Reason escrita por Amanda Viana


Capítulo 25
Aprendendo a respirar novamente


Notas iniciais do capítulo

Hey galera, boa noitee! Primeiramente, quem aqui já viu o trailler que minha linda irmã fez dessa história? se não viram, corram lá no youtube, meu povo.
Segundamente, ahhhhhhh Reason está na reta final, gente. Confesso que sentirei saudades dessa história *-* Sem mais, espero vocês lá embaixo e espero que gostem.



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—Oi, Boa noite. Me desculpe, sei que você não gostaria que eu viesse, mas eu precisava saber como ela estava. Fiquei pedindo notícias a Júlia a cada cinco minutos, porém não é a mesma coisa. -Pedro estava completamente sem graça, ele sabia que não encaixava mais naquela situação, contudo tudo dentro dele gritava por saber de Luiza.

—Boa noite. Não se preocupe. Ela acabou de sair da mesa de cirurgia. No momento, está se recuperando no quarto da ala UTI, mas creio que não ficará lá por muito tempo, pois a Luiza é incrivelmente forte e sua cirurgia foi bem sucedida. - alegou Marcelo com os olhos irritados e um semblante extremamente cansado, olhando nos olhos de Pedro.

—A Júlia falou que aquele desgraçado atirou nela sem nem pensar duas vezes. Sinceramente, eu não sei como você não o matou no mesmo instante. -disse simplesmente, deixando transparecer toda a raiva que sentia.

—Lamentavelmente, haviam muitos policiais para me conter, mas, com toda certeza, ele terá uma boa recompensa por tudo o que fez. Óbvio que não será o suficiente, pois nada nunca pagará o que ele fez a ela, entretanto farei o impossível para que ele envelheça na cadeia. E você sabe o destino que aguarda os que cometem esse tipo de crime lá dentro... -Marcelo falava com uma convicção irrefutável. De fato, o jovem pai moveria céus e terras para manter Thiago na cadeia por longos e tortuosos anos.

—Bom, farei o que puder para lhe ajudar nisso. Será que poderemos vê-la? Sei que pode parecer demais pedir isso, mas eu realmente gostaria de poder visita-la. – a voz de Pedro soava sincera e sem segundas intenções para Marcelo.

—Sim, poderemos. Só acho que você deveria voltar amanhã, pois o efeito da anestesia só passará ao amanhecer, segundo o médico responsável pelo quadro dela. -sugeriu Marcelo cordial e generosamente.

—Entendo. Bom, fico muito feliz com o desfecho que esse pesadelo teve. Eu não sei o que faria se ela morresse nas mãos daquele miserável. -Pedro não se conteve e acabou deixando escapar as palavras que demonstravam o quanto ele ainda gostava da sua ex-namorada. Marcelo ouviu o que o homem a sua frente disse e apenas desviou o olhar encabulado. _Desculpe mais uma vez, não tive a intenção.

—Tudo bem. Ainda é tudo muito recente. -limitou-se.

—Marcelo? – Pedro chamou a atenção do amigo a contragosto, porém eles precisavam ter aquela conversa.

—Sim. -Marcelo já sabia exatamente o que viria e estava disposto a ouvir seu antigo melhor amigo.

—Eu preciso que você entenda que, independentemente, nós ainda somos amigos. Sei que nada jamais será como antes, mas, realmente, quero me desculpar por todas as besteiras que disse a vocês dois naquela noite. Eu estava transtornado. -Marcelo ouvia atentamente as palavras de Pedro, apesar de todo cansaço que sentia. _Vamos passar uma borracha em tudo o que passou e seguir em frente com nossas vidas? Creio que merecemos isso. Nossa amizade merece uma segunda chance. -Pedro mantinha um olhar e tom firmes, ele, de fato, desejava seguir em frente e esquecer o que passou entre eles quatro.

—Eu estou totalmente de acordo. Claramente, não será fácil restituir uma harmonia entre nós novamente, mas, também, não é impossível. Tenho plena certeza que Luiza não se oporá a isso, Pedro. Sigamos, é o mais correto a ser feito! -Marcelo falava do fundo do seu coração, uma vez que sabia que essa era a coisa mais certa a ser feita e, muito provavelmente, também era a vontade de Luiza.

