Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 27
I hope you don't mind that I put down in words.


Notas iniciais do capítulo

Música para o capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=D9AFMVMl9qE
E esse é o fim!
Muito obrigada, queridas leitoras! Amei conhecer voces, mesmo que seja assim tão distante e tão impessoal. É muito gratificante saber que alguém aprecia o que escrevo.
Até breve, beijo no coração!



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Ponto de vista de Jacob Black:

Quil, vai se casar hoje e eu nem acredito em como o tempo passou rápido. Há alguns dias atrás, éramos dois moleques jogando bola na praia... Depois veio as transformações, o imprint do Quil pela Clarie, toda aquela história com a Bella, que não faço questão de recordar e então eu conheci Annabele, com tudo de novo que ela trouxe pra minha vida.

Cara, eu fiquei um dia sem ver ela e já estou com saudades. Parece que o caminho até a casa dela nunca foi tão longo. Ela passou a manha toda ajudando a Clarie e durante a tarde foi se arrumar em um salão, como se isso fosse necessário pra que ela seja a mulher mais bonita da festa.

E que mulher, cara! Eu as vezes me pego sorrindo sozinho quando penso nela. Pensando em como ela sempre tem resposta pra tudo, em como seus olhos sempre foram tão lindos, em como seus lábios são tão bons de beijar, em como ela sabe me fazer rir. O fato é que eu nunca tive boas histórias de amor pra contar, na verdade nunca nem tive histórias de amor, e de repente essa mulher chega nessa cidade que já estava me dando nos nervos e muda tudo de cabeça para baixo.

Annabele nasceu pra mim. Nasceu pra me fazer feliz. Eu sei que demorou um pouco pra que ela entendesse isso, e confesso que enquanto ela esteve fora eu detestava o quanto ela me deixava fraco. Detestava sentir falta do cheiro do cabelo dela, detestava querer encostar minhas mãos quentes na sua pele fria, detestava o fato de nunca ter dito o quanto ela importava pra mim e me sentia horrível por não ter pedido pra ela ficar, por não ter segurado suas mãos e dito com todas as letras que eu já não conseguiria ficar bem sem ela.

Quantos dias eu passei por perto da sua casa só pra sentir um pouco do seu cheiro que restava, quantas vezes eu não sonhei com um beijo que insistia em acabar cedo de mais... E a cada novo dia sem ela, era mais um dia incompleto. De dias incompletos eu fui vivendo até que... até que ela voltou. E então eu soube que tinha que ser daquele jeito, eu não poderia ligar e implorar pra ela voltar, porque ela partiu por escolha própria. Ela deveria intender sozinha, que eu pertencia a ela, e ela a mim. E entendeu. E voltou.

Encontrou tudo meio bagunçado, mas conseguiu consertar. Porque ela não aceita o fracasso e também não aceita não ter o que quer. Annabele é mulher, não é de talvez, ou de quem sabe. É de sim e não. Vai direto ao ponto e aniquila qualquer possibilidade de eu não me apaixonar por ela.

Eu sei bem disso.

Se for pra ficar pensando em como me sinto à respeito dela, vou precisar dirigir até o Alaska e voltar. Mas uma esquina a mais e estarei encostando em sua casa. Esse terno me deixa desconfortável e a gravata aperta o pescoço, mas é por uma boa causa. E ainda não a vi, mas já estou admirado com sua beleza, porque ela sempre é bonita. Estou apaixonado em imaginar como ela estará.

Estacionei a camionete e desci. Antes até de bater na porta ela falou do seu quarto:

–Entra Jake, já estou descendo. – parece que é só pra me deixar mais ansioso. To é com vontade de subir as escadas e arrancar, qualquer que seja, o batom que ela está usando em um beijo que só a gente sabe dar.

Sento naquele sofá que já é tão particular a mim. Apoio os cotovelos sobe os joelhos e junto as mãos.

Então eu ouço a porta do quanto dela se abrir, levanto-me. Ouço seus paços em direção à escada, e quando ela desce o primeiro degrau eu vou a sua direção e paro no pé da escada.

Ela sempre me surpreende!

Ela já tinha me avisado que gostava de superar desafios, mas eu não levei a sério, porque achei que eu já estava no ponto mais alto desse sentimento, que não tinha como ela ser mais bonita aos meus olhos.. então ela continua descendo, com um sorriso no rosto que me tira o mundo de baixo dos pés.

Sem conseguir tirar os olhos dela, acompanho seus movimentos até ela parar na minha frente.

–Gostou do vestido Jake?- ela pergunta meio tímida.

Rio. Ela não faz ideia do que causa em mim.

Balanço a cabeça e mordo os lábios tentando encontrar palavras pra dizer o quanto eu gostei, mas elas não parecem ser suficientes. Abaixo a cabeça, ela percebe minha admiração e sorri. Dou um passo à frente e seguro sua cintura, quanto levanto o olhar, seus olhos estão dentro dos meus.

–Acho que a eternidade vai ser pouco pra nós dois, Annabele.

Ela sorri, e não me contenho em beijá-la. E parece que eu nunca vou me contentar com um único beijo. Se não fosse o casamento do Quil, acho que eu nem a deixaria sair dessa casa, não resistiria.

Não cabe a mim contar detalhes de como ela estava, você que imagine por si mesmo e que dobre ainda mais tudo de bom que pensar, por que palavras são burras e vazias e ainda não aprenderam a descrever essa mulher parada na minha frente.

Eu só agradeço, porque não sei o que, mas ela encontrou alguma coisa boa em mim e se deixou ficar. E foi ficando devagar até que já me pertencia.

