Reason escrita por Amanda Viana


Capítulo 15
Sinceramente covarde?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Boa noite a todos *-*
Feliz demais por estar aqui e por finalmente ter acabado esse capítulo... Feliz também, ter conseguido após um ano postar um novo capítulo de "All i need" juntamente com minha amiga Mel, quem ainda não leu, passem lá e confiram!
Bom, eu espero que vocês gostem, tenho escrito com carinho! *-*

Enjoy! :)



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—Marcelo, quando será a publicação do livro da Luiza? –perguntou Rafaela mudando de assunto completamente, olhando diretamente para Marcelo.

—Daqui a um mês, se tudo ocorrer bem... Por que, Rafa? –Marcelo juntou as sobrancelhas visivelmente intrigado.

—Não sei, mas você acha mesmo que vale a pena? Digo, você avaliou o material minuciosamente? Será mesmo que resultará em lucros? –falou sinceramente ainda sem desviar o olhar.

—Claro. Sem duvida alguma esse livro será um sucesso! A Lú conseguiu juntar vários temas numa trama incrível.  Ela é muito talentosa, está sendo um ótimo negócio para a editora publicar esse livro! –respondeu convictamente.

Só estavam os dois na casa, Luiza havia deixado um bilhete avisando que iria numa pracinha ali perto com Joaquim. Marcelo havia chegado do trabalho juntamente com Rafaela, pois ela tinha lhe dito que iria acompanha-lo até em casa para que ele pudesse pegar algumas coisas, dar um beijo no filho e, logo após, os dois iriam para o hospital. Rafaela sempre esteve presente na vida de Marcelo, mesmo com Verônica falecida os dois ainda mantinham contato, mesmo que apenas por telefone ou se encontrando em eventos em comum.

O fato era que mesmo inconsciente, Rafaela nutria um interesse demasiado por Marcelo, era errado sim, pois ela e Verônica se conheciam desde o ensino médio e eram quase como irmãs, mas ela lutava para não sentir, entretanto tudo dentro dela parecia ansiar por ele e depois da morte de sua amiga, tudo se intensificara.

Porém algo estava acontecendo com ele, ela conseguia ver em seus olhos que as coisas não estavam como sempre foram, um brilho diferente pairava dentro deles, quando a Luiza estava por perto o sorriso dele não era mais o mesmo, havia uma tensão entre eles, mas, obviamente, havia uma química. Aquilo estava lhe enlouquecendo aos poucos, o sentimento de perda só aumentava a cada olhar que Luiza lançava para ele.

—Tem certeza que essa publicação está sendo boa apenas para editora? Você aparenta gostar bastante dessa garota... –a voz de Rafaela estava a dois palmos de distancia, Marcelo conseguia ver as nuances de ciúmes em seus olhos, mas antes que ele pudesse responder devidamente Luiza chegou com Joaquim, e rapidamente o garoto correu para os braços do pai, tropeçando aqui e ali, mas conseguindo alcançar o alvo.

Luiza sentiu que um clima estranho se instalara assim que ela pousou os olhos nos dois. Seu coração bateu aceleradamente, algo lhe dizia que havia um ponto a mais ali, Rafaela sempre lhe olhou de maneira estranha e agora estava tudo mais claro do que nunca.

—Boa tarde! –cumprimentou se aproximando.

—Boa tarde, querida! Tudo bem? –falou Rafaela lhe dando dois beijinhos superficiais sem nem encostar no rosto da moça.

Marcelo apenas observava a cena sem pronunciar uma só palavra. Luiza sorriu de leve para ele e depois avisou que iria se arrumar para ir embora. O aviso foi uma grande surpresa para o moreno, pois ele achou que Luiza iria ficar em casa naquela noite para que pudesse ir ao hospital, o resultado da biopsia estava prestes a sair e ele queria estar lá quando seus pais recebessem a notícia.

—Achei que você não iria para faculdade hoje... –falou Marcelo rapidamente olhando para moça.

—Desculpe, mas não poderei ficar, tenho um trabalho importante para entregar e já estou com muitas faltas... Eu realmente sinto muito.

—Não se preocupe, Marcelo, eu fico com o Joaquim, sei o quanto é importante sua presença lá. Pode deixar que eu cuido desse mocinho hoje! –Rafaela tocou no ombro do homem ao seu lado que a olhou agradecido.

—Ótimo! Então eu vou pegar minha bolsa lá em cima e já vou embora! –a voz da moça saiu rápida como se ela quisesse sair dali o mais rápido possível.

