Reason escrita por Amanda Viana


Capítulo 17
Permita-se!


Notas iniciais do capítulo

Oi meus lindos e lindas!
Sinto muitíssimoooo por essa demora toda, mas meu notebook quebrou e agora dependo dos meus amiguinhos para escrever... sem falar que as férias acabaram e agora só Jesus na causa!
Mas, entretanto, toda via, estou aqui por que amo demais compartilhar essa história com vocês, mesmo que de forma tão amadora! rsrs :)
Esse capítulo foi escrito com muito carinho e acabei de terminá-lo, então por favor, perdoem os erros gramaticais e tudo o mais. Sem mais delongas, boa leitura amorecos!



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Marcelo e Luiza pousaram em São Paulo por volta das 21:00. Enquanto Marcelo acertava tudo o que era necessário na recepção do imponente hotel, Luiza resolveu ligar para Pedro afim de avisar que estava tudo bem.

O moreno estava um pouco impaciente, pois por algum motivo um erro ocorrera com relação a sua reserva, entretanto a pessoa responsável por esses detalhes tinha lhe assegurado que estava tudo certo, antes mesmo dos dois embarcarem. A recepcionista informou que os nomes haviam sido confundidos e que a reserva tinha sido feita para um casal, ou seja num único quarto, com uma única cama. Por conta do horário tão em cima da hora, não havia duas suítes na opção solteiro disponíveis.

O moreno olhou em direção a Luiza que estava distraída falando com alguém no celular olhando para frente, provavelmente estava deslumbrada observando os detalhes sinuosos do salão de festa. Ela sorriu largo num certo momento e ele conseguiu capturar o lindo sorriso da moça. Rapidamente Marcelo voltou seu olhar para a moça que estava tentando lhe ajudar e perguntou se não tinha nenhuma outra solução para o seu problema.

—Senhor, eu sinto muito, mas, infelizmente, não há suítes disponíveis. Se o senhor assim preferir, podemos colocar duas camas de solteiro dentro do quarto, levará algum tempo para deixarmos tudo pronto, mas lamentavelmente, essa é a única solução. –a moça falava prontamente com um sorriso programado no rosto.

— Não, esqueça. Estamos muito cansados, pode me dá a chave da suíte já reservada, por favor!?

—Aqui está, tenham uma ótima estádia!

Marcelo caminhou em direção a Luiza com um sorriso contido nos lábios, ela logo percebeu que ele tinha algo para lhe dizer.

—Ocorreu algum erro em nossas reservas e, infelizmente, registraram nossos nome como um casal, automaticamente foi reservado um único quarto para essa noite. Tentei conseguir duas suítes solteiro, mas não há vagas. –falou de uma só vez olhando para a moça, que logo que ouviu suas palavras juntou as sobrancelhas apreensiva.

—Nenhuma vaga? –Luiza ficou um pouco nervosa com a situação em que se encontrara, tudo estava indo tão bem e, de repente, ela precisava dividir uma cama de casal num luxuoso hotel com o ultimo homem na face da terra que desejaria fazer aquilo.

—Nenhuma! Mas não se preocupe, você fica com a cama e eu me arrumo com um sofá ou algo do tipo. –falou rapidamente, prevendo os pensamentos da loira.

—Que nada, Marcelo! Somos adultos, não há nada demais em dividir uma cama com você. A não ser que você veja algum problema absurdo nisso... –falou olhando diretamente em seus olhos.

—Claro que não! Vem, vamos subir, precisamos descansar!

Luiza e Marcelo pegaram o elevador e chegaram até a suíte que fora reservada para dos dois. Ao entrarem, a loira não pode conter a surpresa, ela estava, de fato, maravilhada com a beleza refinada do interior daquele lugar.

Sorrindo, ela deu alguns passos pelo quarto ficando a frente de Marcelo que apenas a observava. De origem humilde, a moça conseguira prender toda a atenção do jovem pai, ele sorria com o canto dos lábios de forma sutil para que ela não percebesse sua expressão.

—Gostou?

—Sim, é maravilhoso! Olha só essa cama, é enorme! E puxa! É tudo tão lindo... –ela virou com um largo sorriso no rosto fazendo Marcelo parar no tempo por alguns segundos.

—Ao menos, eles conseguiram nos recompensar de alguma forma, pois iremos pagar o mesmo valor que fora combinado no momento da reserva, podendo desfrutar de uma das melhores suítes do Hotel. –disse Marcelo tentando afastar qualquer pensamento que o impedisse de raciocinar corretamente.

—É, ao menos isso! Bom, eu vou arrumar algumas coisas para tomar um banho, quero tentar dormir cedo. –falou calmamente caminhando até sua mala.