Os dois velhos amigos se despediram com um breve aperto de mãos e um abraço. Caminhando para a saída, Pedro ainda abraçou Júlia e foi embora sem olhar para trás. Seu coração estava em paz, quem sabe o que lhe esperava pela frente? Ele não tinha a mínima ideia, mas não deixaria de viver sua vida por causa das amarras do passado. Esse era o rumo que todo ser humano deveria traçar para ser feliz, simplesmente, seguir em frente e tentar viver da melhor maneira possível sem guardar ressentimentos das situações difíceis que nos afligem cotidianamente. Infeliz ou felizmente, a vida não é feita apenas de conquistas positivas e sorrisos, ela, também, é composta por dissabores, e nós, como seres reflexivos, devemos dar o nosso melhor todos os dias para superar os obstáculos e alcançar a felicidade, sem nos deixarmos envolver por completo pelos sentimentos ruins que naturalmente afetam-nos diante desses percalços.

Marcelo se acomodou ao lado de Júlia e tentou cochilar um pouco, permitindo-se fechar os olhos para descansá-los. Como já havia premeditado, não conseguiu relaxar como desejara, então deteve-se a lembrar de tudo o que havia ocorrido nas ultimas semanas. “Tantas alegrias e descobertas ao lado de Luiza...” pensou com um sorriso nos lábios. Marcelo, apesar de todos os episódios ruins e extremamente difíceis que havia enfrentado, mantinha o coração alegre, pois jamais imaginou encontrar o amor novamente, e como num rompante, Luiza havia entrado em sua vuda e mexido com suas estruturas desde o primeiro instante em que seus olhos pairaram sob os dele. “Ela é, sem sombras de dúvida, uma grande mulher!” concluiu mais uma vez no silêncio de seus pensamentos.

As horas passaram lentamente naquela madrugada. O sol chegou com sua potência em baixo nível naquela manhã, assim como era de costume ocorrer por entre aquela região. Marcelo estava ao lado de Lavinha na sala de espera um tanto inquieto e ansioso pela chegada do médico de Luiza. Ele queria mais do que tudo olhar novamente o rosto da sua amada.  Com um copo de café em mãos, o homem não parava de bater com um dos pés no chão rapidamente, como se aquilo o mantivesse em seu estado sereno. Lavinha o olhou nos olhos por um instante e disse:

—Marcelo, meu filho, não demora e logo poderemos ver a Luiza. Tente ficar calmo, meu bem. Tudo está novamente em ordem agora. Ela poderá ir para casa sorrir com você e o Joaquim em poucos dias. Aquele homem não conseguiu nem, jamais, conseguirá acabar com o relacionamento que vocês construíram. -As palavras da senhora ao seu lado o atingiram em cheio. No fundo, ele já sabia de tudo aquilo, mas ouvir a voz de sua mãe tão calma e doce era grandemente reconfortante.

—Eu sei, mamãe. Nunca duvidei disso. Obrigado por sempre ter estado ao meu lado. Eu te amo demais! -sorriu largamente abraçando e acomodando a cabeça de sua mãe em seu peito. Ela representava muito do homem que Marcelo havia se tornado.

Mais algum tempo depois, por volta das 10:30min, o médico responsável por Luiza falou com Marcelo, Lavinha e Júlia para informar que eles poderiam vê-la, porém só era permitido entrar um de cada vez, uma vez que a moça ainda estava se recuperando fisicamente e encontrava-se muito abalada psicologicamente.

Marcelo caminhou contente em direção ao quarto da sua namorada, e antes de entrar sorriu e respirou profundamente. Um barulho na porta chamou a atenção de Luiza, logo ela olhou na direção do som e ficou a observar para saber quem estava entrando. Quando ela viu o rosto de Marcelo, parecia que algo havia se iluminado dentro dela, a dor que sentia não mais importava, pois tudo o que a loira reconheceu em seu corpo eram os efeitos que o amor que a envolvia fazia não só com seu corpo, mas, também, com sua alma. Um largo sorriso cresceu em seu rosto, os olhos lacrimejaram fortemente e Luiza pronunciou o nome do homem que amava como um respiro de alivio.

—Marcelo, meu amor. -sua voz saiu estrangulada pelo choro que já a tomava, pois só de ver o rosto dele sorrindo para ela tão naturalmente, flashs das horas passadas nas mãos de Thiago inundaram a mente sofrida de Luiza.

—Oi, meu amor, bom dia! -disse apenas, abaixando-se para ficar na mesma altura de Luiza, tomando-a em seus braços e deixando-se assim por alguns longos segundos.

Luiza e Marcelo pertenciam um ao outro, e isso era notável tanto para aqueles que os conheciam como para os que viam os dois pela primeira vez. Nenhum deles planejaram a proporção que o sentimento existente no coração de ambos tomaria. Era um amor puro, maduro e verdadeiro. Marcelo conseguia sentir cada parte do corpo de Luiza em seus braços, ele havia desejado com todas as suas forças aquele momento. Seu coração estava em festa.

