiu seu coração latejar ao perceber que Rose estava na casa de Scorpius, numa sacada, mantendo seu filho vivo no céu com a sua magia. A sobrevivência de Leo era o suficiente para que Rose permanecesse ali.

— Por que ele só está com uma estrela? 

— Quase foi morto pelas poções, e agora eu estou dando a minha magia para que ele fique vivo. 

— Se você continuar aqui, nenhum dos dois vai viver — Roxanne disse, vendo-a assentir. — Você precisa acordar. 

— Não consigo, Rox. Preciso de magia. 

— Você tem magia. Leo tem magia. O que se esgota é o nosso corpo físico, não o mágico. Leo está fraco porque você está fraca — Rose apertou a mão da prima. — Não tem o que te prende aqui. 

— Esse colar me prende, e me queima. 

— Queima? — soltando a mão da prima, Rose colocou o cabelo para trás, mostrando o colo avermelhado de feridas. — Desde quando?

— Desde que voltei pra cá.

— Você já veio aqui? 

— Fui em um bosque, na verdade. Scorpius estava lá, mas não tive coragem de me aproximar muito porque ele ainda está sem olhos, no mesmo poste, mas eu ouvi a voz dele dizendo que era para eu seguir a placa amarela, então… Esse colar estava mais quente quando cheguei aqui, estou esperando que ele esfrie para que eu possa tirá-lo. 

— Tenta agora.

— Ainda está quente — suspirou — , e Leo ainda precisa de mim.

— Se você não acordar logo, ele não vai viver. Nem você. 

— Mas eu não consigo, é quente.

— Essa é a sua mente, Rose, você consegue o que quiser.

Um silêncio amedrontador se instalou por minutos sem fim em que Rose olhava para o céu, quase que se despedindo das suas esperanças de manter seu filho vivo, até que Roxanne começou a sentir que unhas machucavam a sua mão a medida em que Rose tocava o pingente azul para arrancá-lo de seu pescoço. Sentindo uma forte dor, Roxanne voltou para a realidade, deparando-se com Rose abrindo os olhos enquanto segurava forte em sua mão. 

— O que houve? — ela perguntou, tendo o colar escorregando sozinho pelo seu colo. Roxanne sacou a varinha e fez com que o colar levitasse em frente aos seus olhos; notou que, apesar de tudo, o fecho estava quebrado. — Roxanne? 

— ALVO! VEM AQUI! — Roxanne berrou, levantando-se. Segundos depois, Alvo entrou pela porta, franzindo o cenho ao vê-la com o colar. 

— Ela acordou? Merlin —  passou a mão pelos cabelos, dando meia volta para chamar seus tios e Scorpius. 

— Rose, quem te deu esse colar? 

— Do que está falando?

— Quem te deu esse colar? 

Embora Roxanne percebesse a dificuldade de Rose em manter os olhos abertos, sentia seu corpo inteiro tremer enquanto era tomada pela última visão que havia tido na sala precisa: uma cabeleira ruiva correndo, a caixinha de jóias caindo e a capa de invisibilidade no chão. 

— Quem te deu esse colar, Rose? — repetiu, sentindo dificuldades de respirar. 

— Eu dei — a voz de Scorpius sobressaltou ao seu lado. — Eu dei para ela no natal do ano passado. 

— Scorpius, chame o seu pai e mande um patrono para o Ernesto. Hugo, fala para a tia Gina chamar o papai e o tio Harry — Hermione mandou, passando pelos dois, e sentando-se na cama da filha. — Filha? Você está me ouvindo?

— Estou. O que aconteceu? — não era uma pergunta fácil de se responder naquele momento, por isso Hermione se concentrou em apenas pegar um chá para Rose tomar enquanto Draco não chegava. 

A cabeça de Rose girava como se tivesse acabado de descer de uma longa viagem de avião que teve várias turbulências. Não conseguia entender o que estava acontecendo, não ouvia direito e precisava de muito esforço para conseguir enxergar sua família. A última coisa que viu antes de pegar no sono foi a imagem de Draco Malfoy. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Vamos às observações

*Ernesto Macmillan vai ser o auror responsável pelo caso [classificado como um "caso menor", por hora];

*Roxanne normalmente utiliza da clarividência, mas nesse capítulo em especial ela usou de legilimilência [algo que ela nunca tinha feito antes na história, e que não é habituada a fazer; discorrerei mais sobre nos próximos capítulos]; e ela estava, de fato, na mente da Rose;

*No capítulo Occhi Di Horus vocês podem ler a parte do bosque para lembrar melhor do que a Rose está falando;


Bom, qualquer outra dúvida técnica [rs] eu posso responder pelos comentários. As coisas vão começar a pegar forma agora, por isso quero dizer: FAÇAM SUAS APOSTAS. Todo mundo imagina, até eles, que o McLanche está com o dedinho por trás de tudo; mas, como já foi dito, sem muitas provas concretas contra ele ainda. Será que ele fez tudo sozinho? Alguém ajudou? Não sei, não sabemos, ninguém sabe, MAS SABEREMOS. Certo?

►►► Ah, essa do colar foi bem fácil, heim! Uma parte, pelo menos. Tem dois fatos importantes. Um deles tá na cara e o culpado combina com McDonalds. Mas lembrem-se que o diabo mora no detalhe e que é nesse detalhe que o cúmplice dessa armada está.

Espero que tenham gostado do capítulo. Me contem o que acharam e discorram sobre as teorias de vocês [adooooooooooro!]

[Nesse tempo em off postei uma história nova, sobre o Orion e a Walburga, se alguém se interessar dá uma passadinha no meu perfil]

Vou tentar atualizar semana que vem. Mas sem promessas.

Obrigada pelo apoio de vocês, gente, e fé em Merlin ♥

Fiquem bem!
Um grande abraço,
Tahi ♥