—Tudo bem, farei o mesmo!  Mas pode ir primeiro, vou ligar para minha mãe.

Luiza apenas acenou com a cabeça concordando. Logo, ela pegou uma peça de roupa da mala morrendo de vergonha, pois achando que ia dormir sozinha, colocou uma única camisola na mala; a peça não era indecente e nem mesmo tão sensual, mas ia apenas até metade das coxas, era um modelo camisão confortável. Entretanto, sem escolhas, ela entrou no Box já despida e começou o seu banho quente e relaxante.

Marcelo não podia esconder seu pequeno nervosismo.

Ele havia acabado de falar com a mãe e ouvir um “Eu te amo, papai!” do Joaquim que estava um pouco relutante para dormir. Ainda com o aparelho nas mãos, Marcelo encontrava-se próximo a varanda da suíte olhando o horizonte escuro, iluminado apenas pelas inúmeras luzes da grande São Paulo. "Seria muito desconfortável obrigar Luiza a esperar mais que uma hora por uma troca de camas", pensou consigo mesmo tentando se convencer de que havia feito a coisa certa.

—Pronto, já pode ir! Teremos alguma reunião ou algo do tipo para amanhã cedo? –a moça estava naturalmente linda, com o cabelo preso em um coque frouxo e alguns fios soltos emoldurando seu rosto. Marcelo notou o quão perigoso a sua decisão parecia ser naquele momento. Luiza virou-se encarando-o, confusa ela se pôs a esperar a resposta que não vinha; _Marcelo?

—Desculpe! Não, creio que não teremos nada muito cedo, creio que nossa primeira reunião está marcada para as 10:00. –falou rapidamente caminhando em direção a sua mala desviando completamente o olhar.

—Tudo bem! então dará tempo de ir a algum salão de beleza? –perguntou tentando amenizar o clima que havia se instaurado no ambiente.

—É, acho que sim, Lu! Bom, se você não demorar por muito tempo... –falou já com sua roupa nas mãos olhando para a moça novamente.

—Okay! Bom, eu vou deitar, estou exausta e muito nervosa, preciso me concentrar para dormir, se eu conseguir dormir... –disse ajeitando as cobertas.

—Prometo que não ronco! –falou sorrindo já a caminho do banheiro.

Luiza apenas sorriu e deitou-se no lado esquerdo da grande e luxuosa cama, sentindo que estava em apuros. Pensou em como Júlia agiria num momento como aquele e então quase gargalhou alto, pois sabia que se fosse a Júlia em seu lugar, não teria nem mesmo se envergonhado com o tamanho de sua camisola.

A loira estava completamente alheia ao que acontecia ao seu redor, compenetrada, apenas, em um mundo particular que ela mesma criara e onde sozinha vivia. Luiza pensou que a situação em que se encontrava era completamente irreal, coisa de filmes românticos clichês mesmo, uma verdadeira comédia trágica/romântica, se é que esse gênero existia. Ainda de olhos fechados sentiu um aroma inundar seu âmago, perfume esse que fez com que ela inspirasse profundamente e sorrisse levemente; Era Marcelo quem estava deitando ao seu lado, recém tomado banho. A loira bufou mentalmente rindo da própria “desgraça” e virou-se sutilmente para falar com ele.

—Você conseguiu falar com sua mãe? –sua voz saiu baixinha e rouca, mesmo sabendo que não havia motivos para sussurrar, entretanto era como se fosse algo automático usar aquele tom.

—Consegui!  –disse apenas, deitado com a barriga para cima enquanto ajeitava suas cobertas.

—Como está o Joaquim? Já foi dormir? –a moça estava, de fato, preocupada com o pequeno.

—Sim, graças a Deus está tudo bem! A mamãe disse que ele relutou um pouco, mas acabou dormindo.

—Fico feliz! Sinto saudades do meu pequenino! –disse esboçando um largo sorriso que mesmo com pouca luz Marcelo sentiu-se forçado a encará-la e presenciar o sorriso que tanto o encantava.

—Sabe, Lu... –Marcelo travara um dilema interno, ele chamou a atenção de Luiza e depois cortou sua fala, como se estivesse decidindo entre continuar ou não.

—Sim!?

—O Pedro finalmente encontrou alguém que valesse a pena, você é uma mulher incrível! E não sabe o quanto admiro esse seu instinto maternal, acho que deixei isso claro desde o inicio, mas é que realmente me surpreende, Luiza. Você é tão nova, e ainda assim tão atenciosa e responsável... Eu realmente sou muito grato a Deus por ter colocado você em nossas vidas! Muito obrigada, sinceramente muito obrigada! –Marcelo tocou a mão da jovem suavemente e a levou até seus lábios beijando-a carinhosamente. Luiza ficou confusa com aquele momento tão lindo, mas, ao mesmo tempo, tão inusitado, entretanto sorriu gentilmente olhando diretamente nos olhos de Marcelo.