Quando chegamos à igreja, todo mundo já estava lá, os homens quase que por unanimidade admiraram a Anna em silencio. E eu não podia culpa-los.

Nos aproximamos do meu pai e ele nos olhava orgulhoso. Eu sei como é pai! Também me sinto orgulhoso ao lado dela.

Depois foi toda aquela cerimônia... Quil estava verde de tão nervoso, fiquei bem perto dele no altar, sério, achei que ele fosse desmaiar a qualquer momento. Depois a Clarie entrou, estava linda vestida de noiva... deu até vontade de ver a Anna assim, mas eu sei, a gente não precisa ter pressa; temos todo o tempo do mundo.

Olhava para ela quase toda hora, ela segurava minha mão forte e sem querer, se perdia no meu olhar. Depois fomos todos para o local da festa, meu pai foi com a Sue, então fomos eu e Anna sozinhos no carro.

–Está muito calado hoje, Jake. – Ela falou me olhando de lado.

Olhei sorrindo pra ela.

–É que estou sem palavras.

–Pode dizer qualquer uma que vier na sua cabeça, eu não ligo... – Sorriu de lado me olhando com aqueles olhos sedutores.

A admirei por alguns segundos.

–Eu amo você. – Disse.

Como era fácil dizer isso agora. É que era pra valer, não era um “achar que amo”, era aquilo e pronto, ela que se acostumasse.

Sem desviar os olhos ela falou pausadamente.

–Eu é que te amo.

Não aguentei andar muitos metros à frente, encostei o carro na estrada e a puxei pra perto de mim, nossos lábios queimavam um no outro. Minhas mãos pareciam ter vida própria explorando seu corpo, e que corpo, cara. Seu cheiro adocicado me fazia perder o controle, e outra vez eu repito: só nos contivemos e continuamos a caminho, porque era o casamento do Quil.

Quando chegamos ao local da festa, Anna consertou o batom no espelho do carro e me olhou rindo.

Ri em resposta também.

Ela mordeu seu lábio inferior enquanto colocava o batom na bolsa. Sem ter consciência do que isso causa em mim. Nem eu mesmo tenho.

A festa estava muito boa, todo mundo estava se divertindo como nunca. Quil e Clarie mais apaixonados do que nunca; Embry e Leah se devorando a cada minuto; Seth ainda inconformado com isso, mas feliz por todo o resto. E Anna e eu... bom, não sei o que ela fez comigo, mas eu tenho certeza que gosto mais de mim com ela junto.

Depois do jantar o Quil se levantou e pediu silencio.

–Quero agradecer novamente a presença de todos os nossos amigos, e gostaria de pedir licença aos músicos por um instante. Tenho uma amiga que é quase uma irmã pra mim e pra Clar e eu não poderia deixar te pedir mais um favor... Annabele, será que você pode nos dar o prazer de ouvir Your Song ao estilo Ellie Goulding?

Me surpreendi com aquele comentário, mais ainda quando a Anna sorriu e se levantou.

Tá de brincadeira? Como eu não sabia que ela cantava?

Então ela caminhou lindamente até o palco, então se sentou no piano. Ela realmente queria me matar de amor...

Ela aproximou o microfone da boca com suas mãos delicadas, então olhou de lado para as mesas onde todos estavam.

–Boa noite a todos! É uma bela música Quil. – Quil sorriu, eu ainda estava surpreso. Ela olhou direto pra mim. – Ofereço-a a esse lindo casal que tanto amo, mas tomo a ousadia de expressar meus sentimentos por meio dela também.

Então Annabele voltou seu olhar para o teclado do piano, respirou fundo e começou a tocar.

Não consegui tirar os olhos dela, acompanhei cada um dos seus movimentos delicados; seus dedos deslizando pelas teclas, seu corpo se inclinando para frente... Sua boca se abrindo, libertando a melodia em sua voz calma e incrivelmente afinada:

“It's a little bit funny, this feeling inside

I'm not one of those who can easily hide”

Meus olhos nem piscavam de admiração. Cada nota, cada tom, cada palavra era um arrepio... tudo passando diante dos meus olhos e entrando direto no coração.

“I don't have much money, but boy if I did

I'd buy a big house where we both could live...”

Seus olhos cercavam os meus, apreendiam os meus. Ela cantava para mim. Encantava.

“So excuse me forgetting, but these things I do

See I've forgotten if they're green or they're blue

Anyway the thing is what I really mean

Yours are the sweetest eyes I've ever seen...”

Sua voz delicada pegou a todos de surpresa, aplausos e assovios surgiram. Mas eu não conseguia me mexer. Estava hipnotizado, completamente. Ela cantava e falava comigo e eu queria dizer a ela: são seus, meu amor, os olhos mais lindo que já vi, são seus.

“And you can tell everybody this is your song

It may be quite simple, but now that it's done...”

Era a coisa mais bonita que já havia vivido, a coisa mais bonita que já havia ouvido.

Annabele cantou aquela música da forma mais linda que poderia ser cantada. Ela me recitou cada estrofe, do fundo do seu coração. E eu, já não sabia mais onde caberia tanto amor em mim.

Então, sem tirar os olhos de mim, vagarosamente cantou o ultimo refrão:

“I hope you don't mind

I hope you don't mind that I put down in words

How wonderful life is now you're in the world.”

E sorriu. E me tirou o fôlego. E me amou em seu olhar.

Quão maravilhosa é a MINHA vida Annabele, agora você está no meu mundo. E eu nunca mais te deixarei sair. Vem, meu amor... vem ser você o meu mundo.

FIM


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