Valarie estava passando pela sala quando vê Shu dormindo em um dos sofás. “Ele vive dormindo”, pensa. Vai até ele e pega uma caneta e faz um desenho em seu rosto. O mesmo nem se mexe, quando termina guarda a caneta no bolso da calça. Lina desce as escadas correndo e berrando “Fogo, fogo, fogo!”. Valarie puxa seu braço a fazendo parar.

– Para de gritar feita uma maluca! – manda irritada com o barulho da irmã – O que houve?

– A casa está pegando fogo! Pegue nossas coisas e vai para a rua. – explica rapidamente e começa a gritar os nomes das irmãs. Valarie sem entender nada dá uma tapa no rosto da irmã para fazê-la ficar quieta.

– AI, VALARIE! QUAL O SEU PROBLEMA, DESGRAÇA? – pergunta abismada com uma das mãos no lado do rosto.

– Se você explicasse as coisas direitas eu não precisaria te bater! – exclama Valarie.

– Mas que cheiro de queimado é esse?! – pergunta Subaru descendo as escadas – E que barulheira é essa?

– A casa está pegando fogo! Temos que sair agora – fala Lina ainda alterada – Bem, vocês vampiros idiotas podem ficar e queimar junto com a casa.

– Quem você chamou de idiota, sua... – ameaça Subaru indo em direção a Lina.

– Você. Além de idiota é surdo? – provoca Lina, esquecendo-se do “incêndio”. Ela se aproxima dele e fica cara a cara com o albino.

– Se rolar beijo eu vômito! – comenta Laito, aparecendo do nada.

– Que nojo. – fala Lina fazendo ânsia de vômito.

– Credo! Prefiro ser esfolado vivo! – exclama Subaru de mau humor.

– Cuidado com o que deseja querido. – Ashley chega à sala – eu posso querer realiza-lo. - Subaru sente um calafrio na espinha, mas não demonstra.

– VALARIE! – Abby grita descendo as escadas feito um foguete. – No que você colocou fogo dessa vez, sua peste?

– Eu não fiz nada! – se defende Valarie.

– Então que cheiro de queimado é esse? – pergunta Abby.

Nesse momento Lina se lembra do incêndio e começa a correr pela sala e gritar “Chamem os bombeiros”. Valarie vai atrás dela e tenta a jogar no chão e tapar sua boca. Ashley começa a espetar Subaru com uma agulha, mas ele foge dela. Abby tenta separar Valarie e Lina que estão atracadas no chão e Laito fica rindo. No meio dessa gritaria Shu continua dormindo, sonhando com a misteriosa garota de cabelos negros que assombrava seus sonhos, sem nunca ver seu rosto.

– FIQUEM QUIETOS! – ordena Reiji com raiva. “Não se pode nem ler nessa casa”, pensa. Todos param o que estava fazendo. – Mas que raios vocês estão fazendo dessa vez?

– A casa está pegando fogo! – exclama Lina sufocada, ela estava deitada de bruços no chão com Valarie em cima de suas costas tentando a enforcar.

– Se acalma Reiji. Até parece que está de TPM. – provoca Ashley. Valarie e Laito riem do comentário da ruiva.

– Ora, sua... – Reiji é interrompido por Lilith que chega da cozinha.

– A casa não está pegando fogo, é só a Maya que deixou queimar o bolo que estava fazendo.

– Vocês são exageradas! – disse Maya exasperada, chegando da cozinha com o rosto sujo de carvão.

– E vocês são feiticeiras, conseguiriam apagar o fogo. – comenta Ayato aparecendo atrás de Maya que solta um gritinho de susto e se joga no colo de Lilith.

– Dá onde você surgiu, coisa ruim? – pergunta Maya.

– Ah, então vocês também se assustam. Bom saber. – murmura Ayato com um sorriso em seus lábios.

– Ayato tem razão. Você poderia ter controlado o fogo Lina, não precisava desse escândalo. – fala Reiji enquanto ajeita seus óculos.

– Eu só queria agir igual aos humanos. – explica Lina dando de ombros – Essa seria a reação deles, queria saber o que eles sentem. Mas acho que exagerei.

– Você acha? – ironiza Subaru.

– Calado, aberração da natureza. – rebate Lina. Subaru á olha com ódio e imagina milhares de formas de tortura-la.

Nesse tempo Shu pula do sofá com um grito de dor. Todos o olham assustado.

– O que houve Shu? – pergunta Laito.

– Essa maluca me furou! – exclama abismando, apontando para Ashley, que coloca as mãos rapidamente atrás das costas.

– Que coisa feia Shu! – Ashley se faz de inocente – Sua mãe não o ensinou a não acusar os outros sem provas?

– Você está com uma agulha em sua mão. – fala.

– É só um furinho, bebê chorão. – retruca Lilith com tédio. Laito e Ayato riem da cara do irmão mais velho o deixando com mais raiva.

