Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 5
5. Amor de pai.




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Acordei com o sol batendo no rosto, me assustei com o horário. Ainda estava na sala e meu celular ainda desligado. Já estava 40 minutos atrasada. Arrumei-me rapidamente e fui para o trabalho, tentei ligar o celular, mas estava sem bateria. Ao chegar, entro em minha sala e coloco o celular para carregar. Em seguida o telefone toca.

– Anna, tenho o senhor Quil na linha. Posso transferir?

–Claro.

Enquanto isso o celular ligou, haviam 6 ligações perdidas. 3 de Jacob e o restante de Quil.

Quil foi colocado na linha:

–Anna?

–Oi Quil. Desculpa por não ter atendido, eu só liguei o celular agora.

–Está tudo bem? Ficamos preocupados.

–Está sim, eu só tive uma indisposição ontem e acabei esquecendo o celular desligado.

–hum, desculpa incomodar é que o Jake está aqui e disse que quando ele passou pela Vermont seu carro ainda não estava lá e como você não nos atendeu ontem, ele pediu que eu ligasse pra saber se está tudo bem.

–está sim.

–Nos vemos no almoço??

–Claro, até lá.

–ok.

Procurei me concentrar no trabalho, tive que resolver algumas questões financeiras, as horas da manha quase não foram o suficiente. Quando saio da Vermont já são 12:40. Estaciono na frente do restaurante do Big J, os garotos já estão lá. Me olho no espelho e vejo minha aparência abatida, passo um batom rosado na boca e arrumo o cabelo com as mãos. Meu rosto pálido e oval, meus olhos castanhos com formato de felino, puxados nos cantos, a boca carnuda com uma cicatriz pequena no canto, de quando me machuquei no balanço da nossa casa de férias, enquanto balançava meu irmão aos 6 anos de idade. Os cabelos castanhos claros, compridos e lisos e com as pontas levemente clareadas e encaracoladas. Suspiro fundo, pego minha bolsa e meus óculos de sol e saio do carro. Antes de entrar no restaurante encontro a menina que trabalha no caixa do mercado, ela me cumprimenta e me apresenta sua outra amiga. Trocamos algumas palavras e ela me chama para conhecer sua casa qualquer dia desses, é uma moça bem simpática. Lauren é seu nome.

Ao entrar, cumprimento Lucy com um aceno e sigo em direção à mesa onde os rapazes estão. Antes de qualquer coisa percebo seus olhos em mim, sem nenhum pudor ele me olha fixamente até que eu me aproxime, seus grandes olhos negros me acompanham até que eu me sente.

–olá rapazes, quase perco o horário novamente.

–oi Anna.

–oi

–e ai?

–O que aconteceu ontem? – Quil pergunta sem delongas.

– Eu só estava bem cansada e esqueci o celular desligado.

–Hum... sei. – Quil me olha.

Desvio os olhos.

–Já pediram Seth?

–Estávamos te esperando, na verdade eu já estava querendo até te ligar pra saber se ia demorar, por que estou com uma fome gigante.

Fazemos o nosso pedido. Enquanto esperávamos, meu celular toca. Meu pai estava me ligando.

–Oi pai. – os meninos param de conversar instantaneamente.

–Annabele, você não me mandou o relatório desta semana – ele fala rispidamente.

– Me desculpe pai, o email não deve ter chegado para o senhor.

– É claro que não chegou, se não eu não estaria te ligando.

Respiro fundo.

–Quando chegar em casa eu o envio novamente, estou almoçando agora.

–Annabele, eu preciso desse relatório agora, vou para San Francisco com sua mãe a tarde, para o aniversário de sua tia. Não tenho tempo a perder.

–Tudo bem pai, vou enviar pelo Iped agora mesmo, devo estar com ele no carro.

–Então faça isso, você tem 10 minutos, antes que eu encerre a cessão de conferencia.

Ele desliga o telefone. Ouço Seth ao meu lado engolir a seco. Todos me olham com receio. Eu desligo o celular, serro meus dentes.

– Me deem licença.

Levanto-me e vou até o carro, rapidamente acesso minha conta e envio novamente o email. Quando volto para a mesa, os pratos já estão servidos, o clima é pesado e a conversa acaba assim que me sento.

– E é por isso que moro sozinha... – sorrio amarelo.

