Eduardo e Mônica - adpt. version escrita por Len Baran


Capítulo 1
Capítulo único




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Naquela manhã de segunda-feira Eduardo acordou, ainda um pouco tonto. A ressaca pegara-o. Lembrou-se das bebidas que tomara, do cheiro da fumaça dos cigarros que as pessoas fumavam e, por fim, lembrou-se do rosto lindo da garota que conhecera. Mônica, pensou. — Edu? Edu?! — era sua mãe chamando-o. — Não está me ouvindo, garoto? — O que foi, mãe? — perguntou. — Fala mais baixo por favor... — Filho... Eu sei que ontem você estava bebendo com seus amigos. — disse ela, sentando-se na beirada da cama. — Mas se você conheceu alguma moça por lá, meu filho... Você usou--- — Mãe! Por favor... — Eduardo interrompeu-a. — Eu não quero conversar sobre isso com você. Você pode sair do meu quarto? Preciso me arrumar. Sua mãe levantou-se sorrindo e o beijou na testa, em seguida saiu do quarto, o deixando com seus pensamentos sobre Mônica. Alguns minutos depois, ele estava pronto para partir para a escola. Desceu as escadas, passou rápido pela cozinha, apanhou uma torrada da mesa e saiu de casa. Já no ônibus, colocou os fones de ouvido e retomou suas lembranças do que passara na festa. Ele estava conversando com Mônica, ambos sentados nos bancos do bar. Edu via na expressão dela um certo interesse. Talvez porque ele tentasse impressiona-la. Os dois falaram sobre suas vidas, gostos e interesses. Foi aí que Eduardo descobriu algo muito importante sobre ela: Mônica não tinha absolutamente nada a ver com ele. Ela falava sobre elementos da natureza, pinturas de Van Gogh, escolas de artes plásticas, enquanto ele gostava de cinema, de ir ao clube e de jogar futebol-de-botão. A chegada na escola o desligou das lembranças e foi direto contar aos amigos sobre o que havia acontecido. — Cara... Fique sabendo que existe razão nas coisas feitas pelo coração. — falou, seu amigo Ken. — Não existe razão. — revidou o irmão de Ken, Kent. — Calem a boca. — disse ele, rindo. Depois da festa, o casal passou dias conversando pelo telefone e pela internet, e então resolveram de encontrar. Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas Mônica queria ir ao cinema. Decidiram, por fim, se encontrar no parque. Edu pegou sua bicicleta e foi ao encontro dela. Eduardo estava sentado em um banco, na entrada do parque quando Mônica estacionou a motocicleta dela, próximo a ele. Ela o ouviu repetir frases em inglês e percebeu que ele repetia o que ouvia pelo fone do celular. — Guten Morgen. — cumprimentou ela, sorrindo. — Ainda nas aulinhas de inglês? — ela riu. Ele pensou ser melhor não comentar que achou estranho o sidecut no cabelo dela. Após aquela tarde, a vontade que um sentia de ver o outro ia crescendo cada vez mais. Começaram a se encontrar todos os dias e fazer planos. Algumas semanas depois, estavam namorando e fazendo os preparativos para a primeira viagem. Passaram o réveillon na praia e tiveram sua primeira noite juntos. A primeira coisa que fizeram na volta para Brasília foi contar a novidade aos pais de Mônica. Ela estava grávida. A notícia chocou os sogros de Eduardo, mas com o tempo passando e com a descoberta de que seriam gêmeos, eles tornaram-se avós-coruja antes mesmo dos bebês chegarem. O casal mandou construir um puxadinho nos fundos, bem simples e aconchegante, de custo zero. Na casa da sogra eles não pagariam aluguel, foi a melhor ideia que tiveram. Poucas semanas depois, vieram os filhos. Eduardo, agora com cabelos na altura do ombro e trabalhando na área de administração, usava seu dinheiro para pagar a faculdade e ajudar na casa, enquanto Mônica, formada em artes plásticas, trabalhava como tatuadora em seu próprio estúdio, e cuidava dos filhos. O estresse do trabalho não ajudava na hora das brigas, mas os dois realmente se amavam. O irmãozinho de Mônica, sempre dizia que Eduardo era o Link dela e que ela era a Zelda que a Nintendo sonhou, o que demorou um tempo para o casal entender que se tratava de um jogo de videogame. Foram anos vivendo tranquilamente. O verão, a família sempre passava na mesma casa em que Eduardo e Mônica tiveram sua primeira noite, os garotos entraram na escola e o pai se formou em Administração. Não parecia existir “problema” no dicionário dos quatro. Pelo menos, não até a adolescência dos filhos. Nesse verão eles não viajariam, porque os garotos de envolveram com as pessoas erradas, na hora e no lugar errados. A dependência química dos dois foi o maior problema que eles poderiam enfrentar. Parecia atingir mais a Edu do que aos próprios meninos. A forte angústia que ele sentiu foi de mais para ele aguentar. Não parecia certo tirar a si mesmo de Mon, mas ele assim o fez.


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