Hey Dylan. escrita por Lucciola


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro prólogo... Que emocionante!



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Ela a viu sentada em um banco branco e descascado debaixo de um velho salgueiro. Queria parar de encará-la, mas não conseguia e era levada a observar, mesmo de longe, cada detalhe dela. Era como uma pintura realista onde os lábios, o nariz, os olhos, a pele, o cabelo, enfim, tudo era minuciosamente perfeito. Ela fumava de uma forma linda, entorpecedora e viciante. Era profissional nisso. A fumaça que soprava fazia formas no ar e se desfaziam com o vento.

Aproximou-se querendo abraçá-la, mas seus medos não deixaram. Sentou na outra extremidade do banco e pensou em centenas de primeiras frases para dizer a ela, nenhuma parecia boa o bastante.

– Quer um? – A garota ao lado perguntou oferecendo um cigarro preso entre seus dedos.

– Eu não fumo. – Respondeu.

Ela sorriu e tragou mais uma vez não fazendo formas, só tragando lentamente.

– Por quê?

– Por que isso mata.

– Para mim parece que você morreu há muito tempo, ou quem sabe, nunca nem chegou a viver.

– Como pode dizer isso? Estou viva, me sinto viva – Mentiu – Estou aqui, não estou?

– Acha que andar, respirar, falar ou... Paquerar significa que está viva? Bom, te digo uma coisa, – Ela a olhou – Isso não significa nada.

Ela continuou encarando-a e se sentindo enjoada, não pela fumaça, mas sim por que estava completamente certa.

– Pega. - Pôs um cigarro perto de sua mão e ela pegou, mas não fumou. – Sabe... – Tragou mais uma vez. - Você tem cara de Dylan. Posso te chamar de Dylan?

– Acho que sim. – Brincou com o cigarro entre seus dedos – Mas meu nome é...

– Não! Não me conte. A partir de agora você é Dylan, pelo menos para mim. – Seu cigarro queimou pela última vez e ela o jogou no chão esmagando com a ponta da bota.

–Esperando alguém?

– Talvez – Ela riu e jogou o cabelo para trás, mas os fios rebeldes insistiam em cair em sua testa. – Se eu disser que sonhei com esse parque e esse banco, você acreditaria?

– Pior que sim. – Sorriu também.

– E por que, Dylan?

– Por que eu também sonhei.


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