Luiza subiu as escadas em direção ao quarto de Joaquim, entrando lá se apoiou na porta fechando-a com seu peso e quando se viu sozinha, sentiu o  quanto o resultado de sua atitude poderia ser negativo. Infelizmente ela não poderia faltar aula justamente naquela noite, por mais que ela quisesse ficar com Joaquim para que Marcelo pudesse ir tranquilo receber o resultado, ela precisava entregar o trabalho. Só de imaginar a Rafaela dormindo ali, tão próxima a Marcelo...

—Mas o que é que você está pensando? Enlouqueceu? Você tem namorado, e não precisa está passando por isso! –disse para si mesma enquanto colocava a bolsa nas costas e fechava a porta atrás de si ao sair.

Rafaela já brincava na sala com Joaquim, enquanto Marcelo tomava uma xícara de café em pé na varanda. Luiza se aproximou do pequeno e lhe deu um beijo carinhoso, enquanto Rafaela tentava não olhar diretamente para ela.

—Até amanhã, meu amorzinho! –disse fazendo o pequeno lhe dar tchau com a pequena mãozinha se movimentando de um lado para o outro. _Até mais, Rafaela, se tiver alguma dúvida pode ligar pra mim. Não importa o horário. – A moça tentou parecer o mais amigável possível.

—Tudo bem, mas não se preocupe. Tenho uma certa experiência com crianças! Boa aula! –falou indiferente.

Um sorriso forçado foi tudo o que Luiza conseguiu lhe dirigir. Caminhando a passos largos, a loira abriu a porta principal dando de cara com um belo pôr do sol e com Marcelo contemplando o mesmo.

—Luiza!? –chamou-a fazendo a mesma parar e virar para olha-lo. _ Podemos conversar rapidamente, por favor? –sua voz serena lhe chamou a atenção. Contra sua vontade a moça se aproximou.

—Tudo bem, mas tem que ser rápido, Marcelo, não posso me atrasar hoje, a entrega do trabalho será na primeira aula. –falou encostando-se no parapeito da varanda ficando ao lado de um dos homens mais bonitos que já havia conhecido em toda sua vida.

—Sabe por qual motivo eu convenci a Verônica para comprarmos essa casa? –perguntou sorrindo levemente voltando seu olhar para frente.

— Não exatamente, mas suspeito. Me diga qual foi... –pediu já sentindo suas resistências esvaírem. “Por que era tão fácil conversar com ele?”

—Olha só isso... –os dois pararam por alguns segundos e ficaram a contemplar o pôr do sol, era lindo dividir aquele pequeno momento com alguém, ambos estavam extasiados. _ sem falar que é muito bem localizada e o preço estava acessível... Mas o destaque vai para essa vista, Luiza!

—Certo. Mas não estou entendendo onde exatamente você quer chegar, Marcelo... –falou olhando diretamente nos olhos dele.

—Lú, você já me conhece tão bem em tão pouco tempo... e eu sinto que também lhe conheço, não totalmente, mas conheço o suficiente para saber quando está chateada ou triste com alguma coisa, e no momento percebi que te ver triste me incomoda muito, principalmente quando eu sou o motivo para tal sentimento... –disse olhando dentro dos olhos da loira.

—Marcelo, ouça, por favor. Você já deve estar cansado de saber que o que rola entre nós dois é algo que vai além de uma simples amizade, sei que você não quer admitir por causa da Verônica e tudo o mais, porém essa é a verdade. Quando nos tocamos... quando...- Luiza parou como se quisesse raciocinar, processar cada palavra que seria dita. _ Você lembra do que sentiu quando me beijou? Ou do que pensou quando estávamos a centímetros de distância na última segunda à noite? Será que por algum segundo você consegue admitir o que está sentindo neste exato momento? –Os olhos da moça marejaram, ela não entendia como nem quando, mas essa era a sua verdade, ela estava incondicionalmente apaixonada por ele.

—Eu sinto tudo, Luiza; cada detalhe, cada olhar, cada sorriso... tudo! Mas , por favor, entenda, ainda é tudo muito confuso... Não se passou nem mesmo seis meses desde que a Verônica se foi, pelo o amor de Deus, que tipo de homem eu sou, Luiza? –a voz de Marcelo se alterou um pouco, era nítido que ele não aceitava de jeito nenhum seus sentimentos.

