Tão Perto. Tão Distante. escrita por Mia Golden
Notas iniciais do capítulo
Voltei de férias pessoal!
Desculpem a demora.
Bjos da M
Estava decidido, eu iria fazer o teste para o time de basquete. Liam me disse que eu não precisava, mas estava a tempo sem jogar e precisava ver se realmente estava bom. Por isso o teste era importante.
Naquele primeiro dia de aula revi amigos antigos e conheci alguns novatos também. Percebi que não tive mais aulas com Hannah, pelo menos naquele dia. Espero que nos próximos dias a gente fique juntos. Assim que o sinal bateu para irmos embora, eu e Davis que ficamos juntos na aula de matemática saímos pelos corredores. Como sempre estavam cheios, avistamos Sarah e as meninas conversando perto dos armários e fomos em direção a elas.
Nos aproximamos e ficamos conversando até a chegada do resto do pessoal. Quando o resto dos meninos se juntaram a nós decidimos ir embora. Conversávamos animadamente quando uma cena me fez parar com tudo. Senti que alguém bateu em minhas costas.
– Quase quebrou o meu nariz Billy! – disse Davis atrás de mim, então foi ele.
O olhei por alguns segundos até virar a minha visão para a cena a minha frente. Todos comigo também olharam. Era a Jenny! Minha irmãzinha Jenny! E ela estava enroscada no pescoço de um garoto... se beijando. Ela só tem 16 anos e já esta beijando desse jeito? Não conseguia me mover. Assistia a cena intacto. O garoto estava com as mãos em sua cintura e estava prestes em ir mais para baixo.
De repente voltei a si quando alguém me chamou. Me virei e vi que era Sarah.
– Billy, você...
Não deixei Sarah terminar e fui em direção aqueles dois para descola-los.
– JENNY! – eu sei que eu gritei bem alto, pois algumas pessoas por perto pularam inclusive Jenny e o garoto que eu estava prestes a arrebentar a cara. Como ele agarrava assim minha irmãzinha?
Senti passos atrás de mim, provavelmente dos meus amigos. Quando Jenny me viu ela arregalou os olhos, mas segurava a mão do garoto que me olhou como se eu fosse um louco. Sim, eu estava.
– Billy! – disse minha irmã ajeitando o cabelo.
Eu cheguei perto dela e a olhei duramente depois olhei o garoto que engoliu a seco. Estreitei os olhos para ele.
– O que você pensa que estava fazendo? – perguntei a ela duramente.
Ela me olhou como se eu fosse um retardado. É claro que eu sabia o que ela fazia, mas daquele jeito e em publico?
– Como assim? Será que você não viu?
Dei uma risada irônica.
– Sim, eu vi! Mas pra mim já estava indo para outro lado! – disse cruzando os braços.
– Billy! Que horror! Não é nada disso!
Me virei para o garoto ao lado que parecia ansioso. Ele era pouca coisa mais baixo do que eu e tinha cabelos pretos e um pouco bagunçados, olhos castanhos e ainda por cima usava um brinco de pedra preta na orelha direita.
– E você é...?
Ele olhou para atrás de mim, depois para Jenny e depois de volta para mim.
– E sou o Thomas...
– E?
Ele olhou de volta para Jenny. Ele iria responder quando ela se intrometeu.
– Nós somos namorados Billy!
Fiquei surpreso pela revelação. Não esperava. Ninguém havia me contado nada.
– Vocês dois...Mas a quanto tempo?
Jenny respirou fundo.
– Faz uns...cinco meses!
– Cinco meses? – disse um pouco chateado – E você nunca pensou em me contar? – disse subindo a voz. Jenny se encolheu um pouco.
– Eu queria contar a você quando voltasse... Só isso...
– É mesmo Jenny? E se eu não voltasse? Você iria me contar só no dia do casamento?
Agora foi ela que cruzou os braços.
– Se bem me lembro, você nunca me deu explicações da sua vida com as garotas Billy, e eu nunca me meti ou tive pitis assim como você esta tendo! – agora ela colocou as mãos na cintura.
Bufei. Eu realmente estava sendo ridículo? Olhei novamente para o garoto que me olhava atentamente, mas não como um desafio e sim com expectativa. Jenny estava certa, eu não tinha esse direito. Tive minhas próprias experiências na idade dela, e ela tinha que ter as dela, por mais que fosse difícil pra mim...Não gosto nem de pensar muito.
– Ok, me desculpe! – Jenny pareceu aliviada e o garoto também – Mas me senti um pouco traído não é? – disse um pouco chateado.
– Eu estava com medo de contar pra você. No mesmo dia que você chegou eu pensei em contar, mas acabei mudando de ideia.
– E por que não me contou naquele dia?
– Estava com medo de como você iria reagir...
Pensei por um momento. Sim. Às vezes sou um pouco explosivo. Mais uma coisa párea a minha lista pra que eu tenho que controlar. Minha vida já esta em um bom progresso, mas reconheço que esse detalhe ainda não amenizou em mim. Olhei para o garoto que estava quieto.