—Não há o que agradecer, Marcelo, pra mim é um imenso prazer cuidar do Joaquim, e sem falar que esse emprego me trouxe mais alegrias do que tristezas e decepções. Olha só onde estou!? –sorriu largamente ficando de barriga para cima assim como Marcelo havia feito após percebe-se envolvido demais no sorriso da loira.

Um silencio se instalou no ambiente, entretanto como nenhum dos dois se virou para dormir como seria o mais natural a ser feito após a conversa findar.

Marcelo inspirou profundamente e olhou rapidamente para Luiza voltando quase no mesmo instante a encarar o teto.

—Luiza? –Mais uma vez Marcelo estava preso num impasse, não sabia ao certo se deveria tocar naquele assunto, mas ele precisava falar.

—Oi!?

—Quando você fala em tristezas e decepções, você se refere a nós dois? Ou melhor, a mim?

Mais uma vez o som cessou no quarto e o que se ouvia era apenas a respiração profunda de Luiza, porém controlando-a, ela pediu para que Marcelo a olhasse nos olhos, obedecendo-a, a loira resolveu falar após alguns segundos encarando-o ainda em silêncio.

—Marcelo, infelizmente ou felizmente eu me apaixonei por você, e a culpa não foi sua e talvez nem mesmo eu tenha alguma culpa, mas... –a moça baixou o olhar e respirou sofregamente. _Eu sempre soube que você jamais me corresponderia, e tudo sempre esteve muito nítido para mim, porém foi mais forte do que eu, eu tentei mas não consegui evitar e acabei sofrendo sim, e a decepção foi mais com relação a sua não tentativa em se permitir do que qualquer outra coisa...

—Mas, Lu... –começou a falar, todavia foi impedido de continuar.

—Marcelo, me deixa terminar, okay!? –Marcelo apenas meneou a cabeça assentindo e voltou a olhar a moça nos olhos. _ Quando você me beijou naquela única noite, eu senti o quanto você me queria, mas assim que nos afastamos senti também o quanto você achou aquilo absurdo e inapropriado. Depois daquele beijo tudo desmoronou dentro de mim, Marcelo, eu não sei se você já amou alguém sem ser correspondido, mas se sim, sabe exatamente do que eu estou falando. Dessa forma, você sabe também o quão importante é levantar a cabeça e seguir em frente, não é mesmo? –Luiza conseguiu não derramar uma lágrima sequer, mesmo estando um turbilhão de emoções por dentro.

—Sim, eu... –mas uma vez o moreno queria falar, contudo a moça aceitou apenas a primeira resposta, colocando a mão suavemente em seus lábios para que ele a deixasse continuar.

—Sendo assim, Marcelo, eu estou seguindo em frente, não tem sido fácil, mas acho que estou conseguindo sorrir pra vida, afinal, como já disse anteriormente, ainda existe muito espaço ai dentro ocupado pela Verônica, e eu não lhe culpo, ela foi o grande amor da sua vida e é a mãe do seu filho. Eu entendo, eu juro! Mas de agora em diante, acho que nos devemos isso, não achas? Não achas que precisamos ser feliz apesar de não termos o que realmente queremos? –finalmente ela havia colocado pra fora tudo o que desejara falar desde que decidiu ser feliz, apesar de gostar de alguém  que não a amava. Sorrindo ela continuou a encará-lo e como se não conseguisse mais olhar nos belos olhos claros da moça, ele respirou profundamente e voltou seu olhar para o teto.

—Luiza, eu te admiro mais a cada dia que passa, e você sabe disso. Não há nada que eu mais queira pra você do que a sua felicidade, e sinto um carinho imenso por você... –ele parou de ímpeto e virou-se de modo que acabou se aproximando um pouco mais de Luiza. Respirando com pesar, ele olhou em seus olhos e suavemente tocou seu rosto, a moça quase como de maneira automática, fechou os olhos para sentir o toque dos dedos de Marcelo lhe passarem uma sensação nostálgica, única e eletrizante. _Você me atrai de uma maneira completamente avassaladora, Luiza, sei que não devo, mas quando eu te olho dessa forma, quando sinto você tão próxima a mim... –Marcelo parou mais uma vez tentando controlar o impulso que o levava até Luiza, sentindo que o mesmo se tornava a cada segundo mais forte. _Ou até mesmo quando você está longe, basta, apenas, a lembrança do seu sorriso para que minha mente fique presa e voltada somente para você. Eu...