–sabe que eu até estava querendo te pedir em casamento, Anna. Mas com esse sogro eu vou ceder meu lugar para alguém um pouco mais corajoso – Embry brinca. Quil o repreende. Sorrio

–Tudo bem Quil. Eu não ligo. Na verdade nem eu gostaria de ter meu pai como sogro...

– Você tem que acabar com isso Anna. Tem que falar com seu pai, isso não está certo. – Quil me olha nos olhos enquanto fala seriamente. – Ele tem que intender que foi um acidente.

Serro meus dentes, fecho meus punhos.

– Quil, não me leve a mal, mas isso não é da sua conta. Vamos comer antes que esfrie.

Coloco uma garfada em minha boca e encerro a conversa. O clima continua pesado. Ao terminar o almoço, pagamos a conta e seguimos até o estacionamento.

No caminho Quil coloca o braço envolta do meu ombro enquanto andamos. Sussurra um pedido de desculpa em meu ouvido e beija minha bochecha.

–Se eu não amasse minha noiva eu até que encarava seu pai como sogro. –Ele brinca.

Dou um leve empurrão nele com meu quadril.

–você é um grande covarde, teve que me pedir pra falar com a mãe da Clarie quando pediu ela em casamento na faculdade...

Os meninos tiram sarro dele. Parados em frente ao meu carro, nos concentramos em um circulo. Jake se encosta no carro ao meu lado e continua olhando pra frente.

– por que está tão calado hoje Jacob? – olho para seu rosto, que continua olhando para o horizonte.

– É impressão sua. – ele continua sem olhar para mim.

Embry interrompe:

–E então o que vamos fazer nessa agradável tarde de sábado?

–Temos que tomar uma gelada – diz Seth.

– Se quiserem podemos ir pra minha casa, tem cerveja no freezer. – Sugiro.

–Demorou! Mansão Vermont lá vamos nós.

Ele coloca seus óculos escuros, e tira a chave do bolso.

Todos concordam. Quil avisa que vai buscar a Clarie e logo vai pra lá. Eles entram em seus carros. Faço o mesmo e dirijo até minha casa, Embry e Seth que estavam no mesmo carro, me ultrapassam várias vezes e voltam para trás para me provocar. Estaciono em frente de casa e logo eles chegam, Jacob chega em seguida.

–Fiquem a vontade, só não quebrem muita coisas!

Eles entram em casa e se acomodam no sofá, ligam a TV e colocam em um jogo qualquer. Entre suas brincadeiras, Jacob sorri as vezes, mas na maior parte do tempo continua sério. Eu deixo minha bolsa no balcão e sento na poltrona, respondo algumas mensagens de grupos de amigos no celular.

–To com cede Anna – Seth me apressa.

Pego um longneck para cada um e uma pra mim. Entrego a eles.

–Que casa maneira Anna. Acho que ela foi construída só pra você, não me lembro te passar por aqui e ver essa casa antes. – Seth diz olhando ao redor.

–É, ela foi construída recentemente. – Sento novamente e cruzo as pernas em cima da poltrona.

–Em cada lugar que você vai, você compra uma casa?

–Sim.

–Cara, acho que nunca conheci alguém tão rica assim – ele fala sorrindo.

Dou um tímido sorriso e fixo os olhos na Tv.

Percebo que Jacob me olha enquanto isso. Seu celular começa a vibrar em seu bolso. Ele atende.

–Oi pai... sim... eu to na casa da Anna com o Seth e o Embry... eu to bem... sim, já almocei... ela esta bem também... ta bom, vou mandar...

Billy fala mais alguma coisa, Jacob ri e os meninos também, como se eles tivessem escutado. Eu não ouvi.

Jake desliga o celular e me diz:

–Meu pai te mandou um beijo.

Os meninos continuam rindo, fico sem entender.

–Obrigada, mas qual o motivo da risada? – Me inclino na sua direção.

–Nada...

–Você escutaram o que ele disse? Eu não ouvi nada... -Pergunto aos outros.

–Ele falou bem alto, Anna. Você que está surda. – Seth continua rindo.

Eu não estava surda, tenho certeza que Billy falou baixo ao telefone, mas prefiro não discutir. Alguém faz algum touchdow no jogo, eles comemoram e durante a euforia acabo esquecendo de perguntar o que Billy falou. Continuamos assistindo o jogo e conversando coisas engraçadas até que Quil e Clarie chegam com quase uma hora e meia de atraso.