—Eu... eu... Me desculpe por toda essa agonia. Eu jamais imaginei que ele fosse capaz de fazer o que fez. Eu não sei nem como tudo aquilo foi acontecer... -Luiza falava em meio a soluços. Só de saber que colocou a vida de Marcelo em risco seu corpo estremecia.

—Shiuuu! Não fale mais nada, meu bem. Você não tem culpa de absolutamente nada. Ele foi um verdadeiro monstro, Luiza, e pagará caro pelo o que fez com você, meu amor. Mas, agora, não falemos nisso. Quero te ajudar na recuperação e quero te ver bem, feliz. Tentemos esquecer o que passou, por favor. -Luiza olhava para Marcelo com os olhos chorosos, mas com um semblante que denotava leveza e alivio por tudo ter acabado.

—Obrigada, Marcelo. Eu não sei o que seria de mim sem você. Realmente, você chegou e mudou minha vida completamente, na verdade, não só você, mas o meu pequeno Joaquim também. Por falar nele, cadê meu anjinho? -a jovem escritora estava preocupada com seu menino, uma vez que já faziam dias que não o via.

—Está em casa com meu pai e uma outra babá substituta. Precisei conseguir alguém temporário, não tinha como minha mãe cuidar do Joaquim todos esses dias em tempo integral. Ele está bem, meu amor. Bom, agora que já consegui te ver, vou sair para uma Júlia desesperada vir aqui. -Marcelo ficou de pé ainda segurando a mão da loira, olhando-a sorridente e carinhosamente.

—Tudo bem. Preciso mesmo abraça-la. Você vai ficar aqui no hospital? -perguntou curiosa na torcida para que ele ficasse.

—Claro que vou ficar, Lú. Devo passar em casa apenas para ver como está o Joaquim e tomar um banho. Porém, volto bem rápido. -sorriu já soltando a mão da moça para lhe beijar a testa.

Ao sair do quarto, Marcelo sorriu mais uma vez para Luiza e soltou um beijo, ela sorriu largamente em resposta. Sem demora e como um furacão, Júlia entrou no quarto já chorando muito e abraçando a amiga.

—Lú, pelo o amor de Deus, eu juro que se eu passar por uma dessas novamente eu infarto e morro primeiro do que todo mundo. -disse a morena em meio a soluços nos braços de sua melhor amiga.

—Calma, passou, passou. -Luiza fazia movimentos circulares nas costas da amiga que parecia uma menina desolada. _Já acabou, amiga. Olha para mim, eu tô aqui firme e forte. Bom, um pouco remendada e com menos um órgão, mas bem e feliz por estar aqui com vocês mais uma vez. -sorriu largamente enxugando as lágrimas de Júlia.

—Passou sim. Foram dias horríveis sem você, Lú, mas, agora, sei que aquele imbecil não irá mais nos incomodar. Nunca mais ele tocará, nem mesmo, num fio de cabelo seu. -Afirmou olhando sua amiga nos olhos.

—Isso mesmo! Por favor, amiga, pare de chorar. É tempo de sorrir. -alegou sorridente.

—Eu trouxe algumas coisas para você de casa, algumas roupas, artigos de higiene pessoal. Achei que você fosse preferir suas próprias coisas, amiga. Eu não poderei passar a noite aqui, por que só permitem apenas um acompanhante e o Marcelo não abre mão disso, mas se você quiser, eu posso te ajudar com o banho antes de ir junto com a enfermeira.

—Obrigada, Jú. Mas só se não for lhe atrapalhar muito. Eu quero mesmo tomar um banho, devo estar assustando de tão descabelada. -falou em meio a risos.

—Tudo bem. Sei que você acabou de sair de uma cirurgia e muito provavelmente eu vá para o inferno por causa disso, mas não posso negar, amiga. Você está horrível mesmo! –  as duas sorriram abraçando-se mais uma vez. Júlia deixou escapar mais algumas lágrimas naquele abraço demorado e deteve-se a recordar rapidamente tudo o que já viveu e compartilhou ao lado de sua velha amiga.

—Tá vendo só, é por isso que te amo, sua louca. Obrigada por tudo! -despediu-se com um sorriso largo nos lábios, apesar de sentir muita dor no corpo.

—Vou indo para que a Lavinha possa vir te dar um beijo. Eu te amo, amiga, e sempre estarei aqui para você. -sorriu beijando o rosto de Luiza e ficando de pé.