– Não tenho medo da sua cara feia. – disse Lilith para Shu – Ainda mais com esse bigode desenhado na sua cara.

Shu passa a mão no rosto fazendo a tinta se espalhar por seu rosto.

– Você que fez isso. Está querendo me deixar com cara de idiota? – bufa com raiva. Olhando mortalmente para Lilith, que o ignora.

– Eu não preciso fazer nada. Você já tem cara de idiota. – responde Lilith.

Logo vira uma confusão. Lilith e Shu discutindo e tentado se esganarem, Valarie e Lina se estapeando, Abby tentando impedir Ashley, que conseguirá arranjar um machado, de cortar Reiji ao meio. Ayato fugindo da fúria de Maya depois de ter tentado morder seu pescoço e Laito parado em um canto da sala olhando aquele alvoroço e pensando quando a mansão Sakamaki se tornou um hospício.
Kanato aparece na sala com Teddy em seus braços e comendo uma rosquinha de chocolate que encontrará na cozinha.

– ESSA ROSQUINHA É MINHA! – Valarie grita quando vê Kanato.

– Eu a peguei primeiro. – fala e logo depois da uma mordida na rosquinha.

– Ninguém pega minha comida e se livra facilmente. – ela se joga em cima dele e eles começam a brigar pela rosquinha. Lina estando livre das garras da Valarie vai até Laito e pega uma tesoura e tenta cortar o rosto do ruivo que grita para ela parar e corre dela.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

– Maya você tem certeza que esse carrinho é seguro? – pergunta Lina entrando em um carrinho parecido com o de mercado.

– Claro. – responde Maya entrando logo em seguida.

– Deu de papo e vamos logo. – apressa Ashley já no carrinho. As três estavam acomodadas dentro do carrinho. – Prontas para descerem a escada?

– Sim! – respondem em coro.

– Pode empurrar Valarie. – manda Ashley.

Valarie empurra o carrinho com as três dentro dele, escada abaixo. Tudo estava dando certo até metade da escada, depois o carrinho vira e as três são lançadas no ar e caindo em cima da Abby, Lilith e da Yui. Que caem estateladas no chão. O carrinho vai em direção de seis vampiros que tinham acabado de chegar ao pé da escada, acertando-os como se fossem pinos de boliche.

– STRIKEEEEEEEEEEEEEE – grita Valarie com os braços levantados. – Agora é a minha vez. – ela se senta no corrimão da escada e escorrega caindo em cima do amontoado que se formou no chão.

As garotas estavam rindo feitos hienas e os irmãos irritados – como sempre – eles se levantam.

– VOCÊS VÃO MORRER. – grita Subaru com os olhos queimando de raiva. Ashley se levanta e troca um olhar com Lilith e Valarie. Elas balançam a cabeça e sorriem de um jeito traiçoeiro.

– Quero ver você me pegar, branquelo! – provoca Ashley e sai correndo. Subaru corre atrás dela, mas a mesma levanta a mão e faz plantas surgirem no chão e agarrarem os pés do albino, fazendo-o perder o equilíbrio. Ela começa rir, o que deixa ele mais irritado e motivado a pegar ela e lhe ensinar bons modos.

Kanato está correndo atrás de Valarie, quando ele vai pular em cima dela, ela desaparece e reaparece atrás dele, o chutando nas pernas. Fazendo o mesmo cair, mas logo ele se levanta e volta a segui-la.

– Fique quieta! – ordena Kanato.

– Não teria graça se você conseguisse me pegar tão rápido. – cantarola Valarie desaparecendo da vista do garoto – PEGUEI!

Valarie conseguiu pegar o Teddy dos braços de Kanato.

– Me devolve ele!

– E se eu não quiser? – pergunta com um sorriso sádico – Eu sempre tive duvidas se vampiros choram. Se eu estraçalhar o seu precioso Teddy, você irá chorar?

– Você não ousaria! – exclama Kanato com a expressão de raiva, mas em seu intimo implorava para ela não fazer nada com seu amigo.

– Quer apostar?

Kanato avança para cima dela, mas a mesma desaparece e reaparece na grande janela do corredor. O vampiro em desespero para recuperar seu ursinho, se joga contra a janela. Valarie abre rapidamente a janela no último segundo, o que faz Kanato cair do terceiro andar.

– Ah, pobrezinho! Será que ele se machucou, Teddy? – falou se sentando no parapeito da janela e olhando para baixo e vendo o corpo do garoto estatelado no chão. - Ele morreu?

Ela pula a janela e cai graciosamente do lado dele. Cutuca sua barriga.

– Ei, você está vivo? – ele não responde. Valarie tira um lenço branco da jaqueta e cobre o rosto de Kanato e junta suas mãos em forma de prece. – Descanse em paz. Que você ache a estadia no inferno agradável.

– Eu não estou morto! – exclama Kanato se levantando em um pulo.

– Ah, que pena. Achei que tinha me livrado de um. – Valarie faz cara de sofrimento.