—Um homem que tem uma vida, que tem o presente, que ainda tem um coração que funciona. Não se julgue tão mal por estar gostando de alguém , Marcelo... ou você acha que a Verônica iria querer que você parasse sua vida? Que se fechasse para o amor como está fazendo? –perguntou se aproximando um pouco mais, fazendo com que o moreno olhasse diretamente em seus olhos.

—Não é assim, Lú, é um pouco mais complicado do que isso... –falou apenas voltando o olhar para o céu. _Eu jamais pensei que isso pudesse acontecer tão rápido comigo, mas quando você me olhou pela primeira vez ,notei que havia algo diferente em você, mas como não notar? Você é como esse pôr de sol, Luiza, leve e estonteante, irradiando tudo e todos que a rodeia, e agora eu estou completamente envolvido por você, porém aqui dentro também há algo muito importante gritando que isso é apenas uma sensação momentânea, uma atração avassaladora, mas que dá e passa. Sei que você não consegue ver dessa forma, mas e sou homem, Luiza, temo que seja apenas isso... porém só o tempo irá dizer, ao certo. Por enquanto peço que seja minha amiga, não sei se consigo continuar sem você ao meu lado. –de algum jeito Luiza não derramou nenhuma lágrima, nem mesmo falou alguma coisa, apenas sorriu levemente e o abraçou forte. Ela compreendeu toda a confusão que era Marcelo naquele momento, e apenas resolveu que não sofreria por algo tão confuso e incerto.

—Marcelo, sua mãe ligou pedindo que você fosse ao hospital o mais rápido possível! –avisou Rafaela com Joaquim nos braços encontrando os dois abraçados na varanda.

—Não se preocupe, dará tudo certo de um jeito ou de outro. Estarei aqui para o que você precisar! –disse sorrindo colocando uma mão em seu rosto, como se quisesse passar segurança para ele.

—Obrigada! –falou beijando sua testa carinhosamente.

Luiza desceu os degraus da varanda e começou a ir embora rapidamente, logo sumiu do campo de visão de Marcelo. Enquanto isso, Rafaela ainda estava parada na porta olhando atônita para Marcelo. “Será mesmo que eles estavam juntos?” pensou consigo mesma.

—Obrigada, Rafa. Vou só pegar as chaves e a documentação para ir embora! –disse entrando em casa com tudo.

Marcelo pegou tudo o que precisava, quando já estava de saída pegou seu filho nos braços e o abraçou carinhosamente beijando o topo de sua cabeça, agradeceu mais uma vez a Rafaela e depois foi embora.

No caminho, enquanto dirigia seu carro Marcelo só pensava em tudo o que havia dito a Luiza. Praguejou consigo mesmo por ter sido tão sincero e covarde ao mesmo tempo, ele não queria magoá-la, mas era Óbvio que fora exatamente isso que tinha conseguido. As vezes, ele só queria ter um manual de como lidar com esse tipo de coisa.

Tentando se concentrar na estrada, o moreno chegou ao hospital por volta das 18:30. Apreensivo, chegou ao andar em que seu pai estava rapidamente. No hall de entrada,  estava sua mãe em pé falando com alguns médicos.

—Querido, ainda bem que chegou! –disse abraçando o seu filho.

—Qual foi o resultado, mãe? Saiu? –perguntou nervoso.

—Deu negativo, meu bem, deu negativo! Seu pai não tem câncer! –falou sorrindo largamente abraçando mais uma vez seu filho que já derramava algumas lágrimas.

—Graças a Deus! Pensei que... –calou-se para apenas beijar o topo da cabeça de sua mãe apertando os olhos para esquecer a ameaça que há pouco tempo atrás os rodeava.

—Não, meu filho, não! Ele vai ficar bem, entretanto precisará de muito repouso e também terá que fazer uma reeducação alimentar. Mas sei que dará tudo certo! –falou sorrindo com o rosto já molhado pelas lágrimas que ali haviam passado.

—Claro que vai, mãe. Estarei aqui para o que vocês precisarem, já passamos por tantas coisas... sei que o papai ainda irá nos ajudar a passar por muitas outras. Eu amo vocês! –disse sorrindo olhando para os olhos meigos de sua mãe.

—Amém! Venha, meu bem, venha vê-lo!

—Já vou, deixe só eu avisar a Luiza! –avisou.

—Te espero lá dentro! –disse caminhando em direção ao quarto do marido.

Marcelo tocou na discagem rápida e logo escutou a voz da moça do outro lado da linha com um certo burburinho ao fundo.

—Lú, deu negativo, Lú! –falou sorridente com uma voz que transmitia toda sua alegria.

