INCANTATION - WatchTower escrita por Elysian Fanfics


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hello witchs!!
Feliz Halloween para vocês que podem sair nas ruas em buscas de doces! E pra quem não pode (como eu) também, claro!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/656312/chapter/1

Primeira Perseguição, 1370.

Minha avó.

Althea Amarantha. Acusada de fazer feitiços e usar poderes sobrenaturais.

Inicio de inverno, tempo úmido e congelante.

03:45 da madrugada.

Um militar a viu sozinha nas ruas após toque de recolher. Segundo ele, com “roupas de bruxas”. Segundo minha mãe, apenas um manto vermelho por cima de um vestido bordado.

Desfecho? Queimada viva em frente a uma multidão na praça.

Inocente.

Lady Ángele Amarantha, mãe da minha bisavó. 50 anos. Acusada de manter relações sexuais com Lúcifer e gerar um bebê amaldiçoado.

Inocente porque não fora flagrada fazendo nada demais.

Minha mãe só tinha 8 anos.

Oito anos ouvindo histórias sobre como era perigoso sair a noite sozinha, á menos que fosse estritamente importante. Oito anos aprendendo a controlar o medo e controlar a defesa. Oito anos fugindo e tentando sobreviver, correndo o risco de ser presa. Oito anos e ... sozinha, por insipiência** da humanidade.

Johan Ardin, tio-avô. 42 anos. Acusado de invocar demônios. Queimado vivo.

É por isso que sou uma das poucas bruxas ainda viva de minha família.

Em razão de tamanha crueldade, tortura e morte.

Ariadne Kolgrim, avó do meu pai. 80 anos. Atacada e torturada por cristãos.

Adonis Francesco, 32 anos. Sobrinho da minha bisavó. Acusado de ser um Incubus**. Queimado vivo.

Damra Valle, 22 anos.Prima. Acusada de bruxaria contra camponeses. Decapitada.

1486 anos de perseguição.

Orion Daymond, 06 anos. Primo. Sofria de Epilepsia, o que era visto como sinal do Diabo. Foi amarrado, torturado e enterrado vivo.

Pandora Amarantha, 56 anos. Bisavó. Acusada de assassinato. Enforcada.

Maxim Ardim, 63 anos. Bisavô. Acusado de negociar com o Diabo. Estrangulado e jogado á fogueira.

11 pessoas de minha família foram brutalmente assassinadas.

Sebastian Curtens, 30 anos. Pai. Acusado de assassinato e espancado até a morte.

Helena Amarantha, 25 anos. Acusada de praticar magia negra. Espancada e apedrejada até a morte...na minha frente.

Luna Amarantha, 28 anos.

6 anos quando vi a primeira morte de perto. Não entendia muito por que acontecera aquilo naquele momento e o que minha mãe tinha feito para merecer aquilo.

Mas com a pequena parte de coragem que me restara pensei em fugi dali. E consegui.

1884

Salém

11 pessoas do meu sangue foram arrancadas de suas vidas aqui em Salém.

Você pode estar se perguntando quando eu vou atrás da vingança.

Não hoje. Não nessa vida.

Tudo que eu quero é que minha filha sobreviva e chegue ao seu destino. Essa hora alguém deve estar cuidando muito bem dela do outro lado do vale. Na torre de Salém.

Já consigo sentir o cheiro de fumaça forte, mesmo daqui do ultimo andar. Tem uma multidão gritando “bruxa” lá fora.

Selo a carta e ponho dentro de uma caixinha mágica. Penduro no pescosço de Agnes** e peço para ela esconder até o momento certo. Ela assobia e voa madrugada afora.

Abro a janela e os gritos aumentam. As pessoas passam a lançar objetos cortantes em mim.

Apesar de todos os cuidados, eu sabia que esse dia chegaria de um jeito ou de outro. É impossivel fugir deles pra sempre quando eles nunca esquecem de você. Espero que Brianna esteja salva de tudo isso quando for mais velha.

Ouço tentarem abrir a porta com algo pesado e ponho as mãos no ouvido deitando na cama e tentando pensar apenas na minha filha.

Eles conseguem.

A porta se abre e dezenas de mãos se prendem no meu corpo.

Agora 12...

31 de outubro 1901

Salém, Massachusets

− É aqui!

Uma senhora robusta comunica. A garota de 17 anos desce da carruagem.

O que houve aqui?

− Incendiaram a casa anos atrás e queimaram uma mulher viva no jardim.

A menina ficou incomodada.

− Por que fariam isso?

− Ela foi acusada de bruxaria.

A garota deu a volta no antigo casarão que agora era apenas ruínas.

− Afinal, me trouxe aqui por quê?

A mulher suspirou.

− Estou apenas cumprindo ordens.

− Então ta. – ela deu de ombros e atravessou o jardim.

Havia um desenho de uma estrela de cinco pontas dentro de um círculo no chão. Aparentava ter fogo ali minutos antes, já que as cinzas estavam se apagando por conta do vento. A garota chamou a Senhora, que veio a seu encontro apressadamente.

− O que houve querida?

− O que é isso? – apontou para o desenho estranho no chão.

A mulher se sobressaltou com o que viu e murmurou uma benção.

− É um simbolo Wicca. Usavam isso quando uma bruxa estava por perto, para alertar a vizinhança. Mas essa está se apagando agora...Não é possível.

− O que não é possível?

Antes que a mulher respondesse elas ouviram um estrépito** de algo caindo. O sol reluziu em direção a algo que parecia uma caixinha. A garota correu para pegar. Atrás da carta tinha uma frase gravada. “ So mote it be”**

− Brianna, tenha cuidado!

Ela abriu. Não existia nada além de uma carta.

Muito antiga pelo estado em que se encontrava.

Ela desenlaçou a fita que ornamentava a carta e não aguentou de curiosidade a abrindo.

Deixou cair propositalmente a caixinha no chão, espantada, após ler o nome que estava no destinatário.

Lady Brianna Amarantha...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

** Insipiência = ignorância ** Incubus = Vampiro sexual** Agnes = Ave submissa a bruxas, entendiam seus pensamentos e a obedeciam sempre que mandassem. ** Estrépito = ruido** “So mote it be” = “ Que assim seja”.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "INCANTATION - WatchTower" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.