—Eu também amo você, Jú. -sorriu apenas e acenou se despedindo quando Júlia já estava na porta.

Luiza já estava a ponto de chamar um médico por conta das dores que sentia quando Lavinha entrou em seu quarto. Ela ficou preocupada, pois imaginou que algo poderia estar muito errado dentro dela.

—Oi, querida, bom dia! Como é bom olhar esse rostinho mais uma vez. Senti tanto medo, Lú. -Lavinha se aproximou e sentou ao lado da moça na cama, acariciando seus cabelos.

—É também muito bom te ver novamente, Lavinha. Muito obrigada por tudo. -sorriu pesarosamente com um pouco de dificuldade por causa da dor que sentia.

—Está tudo bem? Sentindo dores, meu bem? Lavinha se alarmou ao ver o rosto da moça tenso enquanto falava com ela.

—Estou sim, Lavinha. Está doendo bastante, mas eu acho que não precisa se preocupar. Aiii! -a jovem não terminou de falar, pois uma pontada do mesmo lado em que a cirurgia foi feita a deixou sem ar.

—Só um momento que vou chamar um médico para ver o que está acontecendo. Amo você, querida. Aguenta firme mais um pouquinho, certo? -Lavinha levantou-se beijando a cabeça de Luiza e sorriu gentilmente numa tentativa de passar alguma calmaria para a moça que estava se retorcendo de dor.

—Tudo bem, Lavinha. Eu aguardo. Também amo a senhora. -limitou-se a poucas palavras e tentou se concentrar em respirar.

O dia passou sem muitos imprevistos. Marcelo foi em casa e aproveitou para levar Júlia e Lavinha. Joaquim estava sorridente como sempre, mas fez um pouco de birra ao se despedir do pai que acabou indo embora com um aperto no coração por ter que ficar longe do filho. Ao chegar no hospital, Marcelo foi direto para o quarto de Luiza, segurando em suas mãos um buquê de girassóis singelo e fresco. Seu coração sempre batia forte ao ver o rosto meigo de Luiza a encará-lo. Ela estava recém tomada banho, seus cabelos arrumados numa trança lateral que amorosamente Júlia havia feito. Um doce sorriso brincava em seu rosto, agora, sem dor ao ver o buquê nas mãos do seu namorado.

—Você parece estar bem melhor, meu bem. Fico feliz por isso e para te deixar ainda mais radiante, trouxe essas flores pra te alegrar um pouco. -sorriu depositando um beijo casto nos lábios da jovem que manteve as flores em seu colo.

—Muito obrigada, namorado. E é só por isso que vou deixar passar sua observação sobre minha aparência. -a moça o olhou nos olhos estreitando-os como se tivesse descoberto algo que Marcelo deixara passar.

— Como assim? Que observação, senhorita? – Marcelo realmente não estava entendendo onde sua namorada queria chegar. Ela sempre o surpreendia com algum comentário do tipo.

—Hoje mais cedo, a Júlia concordou comigo e disse que eu estava horrível mesmo. Daí você chega e diz que estou melhor... -disfarçou o sorriso que se alargava em seus lábios ao notar o ar engraçado de Marcelo ao olhar para ela.

—Você sabe bem que não falei nesse sentido, meu amor. Você é linda e sempre será. Até mesmo se um trator passar por cima de você, ele jamais abalaria sua beleza, querida. -Marcelo falava do fundo do seu coração, ele achava Luiza uma das mulheres mais lindas que tinha visto na vida.

—Estou brincando com você, seu bobo. Sei que sou a mulher mais linda que você já viu. -alegou sorrindo largamente, enquanto abraçava seu namorado.

—Eu nunca vou conseguir parar de me surpreender com esse seu jeito todo particular, Lú. Te admiro demais! -confessou no ouvido da jovem que sorriu ainda mais ao ouvir as palavras de Marcelo.

Luiza jantou com Marcelo observando-a enquanto comia seu próprio jantar. Feliz e satisfeita com a comida, a moça respirou fundo ao encarar Marcelo sentado numa poltrona ao seu lado, lendo uma notícia no jornal. Luiza pensou consigo mesma e concluiu que era uma das mulheres mais felizes do mundo, pois ao seu lado estava um homem completo, gentil, inteligente, alegre, bonito, amoroso, atencioso... Enfim, eram muitos os adjetivos positivos que cabiam a ele. Ela realmente encontrara o grande amor de sua vida.


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Notas finais do capítulo

é isso, pessoal. Vejo vocês no próximo! Obrigada pelo carinho e fiquem com Deus *.*



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