– Quais são as suas intenções com a minha irmã?
– As melhores! – ele respondeu sem ao menos pestanejar.
Olhei para Jenny e vi que ela sorria pra ele. Droga! Eles estavam apaixonados mesmo. Suspirei.
– Tudo bem Thomas... – estendi a mão para ele que retribuiu o cumprimento – Por mim tudo bem entre vocês dois. – o olhei serio – Mas se magoa-la vai se ver comigo, ouviu?
– Sim.
Me virei e percebi que meus amigos ainda estavam ali me esperando.
– Vocês sabiam não é?
Todos balançaram a cabeça concordando.
– Por um momento eu pensei que teria que me conformar em ter um membro a menos na minha família – disse Wesley com um sorriso nervoso.
– Como é? – perguntei curioso.
– Err...o Thomas é meu primo! – disse Wesley.
Bem que eu havia reparado em algumas semelhanças.
– Seu primo?
– É!
Balancei a cabeça. As meninas riram da minha cara.
– É um bom garoto Billy, não se preocupe! – disse Lory.
Deu um sorriso forçado pra ela. Davis ria baixinho, provavelmente zoando com a minha cara.
Depois que eu voltei para casa fui para meu quarto arrumar algumas coisas pendentes. Conversei com meus padrinhos e os meninos por Skype. Depois desci para a sala para assistir TV. Eva me trouxe um lanche e fiquei a tarde toda na sala. Acho que fiquei umas duas horas olhando filmes quando meu telefone tocou. Era minha mãe.
– Oi mãe! – disse assim que atendi.
– Oi filho, você já esta em casa?
– Sim. Esparramado aqui no sofá.
Ouvi que ela riu um pouco mas parou logo e ficou um pouco em silencio.
– Mãe...
– Estou aqui...
– O que foi?
Alguma coisa estava errada. Ela respirou fundo.
– Não saia de casa ok? Vou ter que conversar com você!
– Não vou sair.
– Ótimo! Chego em vinte minutos.
Assim que desliguei, me levantei e fui tomar um banho rápido. Assim que me lavei e troquei de roupa eu desci novamente para a sala. Jenny ainda não havia chegado.
Me sentei no sofá novamente e liguei a Tv. Alguns minutos depois minha mãe chegou. Ela me viu na sala e sorriu e veio em minha direção.
– Como foi seu dia? – perguntou ela beijando o topo da minha cabeça.
– Foi legal!
– Que bom!
Ela se sentou ao meu lado e suspirou.
– O que foi? – perguntei impaciente.
Ela me olhou.
– Deixe eu descansar um pouco meu filho!
Bufei.
– Você sabe muito bem que eu não gosto de mistérios.
Assim que ela tirou seu casaco, ela se virou para mim.
– Esta bem... – ela respirou fundo. – Neste fim de semana eu e o seu tio Alex iremos viajar pra capital. Coisas da prefeitura...enfim...
– Enfim o que?
– O sábado é o dia de visitas na prisão.
Fiquei sem palavras. Mamãe ainda visitava ele. Mesmo depois de tudo o que fez e de ter se divorciado.
– Por que você ainda faz questão de ir? – perguntei um pouco chateado.
– Billy... – minha mãe gemeu e passou as mãos no rosto. Eu me levantei.
– Ele tem que ser deixado lá pra sempre... temos que esquecer dele! – disse ficando alterado.
– Calma filho! – disse minha mãe suplicando. Eu sabia que para ela era doloroso o fato de ainda, de alguma forma estar presa a ele. Nós. Eu e Jenny.
Me acalmei e me sentei novamente. Peguei a sua mãe.
– Me desculpe.
– Tudo bem querido! Eu sei que é difícil pra você, mas eu faço isso pela Jenny. Principalmente por ela. Por incrível que pareça, ela ainda pergunta por ele. Comenta comigo...Será que o papai esta bem? Será que ele esta comendo bem?... Será que ele sente a nossa falta?... – mamãe disse com os olhos marejados. Me senti um pouco culpado por ela ter passado por tudo isso sozinha enquanto eu estava fora só pensando em mim.
– Tudo bem mãe...se quiser eu vou até lá para vê-lo.
Ela fechou os olhos por alguns segundos e depois olhou para mim.
– Por mais difícil que seja, ele é o seu pai.
Concordei.
Logo depois cada um foi pro seu quarto. Ainda era segunda, mas parecia que o dia seria o próximo. Não estava animado em ir até lá. Mas minha mãe pediu e eu era o único a fazer isso. Nunca deixaria Jenny ir naquele lugar.
Eu voltei com a intenção de resolver muitas coisas. Mas quando se tratava da minha mãe e minha irmã eu sabia que eu tinha que ser forte, por que agora eu era o homem da casa. Tinha que protegê-las.
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