Quando leu o documento, atirou em cima da mesa e se jogou na cadeira, furiosa. Quem aquele marquês idiota pensava que era para tomar tal decisão? Nem rei era! O que o verdadeiro monarca acharia disso? Será que ele sabia da mudança? E Afonso? Mandara apenas uma carta explicando tudo da maneira mais amena possível com aquelas palavras bonitas que só deixavam a pequena nordestina mais irritada.

Bahia massageou as têmporas, sentindo a raiva se dissipar e dar lugar a um sentimento estranho. Traição. Tristeza. Abandono. Malditos eram aqueles holandeses idiotas! Se Pernambuco não tivesse expulsado aquele idiota de cabelos arrepiados, ela mesmo teria feito sozinha com uma panela de barro! A Maranhão dissera era apenas uma decisão passageira e todo aquele ouro não poderia durar para sempre. Logo voltariam para o açúcar e tudo voltaria a ser como antes.

Mesmo assim, Bahia cumprimentou Rio de Janeiro e lhe desejou os parabéns pelo novo título, como havia aconselhado seu pai. Havia ficado tão furiosa com a ideia que acabara tendo uma briga feia com Luciano e até tentou fugir de casa mas seus irmão acabaram a convencendo para ficar e conversar com Brasil depois que esfriasse a cabeça.

Restava agora apenas aceitar tudo.

Sua época de ouro acabara, no final das contas.