Dessa vez quem o interrompeu foi a própria Luiza, ela sabia que o que estava acontecendo ali poderia acabar muito mal, e tudo o que ela não queria era viver um momento de felicidade apenas, de modo que quando amanhecesse toda a alegria que sentira iria se esvair e restariam somente tristezas e a lembrança de algo que jamais voltaria a acontecer.

—Marcelo, não precisa se explicar mais, tudo bem!? Eu te entendo, de verdade, eu entendo você. Mas agora, preciso que você compreenda que estou com o Pedro e é assim que devo continuar, por favor, não me leve a mal, mas isso aqui, tudo isso, não nos levará a lugar nenhum! Não quero machucar o Pedro e sei que você também não quer isso... –falou gentilmente tirando a mão de Marcelo do seu rosto e mantendo-a junto a sua carinhosamente.

—Eu sei, não se preocupe, ninguém machucará ninguém aqui. Você tem a minha palavra. Me desculpe, Lu, tenha uma boa noite! –Marcelo limitou-se apenas a essas palavras. Beijando castamente a testa da moça, ele lhe deu as costas e se pôs a encarar o nada. Luiza baixou o olhar e fez o mesmo.

Marcelo não soube quanto tempo ficou acordado escutando apenas a respiração suave da linda mulher ao seu lado. Entretanto, o homem pegou no sono após alguns vários minutos.

—Sabe, você não precisa relutar tanto assim, não precisa sentir tanta culpa... Marcelo, pelo o amor de Deus, qual o problema de sentir o que está sentindo? –a doce voz de Verônica lhe falava gentilmente. Os dois estavam caminhando por entre um jardim com arvores espessas e altas.

—Não é tão simples assim, você tem noção do quanto eu ainda te amo? –perguntou encarando-a seriamente.

—Meu amor, eu não tenho duvidas do seu amor por mim, entretanto você não está mais apaixonado por mim, querido, você está completamente louco por ela, isso é nítido! E sinceramente, eu não vejo problemas nisso! –falou meio risonha de forma leve e natural.

—Como assim não ver nenhum problema? Verônica, você é a minha esposa! –Marcelo estava começando a se irritar com o tom natural da mulher ao seu lado.

—Marcelo, olhe pra mim, e preste atenção! –pediu segurando seu rosto com suas mãos fazendo com que ele levantasse o olhar. _Eu fui sua esposa, eu fui seu grande amor e você não sabe o quanto me fez feliz enquanto sua mulher, eu sempre irei te amar! Mas é exatamente por te amar tanto que eu quero apenas a sua felicidade, e olhe pra você! Está se afundando em trabalho, mal para em casa, fica se esquivando da Luiza... Meu amor, essa moça te ama quase como eu te amo, basta uma questão de tempo e mais aproximação para que ela passe a te amar ainda mais. Eu não estou mais aqui , meu bem, eu nunca mais irei voltar! Por favor, seja feliz, se permita viver esse sentimento, dê uma chance para si mesmo. Faça isso por você, pelo Joaquim! Viva Marcelo! Me deixe partir de uma vez por todas! –Marcelo ouviu as palavras de verônica com lágrimas nos olhos. Mas quando ele ia começar a falar, a imagem da mulher começou a ficar esmaecida de modo que em poucos segundos ela sumiu e no fim, era tudo escuridão.

As vezes é preciso encarar a realidade de peito aberto. Ficar repetindo frases como “Eu já  esqueci!” ou, “isso e aquilo não significam nada para mim!”, ou até mesmo,“Eu não estou apaixonado(a) por ele(a)!” torna-se apenas uma ilusão infeliz, uma resistência que sua mente cria para tentar não sofrer, porém o resultado é completamente inverso. A partir do momento em que essas verdades incertas caem por terra, tudo o que resta é um vazio profundo e cheio de tristezas e ressentimentos. Portanto, mesmo que a verdade seja dura, mesmo que a realidade não seja tão doce como você sonhou, permita-se sentir, permita-se viver, permita-se sorrir ou chorar. Mas, por favor, viva! Seja uma pessoa sem reservas e livre de qualquer mentira, deixando-se, apenas, ser um simples ser humano no palco da vida que busca a felicidade com toda força!

Continua...


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Notas finais do capítulo

HeyO/
Muito obrigada por chegarem até aqui! Prometo que logo logo estarei postando mais um capítulo! Por favor, torçam para que eu consiga consertar meu neguinho de uma vez *-*
Um xêro e até o próximo gente! :)
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