—Tá vendo só, eu disse pra você! Graças a Deus! –respondeu sorrindo largamente.

—Obrigada por todo apoio!

—Não há o que agradecer, Marcelo, estou aqui para o que for preciso! –um carinho emanava em sua voz fazendo Marcelo sorrir.

—Bom, tenho que desligar, pois ainda tenho que ligar para casa e meus pais estão me esperando! Até amanhã!

—Até.

Marcelo desligou feliz e em seguida ligou para Rafaela que atendeu no segundo toque, os dois festejaram a notícia ao telefone. Depois que falou com Rafaela, Marcelo seguiu para o quarto do seu pai e quando abriu a porta não pôde conter a emoção. As lágrimas rolaram em seu rosto sem reservas.

Lavinha e seu filho abraçaram aquele homem que tanto amavam, ele sempre foi um pai presente e carinhoso, o super herói durante a infância e todas as fases da vida do moreno. Eram poucos ou quase nenhum os segredos que Marcelo não contara ao seu pai, eles eram cúmplices, amigos. Um exemplo de como um relacionamento de um filho deveria ser com um pai. E isso nunca mudou, nem durante a adolescência rebelde de Marcelo. Marcos não domava o seu filho, ele o respeitava e o entendia como ninguém, então, mesmo quando Marcelo chegava em casa emburrado e um pouco bêbado por volta dos 18 anos seu pai sempre conversava e aconselhava com seriedade e paciência de modo que a rebeldia passou e nada mudou entre os dois.

—Mas que coisa, Lú! eu te avisei... –disse Júlia mais tarde naquele mesmo dia enquanto a loira arrumava sua cama para dormir.

—Ai, Júlia! eu sei de tudo isso, já sabia antes mesmo de começar a sentir algo por ele! Mas o que posso fazer? Eu tentei não me apaixonar, e você sabe disso! –falou Luiza sentando na beirada da sua cama dando espaço para que a morena sentasse ao seu lado.

— E agora, o que você pretende fazer?

—Afogar esse sentimento em algum lugar, me afastar! Esquecer! De uma vez por todas, sei que será difícil, mas eu vou conseguir. –sua voz saiu baixa mas firme, ela encarou a janela ao seu lado como se quisesse encontrar forças para acreditar no que estava dizendo.

—E quanto ao Pedro? Ele realmente gosta de você, Lú! –a morena estava realmente preocupada, Luiza havia entrado num relacionamento sério com alguém que a amava verdadeiramente, mas estava totalmente perdida.

—Vou continuar firme com ele, Júlia! De fato, não sou apaixonada por ele, mas disso ele sabe, entretanto farei de tudo, darei o meu melhor para que isso mude, para que eu possa retribuir tudo o que ele sente por mim. Para que possamos ser realmente felizes! Nós merecemos mais! –disse sinceramente olhando para sua amiga que a abraçou gentilmente passando as mãos por seus cabelos suavemente.

—Merecem sim! Vai ficar tudo bem, amiga, vocês conseguirão vencer isso, e estou aqui para o que precisarem, sou líder do time Preliza forever! –falou sorridente se afastando um pouco para olhar nos olhos da loira e presenciar o sorriso leve em seu rosto.

—Preliza, Jú? Meu nome é Luiza e não Eliza! Não seria Prediza? –perguntou sorrindo com as sobrancelhas juntas.

—Mas Prediza é horrível, Lú. Vai, vamos lá! Ficou legal, o que vale é a intenção! –justificou-se sorrindo.

—Okay, o que vale é o que importa, não é mesmo? –disse gargalhando ao lembrar do velho e bobo jargão que as duas sempre usavam.

—Exato! Você ainda será muito feliz, Luiza! Pode acreditar! –disse Júlia sorrindo ao levantar para ir embora, segurando a mão direita da moça.

—Amém! Eu amo você, viu!? Obrigada por tudo! –disse sinceramente antes da moça ir embora.

—Eu também te amo sua louquinha! Boa noite! –despediu-se.

Luiza deitou em sua cama e apagou o abajur ao seu lado, tudo o que ela mais queria naquela noite era dormir e descansar sua mente e coração que estavam mais do que cansados. “Um dia de cada vez!” repetiu para si mesma em sua mente.


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Notas finais do capítulo

E então amores? o que estão achando? Não se acanhem, podem deixar a opinião de vocês sejam elas boas ou ruins. Obrigada por chegarem até aqui!
Um xêro e até o próximo *-*



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