–Qual é Quil, furou o pneu do carro? – Embry questiona.

Clarie me dá uma abraço e senta-se ao lado dos garotos. Quil busca na geladeira uma cerveja pra cada e senta-se ao lado dela.

–Quando você crescer você vai entender Embry. – Quil debocha.

–Qual é cara, eu sou solteiro, bonito e charmoso. Acho que você que tem que aprender comigo. – Ele retruca.

–Não é o que a Clarie pensa... – Quil diz se gabando e Clarie fica vermelha.

Na televisão começa um jogo de beisebol. E durante a escalação, as câmeras mostram todos os jogadores, um por um. Quando Chega em Chad Wilton, Quil não segura a gargalhada. Clarie me olha rindo também.

–Eita amiga, agora me lembrei também. Sou sua fã.

–Não vou nem ficar com ciúmes pelo seu comentário, amor, até eu sou fã da Anna por isso. – Quil ainda continua rindo, eu abaixo a cabeça rindo também. Os outros ficam sem intender nada.

–Quer contar ou quer que eu conte? – Quil me indaga animado.

– Cala boca Quil!

–Então eu conto..

–NÂO. Para com isso, que besteira.- Tento mudar de assunto.

–Pode contar agora, a gente quer saber – Diz Jacob.

–Isso aí – Seth complementa.

Encaro Quil com os olhos serrados, e ele só sabe sorrir maliciosamente.

–Ta bom.. é que eu conheço o Chad Wilton..

–Qual é Anna? Vou ter que contar pra você? – Quil

–É, na verdade a gente teve um caso.

Os meninos ficam incrédulos.

–O que? Esse Chad Wilton?

– O melhor lançador da temporada?

–É, esse aí. – sorrio amarelo.

–Ele até levou a Anna pra conhecer a família dele. Não foi um casinho. Ele levou ela pra ficar com ele em Nova York, na final do torneio de 2013. O cara estava louco por ela. E o que ela fez??? Terminou com ele e disse que não estava pronta pra “corresponder as expectativas dele”. Qual é cara? Até eu estaria pronto. – Quil fala se levantando pra exagerar.

Todo mundo olha pra mim.

–Eu não acredito que você fez isso... – Seth balança a cabeça.

–Mas é a verdade. Ele era muito grudento, e não sabia falar de coisas normais. E a mãe dele é bem neurótica, ela tinha álcool em gel em cada canto da casa e só andava com salto alto. O pai dele me olhava de um jeito estranho, parecia que queria me agarrar quando o filho dele virasse as costas e a irmã dele me achou “mais ou menos”, por que eu nunca apareci na televisão. O cara tinha que treinar 24 hrs por dia, ele achava que eu deveria parar de estudar, me casar com ele e ter 3 filhos, dos quais um com certeza se chamaria Chad Júnior.. – Todo mundo dá risada.

–Anna você é de mais!. – Seth levanta e me cumprimenta.

–Cara eu não acredito que estou na casa da quase esposa do Chad Wilton – Embry brinca. – Fala sério, todo mundo quer ser esse cara!.

Me levanto e pego outra cerveja.

–Eu falei pra vocês. Essa menina não é normal! – Quil

–Chega de exagero Quil.

–Ta bom, mas eu nunca vou te perdoar por isso! Eu poderia agora ser compadre do Chad...

Todos riem. Eu sento novamente. Jacob me encara fixamente. Olho pra ele por um momento e desvio meu olhar. Clarie sorri e me dá uma piscada, finjo que não vi.

A noite chega e decidimos pedir uma pizza e jantar todos juntos. Depois de mais um tempo Quil e Clarie vão embora.

–Acho que nós vamos também – Embry olha pra Seth e ele concorda com a cabeça.

Levanto para leva-los até a porta e Jacob continua sentado.

–Jake você não vem? – Seth pergunta olhando para trás.

–Vou daqui a pouco. – ele responde seriamente.

Despeço-me dos outros, eles entram no carro e se vão. Agora somos só nós dois. Jacob esteve calado a maior parte do tempo durante a tarde e a noite, por que ele ainda está aqui? Caminho calmamente até a poltrona e sento olhando pra ele. Ele me olha calmamente, e depois de um tempo calado se inclina em minha direção.

–Anna, você quer conversar sobre seu pai?


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