F: Podemos conversar?
Kate respirou fundo. Queria correr dali, queria xingá-lo, queria gritar coisas horríveis pra ele, mandá-lo pro inferno, se esconder em algum canto e chorar. Sim, chorar. Kate precisava sair dali e chorar o máximo que conseguisse. Mas resolveu seguir a razão, matando as ordens de seus sentimentos e ouvindo-o.
K: Pode falar...
F: Okay... Eu não sei o que aconteceu sábado, não tenho a mínima noção e não estou mentindo pra você. Anyway, perdão..
K: Frank, não é que eu não acredite em você, mas não consigo entender.. Como não se lembra? Você a segurava pela cintura! Beijava com a mesma intensidade que ela! Desculpe-me, mas não continuarei aqui te escutando. - Kate levantou-se.
F: Kate, espera! - Frank a segurou pelo braço. -  E quanto a nós dois? Não é amor? Nunca foi? Porque, sinceramente, é amor da minha parte!
K: Não sei, Frank.. É amor, mas ele foi assassinado.. Vê isso? - apontou para uma lágrima que descia seu rosto. - Deveria ser uma lágrima de sangue...Mas não é.
F: Kate..
K: Não percebe? O amor morreu! Essa palavra não existe mais pra mim.. Não há esse sentimento aqui. - Apontou para o coração. - Frank, eu estou te esquecendo.. Doa a quem doer, eu estou tentando te esquecer. E eu conseguirei, nem que pra isso eu precise enfiar uma faca no peito e jogar fora meu coração, nem que eu precise morrer pra isso.
F: Pare de falar besteiras! - Frank a abraçou forte. - Não quero ser seu motivo de suicídio, não quero ser sua dor, não quero ser sua tristeza. Kate, o que mais você quer de mim!? Já te pedi perdão e te pedirei outras 1000 vezes se quiser! Mas não me trate assim, não me trate como um animal, não me despreze, não seja indiferente!
K: Minha indiferença te machuca tanto? - Os dois choravam. - Indiferente.. Frank, deixe-me ir... Por favor..

Frank a soltou lentamente, como se aquilo fosse uma despedida. Ambos choravam como crianças. A garota não agüentou e, entre altos soluços, saiu correndo. Foi para seu quarto, onde passou o resto do dia chorando.
Agora estava mais decidida que nunca. Iria para Boston com Bob, nem que precisasse se matar para isso. Agora já não era vontade, era uma necessidade de ir para longe, fugir de seus problemas, mudar sua vida.